THE TECHNICAL RULES BEQUEATHED BY SIGMUND FREUD AND DAVID ZIMERMAN’S CONSIDERATIONS IN THE PSYCHOANALYTIC CLINIC
LAS REGLAS TÉCNICAS LEGADAS POR LAS CONSIDERACIONES DE SIGMUND FREUD Y DAVID ZIMERMAN EN LA CLÍNICA PSICOANALÍTICA
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7436524
Najla Gergi Krouchane¹
Araceli Albino²
Resumo
Este trabalho é uma revisão bibliográfica, que tem por objetivo explicitar as regras técnicas da clínica psicanalítica desenvolvida por Sigmund Freud, procurando explanar as regras essenciais para atuação no setting. Nesse contexto, são apresentadas a revisão e considerações feitas pelo psicanalista David Zimerman, que retorna as obras de Sigmund Freud fazendo uma articulação com essa temática. As regras técnicas constituem-se nas bases para o atendimento psicanalítico, visto que foram criadas a partir das experiências clínicas de Freud, ou seja, através de uma práxis. Pretende-se neste artigo explorar os conceitos denominados: associação livre, a abstinência, a neutralidade, a atenção flutuante e amor à verdade.
Palavra-chave: Psicanálise; Regras técnicas; Associação livre; Abstinência; Neutralidade; Atenção flutuante; Amor à verdade.
Keywords: Psychoanalysis; Technical rules; Free association; Abstinence; Neutrality; Floating attention; Love the truth.
Palabras llave: Psicoanálisis; Reglas técnicas; Asociación libre; Abstinencia; Neutralidad; Atención flotante; Ama la verdad.
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem por objetivo explicitar o desenvolvimento das regras técnicas da clínica freudiana, que compõem os principais elementos utilizados pelo psicanalista em sua clínica. As regras técnicas são denominadas, associação livre, abstinência, neutralidade, atenção flutuante e amor à verdade. Em articulação com essa teorização, serão apresentadas as considerações de David Zimerman no que tange a esse tema, fazendo retorno a obra de Freud para elucidar as características importantes que constituem tais regras. É importante considerar que Sigmund Freud desenvolveu sua técnica através das experiências clínicas, ou seja, no período de criação da psicanálise, e o autor David Zimerman surge posteriormente, acerca de cem anos após os primeiros escritos de Freud, no momento em que a psicanálise já estava sendo expandida.
A articulação dos autores parte da premissa de que Zimerman é influenciado pela teoria Freudiana, a qual investiga o uso de sua técnica, em um cenário diferenciado, possibilitando o esboço das regras técnicas em contextos dissociados. Por fim, faz-se necessário retomar o legado de Freud, explanando os fundamentos das regras técnicas, bem como as considerações de Zimerman.
MÉTODO
Esta é uma revisão bibliográfica da teoria psicanalítica, fundamentada nos artigos de Freud que retratam as regras técnicas da psicanálise, perpassando pelo desenvolvimento de Zimerman acerca do tema.
Articula-se ambos autores com o objetivo de conceituar a associação livre, – regra elementar da psicanálise-, abstinência, neutralidade, atenção flutuante e amor à verdade. É explanada uma sexta regra técnica abordada por David Zimerman que se denomina a preservação do setting, conceito derivado das demais regras nomeadas por Freud.
Este estudo foi realizado partindo da abordagem Sigmund Freud e considerações de David Zimerman, realçada no Curso de Formação e em Psicanálise da Instituição Núcleo Brasileiro de Pesquisas Psicanalíticas (NPP)1, em São Paulo, Brasil.
RESULTADOS
A presente revisão está apoiada em referências da teoria psicanalítica freudiana e respectivamente dos conceitos: associação livre, abstinência, neutralidade, atenção flutuante e amor à verdade, que estabelecem um setting analítico.
DISCUSSÃO
Da noção de associação livre
A associação livre é a regra fundamental da psicanálise, sem esse método não se pratica psicanálise. Freud desenvolveu esse conceito fundamentalmente no caso de Emmy Von, que foi atendida em 1889 e 1891. Esse caso clínico está retratado no livro “Estudos sobre histeria” (1893-1895), Emmy Von que foi uma das suas primeiras pacientes histéricas. Em sua análise, Freud começa a identificar o método da associação livre como forma de tratamento2.
