REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7374639
Heitor Marinho Figueiredo Neto
Layla Gabriela Abrahim de Castro
Resumo:
O presente artigo é uma pesquisa de cunho bibliográfica qualitativa e objetiva-se abordar de forma direta o tema transtornos alimentares: as alterações psicossociais da bulimia no contexto da adolescência com a finalidade de principalmente compreender as alterações psicossociais da bulimia . Além de verificar os motivos da ilusão corporal frente ao espelho em adolescentes bulímicos, descrever as consequências das alterações psicossociais de adolescentes bulímicos, mencionar o agravamento da bulimia em adolescentes levando a pretensão de futuras doenças psicológicas e citar as principais formas de intervenção de forma geral em pacientes bulímicos. A adolescência é uma grande fase de mudança e sabe-se que ao longo dos anos vem aumentado o número de casos de adolescentes bulímicos por inúmeros motivos que serão melhor explicados e exemplificados no embasamento teórico e dentro dos resultados na metodologia e a partir das discussões adquiridas de diversos autores. Encontra-se no artigo em questão a teoria de base cognitiva comportamental, que vem sendo a abordagem mais escolhida pela sua eficácia em transtornos alimentares e entre outros transtornos não citados.
Palavras-chave: alterações psicossociais, bulimia, transtornos alimentares
Abstract:
This article is a qualitative bibliographic research and aims to directly address the theme of eating disorders: the psychosocial changes of bulimia in the context of adolescence, with the aim of mainly understanding the psychosocial changes of bulimia. In addition to verifying the reasons for body illusion in front of the mirror in bulimic adolescents, describing the consequences of psychosocial changes in bulimic adolescents, mentioning the aggravation of bulimia in adolescents leading to pretense of future psychological illnesses and citing the main forms of intervention in general in bulimic patients. Adolescence is a great phase of change and it is known that over the years the number of cases of bulimic adolescents has increased for numerous reasons that will be better explained and exemplified in the theoretical basis and within the results in the methodology and from the discussions acquired. from different authors. The cognitive-behavioral basis theory is found in the article in question, which has been the most chosen approach for its effectiveness in eating disorders and among other disorders not mentioned.
Keywords: eating disorders, bulimia, psychosocial changes.
Introdução
Os transtornos alimentares são contextualizados como perturbações dentro do comportamento alimentar, e como na adolescência é a fase caracterizada por inúmeras mudanças, a questão alimentícia entra em pauta sendo englobada em algumas dessas mudanças fazendo a ligação entre as duas vertentes, objetivando o caminhar e desenvolvimento desse tema.
A terapia cognitiva comportamental alcança fortemente o tema deste artigo, visto que a abordagem da TCC é considerada também como o tratamento base da bulimia nervosa, assim como grupos psicoeducativos e psicoterapia familiar, por isso foi a escolhida para embasar esse artigo.
O propósito da discussão dessa temática é para o desenvolvimento maior sobre essa vertente em questão. Utilizando os objetivos deste trabalho científico que são fazer a compreensão das alterações psicossociais que ocorrem aos adolescentes bulímicos, verificar os motivos da ilusão corporal frente ao espelho em adolescentes bulímicos, descrever as consequências dessas alterações psicossociais, fazer a menção do agravamento da bulimia levando a pretensão de futuras doenças psicológicas e por fim, citas as principais formas de intervenção utilizada em adolescentes bulímicos.
Baseada na temática escolhida, foi utilizada a pesquisa de cunho bibliográfico, que é realizada a partir de elementos já publicados, abrangendo assim recursos digitais e físicos, apontando-os como livros, artigos científicos, revistas, jornais entre outros materiais que estão abertos ao público de interesse sobre esse tema. Além disso a abordagem de pesquisa utilizada é de cunho qualitativo, onde a pesquisa não é quantificada pois a mesma é feita a partir de interpretações de conteúdos já existentes, mas que ganham mais vertentes e produções a partir de cada material publicado, além de ser considerado o método científico mais seguro e mais eficaz para ser usar dentro da elaboração de um artigo.
Por fim, o trabalho será apresentado mediante a teoria de base cognitiva comportamental e o embasamento teórico adquiridos de leituras de livros e artigos sobre o assunto, fazendo uma ligação com a teoria cognitiva comportamental onde é caracterizada como ponto principal para fazer o entendimento das discussões e alcançar os objetivos listados e os resultados das pesquisas que foram discutidos entre os autores.
DESENVOLVIMENTO
A bulimia na adolescência e suas comorbidades coexistentes
De acordo com Hermeto e Martins (2012) a palavra “adolescência” tem cunho de significação do “nascer de novo”, uma nova fase cheia de mudanças e envolvendo muito luto.
A fase da adolescência é uma grande transição no desenvolvimento humano envolvendo questões de mudanças específicas nas questões físicas, cognitivas, emocionais e sociais, assim assumindo inúmeras formas em diferentes contextos de cunho social, cultural, emocional e econômico (PAPALIA, 2013).
