A PRANCHA MÁGICA: COMO MATERIAL PEDAGÓGICO NOS ANOS INICIAIS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7469725


Cristiane Serafim Bernardes dos Anjos Paixão
Rosemary da Luz


Resumo:  

Em decorrência do momento que vivenciamos em relação a pandemia da Covid-19 as mudanças decorrentes desse contexto pandêmico foram baleadas pela sociedade atual. Na educação não tem sido diferente o processo ensino aprendizagem na alfabetização exige novos conhecimentos e novas práticas pedagógicas em sala de aula. Assim, o uso da Prancha Mágica como material pedagógico em sala de aula visa contribuir com a melhoria do ensino e da aprendizagem dos estudantes dos anos iniciais em processo de alfabetização da Escola Estadual Professora Marines Fatima de Sá Teixeira. A leitura e a escrita apresentada de forma lúdica se tornam eficaz e significativa. A Prancha Mágica foi elaborada para que os estudantes em fase de alfabetização aprendam brincando e brincando aprendam acentuando o interesse pela leitura e a escrita. O trabalho consiste em fazer com que os estudantes por meio da Prancha Mágica possam escrever de forma espontânea e direcionada. Dessa forma, o estudante obtém o contato com o encantador mundo da leitura e escrita de forma lúdica e prazerosa. Para conhecer e reconhecer as letras em suas várias formas. 

Palavras-chave: A Prancha Mágica. Alfabetização e o Lúdico. Leitura e escrita. 

1 Introdução 

Na educação o processo de alfabetizar nos anos iniciais sempre foi considerado um desafio, diversas pesquisas procuram apontar caminhos que possibilitem a ação pedagógica na sala de aula. Assim, promover o acesso cada vez mais dos estudantes dos anos iniciais a um mundo letrado exige cada vez mais conhecimentos e desenvolvimento de habilidades e competências que formem cidadãos críticos, reflexivos e autônomos. 

A alfabetização nos anos iniciais deve possibilitar o acesso à leitura e a escrita visando à apropriação do código linguístico como meio de comunicação e interação.  Magda Soares (2008) enfatiza a alfabetização como um processo de representação de códigos (fonemas e grafema e de grafemas em fonemas), e também é a capacidade de compreensão e expressão. 

Alfabetizar exige conhecimento e novas práticas que promovam uma aprendizagem significativa na sala de aula. “Para as crianças que se encontram em processo de alfabetização, a aprendizagem da leitura e da escrita carece estar contextualizada e envolvida com a ludicidade”. (LINDOINO et.al,2021, p.122).

Dessa maneira a Prancha Mágica visa contribuir com a aprendizagem dos estudantes relacionada à leitura e a escrita de novas palavras, frases e textos. O uso e manuseio da Prancha Mágica nas atividades ministradas nas salas de alfabetização possibilita aos alunos aprender de forma lúdica, significativa e criativa.

A Prancha Mágica está sendo usada nas turmas dos 1º, e 2º anos do período vespertino da escola. Também, no Laboratório de Aprendizagem como material pedagógico para as aulas de reforço escolar. A Escola Professora Marines Fatima de Sá Teixeira está localizada na Avenida Ludovico da Riva Neto, nº 1702 centro, na cidade de Alta Floresta-MT. A Escola atende cerca de oitocentos estudantes nos três turnos de funcionamento matutino, vespertino, e noturno nas modalidades do Ensino Fundamental I, Ensino Fundamental II, Ensino Médio e EJA.

Diante dos dois anos que vivemos em decorrência da pandemia constatamos que alguns alunos não tinham assimilado as aprendizagens em escrita e leitura necessárias para o desenvolvimento das habilidades e competências de acordo com os anos/e turmas que estavam inseridos em sala de aula.

A partir do levantamento do diagnóstico do nível de conhecimento dos alunos das turmas de alfabetização da escola, e pela observação em sala de aula realizada pelas professoras regentes das turmas dos primeiros anos, bem como das professoras do Laboratório de Aprendizagem. Verificamos que alguns alunos tinham dificuldade de aprendizagem no processo de alfabetização e letramento. 

