SEGURANÇA BIOLÓGICA: ESTERILIZAÇÃO DE IMPLANTES MAMÁRIOS DE SILICONE – CALOR SECO

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7429416


Miriam Gomes de Melo
Orientador: Professor Vicente Antonio de Senna Junior


RESUMO

Os implantes mamários de silicone constituem-se em biomateriais os quais têm sido muito utilizados em cirurgias para reconstituição de mama após ocorrência de câncer, acidentes, correção de tamanho dos seios quando há uma diferença de volume entre eles, ou até mesmo, para o aumento de tamanho da mama por motivos estéticos. Com o intuito de conferir segurança em sua aplicação, ligada à saúde dos pacientes, grande atenção é dada aos processos de esterilização aplicados a biomateriais. Ao avaliar o processo produtivo de implantes mamários de silicone, um dos processos de esterilização mais comum empregado é o calor seco, que necessita de elevadas temperaturas por longo tempo para o sucesso da esterilização, garantido assim, segurança do produto para o paciente.

Palavras chaves: silicone, implantes mamários, esterilização, calor seco.

ABSTRACT

Silicone breast implants are biomaterials which have been widely used in surgeries for breast reconstruction after cancer, accidents, breast size correction when there is a difference in volume between them, or even for breast augmentation. Of breast size for aesthetic reasons. IN order to ensure safety in its application linked to the health of patients, great attention is given to the sterilization processes applied to biomaterials. When evaluating the production process of silicone breast implants, one of the most common sterilization processes used is dry heat, which requires high temperatures for a long time for successful sterilization, thus ensuring safety for the patient.

Keywords: silicone, breast implants, sterilization, dry heat.

1 – INTRODUÇÃO

O corpo humano está sujeito a várias doenças que podem levar à dor, perda da função, restrição de movimentos ou até acarretar incapacidade. Para permitir que as funções desempenhadas sejam mantidas, em vários casos, o tratamento envolve a remoção do tecido ou órgão afetado e sua substituição por um enxerto de tecido vivo ou um análogo artificial – um biomaterial.

Biomaterial, é parte de um sistema que trata, aumenta ou substitui qualquer tecido, órgão ou função do corpo (HELMUS; TWEDEN. 1995).

O Silicone

Diante da possibilidade de adquirir variadas formas, o silicone pode-se apresentar nas formas fluidas, de gel e elastomérica. Por possuir propriedades tão peculiares, o silicone tem sido empregado em diversas aplicações. E se tratando da área da saúde, aparece em técnicas médicas como cirurgia plástica estética e reparadora (PITTET; MONTANDON; PITTET, 2005).

A mama é um dos inúmeros tecidos e estruturas que podem ser substituídos por próteses de silicone em cirurgias de aumento ou de reconstrução. Além da mama há outras estruturas como glúteo, panturrilha, etc. Um dos potenciais riscos para a cirurgia é a infecção, que é a causa líder de morbidade que ocorre depois da implantação da mama. A origem da infecção em mulheres com implantes é difícil de determinar, mas pesquisas incluem potencialmente um implante contaminado, a própria cirurgia ou o ambiente cirúrgico (PITTET; MONTANDON; PITTET, 2005).

Assim, para garantir um produto final seguro, um dos processos de esterilização adotados para implantes mamários, é o de calor seco, onde se dá por um aquecimento prévio da estufa; a adição dos materiais a serem esterilizados, em embalagens adequadas; a elevação da temperatura até atingir a temperatura adequada, por um determinado tempo de exposição (Revista ADNORMAS, 2019).

2 – OBJETIVO GERAL

O objetivo deste trabalho é avaliar o processo de esterilização por calor seco em implantes mamários de silicone, mencionando o Controle Microbiano (controle ambiental) ao longo da cadeia produtiva, garantindo segurança e qualidade do produto esterilizado e pós-esterilização (teste de esterilidade), para o paciente.

3 – OBJETIVOS ESPECÌFICOS

Descrever a importância do processo de controle ambiental (durante a cadeia produtiva) em uma sala limpa para a eficácia do processo de esterilização pelo método de calor seco.

Monitorar o processo de controle ambiental, que está inserido no processo de esterilização por calor seco.

Garantir a qualidade e segurança do produto, esterilizado pelo método de calor seco, nos implantes mamários de silicone.

Assegurar, através de critérios normativos, um produto com segurança e qualidade a ser implantado no paciente.

