MANUAL THERAPEUTIC RESOURCES ON ADHESIVE CAPSULITIS OF THE SHOULDER
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7371748
Suellen Pereira da Silva 1
Ellen Karoliny Oliveira Silva 1
Karl Enzo Jansen da Costa 2
Sarah Lohane dos Santos Dias 2
Francisco Valmor Macedo Cunha3
RESUMO
INTRODUÇÃO: A capsulite adesiva está associada a uma perda de movimentos da articulação glenoumeral. OBJETIVO: evidenciar os diferentes tipos de recursos terapêuticos manuais em pessoas com capsulite adesiva. MÉTODOS:A metodologia utilizada foi a qualitativa, aplicada por meio de revisão bibliográfica, que foi realizada a partir da seleção de artigos em repositórios institucionais como PUBMED e LILACS, selecionando os materiais disponibilizados de forma gratuita, em língua inglesa, e publicados entre 2016 a 2021. RESULTADOS: Este artigo constatou que os exercícios de mobilização e alongamento utilizados para capsulite adesiva resultaram, em sua maioria, em ganho de amplitude de movimento (ADM). Com a repetição da aplicação dos exercícios através de atendimentos fisioterapêuticos, houve melhora da dor, facilitando assim as tarefas do dia a dia, como pentear os cabelos, pegar objetos pesados ou acima de sua cabeça. CONCLUSÃO: mobilização articular, alongamento e facilitação neuromuscular proprioceptiva foram as técnicas manuais mais utilizadas em pacientes com capsulite adesiva.
Palavras Chaves: Mobilização; Amplitude de Movimento, Alongamento.
Abstract:
INTRODUCTION: Adhesive capsulitis is associated with loss of movement of the glenohumeral joint. AIM: highlight the different types of manual therapeutic resources in people with adhesive capsulitis METHODS: The methodology used was qualitative, applied through a bibliographic review, which was carried out from the selection of articles in institutional repositories such as PUBMED and LILACS, selecting the materials available free of charge, in English, and published between 2016 and 2016. 2021. RESULTS: This article found that mobilization and stretching exercises used for adhesive capsulitis mostly resulted in range of motion (ROM) gain. With the repetition of the application of the exercises through physiotherapeutic consultations, there was an improvement in the pain, thus facilitating the day-to-day tasks, such as combing the hair, picking up heavy objects or objects above the head. CONCLUSION: joint mobilization, stretching and proprioceptive neuromuscular facilitation were the manual techniques most used in patients with adhesive capsulitis.
Keywords: Mobilization, range of motion, stretching.
INTRODUÇÃO
A capsulite adesiva, também conhecida como “ombro congelado”, é uma síndrome dolorosa comum, que está associada a uma perda de movimento da articulação glenoumeral. Os sintomas clínicos associados a essa síndrome se caracterizam por uma restrição da amplitude de movimento, dor e rigidez na articulação (KIM; LEE, 2017).
Pode ser primária ou secundária. A capsulite primária ou idiopática é indicada por um início gradual de dor e rigidez na articulação glenoumeral. A secundária é conhecida por ser provocada por multifatores, como o diabetes mellitus, tendinite, acidente vascular cerebral, entre outros(NAKANDALAUMA et al 2020)
O ombro congelado possui quatro estágios: inflamatório, congelamento, congelado e descongelamento. O estágio 1 é caracterizado por uma dor aguda, se intensificando durante o repouso a noite, gerando um quadro de ansiedade e levando ao distúrbio do sono; estágio 2 ou de congelamento, é quando começa a perder os movimentos do ombro, e dura cerca de três a nove meses; o estágio 3 apresenta restrições na amplitude movimento e pode durar de nove a quinze meses; o estágio 4 é o descongelamento, onde os movimentos da articulação retornam progressivamente (NAKANDALAUMA et al 2020)
Os tratamentos conservadores comuns incluem medicação oral, fisioterapia, exercícios, injeção de esteróides e hidrodilatação. A injeção de corticosteroides é utilizada para promover o alívio da dor e a incapacidade no momento que o ombro está na fase de congelamento ou de dor. A fisioterapia tem grande importância no tratamento do ombro congelado e tem como objetivo eliminar o desconforto e restaurar a mobilidade e função do ombro. Os exercícios realizados como o alongamento e outros, tiveram bons resultados como o ganho de ADM e diminuição da dor (CHO et al., 2019)
O objetivo deste estudo foi descrever os recursos terapêuticos manuais aplicados para o tratamento da capsulite adesiva do ombro.
