INFECÇÃO PÓS-PARTO NA CIRURGIA CESARIANA

POSTPARTUM INFECTION IN CAESAREAN SURGERY

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7541702


Gyselle Paz Oliveira da Conceição
Maria Raimunda Lima Silva
Paula Vitória Costa Gontijo
Ladyanne Pereira dos Santos
Carine Medeiros de Sousa
Kamila Almeida dos Santos
Bruno Costa Silva
Diogo Amaral Barbosa
Thiago Oliveira Sabino de Lima
Ruhena Kelber Abrão


RESUMO

A cesariana é definida como o nascimento do feto mediante incisão na parede abdominal e uterina, constitui-se em uma das cirurgias abdominais mais comumente realizadas em mulheres no mundo todo. A infecção puerperal é definida como sendo qualquer infecção bacteriana do trato genital feminino no pós-parto recente. O presente estudo teve objetivo analisar na bibliografia nacional artigos científicos relacionados à assistência de enfermagem em mães que realizaram cesariana. Para a realização deste estudo foram acessadas bases de dados científicas como o Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs), Scientific Electronic Library Online (Scielo), U.S. National Library of Medicine (Pubmed). Usando os descritores (DECS) “Enfermagem”,Cesariana”, “Infecção puerperal”. Foram selecionados artigos publicados no período de 2000 a 2020. Dos oito artigos apresentados, dois evidenciam que a sistematização desde a consulta puerperal, passando por todos os estágios da gestação, até o pós-parto, é fundamental, pois é possível passar informações para a gestante, esclarecer dúvidas e ainda estar atento a qualquer complicação que possa decorrer do parto cesariano. O enfermeiro tem papel de extrema importância no acompanhamento a mulher durante todo o processo gestacional, incluindo o processo de elucidar diversas questões e dúvidas acerca das vias de parto e seus potenciais benefícios, bem como ajudar a gestante nas questões ligadas ao medo, fragilidade e dor.  Por fim, é necessário que haja sistematização do cuidado a parturiente, acompanhando-a desde o início da gestação, a fim de identificar possíveis sinais e sintomas que possam vir a predispor a uma possível infecção puerperal, cuidado que deve ser redobrado caso a via de parto escolhida seja cesariana. Assim, partir dele é possível estar atento e preparado para eventuais complicações pós-parto cesáreo, bem como a melhor forma para solucioná-las.

Palavras-chave: “Enfermagem”, “Cesariana”, “Infecção puerperal”. 

ABSTRACT

Cesarean section is defined as the birth of the fetus through an incision in the abdominal and uterine wall, it is one of the most commonly performed abdominal surgeries in women worldwide. Puerperal infection is defined as any bacterial infection of the female genital tract in the recent postpartum period. The present study aimed to analyze, in the national bibliography, scientific articles related to nursing care for mothers who underwent cesarean sections. To carry out this study, scientific databases such as Latin American and Caribbean Literature in Health Sciences (Lilacs), Scientific Electronic Library Online (Scielo), U.S. National Library of Medicine (Pubmed). Using the descriptors (DECS) “Nursing”, “Cesarean section”, “Puerperal infection”. Articles published from 2000 to 2020 were selected. Of the eight articles presented, two show that systematization from the puerperal consultation, through all stages of pregnancy, to the postpartum period, is essential, as it is possible to pass on information to the pregnant women, clear up doubts and still be aware of any complications that may arise from the cesarean section. The nurse has an extremely important role in accompanying the woman throughout the gestational process, including the process of clarifying several questions and doubts about the delivery routes and their potential benefits, as well as helping the pregnant woman with questions related to fear, fragility and pain . Finally, it is necessary to systematize care for the parturient woman, accompanying her from the beginning of pregnancy, in order to identify possible signs and symptoms that may predispose to a possible puerperal infection, care that must be redoubled if the route of delivery delivery chosen is cesarean section. Thus, based on it, it is possible to be attentive and prepared for possible post-cesarean complications, as well as the best way to solve them.

Keywords: “Nursing”, “Cesarean section”, “Postpartum infection”.

1. INTRODUÇÃO     

Definida como o nascimento do feto mediante uma incisão na parede abdominal e uterina, a cesariana é uma das cirurgias abdominais mais realizadas em mulheres em todo o mundo (SANTANA et al, 2021). Segundo as pesquisas de Martins, Ramos e Salazar (2011), nos último século a cesariana teve um significativo aumento, porém ela é datada desde a antiguidade, mas que sempre houve intensas modificações em termos de indicações, objetivos, técnicas e consequências. A cesárea é um procedimento cirúrgico, que quando comparado ao parto normal, um processo natural e fisiológico, apresenta maior número de complicações (MEDEIROS, SOUZA, 2010). 