Avaliar a eficácia do procedimento de esterilização por calor seco, nos implantes mamários de silicone (teste de esterilidade)

4 – METODOLOGIA

Para a realização deste trabalho teve como base a pesquisa bibliográfica, que foi realizada no período de Agosto a Novembro de 2022, considerando a relevância do tema, e a importância do processo de Segurança Biológica – Esterilização por calor seco. Por isso, a busca e a seleção foram cuidadosamente executadas com o intuito de possibilitar a identificação e a inclusão de estudos relevantes ao tema.

No que se refere à elaboração da pesquisa, é importante destacar que a mesma teve como banco de dados revisão bibliográfica de artigos, livros publicados, revistas científicas, matérias coletados por meio de base de dados: SciElo – Scientific Eletronic Library online, Google Acadêmico, monografias, Farmacopeia Brasileira 6º Edição e  Normas BPF (Boas Práticas de Fabricação) ANVISA(Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O método utilizado foi o modo descritivo, como critério de inclusão foi pré-definidos os materiais em língua portuguesa e inglesa que descrevem sobre processo de Segurança biológica – esterilização por Calor Seco em implantes mamários de silicone, que adotam do ano de 1990 a 2022.

5 – JUSTIFICATIVA

Diante de tal contexto, o implante de silicone ocupa um lugar em destaque, uma vez que pode ser substituído por tecidos moles. Com isso, grande preocupação é dada à segurança biológica de um implante, por isso procedimentos padronizados devem fazer parte da fabricação e controle desses dispositivos, desde o início do processo produtivo até o produto para ser implantado no paciente.

Deve-se garantir que todos os procedimentos Normativos serão rigorosamente seguidos durante toda a cadeia produtiva, a fim de assegurar a qualidade e segurança do produto para o paciente.  

6 – DESENVOLVIMENTO

Para garantir um produto em condições ideais para sua utilização, considerando todos os aspectos que envolvem a sua qualidade e segurança, é importante que durante todo o processo de fabricação a carga microbiana seja controlada, para que assim, os parâmetros do processo de esterilização por calor seco aplicado, estejam adequados.

6.1 – SALA LIMPA: LIMITES MICROBIANOS

O monitoramento ambiental é feito através das seguintes técnicas: Sala Limpa: 1- Avaliação microbiológica de ar (Dispositivo Ativo e Placa de Sedimentação); 2- Avaliação microbiológica de superfície e 3 – Avaliações microbiológica de mãos (Xavier et al.2013).

De acordo com uma pesquisa realizada em uma indústria de implantes mamários de silicone localizado em Duque de Caxias- Rio de Janeiro. As técnicas apresentadas seguem Normas (Farmacopeia Brasileira 6º Edição, 2019), um programa de monitoramento ambiental microbiano.

6.1.1 – Amostragem microbiológica de ar:

Amostragem dispositivo ativo.

Amostragem passiva de ar: Placa de Petri para sedimentação, meio Agar Casoy (TSA).

6.1.2 – Amostragem microbiológica de superfície:

Placa de Petri, meio Agar Casoy (TSA (superfícies regulares)).

Swabs (superfícies irregulares).

6.1.3 – Amostragem microbiológica de mãos.

Placa de Petri, Meio Agar Casoy (TSA).

Meio de Cultura Agar Casoy (TSA) Meio de cultura rico em nutrientes.

Incubação das Amostras 

Após a amostragem, (ar, superfícies e pessoal), a placa é incubada em estufa, 32,5±2,5 ºC por 3 dias, para detecção e quantificação de colônias de bactérias e 22,5± 2,5 ºC por 5 dias, para detecção e quantificação de fungos/leveduras.

1- Avaliação microbiológica de ar:

Consiste em utilizar uma técnica de amostragem quantitativa, de um dispositivo ativo ou placa de sedimentação, porém, para um resultado mais preciso, o dispositivo ativo é o mais indicado por evitar o falso negativo, uma vez que o equipamento desempenha seu papel sem sofrer qualquer influência externa. Já a placa, por ficar exposta no ambiente por 04h00min, podendo sofrer interferência com o trânsito de colaboradores dentro da sala (Xavier et al. 2013).

Dispositivo Ativo: é um equipamento no qual capta um 1000L/ m3 de ar do ambiente, em um local estratégico, por 10minutos, através de furos na cabeça, essa cabeça apresenta uma base para encaixar uma Placa Petri contendo o meio de cultura, meio TSA (Xavier et al.2013).

2- Amostragens de superfícies: 

Superfícies: Superfícies planas podem ser amostradas usando placas de contato, Placa Petri contendo meio de cultura Agar casoy (TSA). A amostragem é obtida passando a placa na superfície a ser amostrada (Xavier et al. 2013)

Swabs: É usado para uma amostragem de superfícies irregulares, uma vez que estas áreas podem ser mais difíceis de limpa e desinfetar (Xavier et al. 2013).

