ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE PROJETO E EXECUÇÃO EM OBRA: LOTE 34 DO CONDOMÍNIO VIVENDA DAS MARINAS, MANAUS/AMAZONAS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7574161


Livia Barbosa Picanço1
Samantha Coelho Pinheiro2


RESUMO

No cenário mais comum da construção civil no Brasil, os projetos construtivos são elaborados de forma fracionada. Uma alternativa para alcançar a diminuição ou extinção de tais falhas construtivas seria a compatibilização dos projetos. O trabalho tem como objetivo fazer a análise comparativa entre os projetos executivos de fundação e estrutural, e a execução em obra. Para o seu desenvolvimento, foi realizado o estudo desses projetos executivos, avaliando as características dos mesmos, e a necessidade de adaptação durante a execução da obra, a fim de fazer a análise comparativa entre o projeto e a execução, observando se houve a compatibilização dos projetos. A coleta de dados foi realizada também a partir do acompanhamento da obra, realizando os devidos registros fotográficos. Foram colhidas as informações sobre as características do que foi realizado em obra, para a comparação com o que estava previsto em projeto. Por fim, foi feita a análise comparativa, observando que o escritório de arquitetura não realizou as devidas compatibilizações dos projetos.

Palavras-chave: Compatibilização. Projetos. Execução. Obra. Análise.

INTRODUÇÃO

O setor da construção civil tem participação fundamental na economia, sendo este um momento propício para transformações de postura deste setor, em particular na fase de transição entre projetos e execução. Para gerar respostas e acompanhar o desenvolvimento competitivo, a indústria do setor se depara com necessidades de ampliar a produtividade, reduzir custos, melhorar a qualidade dos produtos, atender a demanda e a onda mercadológica, estar inserida e atender aos programas de qualidade (CALLEGARI, 2007).

No cenário mais comum da construção civil no Brasil, os projetos construtivos são elaborados de forma fracionada. Geralmente, o projeto arquitetônico é elaborado por um arquiteto que, por sua vez, direciona tal projeto aos engenheiros, cada qual em sua especialidade (elétrico, hidro sanitário, estrutural, etc), não havendo assim, uma compatibilização dos respectivos projetos que atenderão àquele empreendimento. Este modelo projetivo pode resultar em conflitos na execução da obra, podendo até, dependendo da magnitude das interferências, se fazer necessárias demolições. Uma alternativa para alcançar a diminuição ou extinção de tais falhas construtivas seria a compatibilização dos projetos (GONZAGA, 2021).

A integração entre os diversos agentes do processo de projeto recebeu um maior impulso na década de 90, principalmente com a introdução de sistemas de gestão da qualidade em empresas incorporadoras e construtoras que permitiram maiores discussões sobre a importância do projeto e as mudanças necessárias para melhorar o seu desenvolvimento. O trabalho conjunto dos diversos especialistas de projeto tornou-se fundamental para a compatibilização e coordenação de projetos (MELHADO, 2005).

O setor da Construção Civil se beneficia com a crescente melhoria dos recursos digitais e softwares para a realização de projetos, de modo que os construtores obtenham maior assertividade na execução das obras, promovendo economia, produtividade e agilidade.

A compatibilização de projetos vai além da simples compatibilização de desenhos que compõem. Deve acontecer a integração das especialidades dos projetos entre si, visando identificar e solucionar possíveis interferências a um percentual mínimo. Desta forma, os ganhos obtidos são refletidos em todos os subsistemas que lhe fazem interface, possibilitando uma execução planejada, padronizada que contribua para racionalização (GRAZIANO 2003).

A construção de qualquer edificação exige uma série de projetos – topográfico, estrutural, hidrossanitário, elétrico, de refrigeração, arquitetônico, entre outros. Na maior parte dos casos, esses projetos são feitos separadamente, o que aumenta as chances de conflito se o problema for identificado apenas durante a obra. Isso exige alterações de última hora ou até a quebra de estruturas já construídas para adaptação.

A compatibilização consiste justamente em sobrepor da melhor forma possível todos os projetos antes do início da construção, evitando o retrabalho (SANTOS, 2013).