No atendimento dos casos clínicos de histeria, Freud (1910)2, antes de conceituar o método da associação livre utilizou a hipnose como forma de tratamento, a partir das influências de Breuer e Charcot, que posteriormente foi destituída por ele. Com a hipnose era possível relembrar os traumas vividos na infância, mas verificou-se que não havia eficácia no alívio dos sintomas histéricos.
Freud3 aplicou o método catártico, que se define pela liberação dos afetos reprimidos, o que causava uma ab-reação, ou seja, o reviver das situações traumáticas pelo analisando. A catarse contribuiu para a construção do método da associação livre, pela premissa do analisando dizer tudo que viesse à mente. Nesse contexto, a associação livre é o método que Freud verificou que melhor se destinava ao atendimento dos sintomas neuróticos.
Em vários textos da obra de Freud, tem-se definido de forma indireta o método da associação livre, porém é encontrado de forma mais objetiva nos artigos sobre técnica, A dinâmica da transferência4, Recomendações ao médico que prática psicanálise4, O início do tratamento4, como também nos textos O método psicanalítico5 e Psicoterapia5.
A associação livre é aplicada com o objetivo do analisando fazer associações que retratem os conteúdos inconscientes. Freud afirma em relação à associação livre:
Uma conhecida tese da teoria da associação, que confirmada por toda sua experiência, é que as representações se estabeleceram uma ligação bastante estreita com um lado se comportam como que de modo refratário com grupos inteiros de novas ligações; certa vez, procurei basear nessa tese uma teoria das paralisias histéricas6:615.
Quando há um espaço facilitador, o sujeito pode associar livremente. Para isso deve haver um par, o que fala e o que escuta, e uma escuta afinada para compreender o sujeito que busca atendimento e sua demanda.
Nesse aspecto é extremamente importante o sujeito falar, à medida que a cura pela palavra é uma das prerrogativas da psicanálise. O talking cure, e a limpeza da chaminé, – a chimney sweeping, são conceitos formulados pela paciente Anna O’, paciente de Breuer amigo e colega de profissão de Freud. Para Freud3 limpando a mente provoca o afastamento temporário das repetidas perturbações – desaparecendo os sintomas ao recordá-las, ou seja, com a exteriorização afetiva da ocasião das aparições dos sintomas pela primeira vez.
Com a associação livre é possível descobrir demandas ainda não apresentadas pelo sujeito. Em relação à associação livre, afirma-se7:
Espera-se que o paciente fale de modo livre para que ele consiga exprimir os seus conteúdos psíquicos nas palavras e manifestar ao analista a cadeia associativa em que elas se encontram, de modo que, se toda palavra se encontra associada à outra, então se torna possível perseguir o curso de suas ligações – como se estivéssemos puxando uma linha à procura do carretel em que está amarrada. Por meio dessa concepção, Freud conseguiu inferir algo muito importante, i.e, que os processos psíquicos respeitariam uma ordem determinada. Se haveria um curso no pensamento do paciente, haveria, consequentemente, uma finalidade, uma meta que as associações rumavam em direção. Baseando-se nisso, ele propôs o conceito de representação-meta (Zielvorstellung), que visaria dar significado para essas ideias, de que haveria leis no psiquismo determinando as relações entre as associações7:51.
Para a técnica atual, há muitos fatores que influenciam o contexto, tais como, o perfil dos analisandos, a disponibilidade em fazer análise, fatores socioculturais, econômicos, mudanças na área de comunicação, dentre outros fatores, ilustra que mesmo com um cenário diferenciado a regra da associação livre é fundamental e indispensável para a produção de uma análise8.
Explicita-se8 que a associação livre é uma forma de compromisso assumido pelo analisando, em associar as ideias livremente e verbalizá-las ao analista, no movimento de investigação dos conteúdos inconscientes.