3- Amostragem de pessoal: 

Essa amostragem é usada para medir a eficácia do comportamento asséptico, pois pessoas são grande fonte de contaminação. Mãos são amostradas usando placa de contato, em que todos os dedos tocam na superfície da placa contendo o meio de cultura (Xavier et al. 2013).

MONITORAMENTO AMBIENTAL DE PARTÍCULAS NÃO VIÁVEIS

O monitoramento de partículas não viáveis tais como pó, poeira, gotículas, entre outros, é de grande importância para monitorar a eficiência dos sistemas de filtração e troca de ar interno das áreas classificadas que tem em seu ponto crítico o filtro de Alta Eficiência na Retenção de partículas (HEPA), que tem a finalidade de garantir a filtração de partículas de até 0,3 Micrômetros (µm), já que as legislações tem a exigência para partículas de 0,5 µm e 5,0 µm, que são parâmetros de avaliação para qualificação das áreas classificadas de acordo o seu grau, sendo estabelecidos parâmetros para áreas em repouso e em operação (BRITTO, 2011).

SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO 

As áreas limpas são classificadas como grau A, B, C ou D e a diferença entre elas está totalmente relacionada com a concentração de partículas de ar, sendo assim, INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 35 (ANVISA, 2019), recomenda que estes graus estejam relacionados ao tipo de exposição do produto.

Ambiente de Grau A – As áreas de grau A são monitorados para que não exista a circulação de partículas viáveis (sala limpa).

Ambiente de Grau B – As áreas de grau B são ambientes que ficam ao lado da sala de grau A. Este espaço necessita de alto controle, para que não haja contaminação pelo fluxo entre as salas de grau A e B(sala de paramentação).

Ambientes de Grau C e D – São aqueles que possuem uma maior resistência aos microrganismos. Essas salas fazem parte da etapa anterior à elaboração de produtos estéreis.

SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO DO AR PARA A PRODUÇÃO DE PRODUTOS ESTÉREIS

TABELA 1: Especificação máxima de partículas não viáveis.

C:\Users\Marcelo Henrique\Videos\Desktop\MIRIAM\FIGURAS\tabela 2  repouso  operaçaõ.png

FONTE: Instrução Normativa Nº 35 (ANVISA, 2019).

TABELA 2: Especificação máxima de partículas viáveis em operação.

C:\Users\Marcelo Henrique\Videos\Desktop\MIRIAM\FIGURAS\tabela 1 tcc.png

FONTE: Instrução Normativa Nº 35 (ANVISA, 2019).

Ressaltando que, cada empresa determina seu limite de ação e alerta, de acordo com os dados obtidos durante o estudo de qualificação. Independente da sua escolha (Grau), os níveis de ação e de alerta iniciais devem apresentar resultados para a qualificação de um programa de monitoramento ambiental (Dalmaso, 2012).

De acordo com a indústria de implantes mamários de silicone localizado em Duque de Caxias – Rio de Janeiro. Quando a sensibilidade dos métodos utilizados para detectar contaminantes viáveis e não viáveis é elevada, ações devem ser desencadeadas, tais como:

• Revisão das operações executadas e do comportamento dos operadores.

• Análises de tendência de contagens de contaminantes viáveis e não viáveis ao longo do tempo.

• Repetir ou aumentar a frequência de monitoramento.

• Aumentar o número de pontos de monitoramento.

• Verificações e histórico de manutenção de equipamentos.

• Alertar os operadores para o problema e, proceder com a realização de treinamentos de reciclagem.

• Requalificação de equipamentos ou validações de processos utilizando parâmetros de processo relevantes.

FREQUÊNCIA DE MONITORAMENTO DE ROTINA

TABELA 3: Frequência do monitoramento de partículas não viáveis.



FONTE: Guia da Qualidade para Sistemas de Tratamentos de Ar e Monitoramento Ambiental (ANVISA, 2013).

TABELA 4: Frequência do monitoramento de partículas viáveis

C:\Users\Marcelo Henrique\Videos\Desktop\MIRIAM\FIGURAS\tabela período 3.jpg

FONTE: Guia da Qualidade para Sistemas de Tratamentos de Ar e Monitoramento Ambiental (ANVISA, 2013).

A frequência deve ser determinada pela empresa através de resultados de monitoramento anteriores e do procedimento elaborado para a conduta desta atividade.

6.2- PROCESSO DE ESTERILIZAÇÃO – CALOR SECO

Este processo é essencial não apenas para a qualidade sanitária do produto, mas também para garantir a segurança pós-implante.