As falhas relacionadas à concepção de projeto é uma das causas do aumento de custo e de prazo na construção civil (SOUZA et al., 2005). Para Mikaldo (2008), a compatibilização de projetos é uma ação que os tornam compatíveis, levando a soluções integradas, tornando o empreendimento executável.

Quando há problemas de projeto com modificação no transcorrer do processo, falta de consulta ou de cumprimento às especificações, detalhamento insuficiente, bem como falha na coordenação entre as diversas especialidades, ocorrem grandes perdas de eficiência nas atividades de execução e prejuízos de determinadas características do produto (COSTA, 2010).

Compatibilizar projetos requer de 1% a 1,5% do custo da obra, entretanto pode gerar uma economia de 5% a 10% devido à redução de tempo, desperdício e principalmente a eliminação de retrabalho (SANTOS, 2013).

Neste trabalho, foi feito o estudo dos projetos executivos de fundação e estrutural, avaliando as características dos mesmos, e a necessidade de adaptação durante a execução da obra, a fim de fazer a análise comparativa entre o projeto e a execução, observando se houve a compatibilização dos projetos, uma vez que uma parte dos projetos foi realizada por uma empresa terceirizada pelo escritório de arquitetura. E, assim, reforçar a importância da compatibilização de projetos para evitar imprevistos, gastos e retrabalhos durante a obra.

1.1Tema

Compatibilização de projetos.

1.1.1 Delimitação do tema

Análise comparativa entre os projetos de fundação e estrutural, e a execução da obra.

1.2Problema

Há grandes variações construtivas entre a edificação proposta em projeto e a executada em campo?

1.3Hipótese

Através da análise comparativa entre os projetos executivos e a execução da obra, é possível observar se houve a compatibilização de projetos e as adaptações necessárias durante a execução.

1.4 Objetivos

1.4.1 Objetivo Geral

O objetivo geral deste trabalho é fazer a análise comparativa entre os projetos executivos de fundação e estrutural, e a execução em obra e as adaptações realizadas.

1.4.2 Objetivos Específicos

  • Coletar dados dos projetos executivos;
  • Acompanhar a execução da obra;
  • Fazer a análise comparativa entre o projeto e o que foi executado;
  • Apresentar as adaptações realizadas em obra.

1.5Justificativa

A compatibilização compõe-se em uma atividade de gerenciar e integrar projetos afins, visando o perfeito ajuste entre eles, conduzindo para a obtenção dos padrões de controle de qualidade de determinada obra. Tem como objetivo minimizar os conflitos entre os projetos inerentes a determinada obra, simplificando a execução, otimização e utilização de materiais, tempo e mão de obra, bem como as posteriores manutenções (CALLEGARI, 2007).

Estima-se que 30% da construção é retrabalho, e é conhecido que as equipes do local gastam muito tempo e esforço fazendo projetos funcionarem na prática (EGAN apud GANAH et al., 2005).

Segundo Mikaldo (2006), o processo de compatibilização pode reduzir o custo do empreendimento, se embasando no fato de que o mesmo elimina ou adequa as interferências encontradas entre os projetos. Dessa maneira, evitam-se retrabalhos, desperdício de materiais, tempo de espera, além de proporcionar soluções integradas.

As deficiências dos projetos são uma das principais causas dos problemas e conflitos na construção de empreendimentos e, por vezes até causa marcante do seu insucesso (COUTO e COUTO, 2007). Portanto, a compatibilização de projetos é essencial para averiguar as interferências físicas e tecnológicas, debatendo informações que associam as características de cada projeto que integrarão o processo de construção (MONTEIRO, 2017).

A compatibilização de projetos é uma atividade que tem como resultado a integração das interfaces entre os projetos do edifício, com o objetivo de resolver com sucesso os problemas históricos da fragmentação dos projetos no setor de edificações e reduzir – ou até eliminar – alguns dos seus principais problemas: as interferências físicas e perdas de funcionalidade, que geram retrabalho no canteiro de obras, decorrentes da incompatibilidade de projetos (SANTOS, 2013).

