Artigo apresentado ao Curso de Fisioterapia da Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC, como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Fisioterapia.
Orientadora: Prof. Ms. Patrícia Oliveira Roveda
Santa Cruz do Sul, outubro de 2007
INCIDÊNCIA E TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DA ENTORSE DE TORNOZELO EM ATLETAS DE BASQUETE
INCIDENCE AND PHYSICAL THERAPY TREATMENT OF ANKLE SPRAIN IN BASKETBALL PLAYERS
Clóvis Alberto Koppe Júnior
Patrícia Oliveira Roveda
RESUMO
O basquete é um esporte onde os atletas realizam muitos deslocamentos, saltos e giros, e estes movimentos podem gerar algumas lesões. O objetivo deste estudo foi verificar qual a incidência da entorse lateral de tornozelo, o tempo de afastamento dos atletas do esporte e o tipo de tratamento fisioterapêutico realizado. O estudo foi de delineamento observacional exploratório, tipo estudo de casos, cuja amostra foi composta por 68 jogadores de basquete, do sexo masculino, com idade entre 14 e 22 anos da cidade de Santa Cruz do Sul. Os atletas responderam um questionário com questões referentes à prática esportiva e a ocorrência de lesão. Entre os atletas pesquisados, 28 (41,18%) sofreram entorse de tornozelo e 40 (58,82%) não apresentaram a lesão. Os jogadores que atuam na posição “ala” foram os que mais sofreram entorse e a maioria dos atletas lesionados ficou afastado do esporte até 2 semanas. Entre os 28 atletas lesionados, somente 5 realizaram fisioterapia no período pós-entorse de tornozelo. As condutas adotadas foram repouso, crioterapia, Ultra-som, TENS, alongamentos e fortalecimento do tornozelo, sendo que os atletas ressaltam a importância da fisioterapia na reabilitação da lesão. Os atletas foram orientados e esclarecidos sobre a função da fisioterapia na reabilitação pós-lesão para retornar ao esporte com menor risco de recidivas da entorse. O estudo demonstrou que é alta a incidência de entorse lateral de tornozelo em atletas de basquete, o que os afasta da atividade esportiva por algum tempo. Foi verificado também que a fisioterapia é pouco utilizada no pós-entorse.
Palavras-chave: basquetebol; lesões em atletas; tornozelo; fisioterapia.
ABSTRACT
The basketball is a sport where the athletes make various change directions, jumps and spins, and these movements can lead to injuries. The objective of the study was verify the incidence of lateral ankle sprain, the time to return to sport and the physical therapy treatment realized. The study was exploratory observational, cases study type, with a sample of 68 male basketball players, age between 14 and 22 from Santa Cruz do Sul – Brazil. Among the subjects, 28 (41,18%) had an ankle sprain and 40 (58,82%) didn’t had no injury. The players in the “forward” position were the ones who had the higher rates of ankle sprain and the majority of athletes didn’t play for 2 weeks after the injury. Between the 28 injured players, only 5 realized physical therapy post ankle sprain. The treatments used were rest, cryotherapy, ultra-sound, TENS, stretching and strengthening of the ankle; the athletes believed in the importance of the physiotherapy. The athletes were orientated about the function of the physiotherapy in the post injury rehabilitation, to return to sport with a lower risk of re-injury. The study showed that the rate of ankle sprain in high in basketball players, preventing them to play for a while. It was also saw that physical therapy is used few times after ankle sprain.
Key Words: Basketball; Injuries In Athletes; Ankle; Physiotherapy.
INTRODUÇÃO
O basquete é um esporte regido por sua beleza e ritmo. Atualmente, existem cerca de 300 milhões de praticantes no mundo. Este esporte possui como características principais, os esforços breves e intensos, realizados em diversos ritmos, um conjunto de saltos, corridas, movimentos coordenados ataque-defesa, passes, arremessos, assim sendo um esporte de grande movimentação e coordenação (MOREIRA; GENTIL; OLIVEIRA, 2003; SACCO et al., 2004).