De acordo com, Normas Brasileiras (NBR), Organização Internacional de Normatização ou para Padronização (ISO) – (NBR ISO 20857, 2019). Esta Norma especifica os requisitos para validação e controle de rotina de um processo de esterilização por calor seco, empregando temperaturas no intervalo de 120ºC a 180ºC, para dispositivo médico. 

6.2.1- A ESTUFA

Esterilização por calor seco

A esterilização se dá por elevação de temperatura. Este método pressupõe o aquecimento prévio da estufa; a adição dos materiais a ser esterilizada, em embalagens adequadas, a elevação da temperatura até atingir determinada temperatura e a partir daí começar a contagem do tempo de exposição. Após o término de tempo exposição, aguarda-se o resfriamento para a retirada dos materiais (CASE; HEFFERNAM, 2007; DEWHURST; HOXEY, 2007). 

De acordo com uma pesquisa realizada em uma indústria de implantes mamários de silicone localizado em Duque de Caxias- Rio de Janeiro. A esterilização de implantes mamários de silicone por calor seco é realizada pela estufa, modelo GRIEZE, com o ciclo de 26 horas a 120 ºC, com a rampa de aquecimento de 3 horas para estabilidade de 120 ºC.

A esterilização por calor seco é realizada por condução. O calor é absorvido pela superfície externa do item e passa para o centro do item, camada por camada. Todo o item acabará por atingir a temperatura necessária para a esterilização. O calor seco faz a maior parte do dano oxidando as moléculas (revistaadnormas.com. br/ 06/03/2020).

6.2.2- O PROCESSO DE ESTERILIZAÇÃO

Com relação à validação do processo esterilizante, vários aspectos devem ser considerados: qualificação do esterilizador, da instalação e da operação, sem esquecer a documentação (protocolos completos, relatórios de validação, etc), que é de fundamental importância. Para cada produto a ser esterilizado, deve haver cuidadosas considerações à adequação do método de esterilização. Neste contexto, o processo de Esterilização por calor seco é um método mais seguro e muito empregado para esterilização, pois apresenta um baixo custo. A inativação microbiana empregando este processo se dá em função dos processos oxidativos, os quais requerem altas temperaturas e longo tempo de exposição (SOPER e DAVIES, 1990).

É essencial que todo o processo seja rigorosamente controlado. Os parâmetros a serem monitorados durante a esterilização por calor seco incluem a temperatura e o tempo de exposição, e, principalmente a verificação da inativação dos indicadores biológicos. Os indicadores biológicos são microrganismos específicos, representados por cepas de elevada resistência ao processo esterilizante, na forma esporulada que é forma mais resistente do microrganismo, esta é a razão porque os esporos são geralmente selecionados como o desafio microbiológico para processos da esterilização (SHIRTZ, AGALLOCO, CARLETON, 2007).  

Segundo a Norma NBR ISO 11138-4, estabelece requisitos, para validação de um processo esterilizante, os indicadores biológicos são colocados no interior de determinados implantes de acordo com a amostragem do lote, (NBR ISO 5426 – Planos de amostragem), na posição central, e acondicionada na estufa de esterilização no local de mais difícil acesso ao agente esterilizante, determinado pela validação do processo. Após o término do processo de esterilização, o material é retirado da estufa e os indicadores biológicos são removidos dos implantes, transferidos para tubos de ensaio contendo meio de cultura líquido e inoculados. Paralelo ao teste é realizado um controle negativo, onde o meio de cultura será incubado para garantir a integridade do resultado (PARK; LAKES, 2007).

Meio de cultura TSB (caldo Triptona soja) Meio de cultura líquido, tempo de 48h00min e temperatura: 32,5±2,5 ºC (Farmacopeia Brasileira, 6º edição, 2019).

Um microrganismo é definido como morto quando ele não mais prolifera em meios de cultura, o que pode ser verificado através da turvação em meio líquido ou surgimento de colônias em meio sólido; ou é capaz de proliferar-se apenas por poucas gerações. Um organismo único, Unidade Formadora de Colônias, (1UFC) deve ser capaz de se proliferar através de muitas gerações para ser detectado; portanto, um microrganismo que não possa se reproduzir, ou possa fazê-lo apenas por poucas gerações pode, por este critério, ser considerado como morto. (PINTO, KANEKO, OHARA, 2003).