O inconsciente é o motor dos processos psíquicos, segundo Freud9, é o sistema psíquico que retém memórias da infância que foram recalcadas, ou seja, esquecidas pela sua intensidade. Esse conteúdo recalcado retorna na vida adulta e pode produzir sintomas. Com a associação livre utilizada como técnica na análise pode-se decifrar esses conteúdos recalcados para que sejam elaborados pelo analisando.
Da noção de abstinência
A regra da abstinência está presente em poucos livros de Freud, mas não menos importante. Essa temática encontra-se no texto sobre técnica O amor de transferência9. O nome abstinência sugere a necessidade do analista se abster de qualquer outro tipo de atividade que não seja a técnica, se trata da proibição de uma relação fora do contexto analítico8.
Em outras palavras, é necessário haver uma postura ética do analista, que deve interagir com o sujeito sem criar vínculos que possam gratificar – como de amizade ou outras relações que estejam à parte do âmbito profissional. Abster-se não significa não ser empático, retrata uma postura de não envolvimento pessoal nas questões e problemáticas do sujeito. O sujeito tem que ter suas próprias escolhas e reflexões.
O analista abster-se acarretaria na suspensão de seu desejo e não na morte do desejo ou a desistência de desejar. Nessa premissa o analista deve desejar que haja análise, ou seja, se abster de seus conteúdos para que em conjunto se construa uma análise8.
O analista ao utilizar essa técnica, consegue manter a impessoalidade no atendimento da demanda do sujeito. Quando o analista não se abstém, ele interfere de forma sugestionável, fato que engloba questões de ordem moral, de curiosidade, de opiniões ou sugestões, está atendendo a sua própria demanda.
Sobre a curiosidade por parte do analisando em relação ao analista, afirma-se que o mesmo deve observar se essa curiosidade é sadia ou patológica8. O analista é quem deve perceber essa demanda e se posicionar de forma que não haja outro tipo de relação vincular.
Realçar as demandas em que o analisando dirige ao analisa no sentido de atendê-lo de forma narcísica, considerando que o analista tem que entender e não atender as dimensões dos conteúdos da análise. E nesse contexto que se vale da regra da abstinência8.
Da noção de atenção flutuante
A regra da atenção flutuante trata da atenção que o analista tem que ter além do que se apresenta de forma clara, mas o que surge em aspectos não perceptíveis pela consciência. Essa temática pode ser encontrada no texto sobre técnica Recomendações ao médico que pratica psicanálise4.
Retrata sobre a regra da atenção flutuante como se o analista se cegasse artificialmente para poder ver melhor e despojar-se dos seus desejos8. O analista deve ter sua atenção voltada ao inconsciente do analisando, não de forma excessiva, mas sim de forma que perceba aspectos que não se manifestam de forma explicita, e isso depende também da postura do analista, não considerando demandas de ordem pessoal.
A atenção flutuante está associada a teorização flutuante, dos conhecimentos prévios do analista, que são base para o entendimento do caso e possíveis interpretações8.
A atenção flutuante permite observar situações além daquelas ditas pelo sujeito. Ou seja, perceber o que está por trás do discurso da consciência, sendo recurso para percepção dos conteúdos inconscientes.
O analista deve evitar o estado de atenção excessivamente dirigida, para que não se torne algo patogênico e que comprometa a análise. Dessa forma, o analista pode participar ativamente, conseguindo abstrair informações que não são pertinentes a situação analítica8.
Outro aspecto abordado8, apesar de necessária, é impossível sustentar uma atenção flutuante ao pé da letra, pois não há como sustentar em todas as sessões a mesma postura, devido a eventuais distrações, divagações, desejos, dentre outros. Tentar manter essa postura incessantemente pode gerar desconforto para o analista e influenciar a análise de forma negativa8.
Da noção de neutralidade
A regra da neutralidade consiste em uma postura neutra do analista perante as demandas do analisando, ou seja, independente do que o analisando diga, o analista priva-se de esboçar reações de reprovação ou aprovação, mantendo uma postura imparcial.
Freud citou essa regra no texto dos artigos sobre técnica Recomendações ao médico que pratica psicanálise4, em que aborda a questão do analista ser espelho para o analisando, e esse espelho deve ser neutro.