Silva, Abdalla e Fisberg (2007) relatam que por apresentar saltos repetitivos durante os jogos e treinos, o basquetebol acaba acarretando sobrecargas corporais diversas, sendo que o tornozelo é uma das articulações mais acometidas. Por isso, o basquete é um dos esportes mais lesivos entre todos. Para Sacco et al. (2004), estas lesões afastam por dias ou até meses os jogadores dos treinos e competições.
O tornozelo é uma articulação composta, que consiste em uma sindesmose entre as extremidades distais da tíbia e da fíbula e um encaixe diartrodial formado pelos maléolos tibial e fibular, pela superfície articular inferior da tíbia e pelo talo. Pelas características anatômicas dos ossos que o formam, o tornozelo é uma articulação bastante estável quando apoiado em posição neutra (COHEN; ABDALLA, 2003).
Segundo Dutton (2007), apesar de o complexo do tornozelo ser dotado de múltiplos suportes estruturais, ele é a parte mais comumente lesionada no corpo. A maior parte do suporte fornecido para as articulações do tornozelo e do pé vem do arranjo do encaixe do tornozelo e dos numerosos ligamentos que o compõem.
Na face lateral do tornozelo, a sustentação é feita pelo ligamento talofibular anterior (LTFA), que fornece estabilidade contra a inversão excessiva do tálus; o ligamento talofibular posterior (LTFP), que resiste à dorsiflexão do tornozelo, adução, rotação medial e translação medial do tálus; e o ligamento calcaneofibular (LCF), que fornece estabilidade contra inversão máxima nas articulações do tornozelo e subtalar. O LTFA é o ligamento mais comumente lesionado por uma entorse lateral de tornozelo, seguido pelo LCF (MAGEE, 2002).
Conforme Canavan (2001); Cohen e Abdalla (2003), o LTFA sai do bordo ínfero-anterior da fíbula e vai para o colo do tálus, paralelo ao eixo longo do tálus, quando o tornozelo está em posição neutra. Quando o tornozelo está em flexão plantar, o LTFA está alinhado com a fíbula e sob tensão. O LCF segue em uma direção póstero-inferior, a partir da ponta da fíbula para o tubérculo do calcâneo sob os tendões fibulares. O LCF parece ser extra-articular e cruza duas articulações, a tibial talar e a subtalar. O LTFP segue a partir da borda posterior do maléolo fibular, indo inserir-se na região posterior do corpo do talo.
Cada tornozelo suporta, no apoio unipodálico, metade do peso corporal, carga maior que a suportada pelo joelho e pelo quadril, devido ao peso maior da parte do corpo acima da articulação tibiotalar. Entretanto, a pressão sobre esta articulação é menor, pois há maior área de contato (HEBERT; XAVIER, 2003).
Hoppenfeld (2005) relata que em relação à biomecânica articular, o movimento da articulação do tornozelo tem seu predomínio no plano sagital, realizando a dorsiflexão (20 graus) e a flexão plantar (50 graus). Segundo Skinner (2003) ainda ocorre a inversão (30 graus) e a eversão (10 graus).
Os músculos que atuam nesta articulação têm origem-inserção com a perna e o pé, exceto o gastrocnêmio que tem ligações com o fêmur, sendo um músculo biarticular. Existem três grupos musculares a serem destacados do tornozelo: anterior, lateral e posterior. O grupo anterior consta dos músculos: tibial anterior, extensor longo do hálux e extensor longo dos dedos. O grupo lateral consta dos músculos: fibular longo, fibular curto e fibular terceiro. O grupo posterior consta dos músculos: gastrocnêmio, sóleo, tibial posterior, flexor longo dos dedos e flexor longo do hálux (RUSSO; MOREIRA, 2003).
Segundo Bittar et al. (2006); Herbert e Xavier (2003); Canavan (2001); Moore e Dalley (2001); Mellion (1997) a parte do corpo mais lesionada no jogador de basquete é o tornozelo, sendo mais freqüente a entorse dos ligamentos do compartimento lateral. As lesões do tornozelo contribuem com mais de 50% das lesões no basquete. A natureza do esporte, incluindo a necessidade freqüente de correr, as rápidas acelerações e desacelerações, o corte súbito da jogada, o giro, o movimento lateral e o salto, freqüentemente em espaços reduzidos, predispõe a lesões ligamentares e ósseas dessa articulação.