MÉTODOS
Trata-se de um estudo de revisão integrativa, do tipo qualitativa, desenvolvida por meio da revisão bibliográfica, onde foi observado alguns estudos desenvolvidos para o tratamento da capsulite adesiva.
As pesquisas sobre o tema foram colhidas em artigos científicos nas seguintes bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) do PUBMED, e as palavras-chaves utilizadas foram: capsulite adesiva, terapia manual e mobilização. Os artigos foram encontrados de forma gratuita através de descritores na língua inglesa, sendo traduzidos de forma acessível para a realização do mesmo, e o ano de publicação foi de 2014 a 2022.
Os critérios de inclusão foram artigos que abordaram estudos sobre a eficácia das mobilizações articulares e alongamentos no tratamento da capsulite adesiva e com foco na dor e amplitude de movimento. Sendo excluídos os artigos que não atenderam os objetivos da pesquisa e não estavam entre o período escolhido.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Utilizando as estratégias de busca,foram encontrados um total de vinte artigos, mas apenas oito foram selecionados dentro dos critérios estabelecidos, sendo eles um do LILACS e sete do PubMed.Os dados metodológicos destes trabalhos e seus respectivos resultados encontram-se no fluxograma e na tabela abaixo:
Figura 1. Fluxograma
Quadro 1 – Artigos selecionados para revisão
Autor/ano | Objetivo | Método | Resultado |
IBRAHIM et al (2014) | Comparar um dispositivo de alongamento progressivo estático mais a terapia tradicional com a terapia tradicional sozinha para o tratamento da capsulite adesiva do ombro | Trata-se de um estudo prospectivo, randomizado e controlado. Sessenta pacientes com capsulite adesiva do ombro foram designados aleatoriamente para um grupo experimental ou um grupo controle. Quanto às intervenções, ambos os grupos receberam três sessões de terapia tradicional por semana durante 4 semanas. Além disso, o grupo experimental usou um dispositivo de alongamento estático progressivo por 4 semanas. | No início do estudo, não houve diferenças entre os dois grupos. No entanto, após a intervenção, houve significativa (P<0,05) diferenças entre os grupos para todos os parâmetros de resultado: 0,3 para pontuações VAS médias [intervalo de confiança (IC) de 95% – 0,6 a 1,1], -10,1 para pontuações DASH (95% CI – 21,0 e 0,9) 21,2- para rotação externa passiva de ombro (95% CI 16,8 a 25,7) 26-4- para abdução passiva de ombro (95% CI 17,4 a 35,3) e 27,7 para abdução ativa do ombro (IC 95% 20,3 a 35,0). Aos 12 meses de acompanhamento, as diferenças entre os grupos foram mantidas e até aumentadas para amplitude média de movimento do, escores VAS e escores DASH, com diferenças significativas (P<0,001) entre os grupos -2,0 para pontuações VAS (95% CI – 2,9 a -1,2) – 53,8 para pontuações DASH (95% CI – 64,7 a -42,9), 47,9 para rotação externa passiva do ombro (95% CI 43,5 a 52,3), 44,9 para abdução passiva do ombro (95% CI 36,0 a 53,8) e 94 para abdução ativa do ombro (95% CI 87,0 a 101,7). |
NOTEN et al. (2016) | Revisar sistematicamente a literatura quanto à eficácia das técnicas de mobilização articular isolada em pacientes com capsulite adesiva (CA) primária do ombro | Doze ensaios clínicos randomizados envolvendo 810 pacientes foram incluídos. | A eficácia de 7 tipos diferentes de técnicas de mobilização foi avaliada. Mobilização angular (nZ2), abordagem Cyriax (nZ1), e técnica de Maitland (nZ6) mostrou melhora no escore de dor e ADM. Com relação às mobilizações translacionais (nZ1), deslizamentos posteriores são preferidos para restaurar a rotação externa. Mobilizações da coluna vertebral combinadas com alongamento glenoumeral e mobilização angular e translacional (nZ1) teve um efeito superior na ADM ativa em comparação com o ultra-som simulado. Mobilização de alta intensidade (nZ1) mostrou menos melhora no Constant Murley Score do que um grupo de negligência. Finalmente, os efeitos positivos de longo prazo da técnica de Mulligan (nZ1) foram encontrados tanto na dor quanto na ADM |