Segundo Tavares Júnior (2001), a compatibilização de projetos torna-se uma ferramenta necessária para a melhoria da qualidade do projeto pela eliminação das não-conformidades apresentadas pelos mesmos.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Projeto Executivo

O projeto executivo é o documento que oferece as maiores informações sobre a obra entre todos os projetos existentes na legislação brasileira. O detalhamento de projeto nessa etapa é muito superior às etapas anteriores, pois o projeto executivo serve como um manual de instruções para quem está no canteiro de obras (GONZAGA, 2021).

Segundo o Manual de Obras Públicas (2020), o projeto executivo é o conjunto de informações técnicas necessárias e suficientes para a realização do empreendimento, contendo de forma clara, precisa e completa todas as indicações e detalhes construtivos para a perfeita instalação, montagem e execução dos serviços e obras objeto do contrato. Deverá apresentar todos os elementos necessários à realização do empreendimento, detalhando todas as interfaces dos sistemas e seus componentes. Além dos desenhos que representem todos os detalhes construtivos elaborados com base no Projeto Básico aprovado, o Projeto Executivo será constituído por um relatório técnico, contendo a revisão e complementação do memorial descritivo e do memorial de cálculo apresentados naquela etapa de desenvolvimento do projeto. O Projeto Executivo conterá ainda a revisão do orçamento detalhado da execução dos serviços e obras, elaborado na etapa anterior, fundamentada no detalhamento e nos eventuais ajustes realizados no Projeto Básico.

Para a ABNT NBR 13.531 é a etapa destinada à concepção e à representação final das informações técnicas da edificação e de seus elementos, instalações e componentes, completas, definitivas, necessárias e suficientes à licitação (contratação) e à execução dos serviços de obra correspondentes.

2.2 Compatibilização de Projetos

Compatibilizar projetos é verificar se os componentes dos sistemas ocupam espaços não conflitantes entre si e, além disso, garantir que os dados compartilhados tenham consciência e confiabilidade até o final do projeto (GRAZIANO, 2003).

É realizada através da ação projetual, com verificação da sobreposição e da identificação de interferências entre as mesmas (SANTOS et al., 1998). Bem como para Rodríguez (2005), é a análise, verificação e correção das interferências físicas entre as diferentes soluções de projeto de uma edificação.

Segundo Melhado (2005), na compatibilização, os projetos de diferentes especialidades são superpostos para verificar as interferências entre eles, e os problemas são evidenciados para que a coordenação possa agir sobre eles e soluciona-los. Deve acontecer quando os projetos já estão concebidos, funcionando como uma “malha fina”, na qual possíveis erros possam ser detectados.

Para CAMPOS (2012), o projeto tem a capacidade de subsidiar as atividades no canteiro de obras com informações detalhadas e que não poderiam ser igualmente geradas no ambiente da obra. Um projeto detalhado facilita o planejamento e a programação das atividades na obra, assim como um programa efetivo de controle da qualidade para materiais e serviços.

Compreende a ação de detectar falhas relacionadas às interferências e inconsistências geométricas entre os subsistemas projetuais. A compatibilização é imprescindível para uma produção controlada, é uma atividade viva e constante durante a concepção dos projetos complementares e mutante para o projeto arquitetônico. A compatibilização nasce a partir do projeto arquitetônico, não impedindo sua flexibilidade no desenvolvimento compatível com os demais projetos e serviços. A falta de compatibilização de projetos pode induzir a erros e a custos adicionais, podendo-se levar a decisões que sejam tomadas indevidamente durante a obra, em detrimento da qualidade do produto e da eficácia do processo (CALLEGARI, 2007).

A Figura 1 ilustra um exemplo de compatibilização onde observa-se uma interferência física entre a tubulação e uma viga. A partir dessa compatibilização é possível fazer as adaptações ainda em projeto, para que na hora da execução da obra não haja imprevistos.

Figura 1 – Exemplo de compatibilização indicando uma Interferência Física (IF) entre a tubulação hidráulica e viga

Fonte: MIKALDO, 2006.