O mecanismo comum da lesão aguda de entorse lateral do tornozelo ocorre quando o jogador aterrissa sobre o tornozelo em flexão plantar e rodado internamente. Há a diminuição do contato tibial talar e o ligamento absorve o estresse. Isso ocorre durante uma manobra de drible com corte mal executada ou durante a aterrissagem sobre o pé do adversário ou sobre uma superfície irregular. O grau de lesão das fibras ligamentares e o número de ligamentos envolvidos caracterizam a gravidade da lesão (AMATUZZI; CARAZZATO, 2004; CANAVAN, 2001; DUTTON, 2006; CAILLIET, 2000; SACCO et al., 2004).
Conforme Dutton (2006), esta é a lesão mais comum em esportes e atividades recreacionais. As lesões nos ligamentos do tornozelo constituem de 4,7 a 24,4% de todas as lesões em atletas de esportes individuais, e de 10 a 28% de todas as que ocorrem em esportes de corrida e de saltos como o basquetebol. Já Bittar et al (2006) relatam que os índices de lesões do complexo lateral do tornozelo variam de 13 a 56% de todas as lesões envolvendo corridas e saltos, como no basquetebol.
Entorses do complexo ligamentar lateral representam 85% das entorses de ligamento do tornozelo. O LTFA está envolvido em 60 a 70% de todas as entorses de tornozelo, enquanto que 20% envolvem o LTFA e o LCF. A seqüência dos ligamentos rompidos em uma inversão é a seguinte: primeiro, LTFA, cápsula antero-lateral e ligamento tibiofibular distal. A entorse de inversão progressiva resulta em ruptura do LCF. Quando a força de inversão continua, o LTFP, o mais forte dos ligamentos, rompe-se (DUTTON, 2006; MELLION, 1997; ANDREWS; HARRELSON; WILK, 2005; SNIDER, 2000; BITTAR et al., 2006).
Segundo Andrews, Harrelson e Wilk (2005), os sinais e sintomas das lesões dos ligamentos do tornozelo, como dor, edema, incapacidade funcional, variam de acordo com a gravidade da lesão. É muito importante que sejam feitos exames radiográficos da articulação e da estrutura óssea adjacente após trauma por inversão de tornozelo. Deve-se descartar a existência de lesões ósseas antes de tomar qualquer decisão sobre que tipo de tratamento deve ser utilizado.
As entorses de tornozelo nem sempre são lesões simples e podem resultar em sintomas residuais em até 40% dos indivíduos. Outros problemas também podem ocorrer numa lesão por inversão, como laceração ou subluxação do tendão fibular, neurapraxia dos nervos fibulares superficial e profundo, entorse da articulação subtalar, fratura da base do 5o metatarsiano, fratura por avulsão do calcâneo ou tálus e lesão à articulação calcaneocubóide (SNIDER, 2000; DUTTON, 2006).
Conforme Magee (2002); Bittar et al. (2006); Cohen e Abdalla (2003); Cailliet (2000); Dutton (2006); Russo e Moreira (2003), as entorses de tornozelo são classificadas em graus I, grau II e grau III. Cohen e Abdalla (2003) relatam que a lesão de grau I é leve, com edema e esquimose mínimos e discreta perda de função. A lesão de grau II é moderada com edema difuso e esquimose mais ampla. O tornozelo é instável, sendo positiva apenas a prova de gaveta anterior. A incapacidade funcional é mais intensa. O LTFA está roto, podendo haver lesão parcial do LCF.
Na lesão de grau III não há dor, mas com edema e esquimose mais intensos. O tornozelo é instável e ambas as provas de gaveta anterior e inclinação lateral do talo são positivas. Há perda completa da função do tornozelo, com ruptura do LTFA e LCF, podendo haver lesão associada do LTFP (COHEN; ABDALLA, 2003).