KIM et al (2017) | Investigar o efeito imediato da AJM na dor, amplitude de movimento (ADM) e incapacidade em um paciente com capsulite adesiva no ombro. | Para recuperar a extensibilidade normal da cápsula em indivíduos com capsulite adesiva do ombro, foi sugerido o alongamento passivo da cápsula por meio da mobilização final. Recentemente, foi proposto o conceito de mobilização articular para mobilização articular angular (AJM), que é a mobilização articular rotacional com deslocamento do eixo articular | A paciente era uma mulher de 53 anos com diagnóstico de capsulite adesiva do ombro esquerdo. Seu ombro esquerdo endureceu gradualmente, afetando a atividade funcional. O paciente compareceu a 12 sessões de mobilização articular durante um período de seis semanas (duas vezes por semana). A intervenção consistiu em oscilações rotatórias do ombro esquerdo, aplicadas com sobrepressão e paradas antes do término do limite patológico. Após a intervenção, o paciente relatou 3/100 de intensidade da dor na escala visual analógica (VAS) (antes versus depois: 58 versus 3). A ADM ativa melhorou 51 ° na flexão, 76,4 ° na abdução, 38,7 ° na rotação externa e 51,4 ° na rotação interna ativa. A ADM passiva melhorou 49 ° na flexão, 74,6 ° na abdução, 39,4 ° na rotação externa, 51,4 ° na rotação interna. O ombro total. |
WONG et al. (2018) | Esta série de casos retrospectivos descreve uma abordagem pragmática de interdependência regional para ombro congelado com comprometimento e resultados funcionais, observando se a ADM final se aproximou do normal | Cinco pacientes consecutivos encaminhados com diagnóstico de ombro congelado participaram de 11–21 sessões durante 5–10 semanas com um fisioterapeuta. O tratamento abordou regiões inter-relacionadas (ombro, cintura escapular, escapulotorácica / umerotorácica e coluna vertebral) seguindo uma abordagem pragmática usando intervenções baseadas em deficiência (mobilização de articulações / tecidos moles, alongamento / fortalecimento muscular), bem como educação do paciente, modalidades e aquecimento que abordou apresentações individuais | Todos os pacientes melhoraram em todos os resultados. A ADM média do ombro na alta, o resultado do comprometimento, demonstrou grandes aumentos no tamanho do efeito: flexão (117 ± 10-179 ± 12,d = 5,9), abdução (74 ± 8–175 ± 9, d = 9.3), rotação externa (23 ± 7–89 ± 2, d = 12,0). A pontuação do resultado funcional de incapacidade de braço, ombro e mão após o acompanhamento demonstrou uma grande melhora no tamanho do efeito (d = 1,5) de 40,0 ± 19,4–6,2 ± 3,7. A ADM final se aproximou do normal |
RENDEIRO et al (2018) | Determinar se a manipulação translacional sob anestesia/bloqueio local (TMUA) aumenta o benefício do exercício de mobilização e amplitude de movimento para melhorar a dor e o estado funcional em pacientes com capsulite adesiva do ombro (AC). | Dezesseis pacientes consecutivos com diagnóstico primário de CA foram divididos em dois grupos. Os pacientes do primeiro grupo (TMUA) receberam uma sessão de manipulação translacional sob bloqueio interescalênico, seguida de seis sessões de manipulação e exercício. Os pacientes do grupo de comparação receberam sete sessões de manipulação e exercícios. As medidas de desfecho tomadas no início e 3, 6, 12 meses e 4 anos incluíram pontuações do Índice de Dor e Incapacidade do Ombro (SPADI). Os resultados de quatro anos incluíram porcentagem de classificações normais, uso de medicamentos e limitações de atividade. | Ambos os grupos mostraram pontuações SPADI melhoradas em todos os tempos de acompanhamento em comparação com a linha de base. O grupo TMUA mostrou uma melhora maior nos escores SPADI do que o grupo de comparação em 3 semanas, sem diferenças significativas nos escores SPADI em outros momentos. No entanto, aos 4 anos, significativamente mais indivíduos no grupo de comparação (5 de 8) tiveram limitações de atividade versus indivíduos no grupo TMUA (1 de 8). Nenhum sujeito experimentou uma complicação de qualquer protocolo de intervenção. |