Segundo Brasil (2020), aproximadamente 55% dos partos realizados no país são cesáreas, sendo a segunda maior taxa do mundo, atrás apenas da República Dominicana. Quando usamos a rede privada como referência esse percentual sobe para 86%. No Brasil, os números mostram que apenas partos realizados no Sistema Único de Saúde (SUS), o percentual de partos normais permanece maior 59,8% contra 40,2% de cesarianas (BRASIL, 2020).

O conceito e os objetivos da Rede Cegonha, lançada em março de 2011 e instituída pela Portaria nº 1.459, de 24 de junho de 2011, apontada como uma estratégia do Ministério da Saúde preconizava assegurar, à mulher, bem como à criança, o direito a atenção humanizada durante o pré-natal, parto e nascimento, puerpério e atenção infantil em todos os serviços de saúde do SUS (BRASIL, 2011; SANTANA et al, 2021). 

A Atenção Primária à Saúde é responsável pelo atendimento à população e o principal canal de comunicação das Redes de Atenção à Saúde, incorpora as ações da Rede Cegonha e se responsabiliza pelos componentes Pré-Natal, Puerpério e Atenção Integral à Saúde da Criança, sendo potencialmente ativa e fundamentada no cuidar como processo integrante da humanização nas Unidades Básicas de Saúde (BRASIL, 2011). Tais ações estão inseridas em quatro componentes estruturantes da estratégia que são: pré natal, parto e nascimento, puerpério e atenção integral à saúde da criança e sistema logístico, transporte sanitário e regulação (BRASIL, 2011).

A rede cegonha defende o acesso ao pré-natal de alta qualidade, garante aceitação e classificação de risco e vulnerabilidades, conecta as gestantes as unidades de referência e realiza transporte seguro, parto e nascimento resguardados, atenção à saúde das crianças de 0 a 24 meses com qualidade, além de acesso às ações do plano reprodutivo (BRASIL, 2011). 

Segundo Sodre et al (2012), “É importante ter em conta as escolhas e decisões da mulher quanto ao tipo de parto que são decorrentes de um processo que envolve múltiplos fatores, como escolaridade, fatores culturais, condições   socioeconômicas,  história   de   vida, histórias de parto que ouviu ou viveu junto a família”. A partir disso, o conhecimento sobre as questões e condições de assistência ao parto, bem como ao acesso à informações, geralmente inacessíveis  para  a  grande  parte  das mulheres, são fatores determinantes. 

As ações educativas no processo de atenção pré-natal são de extrema importância, pois, neste caso, as mulheres estão em preparado para a maternidade tanto na forma física quanto psicológica (MENDES et al, 2022). Logo, a qualidade da atenção pré-natal afeta a cadeia de crenças e visões sobre os métodos de participação e, consequentemente, sobre a escolha do tipo de parto. O profissional de saúde, enquanto um educador em saúde possui a responsabilidade de orientar, da melhor forma possível, a mulher e família sobre as escolas do parto (FIGUEIREDO, et al., 2010). Logo, quando se tem nenhuma/pouca informação ou o sujeito sabe que tem direito a mais, ele busca, nas mídias e fontes eletrônicas, algum conhecimento. Para tais objetos, a internet tem se tornado uma ferramenta importante para a obtenção destas (SODRÉ, et al., 2010). 

A infecção puerperal é definida como qualquer infecção bacteriana do trato genital feminino no pós-parto (NEME, 2005). Nesse sentido, a cesariana é um dos principais fatores associados à ocorrência de infecções puerperais devido ser um procedimento invasivo com maiores riscos que podem trazem complicações tanto a mãe quanto feto. Além das infecções, pode incluir, sangramento, acidentes anestésicos e tromboembolismo que são causados por líquido amniótico (DUARTE, 2014). Segundo as pesquisas de Diaz-Garcia et al (2009, P. 34), as principais complicações ocorridas com os partos cesáreos são anormalidades placentárias ou rotura uterina em gestações futuras, complicações hemorrágicas, alterações na ferida operatória e endomiometrite.  

A ocorrência do abscesso de parede ocorrido após a cesariana é relativo à infecção cirúrgica que se refere como todo processo infeccioso inflamatório da ferida que drene secreção purulenta, com ou sem cultura positiva. A infecção cirúrgica pode ser delimitada à incisão ou envolver estruturas próximas à ferida, isto é, tecidos que foram expostos ou manipulados durante a cirurgia (BORGES et al., 2008). O risco de infecção puerperal em pacientes submetidos à cesárea eletiva é três vezes mais elevado que às submetidas parto vaginal (ALBAN et al., 2009).