A intervenção é eficaz no tratamento de entorses de tornozelo de grau I e II, sendo que, em geral, os pacientes permanecem assintomáticos e funcionalmente estáveis com o passar do tempo. Quanto ao tempo de recuperação, pode levar até 6 semanas para o retorno à função atlética completa (DUTTON, 2006; COHEN; ABDALLA, 2003).
Cohen e Abdalla (2003); Sandor e Brone (2002); Gutiérrez e Monroy (2002), dividem o tratamento fisioterapêutico da entorse de tornozelo em três fases. Cohen e Abdalla (2003) relatam que a primeira fase é de uma a duas semanas, a segunda fase de três a seis semanas e a terceira fase tem duração variável, até o paciente conseguir retornar normalmente às suas atividades.
Já Dutton (2006); Andrews, Harrelson e Wilk (2005); Anderson (2002); Mattacola e Dwyer (2002) comentam que o tratamento da entorse de tornozelo é dividido em quatro fases. Dutton (2006) relata que a primeira fase tem um período de 1 a 4 dias, a segunda fase do 4º ao 14º dia, a terceira fase da 2 a 4 semana após a lesão e não estipula o tempo da quarta fase.
A lesão de cada atleta é única, por isso a progressão através dos estágios do programa de reabilitação pode ser alterada, dependendo da gravidade do dano tecidual, da história e dos objetivos do tratamento (ANDREWS; HARRELSON; WILK, 2005).
Segundo Cohen e Abdalla (2003) na primeira fase (1ª e 2ª semanas) do tratamento, utiliza-se o método RICE (repouso, gelo, compressão e elevação) para limitar a extensão da lesão, reduzir a hemorragia, o edema e a dor. Quando a dor permitir, deve-se iniciar a deambulação com órteses protetoras e podem ser realizados exercícios isométricos, estimulação elétrica, banhos de contraste, massagem, ultra-sonografia e atividades aquáticas.
Andrews, Harrelson e Wilk (2005) ressaltam a importância, nesta primeira fase, da mobilização precoce para permitir o retorno mais rápido as atividades sem que haja aumento da dor, sintomas residuais ou aumento na freqüência de reincidência da lesão.
Conforme Mattacola e Dwyer (2002); Swager (2002), os exercícios ativos devem ser iniciados quando a dor permitir a sustentação de peso. A pessoa será, então, autorizada a caminhar. Dutton (2006); Cohen e Abdalla (2003) utilizam o mesmo protocolo, porém a deambulação é realizada com órteses protetoras.
Entre os autores, é consenso a utilização de crioterapia, porém a duração e a forma como será realizada a aplicação difere entre os autores. Cohen e Abdalla (2003) relatam que a aplicação deve ser realizada de 3 a 4 vezes ao dia em sessões de 15 a 20 minutos.
Na fase aguda da entorse de tornozelo, podem ser realizados exercícios de ADM passiva e ativa do tornozelo. Cohen e Abdalla (2003) associam esses exercícios a atividades aquáticas.
Segundo Dutton (2006), no estágio subagudo (2a fase) do processo de reabilitação (4º ao 14º dia), o indivíduo começa a realizar os exercícios de equilíbrio dinâmico e os proprioceptivos. O suporte externo pode ainda ser necessário durante essa fase.
Cohen e Abdalla (2003) relatam que na segunda fase do tratamento (3ª a 6ª semanas), o objetivo é a reeducação da musculatura flexora, inversora e eversora do tornozelo. Iniciam-se os exercícios de alongamento, fortalecimento e de propriocepção, este com rampas inclinadas e discos de inclinação. Esta fase se prolonga até que a amplitude de movimento e a marcha se realizem sem dor ou desconforto.
Nesta 2a fase, o alongamento do gastrocnêmio na posição sentada estendida com uma faixa ou lençol pode ser introduzido, para promover a dorsiflexão do tornozelo além da posição neutra, capacitando um padrão de marcha muito próximo do normal. Bicicleta ergométrica também pode ser usada e exercícios de cadeia cinética aberta (não sustentação de peso) com resistência elástica para flexão plantar, dorsiflexão, inversão e eversão plantar isolada (DUTTON, 2006).