ZAVALA et al (2018) | Determinar a eficácia das técnicas de mobilização articular na amplitude de movimento em pacientes adultos com capsulite adesiva primária do ombro | A busca foi realizada nas bases de dados MEDLINE/PubMed, PEDro, CENTRAL, LILACS, EMBASE, CINAHL, Scopus e Web of Science. Os critérios de elegibilidade foram estudos que utilizaram uma técnica de mobilização articular oscilatória e/ou mantida aplicada isoladamente ou adicionada a um programa de tratamento em pacientes com capsulite adesiva primária em qualquer estágio. Dois autores realizaram a seleção dos estudos e a extração dos dados, de forma independente. O risco de viés foi avaliado de acordo com a ferramenta proposta pela Cochrane. | Foram incluídos 14 estudos com risco variável de viés. A mobilização posterior em comparação com qualquer outra técnica não foi significativamente diferente (0,95 graus; IC 95%: – 5,93 a 4,02), enquanto em comparação com um grupo controle, a diferença é de 26,80 graus (IC 95%: 22,71 a 30,89). Ao aplicar um conjunto de técnicas articulares versus um grupo controle, para abdução a diferença é de 20,14 graus (IC 95%: 10,22 a 30,05). Em ambos os casos, os resultados são estatisticamente significativos e o tamanho do efeito é moderado. |
DUZGUN et al. (2019) | Comparar a mobilização escapular, alongamento manual da cápsula e a combinação dessas duas técnicas no tratamento de pacientes com ombro congelado para avaliar os efeitos agudos dessas técnicas nos movimentos do ombro | Estudo cego, randomizado. Este estudo incluiu 54 pacientes com diagnóstico de ombro congelado em estágio 3. Grupo 1 (n = 27) recebeu mobilização escapular, e Grupo 2 (n = 27) recebeu alongamento manual da cápsula posterior. Após a avaliação dos pacientes, as intervenções foram reaplicadas com desenho cruzado para obtenção dos resultados da aplicação combinada (n = 54). A amplitude de movimento, elevação total ativa, rotação interna ativa e tensões da cápsula posterior da articulação do ombro foram registrados antes e imediatamente após a mobilização | A análise estatística mostrou aumento em todos os valores de arco de movimento (p 0,05), sem diferença significativa entre os grupos (p> 0,05). A flexibilidade da cápsula posterior não se alterou em nenhum grupo (p> 0,05) |
NAKANDALAet al. (2019) | Revisar as evidências recentes sobre a eficácia das intervenções fisioterapêuticas no tratamento da capsulite adesiva. | Nos bancos de dados PubMed, PhysiotherapyEvidenceDatabase (PEDro), Science Direct e Cochrane foram pesquisados estudos publicados desde 2013. Os termos de pesquisa incluíram: Frozen Ombro, capsulite adesiva, fisioterapia, reabilitação, terapia manual, mobilização, exercício, educação e eletroterapia. A busca se limitou a estudos publicados em inglês e estudos que utilizaram seres humanos. | Os escores de qualidade de 33 artigos foram revisados de acordo com os critérios de avaliação crítica de Sackett e os graus de recomendação foram determinados para as intervenções fisioterapêuticas utilizadas nos estudos |
CHO et al (2019) | Fornece uma visão geral dos métodos de tratamento atuais para FS (ombro congelado) | As modalidades de tratamento para FS incluem medicação, injeção local de esteróides, fisioterapia, hidrodistensão, manipulação sob anestesia, liberação capsular artroscópica e liberação capsular aberta. | A gestão conservadora leva à melhoria na maioria dos casos. A falha em obter melhora sintomática e incapacidade funcional continuada após 3 a 6 meses de tratamento conservador são indicações gerais para o tratamento cirúrgico. No entanto, não há consenso quanto aos tratamentos mais eficazes para essa condição |