3 METODOLOGIA

O presente trabalho técnico-científico foi realizado através de pesquisas de livros, monografias, dissertações, teses, manuais, normas, além de observação em campo no local para a coleta de dados referentes à execução da obra. Para a coleta de dados foram realizados registros fotográficos através da câmera de celular.

As coletas de dados e análises foram realizadas no lote 34 do Condomínio Vivenda das Marinas, localizado na Avenida Sócrates Bonfim, no bairro Ponta Negra, na cidade de Manaus, no estado do Amazonas. Como mostram as Figuras 2 e 3.

Figura 2 – Fachada do Condomínio Vivenda das Marinas

Fonte: Autora, 2022.

Figura 3 – Localização do lote 34

Fonte: Planta de Locação, 2022.

No primeiro momento do levantamento de dados, foram colhidas informações sobre as características dos projetos executivos de fundação e estrutural.
Depois da coleta destes dados, foi acompanhada a execução de cada etapa da obra, realizando os registros fotográficos.
Por fim, foi feita a análise de todos os dados obtidos, e a verificação da necessidade de ajuste durante a execução da obra, concluindo assim se houve a compatibilização dos projetos fornecidos pelo escritório de arquitetura.

Figura 4 – Etapas para a elaboração do trabalho

Fonte: Autora, 2022.

4 RESULTADOS

A obra do lote 34 é do tipo residencial unifamiliar de 2 pavimentos, com área de 269,90 m2, localizada no Condomínio Vivenda das Marinas, e foi iniciada na data 22/08/2022. Esta obra está sendo financiada pela Caixa Econômica Federal e, por conta disso, a execução deve seguir à risca os projetos executivos, pois estes são
solicitados pela Caixa no processo para a liberação do financiamento.
De acordo com a metodologia proposta, foi realizado o estudo dos projetos executivos, onde pôde-se observar a interferência entre os projetos hidrossanitários e o estrutural. A Figura 5 representa o projeto de esgotamento sanitário do pavimento superior.

Figura 5: Projeto de esgotamento sanitário do pavimento superior.

Fonte: Projeto executivo, 2022.

A Figura 6 apresenta o projeto de drenagem de águas pluviais do pavimento superior.

Figura 6: Projeto de drenagem de águas pluviais do pavimento superior.

Fonte: Projeto executivo, 2022.

Na Figura 7, pode-se observar a planta de fôrmas das vigas do pavimento superior.

Figura 7: Projeto estrutural, planta de fôrmas das vigas do pavimento superior.

Fonte: Projeto executivo, 2022.

Para melhor visualização das interferências, foi feita a sobreposição dos projetos no AutoCAD 2D. Na Figura 8, está representada a sobreposição do projeto de fôrmas das vigas e do projeto de esgotamento sanitário.

Figura 8: Sobreposição da planta de fôrmas das vigas e do projeto de esgotamento sanitário.

Fonte: Projeto executivo, 2022.

A Figura 9 é o detalhamento dessa sobreposição, onde pode-se observar que a tubulação do banheiro da suíte 01 passa pelas vigas V8 e V18.

Figura 9: Detalhamento da sobreposição.

Fonte: Projeto executivo, 2022.

Na Figura 10, observa-se que a tubulação do banheiro da suíte 02 também passa pela viga V8.

Figura 10: Detalhamento da sobreposição do banheiro da suíte 02.

Fonte: Projeto executivo, 2022.

A Figura 11 representa a sobreposição do projeto de fôrmas das vigas e o projeto de drenagem de águas pluviais.

Figura 11: Sobreposição do projeto de fôrmas das vigas e o projeto de drenagem de águas pluviais.

Fonte: Projeto executivo, 2022.

A Figura 12 é o detalhamento dessa sobreposição, onde pode-se observar que a tubulação passa pelas vigas V14, V7 e V18.

Figura 12: Detalhamento da sobreposição.

Fonte: Projeto executivo, 2022.

Na Figura 13, observa-se que a tubulação de drenagem também passa pela viga V8, em dois pontos distintos, e pela viga V22.

Figura 13: Detalhamento da sobreposição.

Fonte: Projeto executivo, 2022.