A grande ocorrência do parto cesariano tem como resultado o aumento da incidência da morbidade e mortalidade materna e neonatal, tem seus riscos aumentados em até 1,5 vez a mais em relação ao parto normal na maioria dos problemas (RMC, et al., 2012). A cesariana desempenha um papel importante na obstetrícia moderna, ao passo que se torna fator de redução da mortalidade materna. Sabe-se, a partir dos achados científicos de Campana & Pelosso (2007) que em comparação ao parto normal, o método cirúrgico que é associado com maior morbidade e mortalidade materna e neonatal, principalmente porque as gestantes de risco geralmente recebem a recomendação ao parto cesáreo. 

Embora a cesariana tenha benefícios inegáveis quando é indicada de forma adequada, o procedimento apresenta os seguintes riscos: recuperação mais longa; maior morbidade, risco de parada cardiorrespiratória pós-cirurgia; hematoma; histerectomia; infecção puerperal e complicações anestésicas; riscos de problemas respiratórios neonatais, tem se tornado cada vez maior o número de depressão pós parto. (FREITAS et al, 2011). 

A consulta de enfermagem é um instrumento de extrema importância que tem como finalidade garantir cobertura e melhoria da qualidade da atenção pré-natal (SHIMIZU & LIMA, 2009).. Para ser realizada é necessária alçada técnica, sensibilidade para entender o ser humano e seu modo de vida, habilidade de comunicação, baseada na escuta e na ação por meio do diálogo (AGUIAR et al, 2022).

Na consulta seguinte, o enfermeiro deve: revisar os registros de pré-natal, revisar e analisar o plano de vacinação, e realizar controle materno (calcular tempo de gestação, aferir pressão arterial, realizar palpação obstétrica, medir altura do útero e avaliar os resultados dos exames), realizar controle fetal (ausculta cardíaca e avaliação do movimento fetal) (CHAVES et al, 2021). Os profissionais também devem tratar as alterações encontradas, ou realizar encaminhamento, prescrever a suplementação de sulfato ferroso e ácido fólico e agendar as consultas subsequentes (BRASIL, 2006).

Durante a gestação, no SUS, a mulher realiza acompanhamento pré-natal na atenção básica (nos casos de gestação de risco habitual) e deve ser vinculada ao serviço que realizará o parto, geralmente em nível hospitalar. Essa vinculação permite que a gestante saiba para onde se direcionar no momento do parto, evitando sua peregrinação (SILVA et al, 2021). Após o parto e nascimento, a mulher deve retornar à unidade de atenção básica onde realizou o pré-natal a fim de realizar a consulta puerperal e consulta pediátrica do recém-nascido em até sete dias após o parto. A consulta puerperal deve ser realizada preferencialmente na primeira semana após o parto junto com a consulta do recém-nascido (cuidado ao binômio mãe-filho), conforme o preconizado pela Rede Cegonha (BRASIL, 2013).

As boas práticas de cuidado usuais ao parto de alto risco incluem ações que humanizem o atendimento à parturiente, como o oferecimento de líquidos, orientação e educação em saúde, utilização de métodos não farmacológicos para reduzir a dor, monitorar o feto, estimular a postura ereta, exercícios durante o trabalho de parto, contato da pele entre mãe e filho, amamentação precoce (OMS, 1996; BARBOSA et al, 2021).

Nesse sentido, boas práticas de assistência ao parto de risco habitual significam promover o facilitar o parto, por meio de uma assistência com menor grau de intervenção, buscando estimular a autonomia da mulher e o respeito a sua fisiologia com vistas à segurança e à redução da morbimortalidade materna e neonatal (FEIJÃO, BOECKMANN, & MELO, 2017).

As visitas domiciliares, neste período, são ferramentas recomendadas pelo Ministério da Saúde para o melhor acompanhamento da saúde do Recém-Nascido e da puérpera, recomenda-se uma visita domiciliar na primeira semana após a alta do bebê (CAVALCANTE et al, 2021). Por meio das visitas, os profissionais de saúde são capazes de avaliar o estado de saúde da mulher e do recém-nascido, avaliar e desenvolver ações, e identificar e orientar de acordo com cada particularidade (ABRÃO, 2013; SILVA, ABRÃO, 2021).

Diante do exposto, é notável a importância do conhecimento prévio do enfermeiro acerca de infecções pós-parto cesariano, bem como conhecer estratégias no cuidado de tais complicações. Este estudo tem como propósito realizar uma revisão abrangente dos aspectos relacionados ao tema, a fim de acrescentar o conhecimento sobre as infecções que podem ocorrer no pós-parto cesáreo, podendo assim melhorar o serviço de enfermagem a pacientes portadoras de cesariana (BRASIL, 2006)

A partir disso, o objetivo desta pesquisa é analisar na bibliografia nacional artigos científicos relacionados a assistência de enfermagem em mães que realizaram cesariana, bem como elucidar as alterações que podem ser identificadas pelo enfermeiro ao longo do puerpério em mães cesarianas descrevendo ações e estratégias.  