STATHOPOLOUS et al (2019) | Fornecer uma revisão sistemática atualizada e meta-análise sobre a eficácia das técnicas de mobilização com movimento (MWM) na amplitude de movimento (ADM | Uma estratégia de busca eletrônica do Physiotherapy Evidence Database, PubMed, Cochrane Library, Embase, Google Scholar e CINAHL foi realizada entre agosto de 2008 e janeiro de 2018. Dois revisores independentes selecionaram os estudos. Apenas ensaios clínicos randomizados foram incluídos. A metodologia foi avaliada independentemente por 2 revisores usando a escala Physiotherapy Evidence Database. O indicador Z foi considerado para a avaliação da significância estatística da alteração da ADM, enquanto que para cada meta-análise referente a uma patologia articular específica, a diferença média total (intervalo de confiança de 95%) foi comparada com valores mínimos de alteração detectável de estudos relevantes realizados em populações semelhantes para avaliar a significância clínica. | Foram incluídos 18 estudos com 753 participantes em 10 metanálises separadas para ROM. Todos os estudos foram classificados como de alta ou média qualidade. A MWM da articulação periférica parece produzir melhores resultados terapêuticos em comparação com sham, passiva, outra abordagem ativa ou nenhuma abordagem terapêutica, em relação à melhora da ADM articular em patologias articulares periféricas específicas, consistentemente em todas as direções de movimento para capsulite adesiva do ombro (melhora média 12,30o-26.09o,Pb.02) e dor no quadril (melhora média 4,50o-14,80o,Pb.0001) |
HANCHARDet al. (2021) | O United Kingdom Frozen ShoulderTrial (UK FROST) compara a fisioterapia independente e dois procedimentos cirúrgicos, ambos com reabilitação pós-operatória, para ombro congelado primário na atenção secundária. Desenvolvemos protocolos de fisioterapia para UK FROST, incorporando as melhores evidências, mas reconhecendo a incerteza e permitindo flexibilidade. | Foi selecionado uma revisão sistemática do Departamento de Saúde do Reino Unido e diretrizes baseadas em evidências do Reino Unido (Hanchard et al., 2012; Maundet al., 2012) para recomendações e pesquisas anteriores de fisioterapeutas do Reino Unido (Hanchard et al., 2011, 2013) para um forte consenso. Em seguida, conduziram uma pesquisa Delphi modificada, baseada em questionário e em dois estágios, com fisioterapeutas especialistas em ombro do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido. Isso exigiu classificações positivas, negativas ou neutras de possíveis intervenções em quatro contextos clínicos (fisioterapia autônoma para, respectivamente, ombro congelado predominantemente doloroso e predominantemente rígido; e fisioterapia pós-operatória para, respectivamente, ombro congelado predominantemente doloroso e predominantemente rígido). Propusemos, respectivamente, obrigar ou recomendar intervenções com consenso positivo de 100% e 90% e, respectivamente, desautorizar ou desencorajar intervenções com consenso negativo de 90% e 80%. Outras intervenções seriam opcionais. | A revisão sistemática e a diretriz recomendaram a inclusão de injeção de esteróides e mobilizações manuais em cuidados não cirúrgicos, e exigimos isso para fisioterapia autônoma. O consenso nas pesquisas pré-existentes favoreceu fortemente o aconselhamento, a educação e os exercícios em casa, que exigimos em todos os contextos. A pesquisa Delphi levou à recomendação de algumas modalidades de exercícios supervisionados, além da proibição ou desestímulo – em vários contextos – da imobilização e de algumas eletroterapias de ‘alta tecnologia’ e terapias alternativas |
AGGARWAL et al (2021) | Avaliar o efeito do IASTM como um tratamento adicional para melhorar a dor, amplitude de movimento e capacidade funcional em pacientes com capsulite adesiva. | 30 ombros foram alocados aleatoriamente em dois grupos – Grupo A (IASTMºtratamento convencional) e Grupo B (tratamento convencional). O tratamento foi administrado por 12 sessões, 3 sessões por semana durante 4 semanas. Os participantes foram avaliados pré tratamento, pós 6ª sessão e pós 12ª sessão. As medidas de resultado foram escala numérica de dor, índice de dor e incapacidade no ombro, amplitude de movimento do ombro e teste de arranhão de Apley. | A escala de Dor e Incapacidade mostrou melhora apenas dentro do grupo. No entanto, no grupo experimental foi observada melhora significativa na mobilidade ativa e passiva, incluindo desempenho funcional. |