Estes furos nas vigas não foram previstos no projeto estrutural, portanto, fez-se necessário a análise do engenheiro estrutural para que fossem executados esses furos, de modo que já fossem deixados em espera antes da concretagem.

Segundo a NBR 6118, pode-se dispensar o uso de reforço para aberturas transversais em vigas desde que a abertura esteja situada na zona de tração e siga as seguintes condições:

1. Distância mínima de 2h da face do apoio (sendo “h” a altura da viga);

2. Dimensão não superior a 12cm ou h/3;

3. Distância entre faces de aberturas, num mesmo tramo, de no mínimo 2h;

4. Não interceptar as barras da armadura, respeitando-se os cobrimentos nominais.

Se essas condições não forem atendidas, deve-se prever reforço em torno da abertura para assegurar a capacidade resistente.

Durante a execução e acompanhamento da obra foram feitos os registros fotográficos dos furos deixados nas vigas, como mostram as figuras a seguir. Na viga V8 passará 3 furos, sendo um de esgotamento sanitário (Figura 14) e 2 de drenagem de águas pluviais (Figura 15).

Figura 14: Ponto da viga V8 onde passará a tubulação do esgotamento sanitário.

Fonte: Autora, 2023.

Figura 15: Os dois pontos da viga V8 onde passará a tubulação de drenagem de águas pluviais.

Fonte: Autora, 2023.

Na Figura 16, a viga V18, onde passará a tubulação de drenagem e esgotamento sanitário. E a viga V17 (ao fundo), onde passará a tubulação de drenagem.

Figura 16: Furos das vigas V18 e V17.

Fonte: Autora, 2023.

Por fim, as vigas V14 (Figura 17) e V22 (Figura 18), onde passarão somente as tubulações de drenagem de águas pluviais.

Figura 17: V14 onde passará a tubulação de drenagem.

Fonte: Autora, 2023.

Figura 18: Viga V22 onde passará a tubulação de drenagem.

Fonte: Autora, 2023.

5 CONCLUSÃO

Com os resultados apresentados, pode-se observar que o escritório de arquitetura não realizou a compatibilização dos projetos, causando assim a interferência física entre as vigas e as tubulações hidrossanitários. A fim de que fossem evitados os retrabalhos e perfurações indevidas, podendo comprometer a estrutura, foi realizado o estudo dos projetos antes da execução da obra. A melhor maneira de fazer essas análises é através da sobreposição dos projetos em questão, para que seja observado a presença das interferências. Assim que são confirmadas essas interferências, entra-se em contato com o engenheiro estrutural, responsável pelo projeto estrutural, para que seja solicitada a melhor solução para o caso sem que interfira na segurança da estrutura.

Ao ser observada a necessidade de furos nas vigas, a solução encontrada foi deixar os furos previstos antes da concretagem, sendo colocados recortes das tubulações encaixados nas fôrmas, de forma que as tubulações atravessem a viga horizontalmente. Esta solução evita o retrabalho e diminui os riscos de serem realizadas furações após a concretagem.

A falta dessa compatibilização diminuiu a produtividade, pois demandou tempo e custo para que fossem realizadas as análises, que já deveriam vir previstos nos projetos executivos e memorial descritivo, pois havia a empresa responsável por entregar todos os projetos complementares. Ainda existem os casos em que a obra não possui recursos necessários ou desinteresse para fazer a análise prévia dos projetos e, assim, ocorrem os retrabalhos, desperdícios, transtornos, aumento significativo do custo e possíveis comprometimentos das estruturas. São muitas as desvantagens da falta da compatibilização de projetos para a execução das obras.

Portanto, conclui-se que a compatibilização de projetos é indispensável na execução das obras de engenharia civil, pois aumenta a produtividade e reduz os custos. Atualmente essa prática está cada vez mais acessível por conta da disponibilidade de recursos e softwares que facilitam a compatibilização. Assim, a engenharia civil tende a se tornar menos arcaica e mais produtiva.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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1Graduanda em Engenharia Civil pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA)
2Doutora em Engenharia Civil pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação
e Pesquisa em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(COPPE/UFRJ)