Ainda segundo o mesmo autor a adolescência é vista como uma preparação social. Esse conceito não é mencionado em sociedades passadas, onde antigamente, as crianças já eram consideradas adultas após o desenvolvimento corporal ou quando iniciavam algo relacionado a um aprendizado de cunho profissional. Chamados de miniadultos, obrigados a exercer funções que não condiziam com a sua pouca idade, advinda de questão cultural.
A adolescência abrange puramente o período de desenvolvimento do indivíduo, passando pela fase de transição da criança para o adolescente. Caracterizado também por um processo introdutório de maturidade, responsabilidade, iniciativas de tomadas de atitudes e escolhas de decisões significativas para o futuro como jovem adulto (LEONIDAS; SANTOS, 2015).
Segundo Bittar e Soares (2020) a adolescência é geralmente entendida como fase do indivíduo que tem por característica a mudança da infância para a vida adulta. No entanto, baseada na história, essas mudanças variaram e nem sempre existiu a compreensão sobre elas. Além disso, mesmo com a globalização, há sociedades nas quais a adolescência não existe, porque os adolescentes são taxados como adultos.
De acordo com Trinco e Santos (2015) o comportamento na adolescência podem ocorrer alterações por conta de múltiplas influências de fatores psicológicos, em conjunto com fatores de vulnerabilidade predisponentes e precipitantes.
Mediante à essas mudanças em conjunto sobre a fase da adolescência são possíveis fazer a ligação dessa fase com alguns transtornos mais comuns, como por exemplo depressão, ansiedade e transtornos alimentares, mais especificamente a bulimia.
A palavra “bulimia” vem do grego e significa “fome devoradora”. O distúrbio do apetite é caracterizado por episódios incontroláveis de ingestão de alimento, denominado episódio bulímico (FONSECA, 2008).
Aponta Cheniaux (2018) sobre a bulimia, os impulsos de hiper ingestão alimentar, que são seguidos por o final que é o comportamento compensatório. Acionando assim a exacerbação de apetite do indivíduo e uma perda de controle total dos sentidos normais levando assim a pessoa ter um comportamento impulsivo.
Fazendo uma ligação com o parágrafo anterior, primeiro sinal de bulimia nervosa costuma surgir durante a adolescência e no adentrar do início da vida adulta, baseada numa mudança de fase extremamente significativa para o indivíduo. Uma das fases mais mundanas do ser humano, porque passa de uma fase totalmente dependente familiar para o começo de uma pequena autonomia própria.
De acordo com estudos de Balata et. al (2008), na sua grande maioria os pacientes que possuem o transtorno bulímico utilizam o vômito como uma válvula de escape ou fuga, pois o vômito é auto induzido por eles mesmos em 95% dos casos com o objetivo de diminuir os sintomas recorrentes da ansiedade por ingestão alimentar excessiva, chamada também de hiperfagia. Deste modo, entende-se a magnitude do transtorno presente na vida dos adolescentes e seus efeitos que nela ocorrem.
Segundo Le Grange e Lock (2008) a bulimia nervosa (BN) é uma grande e importante fonte de morbidade psiquiátrica, ou seja, é um transtorno com uma difícil caracterização e pode prejudicar diversas áreas do funcionamento em geral. Algumas condições comórbidas podem ser pontuadas, tais quais, depressão, transtornos de personalidade, transtornos de ansiedade, ideações suicidas, abuso de substâncias psicoativas.
A bulimia entra como comorbidade também em casos de transtorno dismórfico corporal, pois Nascimento et. al (2011) dizem que a insatisfação corporal é uma característica da bulimia assim como no transtorno dismórfico corporal. Nesse transtorno o indivíduo se preocupa com o desfiguramento ou deformação, podendo fazer uma ligação relacionada ao peso, que nos transtornos alimentares, como na bulimia, uma das maiores preocupações são com o peso e a imagem corporal do indivíduo.
De acordo com Glaner (2012) atualmente é apresentando uma perturbação com os padrões de beleza impostos, nas quais há uma verdadeira idealização do corpo, além de uma grande busca pela divinização corporal, muitas vezes visto nos modelos do mundo inteiro. Isto tem colaborado para o aumento do descontentamento em relação a isso e uma falsa ilusão com o corpo dos indivíduos, acometendo assim negativamente alguns aspectos da vida principalmente relacionados ao comportamento alimentar.
Atualmente percebemos que indivíduos considerados dentro dos padrões de beleza conquistam mais facilmente o seu espaço na sociedade, com mais acessibilidade a lugares e pessoas; sendo então discriminados, rejeitados e submetidos à falta de incentivo social os indivíduos que não se encaixam neste padrão (CARVALHO; SILVA; SCATOLIN, 2010).
A falta de peso ou gordura corporal pode ser mais prejudicial e trazer problemas mais graves do que seu próprio excesso de peso, levando como exemplo a obesidade mórbida (PAPALIA, 2013). Podendo o indivíduo ter um funcionamento prejudicial no âmbito escolar, social e profissional. Além de que a grande a busca do corpo “ideal” e sua divinização podem atrelar a comportamentos obsessivos para o controle do peso do indivíduo.