LIN et al (2022) | Este estudo piloto usou a observação por ressonância magnética (MRI) para avaliar a melhora da estrutura local da articulação do ombro após o tratamento com FNP para elucidar um alvo baseado na estrutura para o tratamento do ombro congelado. | Quarenta e oito pacientes com ombro congelado foram divididos aleatoriamente no grupo de terapia manual tradicional e no grupo de técnica PNF. Alterações nas espessuras do ligamento coracoumeral (LCC) e cápsula no recesso axilar (CAR) da articulação do ombro foram observadas por ressonância magnética na admissão e 4 semanas após o tratamento. Uma escala analógica visual (VAS) e amplitude de movimento passiva do ombro (ADM) na posição de abdução, anteflexão e rotação externa foram usadas para avaliar a melhora da dor e função da articulação do ombro no início, meio termo e alta dos dois grupos de pacientes. | Os resultados primários mostraram que a mobilização da articulação FNP reduziu significativamente a espessura do LCC (p=0,0217) e CAR (p=0,0133). Em comparação com a mobilização articular simples, os resultados da avaliação de reabilitação intermediária e de alta mostraram que o PNF tem um efeito melhor na dor no ombro. Na avaliação intermediária, a ADM do grupo FNP foi significativamente melhor do que a do grupo Controle nas três direções (p< 0,05). |
YAO et al (2022) | Avaliar a eficácia e segurança da mobilização articular no tratamento do ombro congelado. | :Para coletar literatura relevante, pesquisaremos os seguintes bancos de dados: Medicine, PubMed, Embase, Web of Science, Cochrane Library, China National Knowledge Infrastructure, Wan-Fang Database, Chongqing VIP Chinese Science and Technology Periodicaols Database e China Biomedical Database; o tempo é desde sua criação até maio de 2021, e o idioma é limitado a chinês e inglês. Além disso, recuperaremos outros recursos de literatura, incluindo o Registro de Ensaios Clínicos Chinês e artigos de conferências. Dois revisores completarão independentemente a triagem da literatura e a extração de dados e a avaliação da qualidade dos estudos incluídos serão concluídas independentemente por outros 2 pesquisadores. Os resultados primários incluíram ADM articular e escore da Associação Ortopédica Japonesa. Pontuação da Escala Visual Analógica, O escore de Atividades da Vida Diária e reações adversas como resultados secundários foram avaliados. O software RevMan V.5.4.1 será usado para meta-análise, e o Grading of Recommendations Assessment, Development and Evaluation (GRADE) será usado para avaliar a qualidade das evidências. | Esta revisão sistemática fornecerá uma síntese de alta qualidade para avaliar a eficácia e segurança da mobilização articular no tratamento do ombro congelado, fornecendo uma referência para o tratamento seguro e eficaz do ombro congelado. |
DISCUSSÃO
O ombro congelado ou capsulite adesiva (CA), pode ser caracterizado pela a amplitude de movimento (ADM) ativa e passiva dolorosa e limitada. Evidências em estudos apontam que a CA acomete a população de modo geral, mas a incidência maior é em mulheres. O processo inflamatório pode ser ocasionado através de citocinas e outros fatores de crescimento que facilitam a reparação e remodelação tecidual. As citocinas podem estar envolvidas no mecanismo celular da inflamação sustentada e na fibrose de ombros congelados primários e secundários ( Kelley et al 2009).
Dentre as estratégias utilizadas para a capsulite adesiva estão a mobilização articular e o alongamento (Duzgun et al 2019). No estudo em questão, foi realizado uma revisão de literatura e nela encontramos todos os recursos, que utilizaram três artigos sobre mobilização articular (Nakanda et al 2019; Kim et al 2017; Zavala et al 2018) e outros três que fizeram o tratamento associado ou dividido em grupos sobre mobilização e alongamento (Noten et al 2018; Wong et al 2018; Duzgun et al 2019).