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 

2.1 PARTO CESÁREO

A cesariana é um procedimento cirúrgico com a finalidade do nascimento por meio da incisão abdominal e uterina. Atualmente a cesariana é um dos métodos de parto mais utilizados no mundo inteiro. O Brasil, assim como o Chile, Argentina e Itália são alguns dos quatro países com as mais altas taxas de cesáreas. O parto cirúrgico é um procedimento vivenciado desde muito tempo para salvar a mãe e o feto, porém é observado que nos últimos dois séculos várias transformações foram feitas quanto indicações, objetivos e técnicas (FREITAS et al., 2011). 

O parto cirúrgico é um método que, se indicado de acordo com as orientações do Ministério da Saúde (MS), é indispensável para a redução da morbimortalidade materna e perinatal. Em relação ao incremento excessivo da cesárea, diversas questões têm sido levantadas, uma vez que a cesárea é relevante diante da via de parto  (OLIVEIRA & CRUZ, 2010).

Nos últimos anos, a partir dos dados do Ministério da Saúde, pôde-se notar um acréscimo e progressivo incremento da frequência de cesáreas. Estimasse que quase 80% das mulheres que chegam ao pré-natal preferem a via de parto vaginal, mas apenas 20% dessas mulheres têm seus filhos por essa via. Essa mudança não pode ser explicada pelo surgimento de problemas e complicações em todos os casos (ANS, 2014).

Discerne alguns dados alarmantes, 88% dos bebês que nascem nos hospitais privados são por via cirúrgica e que o percentual de cesáreas programadas e sem indicação clínica é altíssimo, alcança de 20% a 25% dos partos cirúrgicos. No setor público, esse número é menor, correspondendo a 40% dos partos, porém, ainda assim é um número de alto ante os 15% recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) (ANS, 2013).

De acordo com o American College of Obstetricians and Gynecologists (2013, p. 45), “a cesárea eletiva indicada antes de 40 semanas gestacionais, não permite o completo desenvolvimento cerebral do feto, que tem seu término estimado entre 35 a 39 semanas”. Com isto, o recém-nascido pode apresentar problemas respiratórios, arduidades de controle térmico, arduidades de sucção, icterícia, problemas auditivos, visuais, de aprendizagem e de conduta. Além disto, o recém-nascido apresenta maior risco de morte, necessidade de internação em Centros de Terapia Intensiva (CTI), período prolongado de internação e maior procura por serviços de saúde no primeiro ano de vida. Além destes riscos, as gestantes submetidas ao parto cirúrgico apresentam risco de desenvolvimento de infecções e hemorragias, e, em próximas gestações, podem apresentar risco para placenta prévia, acretismo placentário, hemorragia pós-parto e histerectomia. Assim, preconiza-se que na falta de indicação materna ou fetal, o parto normal é sempre o mais seguro (DE PAULA-MENDES et al, 2021).

2.2 INFECÇÃO PÓS-PARTO CESÁREO 

A infecção puerperal é descrita para se referir a processos infecciosos após o parto, seja por causas genitais, anexos e ferida cirúrgica, ou por extragenitais, quando ligadas ao ingurgitamento mamário, mastite, tromboflebite e infecções urinárias (ARAÚJO, 2012). As infecções puerperais ocorrem independentemente do tipo da via a que a mulher foi submetida. Entretanto, a cesariana é o principal fator de risco para o desenvolvimento e elevação desse agravo (ARAÚJO, 2012). A cesárea, por se tratar de um procedimento cirúrgico extenso, contribui para o aumento dos índices de infecção puerperal (BENINCASA, WALKER, CIOBA et al., 2012).

Alguns fatores de risco para a infecção puerperal são o parto cesáreo, a ocorrência de mecônio no líquido amniótico, o tempo de trabalho de parto, a rotura das membranas por seis horas ou mais, os partos conduzidos por pessoas despreparadas, o uso de material não esterilizado para a loquiação, a falta de cuidados pré-natal e a falta de banho durante o pós-parto (OLIVEIRA, DIAS, 2012). Existem diversas infecções relacionadas à saúde no parto cesariano, como endometrite, infecção de ferida operatória e febre puerperal, com importante mortalidade (DLAMINI, et al., 2015). Além disso, a infecção no pós-parto pode ainda se tornar um obstáculo no estabelecimento do vínculo entre mãe e filho devido à alta taxa de hospitalização materna (SALES et al, 2019). 

A possibilidade do material de sutura, como um corpo estranho, atuar na formação de uma celulite na região da incisão da parede uterina, ocasionando uma necrose e separação do reparo. Além disso, a formação de pequenos hematomas no fio de sutura poderia predispor ao crescimento bacteriano (RIVLIN, CAROLL, MORRISON, 2004).