Para Andrews, Harrelson e Wilk (2005) o foco da 2a fase é a cicatrização dos ligamentos. Realiza-se mobilização articular, para estimular a formação organizada do colágeno na direção das fibras normais. É indicado o uso de uma bota que imobilize o tornozelo para limitar a inversão excessiva do calcâneo. Iniciam-se exercícios como elevação do calcanhar (“bomba” de solear), bicicleta estacionária e exercícios na piscina.
Na 3a fase, se objetiva a progressão funcional e reeducação proprioceptiva. Para isso, utilizam-se exercícios como: saltos em série e pique de corrida, esteira e séries na mini-cama elástica (ANDREWS; HARRELSON; WILK, 2005).
Para Cohen e Abdalla (2003), na terceira fase, combina-se exercícios de alongamento com exercícios de flexibilidade e propriocepção. Realizam-se exercícios de corrida em “oito”, corrida para trás, corrida para o lado, drible e rotações. Na maioria das vezes, utiliza-se órtese protetora durante essa fase da reabilitação, que só termina quando o paciente se sente segura para retornar às atividades.
Segundo Dutton (2006), na 4a fase são introduzidas atividades pliométricas. Estas podem incluir saltos a partir do tornozelo com os dois pés, saltos com apenas um pé, e então saltos com apenas um pé em várias direções.
Para Andrews, Harrelson e Wilk (2005) na 4a fase, se objetiva preparar o atleta para retornar ao esporte ou à atividade normal. Devem ser realizados exercícios de correr, step laterais, exercícios pliométricos, pular corda, saltos em quatro quadrantes, sempre utilizando gelo após as atividades.
A corrida é necessária em quase todos os esportes, por isso antes do atleta progredir para qualquer exercício de agilidade ou do esporte específico, ele deve ser capaz de correr confortavelmente para frente. Quando este objetivo estiver sido alcançado, diversos exercícios que compreendem interrupção, giro sobre si mesmo, movimento lateral e mudanças de direção podem ser desenvolvidos para atletas de basquetebol (CANAVAN, 2001).
Conforme Canavan (2001) o atleta estará pronto para retornar ao jogo quando a dor e o inchaço estiverem resolvidos, o movimento articular e a força estiverem normais e, principalmente, quando ele for capaz de realizar as atividades específicas de seu esporte. Antes de retornar ao esporte, o atleta deve simular as atividades que encontrará em velocidade plena. Isto além de ser um indicador clínico de que o atleta está pronto para voltar a jogar, também dará confiança ao atleta quanto à sua capacidade.
Cohen e Abdalla (2003) já comentaram sobre o uso de atividade aquática no tratamento das lesões de entorse de tornozelo. Ruoti, Morris e Cole (2000) também mencionam o sucesso de se trabalhar na piscina, pois os pacientes, se acompanhados cuidadosamente, podem iniciar precocemente a sustentação de peso e as atividades proprioceptivas na piscina, para prevenir a perda de força e propriocepção. Barbosa et al. (2006) relatam que efeito terapêutico motor, sensorial, preventivo e psicológico são potencializados por inúmeros fatores no meio aquático.
Segundo Barbosa et al. (2006), a eficácia de uma terapia aquática inicia-se, em grande parte, numa avaliação bem planejada e conduzida, com uma coleta de informações sobre o paciente, de modo a poder avaliar com precisão a gravidade da disfunção apresentada e determinar se ele será beneficiado com o exercício aquático terapêutico.
Andrews, Harrelson e Wilk (2005) relatam que os estágios da cicatrização da lesão devem ser levados em conta quando realizam-se exercícios no meio aquático, para prevenir o retardo da cicatrização e lesão adicional. Alongamento e exercícios para aumentar a amplitude de movimentos podem ser iniciados quando indicado, e o fortalecimento, o treinamento de marcha e o aumento da sustentação de peso corporal são iniciados e progredidos conforme a tolerância com respeito às restrições ditadas pela cicatrização dos tecidos.