De acordo com Magda Soares (2003, p.16) o professor alfabetizador deve partir do […] reconhecimento de que tanto a alfabetização quanto o letramento têm diferentes dimensões, ou facetas, a natureza de cada uma delas demanda uma metodologia diferente, de modo que a aprendizagem inicial da língua escrita exige múltiplas metodologias. […].

Partimos desse pressuposto que para avançarmos no processo de alfabetização dos alunos seria necessária uma metodologia diferenciada. Assim, constatamos a necessidade de termos um material pedagógico prático, lúdico a mais na sala de aula, no qual os alunos pudessem desenvolver as atividades na sala de aula, e também possibilitar o uso e manuseio em casa.

De acordo com a proposta da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), ”os estudantes devem compreender o processo de construção do Sistema de Escrita Alfabética até o 2º ano do Ensino Fundamental”. (MATO GROSSO, 2018, p.29).

 Em síntese, uma forma lúdica e divertida de ensinar com o uso da Prancha Mágica,  um novo material pedagógico e prático aprendendo de uma forma divertida e prazerosa, partindo do conhecimento que os alunos já possuem sobre a escrita para formular novas hipóteses. 

1. O Contexto da Pandemia e a alfabetização 

 O momento pandêmico que vivenciamos nos anos da pandemia assolada pela Covid-19, as pessoas tiveram que reprogramar suas vidas e ações. Na escola não foi diferente, instituições de ensino, professores e alunos tiveram que entrar imediatamente em um processo de adaptação e buscar meios e alternativas para dar continuidade ao processo de aprendizagem dos estudantes.

Para que as atividades pedagógicas pudessem chegar até o estudante algumas escolas adequaram às salas de aula presencial pela sala de aula virtual. Na maioria das escolas muitos estudantes não tinham acesso à internet, e também não contavam com aparelhos de celulares para participar das aulas online. 

Segundo Waiselfisz e Lápis (2007) as diversas desigualdades socioeconômicas que caracterizam o Brasil determinam fortemente as condições de acesso aos benefícios das modernas tecnologias da informação.

Em Mato Grosso a Secretaria de Estado de Educação elaborou um “Plano Estratégico de Volta às Aulas, com diretrizes orientadoras para as Unidades Escolares na formulação de seu Plano Pedagógico Estratégico” (MATO GROSSO, 2020, p.04) que propunha atender os estudantes, por meio de atividades não presenciais.

 O Plano Pedagógico Estratégico de Volta ás Aulas é um documento amparado pelo Decreto nº 407, de 16 de março de 2020, e pelo Decreto de nº 510, de 03 de junho de 2020 em decorrência da Pandemia de COVID-19, que delibera o atendimento aos estudantes Mato-Grossenses.

Dentre as várias possibilidades de atendimento aos estudantes, destacam-se: e-mails, telefone, plataformas, entrega das atividades avaliativas na unidade escolar, que já devem ser encaminhados junto com os materiais apostilados mensais. Recomenda-se que as elaborações dos materiais para as atividades não presenciais, com estudos dirigidos a serem disponibilizados aos estudantes, sejam cuidadosamente planejadas, de modo a evitar preferências ideológicas, políticas, culturais, além de ideais discriminatórios e de preconceitos de qualquer tipo, visando construir um material que esteja apropriado para a idade dos estudantes e não afete a integridade moral e ética. (MATO GROSSO, 2020, p.31).

O material apostilado era elaborado pelos professores regentes da sala de aula, a cada bimestre. As apostilas eram retiradas na secretaria escolar pelos estudantes e/ou responsáveis. Os estudantes tinham um prazo para realizar as atividades contidas no material apostilado e fazer a entrega na unidade escolar. “O principal meio de controle da participação dos estudantes serão as entregas das atividades”. (MATO GROSSO, 2020, p.33).

Para além dos objetivos de aprendizagem propostos nos materiais escolares mensais expressos pelos professores nos planejamentos das aulas e divulgados para os estudantes e familiares, a gestão escolar deverá estabelecer como meta o atendimento pedagógico não presencial a 100% dos estudantes, seja por meio off-line (material apostilado impresso) e/ou on-line (material digital).(MATO GROSSO, 2020).