Na pesquisa de Guimarães et al, (2007) foi observado que internacionalmente a infecção puerperal apresenta índices que oscilam entre 3 e 20%, com valores médios de 9%. No Brasil os índices variam de 1 a 7,2%. Um dos estudos, observou que a infecção puerperal é a complicação mais comum decorrente do parto cesáreo. A Infecção de Sítio Cirúrgico (ISC) ocorre em até 30 dias após a realização do procedimento. De acordo com o tipo de ISC, pode- se classificar alguns Critérios Diagnósticos: Infecção de Sítio Cirúrgico Incisional Superficial; Infecção de Sítio Cirúrgico Incisional Profunda; Infecção de órgão ou cavidade (ANS, 2008).

Para Romanelli et al, (2012), o principal fator de risco às ISC é caracterizado a partir pela classificação da ferida, sua classe, sendo esta limpa, potencialmente contaminada, contaminada e infectada. Variáveis como idade, estado nutricional, diabetes, obesidade, tabagismo, imunossupressão, infecção em outro sítio, má higiene cutânea, maior índice de massa corporal, tempo de ruptura das membranas amnióticas, líquido amniótico purulento, excesso de toques vaginais também são descritos como conflitantes.  

2.3 ESCOLHA DA VIA DE PARTO

Diversos fatores influenciam o comportamento materno em relação à preferência por determinada via de parto, como, por exemplo, crenças, expectativas particulares, o processo de informações que chegam até as gestantes, a postura do profissional em tendenciar à parturiente, a falta de conhecimento de seus direitos o desrespeito à sua autonomia e o próprio sistema de saúde (FREITAS, SAKAE, & JACOMINO, 2008). Diversos aspectos acabam por influenciar tais como nível econômico, educação, informação, acesso aos serviços de saúde, juntando-se a fatores culturais, entendidos aqui como o complexo dos padrões de comportamento, das crenças e valores familiares transmitidos coletivamente que se modificam entre cada sociedade e com o decorrer do tempo, interferem e talvez determinem a afinidade na escolha do tipo de parto que a mulher terá em relação ao parto normal e a cesariana (CAMARA, MEDEIROS, & BARBOSA, 2000). 

Segundo Diniz, Chachan (2002, p. 13) “um fator relevante para a escolha da mulher é o aspecto psicológico na vivência atual da dor”. Os autores partem do princípio de que, por ser um processo normal, o parto causa dor, como processo fisiológico e que tal dor ocorre devido ao medo que ativa o sistema nervoso autônomo gerando estímulos que são interpretados na área talâmica como dolorosos, a mulher escolhe a via de parto cirúrgica. 

Muitas vezes os médicos são apontados como promotores da cultura intervencionista por conveniência. Estes alegam, muitas vezes, que a realização da cesariana acaba sendo justificada também pelo desejo das gestantes, principalmente as que possuem um poder aquisitivo maior e entre aquelas com desejo de definir a prole, para aproveitar a ocasião e realizar a laqueadura tubária (esterilização cirúrgica) (MANDARINO, et al., 2009). 

A via de parto influencia no que tange a prática do aleitamento, uma vez que no trabalho de parto os hormônios ocitocina e prolactina são produzidos preparando o organismo para o momento do nascimento do bebê, consequentemente, tem ação direta na amamentação, ao contrário, durante uma cesariana pré-agendada, onde a descida do leite poderá ser retardada (TANAKA; CHAMBRONE, 2015).

2.4 CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA INFECÇÃO PÓS-PARTO CESÁREO 

Os profissionais de saúde devem orientar as puérperas com informações nítidas, otimizando o bem-estar de mãe e filho, sanando dúvidas sobre os riscos e benefícios de cada via de parto. A escolha da mãe, quando ela inicia essa conversa, sem oferta por parte do médico, desde que esclarecida e mantendo a segurança do feto, deve ser soberana, respeitando sua autonomia (MASCARELLO, HORTA; SILVEIRA, 2017). 

O enfermeiro para prevenir complicações durante os pós-parto deve prestar uma atenção humanizada, integral e holística, ressaltando ações para o autocuidado da mulher; nunca deixando de lado passos importantes da anamnese no puerpério, como a identificação, queixa principal, história atual, antecedentes pessoais, familiares, menstruais, sexuais, obstétricos, mamários, corrimento, queixas urinárias e orientando em todas as etapas para se evitar infecções puerperais (BERLET, 2015). No 3º e 4º dia pós-parto, os exames físicos são indispensáveis, são eles, aferição de temperatura, pulso e pressão, palpação da mama, útero, bexiga e intestino, exame dos lóquios, inspeção do períneo, além da resposta emocional e sinal de Homans, podendo lançar mão da antibioticoterapia profilática após uma avaliação detalhada, limpar a área vaginal com solução antisséptica. (BERLET, 2015). 