A partir do momento em que o edema estiver estabilizado ou a imobilização ter sido retirada, a hidroterapia pode ser iniciada. Na fase I, é enfatizada a recuperação da amplitude de movimento articular. Se a sustentação parcial de peso for dolorosa, o paciente deve ser instruído a realizar os movimentos, sentado ou em água profunda. Na fase II, que se inicia em 5 a 10 dias após a entorse lateral de tornozelo, preconizam-se exercícios mais intensos para fortalecimento da musculatura do tornozelo (KOURY, 2000).
Conforme o mesmo autor na fase III (10 dias a 2 semanas), inicia-se os exercícios de equilíbrio, coordenação e condicionamento. Na fase IV, devem ser enfatizadas as habilidades relacionadas à simulação do esporte, e deve ser iniciada em aproximadamente 2 a 4 semanas após a lesão. A fase V é de transição para o retorno ao esporte e a fase VI pode ser iniciada se a recuperação for lenta. Consiste no aumento da intensidade e da resistência das atividades de condicionamento e de simulação do esporte.
Atletas de esportes que utilizam saltos em seu cotidiano, como no basquete, e que se envolvem em lesões de membros inferiores, podem se beneficiar do meio aquático na reabilitação. Isto fica claro em lesões onde não se permitem impactos em determinadas fases da fisioterapia, fazendo com que o tecido, que está em regeneração, não sofra grande estresse (PREIS et al., 2004).
Conforme Almeida, Netto e Vinhas (2006), a grande importância da água está no seu empuxo, que alivia o estresse sob as articulações sustentadoras de peso e permite que se realizem movimentos com força gravitacional reduzida; desta forma as atividades que não sustentam peso podem ser iniciadas na água antes de serem possíveis no solo. Andrews, Harrelson e Wilk (2005) também mencionam que a flutuação diminui o peso e a força compressiva sobre as articulações, o que pode ser um dado importante na reabilitação da extremidade inferior.
Andrews, Harrelson e Wilk (2005) relatam que, se o impacto é requerido para o retorno ao esporte, grupos de exercícios com pulos e saltos podem ser introduzidos dentro da piscina. Saltos bipodais no plano sagital são progredidos para saltos unipodais e finalmente para saltos com giro de 90o. Estes exercícios são benéficos para jogadores de basquetebol, para quem pular e girar são habilidades essenciais.
Segundo Campion (2000); Oliveira e Nóbrega (2003), durante a imersão a flutuabilidade diminuirá a carga sobre a articulação, o que auxiliará na diminuição da dor. Também o sistema nervoso simpático é suprimido pela imersão e, conseqüentemente, diminuirá a percepção da dor. A pressão hidrostática aumenta com a profundidade e a diferença do gradiente de pressão na posição vertical precipitará um movimento dos fluídos corporais da região distal para proximal, reduzindo assim o inchaço periférico.
A pressão hidrostática pode ser usada na reabilitação para controlar a efusão em uma extremidade lesionada, enquanto que o atleta realiza o exercício. Na água a mais de 1,22 metros de profundidade, a pressão hidrostática pode exceder a pressão diastólica do atleta. Portanto, a pressão hisdrostática pode permitir que o atleta com uma lesão no tornozelo se exercite durante a fase aguda, sem aumentar a efusão (ANDREWS; HARRELSON; WILK, 2005).
A viscosidade da água cria resistência em todos os movimentos ativos, e esta resistência é proporcional à velocidade do movimento. Com o aumento da velocidade do movimento, os efeitos da viscosidade resultam em maior resistência, por isso podemos utilizar esta propriedade física para o trabalho de força (KISNER; KOLBY, 2005; FREITAS JÚNIOR, 2005).
Segundo Almeida, Netto e Vinhas (2006), uma vez que qualquer movimento na água gera turbulência, esta pode ser utilizada na fisioterapia aquática, tanto para auxiliar quanto para impor uma resistência aos movimentos. Sendo assim, pode-se trabalhar a força e a resistência muscular através desse princípio físico da água.