Neste sentido, a gestão escolar e os professores elaboraram as atividades pedagógicas para o material apostilado tendo como parâmetro a “explanação dos objetos de conhecimentos; o esclarecimento de possíveis dúvidas; auxílio na resolução das atividades e oferta de tarefa escolar personalizada de acordo com as necessidades de aprendizagem dos estudantes”. (MATO GROSSO, 2020, p.31).

Para os anos iniciais, o material apostilado teve como suporte as Orientações Para Registro De Avaliação Por Habilidades E Competências Anos Iniciais Do Ensino Fundamental elaborado pela Secretaria de Estado de Educação (2020).

Assim, para o Primeiro Ciclo o 1º e 2º anos, e também o Segundo Ciclo o 3º, 4º, e 5º anos, as matrizes curriculares foram globalizadas com ênfase em todos os componentes curriculares como bloco único (Língua Portuguesa, Arte, Educação Física, História, Geografia, Matemática, Ciências e Ensino Religioso).

A educação no estado de Mato Grosso vive um momento ímpar com a homologação do Documento de Referência Curricular – etapa Ensino Fundamental – DRC/MT- EF. Ao definir o currículo, este documento estabelece os direitos de aprendizagem e a necessidade da formação integral do estudante, aspectos essenciais na prática educativa e que contribuirão no processo de construção de uma sociedade justa, inclusiva e democrática. (MATO GROSSO, 2020, p.03).

As matrizes curriculares para as turmas de alfabetização definiam a garantia dos direitos de aprendizagem dos estudantes e sua formação integral.

Assim, a escola reprogramou suas ações, por meio da elaboração do material apostilado bimestral que garantissem o direito dos estudantes ao ensino e aprendizagem na idade certa. O caderno de sala foi substituído pelo uso das apostilas. As apostilas eram elaboradas pelos professores das turmas de acordo com o ano escolar cursado pelos estudantes. 

No decorrer da Pandemia e a adaptação dos estudantes a nova forma de aprender muitas foram às dificuldades encontradas pelos educadores e vivenciadas pelos alunos na concretização do processo de alfabetização nos anos iniciais. 

Segundo Pereira e Barros (2020, p.06) “uma parcela enorme dos alunos está sem o devido acesso a internet ou simplesmente não demonstram nem um interesse pelas atividades escolares neste período de isolamento social”.

Dessa forma, passamos por um período de incertezas e adaptações, no qual o professor, aluno e a escola como um “todo” precisaram reinventar práticas e o seu cotidiano e dar continuidade ao ato de alfabetizar na escola.

Nessa perspectiva a ação pedagógica do professor deve permear a construção do conhecimento no desenvolvimento de atividades na sala de aula que permita a ação reflexão do aluno no processo ensino aprendizagem. 

Dessa forma, “compreende-se, assim, que o papel do professor é o de mediador das aprendizagens e que o aprendiz é o sujeito em desenvolvimento, impactando na organização e elaboração do planejamento”. (MATO GROSSO, 2018, p.27).

2. A Prancha Mágica como material pedagógico na escola

A Educação Básica é um dos pilares fundamentais para toda uma vida estudantil. Uma boa base garante uma vida acadêmica fluente. Com a pandemia muitos alunos tiveram atrasos na aprendizagem. Atraso esse que refletiu no retorno às salas de aula pós-pandemia. 

As estratégias de ensino e as intervenções pedagógicas nunca foram tão necessárias como esse momento ao qual estamos vivenciando. A Prancha Mágica surgiu diante da necessidade de alfabetizar de uma forma lúdica e eficaz. 

Com a utilização da Prancha Mágica o aluno passa a escrever de forma espontânea e direcionada. A Prancha Mágica possui acoplada na sua estrutura um suporte da família silábica para que o aluno possa realizar a consulta das sílabas para formar palavras, frases e pequenos textos.

A princípio somente os alunos das turmas dos 2.º anos do Ensino Fundamental participariam dessa atividade fazendo uso da Prancha Mágica em sala de aula. No entanto, percebemos a importância de contarmos com um material prático de apoio para as demais turmas dos 1º anos da escola. Mediante o interesse das demais professoras das turmas, bem como a importância e a possibilidades de uma nova prática metodológica para a alfabetização. Nesta mesma compreensão Almeida (1994), comenta que:

[…] a educação lúdica integra na sua essência uma concepção teórica profunda e uma concepção prática atuante e concreta. Seus objetivos são a estimulação das relações cognitivas, afetivas, verbais, psicomotoras, sociais, a mediação socializadora do conhecimento e a provocação para uma reação ativa, crítica, criativa dos alunos. Eles fazem do ato de educar um compromisso consciente, intencional e modificador da sociedade. (ALMEIDA, 1994, p.22).