Afirma-se que essa regra aplicada pelo analista significa não haver envolvimento afetivo com o paciente8, cita-se Freud, quando esboça a questão do espelho. Essa é uma metáfora em que o analista deve ser o espelho em que o analisando possa se mirar de corpo inteiro por fora e por dentro. O analista precisa ser uma ponte para que o analisando consiga se ver por inteiro e para isso seus afetos têm que estar temporariamente suspensos.
Quando se tem uma postura de neutralidade, se está livre de preconceitos, ideais morais e de suas próprias questões pessoais. O analista deve estar livre de seus julgamentos e convicções, respeitando a forma de ser e viver daquele sujeito. Com essa regra, tem-se a possibilidade de advir a verdade individual do sujeito, o que auxilia para propiciar o desenvolvimento da análise.
É necessário ter uma neutralidade suficientemente adequada, que ocorre quando o analista resolve a sua contratransferência e quando possui os conhecimentos teóricos básicos de um processo de análise8.
Da noção de Amor à verdade
A regra do amor à verdade consiste em fazer valer a verdade do analisando – é somente através de sua verdade que conseguiremos avanços no tratamento analítico. Freud apresenta essa regra em um dos seus últimos textos Análise terminável e interminável10, texto no qual explicita as situações em que a análise pode terminar ou não. A análise termina quando o sujeito se autoriza a terminar. Sempre haverá questões a serem analisadas, o sujeito é quem deve saber até onde quer trabalhar.
Para esboçar a regra Amor à verdade, se pensa no que a verdade representa. A verdade representa a evolução no processo psicanalítico – o psicanalista ser verdadeiro é condição fundamental8. E é dessa forma que a análise provoca mudanças verdadeiras no analisando. A regra do Amor à verdade é elemento ético e fundamental. E neste tocante, não é adequado ao psicanalista emitir julgamentos a terceiros e colegas.
Para Zimerman, o paciente tenta formar conluios para manter o seu sintoma. Nesse aspecto8, o analisando de forma inconsciente sugere ao analista uma quebra da ética por um jogo sutil de intrigas, fofocas e insinuações, ou demonstra uma característica falsa e mentirosa. O analista tem que perceber que essa condução não é direcionada a si, e sim uma forma de não entrar em contato com suas próprias verdades que podem ser dolorosas.
Para o autor acima, é necessário ir de encontro às verdades individuais, que representam ao psiquismo o mesmo que o alimento ao organismo – sem a verdade o psiquismo morre. Ainda complementa que a verdade é o único caminho para liberdade interna, ou seja, verdade e liberdade são indissociáveis. Para o sujeito ir de encontro a sua liberdade externa, primeiramente ele deve se libertar internamente e isso só é possível com o encontro de suas verdades – o que deve ser feito com amor e encontrar amor nessas verdades, para poder lidar com elas da melhor forma.
Também se ressalta que o analista não deve procurar verdades negadas ou sonegadas do paciente, o importante é a aquisição de um ser verdadeiro8. É preciso aguardar o tempo do analisando de entrar em contato com essas verdades, na maioria das vezes dolorosas e difíceis de serem encaradas. Nesse contexto, a psicanálise direciona-se à verdade inconsciente, que pode ser real ou fantasiada, referente às suas particularidades vividas na infância e que formaram seu aparelho psíquico.
Através da análise é possível garantir as verdades – a individual e a familiar. A verdade individual não se totaliza na verdade familiar ou social. A família participa da estruturação psíquica do sujeito, porém cada um constitui o seu próprio psiquismo.
No que diz respeito às verdades sociais e culturais, Freud em seu texto Psicologia das Massas e análise do Eu11, explicita a formação de massas, no aspecto de que para se adentrar a uma massa é necessária uma identificação com os outros membros. Partindo desse pressuposto, as escolhas de grupo e culturais do sujeito dizem de suas verdades, todavia nunca se sobressaem ao que é peculiar do sujeito.
Freud desenvolveu sua técnica de atendimento no setting terapêutico baseando-se no Amor à verdade – verdade do sujeito, que não está ligada a ordem moral. Segundo Zimerman:
No entanto, é importante esclarecer que a verdade em que estamos nos referindo não tem conotação de ordem moral, muito menos representa uma recomendação para que o analista procure verdades negadas ou sonegadas pelo paciente, até porque o conceito de verdade absoluta é relativo8:298.