A fisioterapia de solo e a hidroterapia desempenham papel fundamental na reabilitação do atleta pós-entorse. Por isso, o objetivo deste estudo foi verificar a incidência de entorse lateral de tornozelo em atletas de basquete do sexo masculino, com idades entre 14 e 22 anos, reconhecendo o tempo de retorno ao esporte e as propostas de tratamento que são utilizadas por diversos autores em atletas com esta lesão.
MATERIAIS E MÉTODO
Este estudo caracterizou-se por ser qualitativo e quantitativo, de delineamento Observacional Exploratório, do tipo estudo de casos. Segundo Goldim (2000, p.64), este estudo “visa realizar a comparação entre as características de alguns poucos indivíduos, considerando-os, cada um deles, como unidades de estudo”.
A pesquisa foi realizada com 68 atletas de basquete (10 do Colégio Mauá, 6 da Escola Estadual de Ensino Médio Ernesto Alves de Oliveira, 21 do Projeto Cestinha e 31 do Corinthians Sport Club), na faixa etária de 14 a 22 anos, sexo masculino, do Município de Santa Cruz do Sul – RS. O critério de exclusão foi os atletas que se encontravam na faixa etária inferior a 14 anos e superior a 22 anos.
O projeto de pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da UNISC – Universidade de Santa Cruz do Sul (CEP-UNISC), sendo aprovado sob o protocolo n° 1775/07.
Após obtenção da Carta de Aceite dos técnicos esportivos das equipes, realizou-se contato com os atletas no horário de treinamento dos mesmos, que mediante explicitação da metodologia concordaram em participar voluntariamente do estudo e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
O instrumento de pesquisa utilizado foi um questionário adaptado pelos autores de Silva (2000), que continha questões referentes a prática de basquete, incidência de entorses de tornozelo e o tratamento realizado após a entorse. O questionário foi aplicado após o treino dos atletas, no local onde estes praticam basquete.
Após a obtenção dos dados coletados no questionário, foi realizada uma palestra para os atletas participantes da pesquisa, ressaltando a importância da fisioterapia no processo de reabilitação pós-entorse de tornozelo para reduzir a ocorrência de recidivas desta lesão.
Os dados quantitativos coletados através do questionário foram analisados pelo programa Microsoft Excel 2000 e, os dados qualitativos, através de análise descritiva sendo apresentados a seguir.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Dentre o total da amostra que foram 68 atletas, 28 (41,18%) já sofreram entorse lateral do tornozelo e 40 (58,82%) não apresentaram esta lesão. Bittar et al. (2006) relatam que a parte do corpo mais lesionada nos jogadores de basquete é o tornozelo, sendo mais freqüente a entorse lateral. Em relação ao grau de entorse que estes atletas sofreram, o Gráfico 1 mostra quantos atletas tiveram a entorse em seus diferentes graus, sendo que a maioria dos jogadores não souberam informar o grau de sua entorse, o que demonstra a falta de informação em relação a lesão. Em estudo realizado por Moreira, Gentil e Oliveira (2003), as lesões de grau I foram as mais encontradas nos atletas de basquetebol.
Em relação a quantidade de treinamento durante a semana, 25 atletas entre os 28 que sofreram entorse de tornozelo, treinam 3 vezes ou mais por semana. Quanto ao tempo de prática do basquete, 27 destes atletas jogam basquete a mais de 3 anos.
Quanto a posição dos jogadores em relação ao número de lesionados, o Gráfico 2 representa a quantidade de atletas de cada posição que sofreu a entorse lateral de tornozelo. Neste estudo, os atletas na posição de “ala” foram os que mais sofreram esta lesão. Enquanto que ainda na pesquisa realizada por Moreira, Gentil e Oliveira (2003), os atletas com maior número de ocorrência de entorses laterais de tornozelo foram os que atuavam na posição de pivô.
Entre os atletas que referiram já ter sofrido a entorse de tornozelo, 7 atletas relataram ter sofrido apenas 1 vez a entorse, 7 atletas referiram 2 vezes esta lesão e 14 atletas mencionam que sofreram 3 vezes ou mais a entorse, sendo que destes, um atleta já teve 7 entorses e outro mais de 10 entorses laterais de tornozelo.