A ferida cirúrgica deve ser examinada periodicamente e cuidadosamente, buscando-se sinais de hematoma e infecção. Diante destes casos, devem ser realizadas a abertura dos pontos e a drenagem da secreção com observação rigorosa quanto à área de eritema ou ao aparecimento de necrose. Devem ser feitos curativos diários, utilizando-se antibioticoterapia quando houver área de celulite ou sinais de infecção (BASHIRI et al., 2000). 

3. METODOLOGIA 

O presente estudo trata-se de uma revisão de literatura. As pesquisas do tipo revisão da literatura são caracterizadas pela análise e pela síntese da informação disponibilizada por todos os estudos relevantes publicados sobre um determinado tema, de forma a resumir o corpo de conhecimento existente e levar a concluir sobre o assunto de interesse (SCHWARTZ et al, 2020).

As revisões narrativas são tidas como tradicional ou exploratória, não seguindo uma sistemática, na qual o autor pode incluir documentos de acordo com a sua necessidade, sendo que assim, não existe a preocupação em esgotar as fontes de informações disponíveis. A Revisão de Literatura Narrativa foi adotada devido à magnitude do tema, pois mesmo estando com o objetivo geral e específico determinado, pode haver questionamentos com relação aos possíveis resultados que serão apresentados ao final das discussões. A revisão da Literatura faz parte de um processo de investigação que envolve localizar, analisar, sintetizar e interpretar a investigação, por meio de revistas livros, anais de congressos, resumos dentre outros. Relacionadas a uma determinada área de estudos que nada mais é do que uma análise bibliográfica de trabalhos que já foram publicados (OLIVEIRA, SANTANA, FERREIRA, 2021).

Para a realização deste estudo foram acessadas as bases de dados científicas como o Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs), Scientific Electronic Library Online (Scielo), U.S. National Library of Medicine (Pubmed). Usando os descritores (DECS) “Enfermagem”,Cesariana”, “Infecção puerperal”. Serão selecionados artigos publicados no período de 2000 a 2020. Os Critérios de inclusão foram artigos em português, artigos publicados de 2000 a 2020, artigos que guardam relação com o tema em estudo e artigos na integra. Os critérios de exclusão:Artigos em espanhol, artigos publicados antes do ano 2000, artigos que não guardam relação com o tema em estudo e artigos que não estejam na íntegra.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 

De início foi realizada a busca nas bases de dados PubMed, Scielo e Lilacs utilizando os descritores previamente definidos. Em seguida foram feitas combinações dos descritores nas bases de dados citadas, “enfermagem and cesariana” e “infecção puerperal and enfermagem”, sendo seus respectivos em inglês “nursing and cesarean section” e “puerperal infection and nursing”. A busca realizada gerou um quantitativo de 166 artigos. Então foram utilizados os critérios de inclusão e exclusão previamente definidos, o que resultou em 79 artigos identificados a partir dos títulos e resumos. Após a análise dos artigos, foram excluídos aqueles que não se encaixavam na temática escolhida ou não por não haver relevância para o trabalho.

Então, após a completa análise, foram selecionados 08 artigos para constituição do presente estudo cuja temática é a infecção pós-parto na cirurgia cesariana, fez-se uma discussão dos elencados no quadro abaixo.

Quadro1: Artigos selecionados 

Base de dadosTítuloAutor(es)AnoConsiderações
LilacsIntervenções obstétricas no trabalho de parto em mulheres submetidas à cesarianaFOGAÇA, SCHNECK & RIESO2007O estudo descreveu e analisou o uso de intervenções obstétricas em mulheres submetidas à cesarianas
Scielo    Infecção puerperal sob a ótica da assistência humanizada ao parto em maternidade pública                         GUIMARÃES, CHIANCA, OLIVEIRA.2007Objetivou-se caracterizar as puérperas submetidas ao parto humanizado; determinar a incidência das infecções puerperais, bem como o intervalo de manifestação, além de verificar a associação entre a infecção e os fatores de risco.
Lilacso cuidado de enfermagem no puerpério cirúrgico: aplicação de um modelo de cuidadoLIMA2013O estudo descreveu o cuidado de enfermagem prestado à puérperas submetidas à cesárea.
Lilacs                fatores de riscos para infecção no puerpério cirúrgico.LIMA et al2014A pesquisa teve como objetivo identificar os fatores de risco de infecção no puerpério cirúrgico. 
LilacsInfecção no período puerperal: implicações para a enfermagemBERLET2015O objetivo do estudo foi apresentar, a partir de revisão integrativa da literatura, quais as infecções mais frequentes a mulher está exposta, durante o período puerperal, em publicações científicas da área da saúde.
Lilacsdentificação da infecção de sítio cirúrgico pós-cesariana: consulta de enfermagemCUNHA et al.2018A pesquisa tem como um de seus principais objetivos identificar informações a serem consideradas na consulta de enfermagem que auxiliem a reconhecer sinais e sintomas sugestivos de infecção do sítio cirúrgico pós-cesariana.
Lilacsas melhores práticas clínicas desenvolvidas pelos enfermeiros na prevenção de infecção relacionada à assistência à saúde no parto cesáreo: uma revisão integrativa.SANTOS, GOMES & CAMPOS2018O estudo evidenciou a necessidade da ação educativa a ser realizada pelo enfermeiro durante o pré-natal a fim de resgatar o papel ativo da mulher no processo parturitivo.
Scielo                                                    Complicações puerperais precoces e tardias associadas à via de parto em um estudo de coorte no brasilMASCARELLO, K. C. et al.2018Devido ao risco de complicações associado, as cesáreas devem ser realizadas com cautela, quando seus benefícios superam os riscos.