A verdade tem uma relação direta com a liberdade interna do sujeito, o que o tira do sofrimento psíquico. Nesse aspecto, afirma-se que a importância de uma aquisição de uma atitude de ser verdadeiro, especialmente consigo próprio, único caminho para atingir a um estado de liberdade interna8.
É de extrema importância para que um sujeito possa ser ele mesmo e isso consiste em poder expressar suas verdades. Facilitando um espaço para que o sujeito possa falar livremente, a sua verdade inconsciente pode surgir de forma mais fluida sem muitas resistências psíquicas. O profissional que tem uma base analítica tem a possibilidade de reconhecer quando surge uma dimensão inconsciente.
Por fim, a proposta da psicanálise é possibilitar ao sujeito ser verdadeiro na análise, com objetivo de que ele se liberte de suas amarras internas, o que o ajuda na libertação de seu sofrimento psíquico.
Essa regra é fundamental para o uso do psicanalista, ao qual faz-se necessário trabalhar com o que é verdadeiro do sujeito, de forma a auxiliá-lo nessa reconciliação com suas verdades. Aceitar a verdade do sujeito não significa não lhe propor outras formas de reflexões. É imprescindível um trabalho no sentido em que a verdade não seja descartada e sim realçada.
Da noção de preservação do setting
Além das regras técnicas adotadas por Freud, esboça uma outra técnica, que é a preservação do setting8. Essa definição consiste na preservação da relação analista e analisando, fundamentando de forma que se mantenha um bom contrato e enquadre analítico. A preservação do setting precisa se basear no que é essencial do método – o analista deve agir propiciando um espaço flexível, livre de uma postura rígida ou extremada, e sempre mantendo o setting preservado.
Nesse parâmetro8, destaca-se que para haver essa sexta regra da preservação do setting, é necessário seguir as cinco regras fundamentais em sua essência e com possibilidade de mudanças criativas e flexíveis que não comprometam o teor de seus fundamentos.
CONCLUSÃO
Este artigo visou traçar os principais aspectos das regras fundamentais da técnica psicanalítica de Sigmund Freud, apoiando-se nas considerações e acréscimos à teoria do psicanalista David Zimerman.
O autor David Zimerman, apresenta suas obras em meados dos anos noventa, aproximadamente mais de cem anos do primeiro escrito de Freud. Ele retomou esses conceitos e articulou com a clínica contemporânea de sua época, evidenciado a importância de tais regras. Portanto, observa-se que as regras técnicas sustentam um setting terapêutico independente do período histórico e das mudanças culturais.
As regras técnicas são essenciais para um processo de análise, requerendo de um praticante de psicanálise o seu conhecimento e utilização. Somente orientada por essa fundamentação, é que se propicia um espaço para ocorrer uma análise, caso não haja seu uso, não há como caracterizar como um espaço de escuta analítica.
Por fim, é importante considerar que este trabalho não esgotou as possíveis articulações a serem feitas relacionadas às regras legadas por Freud. Não obstante, foram apresentadas suas principais definições no aspecto de destacar a importância desses fundamentos para uma boa prática clínica da psicanálise. Evidenciou-se a continuidade das bases fundamentais para uma clínica contemporânea através das articulações de David Zimerman.
REFERÊNCIAS
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¹Psicanalista. Psicóloga socioassistencial. Psicopedagoga. Pós-graduada em Psicanálise, Pós-graduanda em Psicanálise com crianças e adolescentes e em Psicanálise Lacaniana. Núcleo Brasileiro de Pesquisas Psicanalíticas, São Paulo, SP, Brasil. ORCID 0000-0002-0281-4636
²Psicóloga. Psicanalista. Especialista em Psicanálise e Linguagem. Especialista em Psicopatologia Psicanalítica e Contemporânea. Especialista em Psicoterapia. Doutora em Psicologia. Coordenadora do NPP, São Paulo, SP, Brasil. ORCID:0000-0002-1391-8553