O Gráfico 3 representa o tempo em que os atletas ficaram afastados do esporte após sofrerem a entorse de tornozelo. Conforme Cohen e Abdalla (2003), o tempo de recuperação para a entorse de tornozelo pode ser de até 6 semanas, por isso, se o atleta voltar a praticar a atividade sem uma recuperação completa, ele pode ter sintomas residuais em seu tornozelo e também aumenta a probabilidade de haver recidivas da lesão.
Entre os 28 atletas que relataram ter sofrido a lesão de entorse de tornozelo, apenas 5 deles realizaram fisioterapia no período pós-lesão, sendo que destes, 3 atletas voltaram a sofrer a mesma lesão. Em relação ao tempo de afastamento do esporte, destes 3 atletas que voltaram a ter entorse, 2 ficaram de 3 a 4 semanas afastados da prática esportiva e 1 voltou a jogar basquete, com 1 a 2 semanas de afastamento. Este fato pode ter influência em relação a recidiva que eles tiveram, pois o tratamento pode não ter sido realizado de maneira ou tempo adequado para esta lesão.
O atleta que referiu ter sofrido mais de 10 entorses de tornozelo, tem 19 anos de idade, treina há 7 anos, 2 vezes por semana e nunca realizou fisioterapia pós-lesão. Este atleta, voltava a praticar o basquete com menos de 7 dias de afastamento do esporte. Enquanto que, o atleta que sofreu 7 entorses, tem 19 anos de idade, treina há 8 anos, 4 vezes por semana, já realizou fisioterapia e voltou a sofrer a entorse. É importante ressaltar o fato do atleta que sofreu 7 entorses e fez fisioterapia, treinar o dobro do tempo comparado ao outro atleta que referiu ter sofrido 10 entorses e nunca ter feito fisioterapia.
Em relação a assistência fisioterapêutica, os atletas citaram a crioterapia, ultra-som, TENS, alongamentos e fortalecimento da musculatura do tornozelo, e também foram indicados a permanecer em repouso nos primeiros dias após a lesão. Nenhum dos 5 atletas que realizaram fisioterapia fizeram hidroterapia.
Os atletas que realizaram fisioterapia ressaltaram a importância da mesma na recuperação de sua lesão. Comentaram que ajudou a diminuir a inflamação, recuperar a força da musculatura que atua no tornozelo e o equilíbrio, ajudando assim a evitar futuras entorses.
Entre os 68 atletas que responderam ao questionário, 45 deles relataram que o Clube/Escola não oferece assistência fisioterapêutica em caso de lesão e, 23 disseram que possuem assistência fisioterápica através da equipe, porém muitos deles não usufruem do convênio. Isto se deve, talvez, ao fato de que alguns atletas não sabem da importância da fisioterapia para que o atleta retorne a prática esportiva com menos possibilidade de haver recidiva da entorse, e assim, diminuir o tempo de afastamento do basquete.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo demonstrou que realmente é alta a incidência da entorse lateral de tornozelo em atletas de basquetebol, sendo 41,18% da amostra. Constatou-se também que a fisioterapia é pouco utilizada pelos atletas no período pós-entorse, pois apenas 5 dos 28 jogadores lesionados fizeram fisioterapia.
Outro achado não positivo é que nenhum dos jogadores que realizaram fisioterapia pós-lesão fizeram hidroterapia, isto se deve, provavelmente ao fato de haver poucos estabelecimentos que oferecem este recurso fisioterapêutico em Santa Cruz do Sul, assim como o desconhecimento sobre os benefícios do meio líquido pelos atletas, técnicos e dirigentes dos clubes.
Por fim sugere-se outros estudos que pesquisem a incidência da entorse de tornozelo em faixas etária superiores a deste estudo, assim como uma pesquisa em atletas do sexo feminino, para verificar se fatores como idade e sexo interferem na incidência e tipo de lesão em atletas de basquete.
REFERÊNCIAS
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1 comentário em “INCIDÊNCIA E TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DA ENTORSE DE TORNOZELO EM ATLETAS DE BASQUETE”
Comentários encerrados.
Muito Bom esse Artigo/matéria!!