Sobre a mobilização articular sabe-se que na capsulite adesiva com o avanço do quadro patológico, há depósito de fibra de colágeno, aumento de produção de fibroblastos que limita a mobilidade e amplitude de movimento (Kelley et al 2022).
Os estudos citados sobre as técnicas de mobilização mais presentes neles foram a mobilização articular que é uma estratégia interessante, porque ela ajuda a alinhar essas fibras, aumenta a mobilidade, aumenta a produção de líquido sinovial e gera uma facilitação muscular.(Yao et al 2022)
Já os outros estudos relataram sobre mobilização associada ao alongamento ou divisão em grupos. Noten et al (2018) associou a mobilização angular da coluna vertebral ao alongamento da articulação glenoumeral. Wong et al(2018) optou por a mobilização articular junto ao alongamento dos tecidos moles. Duzgun et al (2019) dividiu seu estudo em dois grupos (G1 e G2) realizado em pacientes no estágio três da capsulite adesiva , o G1 com pessoas que realizaram a mobilização escapular e G2 com pessoas que fizeram alongamento manual da cápsula posterior, onde a análise mostrou aumento de valores no arco de movimento, exceto para rotação interna do ombro, sem diferença significativa entre os grupos .
No estudo de Noten et al (2018) além da associação de técnicas de mobilização angular ao alongamento glenoumeral, ele também utilizou a técnica do método de Maitland que envolve movimentos passivos e oscilatórios para tratar a dor ea rigidez na articulação, sendo dividido em cinco graus, que são: grau I, realizado em uma pequena amplitude de movimento e com ritmo lento, de maneira benéfica para tratar a dor; o grau II já possui uma maior amplitude, mas ainda abaixo da resistência, e o seu efeito benéfico é o mesmo do grau I, ou seja, para processos dolorosos; no grau III, é de grande amplitude e dentro da resistência, no qual é direcionado para o tratamento da rigidez; o grau IV, é de pequena amplitude, atingindo a barreira restritiva; e o grau V, é classificado como manipulação em um pequeno arco de movimento, produzindo um impulso de alta velocidade.
A mobilização articular com movimento (MWM) de Mulligan, é uma das técnicas mais utilizadas para as articulações periféricas, tanto para MMSS quanto para MMII, visando a recuperação da amplitude de movimento total e sem quadro álgico. Para realizar essa técnica, o fisioterapeuta aplica um deslizamento acessório, e enquanto sustenta esse deslizamento, solicita que a paciente realize ativamente o movimento doloroso. Em um estudo de Sthathopoulos et al (2019), ao utilizar esse tipo de mobilização comparando um grupo experimental com um grupo controle (sham, passivo ou sem tratamento), foi possível obter resultados como a melhora nos movimentos de adução, rotação interna e externa, que favoreceram a MWM, com diferenças significativas, e relata que a repetição ativa do movimento sem dor possa ser um fator que proporciona alcançar resultados sustentados.
Seguindo o estudo de Wong et al (2018) onde foi realizado a mobilização articular juntamente com o alongamento em tecidos moles e comparando ao estudo de Aggarwal et al (2020) que mostra que também pode ser utilizada a mobilização dos tecidos moles auxiliadas por instrumentos, como forma de tratamento para a capsulite adesiva, tendo como objetivo também a melhora da dor, amplitude de movimento e capacidade funcional, ainda é uma técnica considerada nova mas com muitos resultados.
A pesquisa de Rendeiro et al (2018) demonstra outra técnica de tratamento para capsulite adesiva do ombro, a manipulação translacional sob| bloqueio local, que aumenta os benefícios na melhora da dor e o estado funcional em pacientes com exercício de mobilização e amplitude de movimento. O estudo foi dividido em dois grupos de pessoas com diagnóstico primário de capsulite adesiva. O primeiro grupo realizou uma sessão de manipulação translacional sob bloqueio interescalênico, seguida de mobilização e exercícios articulares. O outro grupo procedeu com sessões de mobilização e exercícios articulares. Os participantes de ambos o grupo tiveram um número igual de sessões de tratamento, aproximadamente todas com a mesma duração de 2 horas, ambos os grupos mostraram melhoras, mas o primeiro grupo que realizou a manipulação translacional sob bloqueio interescalênico obteve uma melhora maior.