 Com o uso da Prancha Mágica o aluno aprende fazendo e refazendo “o entrelaçamento da relação letra-som, de forma reflexiva e produtiva, contribui para a construção da habilidade da leitura e da escrita de novas palavras”. (MATO GROSSO, 2018, p.31). 

A possibilidade de os alunos registrarem espontaneamente as atividades desenvolvidas em sala de aula utilizando a Prancha Mágica possibilita aprender de forma lúdica e prazerosa, onde o erro é visto como um momento de reflexão para chegar a escrita correta das palavras listadas pela professora no momento da escrita. 

O aluno por si só começa a levantar suas hipóteses em relação ao seu processo de aprendizagem. E a professora pode realizar as intervenções pedagógicas necessárias para que o aluno aprenda fazendo uso da Prancha Mágica. Assim, Ferreiro (1992, p. 23) ressalta que “o que acontece no primeiro ano da escola tem reflexos não apenas na alfabetização, mas na confiança básica que cerca toda a escolaridade posterior”.

Figura 1: Uso da Prancha Mágica

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Fonte: Arquivo Pessoal da Escola (2022)

Inicialmente, foram confeccionadas uma Prancha Mágica para cada aluno das turmas dos 1º, e 2º anos. A Prancha Mágica vinha acompanhada de uma caneta especial para a escrita, e também uma borracha específica para o aluno apagar à escrita quando necessário.

Para Heloísa Lück (2009, p.92) “boa escola é aquela em que os alunos aprendem, alargam seus horizontes e desenvolvem competências para a vida”. Assim, um ambiente estimulador e motivador na sala de aula por meio do uso de materiais didáticos e práticos “conduz a criança a pensar por si mesma”. (MATO GROSSO, 2018, p.06).

No primeiro momento fizemos a apresentação da Prancha Mágica para os alunos em cada sala de aula, explicando como foram confeccionadas, como deveriam proceder para o seu manuseio e cuidado. “Uma prática Pensar os objetos como constitutivos dos sujeitos escolares, de seus processos de subjetivação e como agente são contribuições trazidas pelos estudos da cultura material”. (VIDAL, 2017, p.265).

As atividades práticas na alfabetização trabalhadas em sala de aula  possibilitam um ambiente estimulador da aprendizagem os materiais pedagógicos práticos conduzem os estudantes a  resolução de problemas,[…] “na tentativa entre acertos e erros e/ou erros e acertos, juntamente com o exercício do pensar/escutar/associar, as crianças podem ampliar as escritas iniciais para representar a linguagem oral por meio da escrita[…]”.(MATOGROSSO,2018

Figura 2: Atividade com a Prancha Mágica

           Fonte: Arquivo Pessoal da Escola E. Marines (2022)

Na imagem acima verificamos o uso da Prancha Mágica pelo aluno em sala de aula. No primeiro momento os alunos exploraram o material para escrever de forma espontânea. No segundo momento a atividade foi direcionada pela professora por meio de um ditado de palavras.  

Destacamos que são várias as possibilidades do uso da Prancha Mágica para ensinar as crianças, de forma simples e eficiente o sistema alfabético de escrita nos anos iniciais. “Essas práticas permitirão que os alunos se tornem proficientes em reconhecer visualmente as letras, para lerem as primeiras palavras e frases, e estruturas cada vez mais complexas”. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2021, p.31).

Também, realizamos a atividade de representar a palavra por meio de desenho. No primeiro momento as professoras escreveram uma palavra na lousa, em seguida os alunos realizaram a leitura da palavra. No segundo momento os alunos representaram a palavra por meio do desenho. No terceiro momento produziram um texto sobre o desenho.” Nesse sentido, na prática pedagógica devem ser incluídas atividades de leitura e produção textual por meio das quais os estudantes possam articular diferentes recursos semióticos e linguagens, combinando-os com a escrita”. (MATO GROSSO, 201

Figura 3: Representação de desenho

Fonte; Arquivo pessoal da professora (2022)

Nessa perspectiva a ação pedagógica do professor deve permear a construção do conhecimento no desenvolvimento de atividades na sala de aula que permita a ação reflexão do estudante no processo ensino aprendizagem. “Compreende-se, assim, que o papel do professor é o de mediador das aprendizagens e que o aprendiz é o sujeito em desenvolvimento, impactando na organização e elaboração do planejamento”. (MATO GROSSO, 2018, p.27).