6.3 – TESTES DE ESTERILIDADE

O conceito de esterilidade é definido como a completa ausência de microrganismos viáveis, que apresentem capacidade de desenvolvimento e multiplicação quando em condições favoráveis. Segundo as farmacopeias, a esterilidade de um produto depende das condições do processo produtivo e a qualidade do processo de esterilização empregado. A eficácia desses processos deve ser confirmada submetendo ao teste de esterilidade uma amostra representativa do lote, (NBR 5526 – Planos de amostragem), que indique a ausência de microrganismos viáveis após sofrer o tratamento do esterilizante.  (ANVISA et.al.2019).

O TESTE: MÉTODO DIRETO

O método empregado para dispositivos médicos no teste de esterilidade é o Método direto, em que a amostra a ser testada fica em contato direto com o meio de cultura ao longo de todo o período de inoculação, durante o qual qualquer microrganismo que estiver nele, crescerá e se multiplicara. Paralelo ao teste é realizado um controle negativo, onde o meio de cultura será incubado para garantir a integridade do resultado. Na inoculação direta, um pequeno volume da amostra é retirado assepticamente, transferido para um tubo de cultura, contendo meio de cultura líquido (Meio Tioglicolato – cultura de bactéria anaeróbica) e (Meio caldo caseína de soja -, cultura de fungos, leveduras e bactérias aeróbicas), inoculado por 14 dias a 32,5±2,5ºC. Se a amostra apresentar aspecto turvo após ser inoculado, isso indica que houve crescimento microbiano, essa ocorrência inutiliza todo o lote (Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences vol. 42, n. 2, abr./jun., 2006).

7 – CONCLUSÃO

Interpretar a relação saúde, estética e bem estar, envolve vários aspectos como sócio econômico, cultural, graus de deformidades ou deficiências, bem como a maturidade do paciente. E diante desse contexto, o que realmente deve ser levado em conta, é a importância da preservação da saúde e a qualidade de um produto farmacêutico. A responsabilidade é de todos os profissionais da área que irá fabricá-lo, no qual devem seguir rigorosamente critérios normativos. Todas as etapas do processo produtivo deve se mostrar devidamente controlados, para que o produto chegue ao seu destino final (o cliente), com qualidade e segurança.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Guia da Qualidade para Sistemas de Tratamento de Ar e Monitoramento Ambiental na Indústria Farmacêutica. 1. Ed. – Brasília: Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2013. 56 p.

Associação de Normas Técnicas (NBR ISO 20857,2019). Esterilização de produtos para a saúde – calor seco.

BRITTO, J.F.B. Projeto básico de salas limpas – Parte 1. Rev.Soc Bra Com Cont nº54, p.46-61- 2011.

CASE, L.B., HEFFERNAM, G.D. Dry Heat Sterilization and Depyrogenation Validation and Monitoring.In: AGALLOCO, J., CARLETON, F.J. Validation of Pharmaceutical Process, 3º Edition. New York: Informa Healthcare, 2007.

Dalmaso, G. “Qualification of an Environmental Monitoring Program” . Technical Bulleting, Particle Measuring Systems Website, 2012.

Farmacopéia Brasileira, 6º edição. Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Brasília, 2019.

HELMUS, M.N, TWEDEN, K. Materiais Selection, In: Encyclopedic Handbook of Biomateriais and Bioengineering, Part A vol 1 1995. https://revistaadnormas.com.br/2019/06/04/a-esterilizacao-por-calor-seco

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 35, DE 21 DE AGOSTO DE 2019 (Publicada no DOU nº 162, de 22 de agosto de 2019).

PARK, J.B., LAKES, R.S. Biomaterials: an introduction. 3º, ed. New York: Springer, 2007.

PINTO, T.J.A., KANEKO, T.M., OHARA, M.T. Controle biológico de qualidade de produtos farmacêuticos, correlatos e cosméticos. São Paulo: Atheneu Editora São Paulo, 2003.

PITTET, B., MONTANDON, D., PITTET, D. Infection in breast implants. The Lancet Infectious Diseases 2005.

Revistaadnormas.com. br, 2020.

Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences vol. 42, n. 2, abr./jun. 2006).

SHIRTZ, J. F, D, and Values. In: AGALLOCO, J., CARLETON, F.J. Validation of Pharmaceutical Process, 3º Edition. New York: Informa Healthcare, 2007.

SOPER, C.J., DAVIES, D.J.G. Principles of sterilization. In: DENYER, S.P., BAIRD,R.M. Guide to microbiological control in pharmaceuticals. London: Ellis Horwood Limited, 1990, cap.7, p.157-181.XAVIER, M.P.; VIEIRA, A.A.R.M.; SILVA, A.S.S.; XAVIER, M.A.S.; XAVIER, A.R.E.O. Importância do monitoramento ambiental em áreas classificadas. ISSN 1983 -4209 – Volume 09 – Número 04 -2013.