A facilitação neuromuscular proprioceptiva (PNF) foi abordada em um artigo recente, demonstrando a sua utilidade para restaurar alterações anormais nos tecidos moles do ombro, de maneira mais eficaz do que somente com o uso da terapia manual tradicional (trações, deslizamento, oscilações). Essa técnica consiste em aplicação de resistências manuais com o objetivo de aumentar amplitude de movimento e proporcionar uma estabilidade corporal ao paciente, podendo ser realizada de várias formas, como: contrair-relaxar; retenção-relaxamento; estabilidade rítmica. No estudo em questão, relata ainda que o PNF possui um melhor efeito quanto a estimulação dos proprioceptores do corpo, podendo aumentar a capacidade de contração dos músculos envolvidos, além de ser mais benéfica no alívio da dor e restauração da funcionalidade do ombro do indivíduo para que consiga executar atividades diárias. Dessa forma, o PNF também pode ser incluído no tratamento do ombro congelado (LIN et al 2022).
O alongamento progressivo estático e o relaxamento por estresse são técnicas para restauração não cirúrgica para a amplitude de movimento do ombro para pacientes com capsulite adesiva. Ibrahim et al (2014) dividiu o seu estudo em dois grupos (1 e 2), o grupo 1 realizando o alongamento progressivo estático mais a terapia tradicional, o grupo 2 realizando apenas a terapia tradicional. O acompanhamento desses grupos foram de doze meses, onde o grupo 1 obteve efeitos benéficos na amplitude de movimento do ombro, dor e resultados funcionais, enquanto o grupo 2 obteve recaída e nenhum ganho.
CONCLUSÃO
Com base nos artigos analisados, as técnicas manuais utilizadas para tratamento da capsulite adesiva do ombro compreendem especialmente técnicas mobilizatórias sejam elas translacionais ou oscilatórias, podendo ser aplicadas com diferentes graus de força a depender do objetivos terapêutico e dos tecidos a serem tratados. Demás, técnicas de alongamento e facilitação neuromuscular proprioceptiva também podem ser utilizadas. Todos os estudos tiveram resultados positivos nos parâmetros analisados para capsulite adesiva, seja em técnicas utilizadas isoladamente ou em associação com outras.
Faz-se necessária a realização de novos estudos com amostras mais significativas bem como, designs mais robustos de alatorização e divisão de grupos a fim de confirmar tendências e gerar guias para tomadas de decisão na escolha de condutas terapêuticas manuais no tratamento de pacientes com capsulite adesiva do ombro.
REFERÊNCIAS
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- KIM, Y; LEE, G. C. Immediate effects of angular joint mobilization (a new concept of joint mobilization) on pain, range of motion, and disability in a patient with shoulder adhesive capsulitis: a case report. The American journal of case reports, v. 18, p. 148, 2017.
- WONG, C. K. et al. A pragmatic regional interdependence approach to primary frozen shoulder: a retrospective case series. Journal of Manual & Manipulative Therapy, v. 26, n. 2, p. 109-118, 2018.
- ZAVALA-GONZÁLEZ, J. et al. The effectiveness of joint mobilization techniques for range of motion in adult patients with primary adhesive capsulitis of the shoulder: a systematic review and meta-analysis. 2018.
- DUZGUN, I. et al. Which method for frozen shoulder mobilization: manual posterior capsule stretching or scapular mobilization?. Journal of musculoskeletal & neuronal interactions, v. 19, n. 3, p. 311, 2019.
- CHO, C. H.; BAE, K. C.; KIM, D. H. Treatment strategy for frozen shoulder. Clinics in orthopedic surgery, v. 11, n. 3, p. 249-257, 2019.
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1 – Acadêmico de fisioterapia do Centro Universitário UNINOVAFAPI.
2 – Acadêmico de fisioterapia do Centro Universitário UNIFACID.
3 – Docente do curso de Fisioterapia do Centro Universitário UNINOVAFAPI. Docente EBRAFIM (Escola Brasileira de Fisioterapia Manipulativa).