Outra atividade, mediada pelas professoras alfabetizadoras com a Prancha Mágica foi à formação de frases, a partir da vivência da construção do conhecimento do sistema alfabético que a criança possui.

Compreende-se, assim, que o papel do professor é o de mediador das aprendizagens e que o aprendiz é o sujeito em desenvolvimento, impactando na organização e elaboração do planejamento, afinal, as atividades propostas devem ser para que o estudante reflita sobre a linguagem escrita, partindo dos conhecimentos que já possui sobre essa escrita para, assim, formular novas hipóteses. (MATO GROSSO, 2018, p.27).

Neste sentido, a mediação realizada pelo professor nas intervenções pedagógicas para construção da escrita é primordial no desenvolvimento do ensino e aprendizagem no processo de alfabetização e letramento.

                                         Figura 4: Formação de frases com a Prancha Mágica

Fonte: Acervo Pessoal da Professora regente (2022).

Essa estratégia possibilitou aos estudantes uma autoconfiança e interesse. A motivação é uma das chaves mais importantes para que a aprendizagem de fato ocorra.

É essencial que o professor construa um ambiente onde o aluno se sinta integrado, veja legitimadas as suas dúvidas e os pedidos de ajuda. Concretamente, a motivação não é somente uma característica própria do aluno, é também mediada pelo professor, pelo ambiente de sala de aula e pela cultura da escola. (LOURENÇO & PAIVA, 2010, p.137).

Dessa maneira o trabalho com a Prancha Mágica desenvolvido nas salas de alfabetização contribui para estimular e incentivar a leitura e a escrita de novas palavras. Uma forma lúdica e divertida de ensinar partindo dos conhecimentos que os estudantes já possuem sobre a escrita para que possam formular novas hipóteses. “De acordo com a proposta da BNCC,” os estudantes devem compreender o processo de construção do Sistema de Escrita Alfabética até o 2º ano do Ensino Fundamental”. (MATO GROSSO, 2018, p.29).

“Para compreender e pensar como funciona o SEA é necessário possibilitar que a criança viva uma série de trabalhos conceituais, procedimentais e atitudinais na escola, sem esquecer-se dos conhecimentos que já tenha vivenciado na sociedade grafocêntrica”. (MATO GROSSO, 2018, p.30).

A vivência na escola é determinante para o processo de ensino e aprendizagem, o uso da Prancha Mágica nas atividades propostas para os anos iniciais foi determinante para que os estudantes pudessem conhecer e reconhecer as letras em suas várias formas. Bem como, elevar o número de estudantes lendo e escrevendo de forma fluente e autônoma das classes de alfabetização da escola.

3 Considerações Finais 

 No decorrer do desenvolvimento do uso da Prancha Mágica verificamos um avanço no número de alunos que passaram a realizar as atividades em sala de aula de forma espontânea e criativa. Também, observamos um elevado índice de autoconfiança e destreza no desenvolvimento das atividades de alfabetização realizadas em sala de aula em decorrência do uso da Prancha Mágica. 

Assim, “a Alfabetização é entendida como uma aprendizagem necessária para todas as áreas do conhecimento, e progride quando se torna mais complexa, a partir do momento em que a criança avança em sua aprendizagem”. (MATO GROSSO, 2019, p.04).

O uso da Prancha Mágica Intensificou o gosto dos alunos pela leitura e a escrita. Também, possibilitou a ampliação do vocabulário mediante a compreensão e formação de novas palavras, decorrentes de novos saberes. 

No processo ensino aprendizagem o estudante aprende fazendo e refazendo “o entrelaçamento da relação letra-som, de forma reflexiva e produtiva, contribui para a construção da habilidade da leitura e da escrita de novas palavras”. (MATO GROSSO, 2018, p.31).