Fonte: os autores

A maioria dos estudos selecionados para a presente revisão integrativa evidenciou o enfermeiro como parte de extrema importância durante todo o período gestacional, principalmente no período pós-parto cesáreo. Dos oito artigos apresentados, dois elucidam que a sistematização, desde a consulta puerperal passando por todos os estágios da gestação, até o pós-parto, é fundamental, pois é possível passar informações para a gestante, esclarecer dúvidas e ainda estar atento a qualquer complicação que possa decorrer do parto cesariano. (CUNHA et al.,2018; LIMA et al., 2018).

No estudo realizado por Fogaça, Schnec, Riesco (2007), foi descrito que o uso de intervenções obstétricas em mulheres submetidas à cesariana. Na sequência os autores analisam a indicação da cesariana. O estudo concluiu que intervenções obstétricas – amniotomia, infusão endovenosa de ocitocina e Monitorização Eletrônica Fetal (MEF) – foram adotadas em mulheres submetidas à cesariana principalmente por sofrimento fetal, distócia funcional e Desproporção Cefalo-Pélvica (DCP).

Em uma revisão integrativa realizada por Berlet (2015), foi apontada que a enfermeira deve realizar uma avaliação criteriosa de cada puérpera com o intuito de implementar cuidados e/ou intervenções eficazes para suprir suas necessidades e, seus familiares, consequentemente, prevenindo assim a morbidade infecciosa. Ainda para o autor supracitado, “a avaliação rigorosa da puérpera no pós-parto, a adequada conduta para prevenção da infecção puerperal e/ou manejo das intervenções no cuidado da paciente com morbidade infecciosa, alicerçam ações indispensáveis da enfermeira na obtenção de um atendimento de enfermagem mais seguro e de qualidade” (BERLET, 2015, p.10).

No estudo realizado por Cunha et al., (2018) os resultados apontados pelos autores indicam que há uma evidente necessidade da sistematização no atendimento da consulta puerperal. Os mesmos destacam a importância do registro das ações profissionais. Logo, é fundamental que o enfermeiro atente para a qualidade da informação norteada pela Sistematização da Assistência de Enfermagem.

No estudo de Cunha (2018), “a proposta elaborada para o Roteiro para a Consulta de Enfermagem no Puerpério Pós-Cesariana contém as informações que auxiliam o enfermeiro a reconhecer sinais e sintomas sugestivos de infecção do sítio cirúrgico pós-cesariana”.  O material foi criado a partir dos estudos realizados que indicaram fatores de risco para o desenvolvimento deste evento além dos dados necessários para um processo de enfermagem adequado, promovendo a segurança do paciente, com uma assistência pautada na qualidade e redução de danos.

Santos, Gomes & Campos (2018), reiteram em seu estudo que informações e esclarecimento de dúvidas devem ser compartilhados durante o pré-natal pelo enfermeiro, aumentando as chances de conscientização para a melhor escolha de parto, antecipando-lhe o respeito e garantia da dignidade. A escassez de informações à gestante colabora para a escolha do parto cesáreo. Contudo, há necessidade de desenvolver educação ativa para o a elucidação à população sobre os benefícios e as desvantagens das vias de parto.

Os aportes teóricos de Lima et al., (2018) evidenciaram que identificar os fatores de risco para infecções puerperais, por meio de instrumento sistematizado, é imprescindível para nortear o processo de cuidado delas e de sua família. Os autores concluem que o instrumento sistematizado e revisado se constitui em ferramenta importante para o enfermeiro e demais profissionais atuantes na área materno-infantil, no intuito de permanecerem em alerta quanto às medidas preventivas e de vigilância sobre a ocorrência das infecções puerperais, propiciando diminuição da morbidade e da mortalidade materna por esse agravo.