As atividades realizadas em sala de aula com uso de materiais pedagógicos inovadores e criativos constituem um campo amplo para ser explorado pelos educadores no campo da alfabetização. Ao trazer para sala de aula recursos pedagógicos os educadores passam a mediar a prática a favor da aprendizagem do aluno.

O ato de aprender por meio do lúdico visa o desenvolvimento de habilidades e competências necessárias no decorrer do percurso educativo ao longo da vida. 

No decorrer das atividades “para casa” orientadas pelas professoras com uso pelas crianças da Prancha Mágica houve uma maior participação e interação das tarefas realizadas no contexto familiar. 

Os materiais práticos pedagógicos contribuem para a melhoria do processo de leitura e escrita na alfabetização escolar, a Prancha Mágica possibilitou o avanço na aprendizagem dos estudantes na escola.

Referências 

ALMEIDA, Paulo Nunes de. Educação Lúdica: Técnicas e jogos pedagógicos. São Paulo; Loyola, 1994.

FERREIRO, Emília. Com todas as letras. 9 ed. São Paulo: Cortez: 1992

LIDOINO, Andreia Cristina Pontarolo; SANTOS, Ismael Pereira dos; SIGNOR, Fernanda Silva; FERREIRA, Kellen Patrícia; BRAGA, Lilian Nayara; ALVES, Braga e Anderson Ortiz. Alfabetização e Ludicidade: Um Entrelaçamento para a Aprendizagem das Crianças no Processo de Alfabetização. Id on Line Rev.Mult. Psic., Julho/2021, vol.15, n.56, p. 121-136. ISSN: 1981-1179. Disponível em: https://idonline.emnuvens.com.br/id/article/viewFile/3116/4903;Acesso em: 25/08/2022.

LÜCK, Heloísa. Dimensões de gestão escolar e suas competências. Heloísa Lück. – Curitiba: Editora Positiva, 2009.

 LOURENÇO Abílio Afonso; PAIVA, Maria Olímpia Almeida. A motivação escolar e o processo de aprendizagem. Ciências & Cognição 2010; Vol 15 (2): 132-141 Disponível em : http://www.cienciasecognicao.org; Acesso em: 26/08/22.

MATO GROSSO, Documento de Referência Curricular Ensino Fundamental Anos Iniciais. 2018.

MATO GROSSO. Cadernos Pedagógicos Ensino Fundamental Anos Iniciais. Cuiabá, 2019.

MATO GROSSO.   Secretaria De Estado de Educação. Guia de Elaboração de Material Didático Escolar. Volta ás Aulas Não Presencial. Secretaria Adjunta de Gestão educacional. Cuiabá, 2020.

MATO GROSSO. Secretaria de Estado de Educação. Guia do Coordenador Pedagógico o Currículo e a organização para as aulas não presenciais. Cuiabá. 2020.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Práticas de Alfabetização: Livro do Professor Alfabetizador-Estratégias / Secretaria de Alfabetização – Sealf. – Brasília : Ministério da Educação (MEC), 2021.

PEREIRA. Marcio Donizeti. BARROS.  Edjane Angelo de. A educação e a escola em tempos de Corona Vírus. Scientia Vitae | Volume 9 | número 28 | abril/jun. 2020. Disponível em: http://www.revistaifspsr.com/v9n2817.pdf. Acesso em: 24/08/2022.

SOARES, Magda. Alfabetização e letramento. 5 ed. São Paulo: Contexto, 2008

WAISELFISZ, Julio Jacobo; LÁPIS, Borracha. Mapa das desigualdades digitais no Brasil. UNESCO Brasil, 2007

PEREIRA. Marcio Donizeti. BARROS.  Edjane Angelo de. A educação e a escola em tempos de Corona Vírus. Scientia Vitae | Volume 9 | número 28 | abril/jun. 2020. Disponível em: http://www.revistaifspsr.com/v9n2817.pdf. Acesso em: 24/08/2022.

VIDAL. Diana Gonçalves. Revista Linhas. Florianópolis, v. 18, n. 36, p. 251-272, jan./abr. 2017.MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Práticas de Alfabetização: Livro do Professor Alfabetizador-Estratégias / Secretaria de Alfabetização – Sealf. – Brasília: Ministério da Educação (MEC), 2021.