Em suas pesquisas Lima (2013), relata que o cuidado de enfermagem à mulher no puerpério cirúrgico visa controlar e promover a recuperação do corpo físico após a cirurgia. Além disso, realizar controle rigoroso de sinais vitais, monitoração dos efeitos da anestesia e sangramento, controle da dor e prevenção de infecções, por meio de medicações e medidas de biossegurança, promoção de higiene e conforto físico, realização de exame físico diariamente, incentivo e atuação frente ao aleitamento materno, apoio à puérpera e aos familiares, incentivo ao fortalecimento da criação de vínculo entre mãe/bebê/pai/família e educação em saúde, além dos cuidados com o bebê.

Além do cuidado físico, se faz necessário o cuidado para com as mulheres no puerpério cirúrgico, analisando bem como respeitando suas singularidades, bem como as visualizando na perspectiva holística da saúde, isto é, princípios norteadores para o cuidar em Enfermagem, que vão ao encontro das principais políticas e programas governamentais existentes na atualidade referentes à atenção obstétrica (LIMA, 2013).

No estudo realizado por Guimarães, Chianca, Oliveira (2007), foram identificados como fatores de risco para a infecção puerperal, na modalidade parto cesariano, a duração do trabalho de parto e o número de toques cervicais.  Além disso, o parto cesariano também se comportou como fator de risco para a infecção puerperal.  Destarte, as parturientes submetidas ao parto cesariano apresentaram risco maior de contraírem infecção em relação àquelas submetidas ao parto normal.

Segundo o aporte teórico de Marchocki et al (2018), dentre as complicações infecciosas mais frequentes após parto cesáreo, estão a febre (morbidade febril), infecção da pele e dos tecidos moles (infecção de sítio cirúrgico), endometrite (inflamação do revestimento do útero) e infecção do trato urinário, que ocorrem em 8% das mulheres. De forma ocasional, podem ocorrer complicações infecciosas graves, incluindo abscesso pélvico, bacteremia, choque séptico, fasciite necrosante e tromboflebite da veia pélvica séptica, que podem levar à mortalidade materna.

Em seus estudos Guimarães, Chianca, Oliveira (2007), recomendam que a partir dos resultados de infecções puerperais identificados, se criem mecanismos educacionais de sensibilização da equipe médica no sentido de romper com o paradigma da medicalização e intervenção sobre o parto e que se invista no processo de formação da enfermagem obstétrica.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 

Foram analisados os artigos relacionados à assistência de enfermagem em mães portadoras de cesariana. No Brasil, é notável que o número de partos cesáreos aumentou de forma considerável. Logo, é unânime que o papel do enfermeiro é fundamental no cuidado a portadora de cesariana.

Ao decorrer da pesquisa foram encontrados dados relevantes quanto as principais complicações infecciosas ocorridas após o parto cesáreo. Destaca-se que as principais complicações obstétricas ocorridas com o parto abdominal são anormalidades placentárias ou rotura uterina em gestações futuras, complicações hemorrágicas, infecções na ferida operatória e endomiometrite. O enfermeiro tem papel fundamental na prevenção e no controle da infecção nas maternidades assim como nas intervenções educacionais que podem tranquilizar e elucidar dúvidas para os indivíduos, não só às parturientes, mas também a seus parceiros e familiares durante o pré-natal e nas consultas de planejamento familiar.

A consulta é um momento em que o enfermeiro deve estar atento e com conhecimento sobre os riscos, sinais e sintomas de uma possível infecção pós-cesariana, sua prevenção e a iminência de ocorrência, avaliando, no atendimento à mulher através da anamnese, exame físico geral e específico, eventos que propiciem o desenvolvimento da infecção ou até mesmo identificando a infecção em curso. Logo, a ação educativa a ser realizada por este profissional durante o pré-natal objetiva de resgatar o papel ativo da mulher no processo parturitivo para que esta não seja induzida, muito menos coagida na escolha da preferência do tipo de parto, bem como ser ouvida e ter suas dúvidas e anseios dirimidos.  

A sistematização é a principal estratégia utilizada pelos enfermeiros, uma vez que servem como instrumento para a melhora na qualidade da atenção desempenhada no ciclo gravídico-puerperal. O enfermeiro deve aprimorar cada vez mais seus conhecimentos, para assim aperfeiçoar seus diagnósticos. É necessário que haja sistematização do cuidado a parturiente, acompanhando-a desde o início da gestação, a fim de identificar possíveis sinais e sintomas que possam vir a predispor a uma possível infecção puerperal, cuidado este que deve ser redobrado caso a via de parto escolhida seja cesariana. Assim, partir dele é possível estar atento e preparado para eventuais complicações pós-parto cesáreo, bem como a melhor forma para solucioná-las.

Conclui-se a partir desta revisão integrativa que o enfermeiro por estar diretamente ligado aos cuidados com a gestante, até o nascimento do bebê é o profissional responsável por humanizar o cuidado com a parturiente. Ademais, o seu trabalho é extremamente importante também na inclusão da família no processo de gestação, nascimento e acompanhamento do bebê. 

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