Com o objetivo de alcançar uma falta sensação de idealização corporal, correspondente aos cunhos ideais estéticos da sociedade, todos os dias os indivíduos recorrem ainda mais a jejum, sais de banho, exercícios físicos, e uso de medicamentos, laxantes, entre outros recursos. Em consequência, originam-se transtornos alimentícios, como a pica, anorexia e principalmente a bulimia.
A terapia cognitiva comportamental como tratamento base da bulimia
A abordagem TCC é uma psicoterapia de curta duração, estruturada e tem foco na história atual, ou seja, enfatiza o presente, sendo concentrada para os problemas atuais e como solucioná-los e guiada para modificação de pensamentos e comportamentos disfuncionais, vistos como inúteis e inadequados (BECK, 2013). De acordo com a fala do autor, percebe-se que a terapia cognitiva comportamental é exercida de forma pragmática e busca a resolução dos problemas de forma imediata.
A TCC é trabalhada como uma intervenção breve, semi-estruturada e com organização de metas e por conta dessas características é a abordagem mais indicada para transtornos alimentares em geral, mais especificamente a bulimia nervosa, pois, os transtornos alimentares (TA) são variáveis e resultam da ligação entre especificamente de fatores culturais, biológicos e experiências sociais e pessoais, ou seja, biopsicossocial. A teoria cognitiva comportamental trabalha na investigação e correção das condições que favorecem o desenvolvimento do indivíduo e na manutenção das alterações tanto cognitivas como comportamentais que caracterizam assim os casos clínicos (DUCHESNE; ALMEIDA, 2002). Para Kerbauy (2012), de acordo com suas pesquisas em TCC o objetivo da psicoterapia é fazer com que o paciente desenvolva padrões de pensamentos mais adaptativos. Segundo a citação do autor, preparar o paciente para novas situações faz com que ele tenha uma outra perspectiva sobre si mesmo, na qual o próprio indivíduo se ver capaz de corrigir seus problemas naquele contexto. Na abordagem da TCC são trabalhados três níveis de cognição: pensamentos automáticos (PA), crenças subjacentes (intermediárias) e crenças nucleares. Os pensamentos automáticos são pensamentos que não são percebidos de forma consciente, eles vêm de uma forma mais rápida e involuntária, acontecendo em situações específicas e são vistos como exagerados e equivocados; as crenças intermediárias são distorções cognitivas disfuncionais, usando pressupostos como “e se”; por fim, as crenças nucleares são o que aprendemos, o que sabemos, estão enraizados na mente e que independente da situação, o pensamento é o mesmo (KNAPP, 2004). De acordo com os estudos do autor, mostra-se que o pensamento humano possui um modo dinâmico em sua cognição e cada nível se apresenta em diferentes contextos do indivíduo.
caracterizam assim os casos clínicos (DUCHESNE; ALMEIDA, 2002). Para Kerbauy (2012), de acordo com suas pesquisas em TCC o objetivo da psicoterapia é fazer com que o paciente desenvolva padrões de pensamentos mais adaptativos. Segundo a citação do autor, preparar o paciente para novas situações faz com que ele tenha uma outra perspectiva sobre si mesmo, na qual o próprio indivíduo se ver capaz de corrigir seus problemas naquele contexto. Na abordagem da TCC são trabalhados três níveis de cognição: pensamentos automáticos (PA), crenças subjacentes (intermediárias) e crenças nucleares. Os pensamentos automáticos são pensamentos que não são percebidos de forma consciente, eles vêm de uma forma mais rápida e involuntária, acontecendo em situações específicas e são vistos como exagerados e equivocados; as crenças intermediárias são distorções cognitivas disfuncionais, usando pressupostos como “e se”; por fim, as crenças nucleares são o que aprendemos, o que sabemos, estão enraizados na mente e que independente da situação, o pensamento é o mesmo (KNAPP, 2004). De acordo com os estudos do autor, mostra-se que o pensamento humano possui um modo dinâmico em sua cognição e cada nível se apresenta em diferentes contextos do indivíduo.
De acordo com Leal et. al (2013) as pesquisas realizadas no Brasil sobre os transtornos alimentares e seus comportamentos de risco para assim identificá-las, ainda não possuem um protocolo ou paradigma a ser seguido, pois não há a presença de metodologia de avaliação. A partir da afirmação dos autores, percebe-se a importância da autonomia do profissional para o tratamento do transtorno da bulimia.
A terapia se desenvolverá a partir do lado severo da psicopatologia que o paciente demonstrar no setting terapêutico. O paciente fará o tratamento com a psicoterapia, levando em consideração o seu grau em relação ao seu transtorno alimentar (CANGELLI; NABUCO, 2005).
Formas de intervenções utilizadas com adolescentes bulímicos
As abordagens de tratamento da bulimia requerem o envolvimento de uma equipe multidisciplinar de especialistas das variadas áreas da saúde, pois atualmente, sabe-se que existem grandes resultados através do uso de equipes multiprofissionais.
Segundo Nicoletti et. al (2010) o grupo psicoeducativo é uma das intervenções que tem por objetivos um maior esclarecimento, orientação e informação sobre as proporções clínicas da doença, bem como suas questões de cunho físico, psicológica e nutricional, baseando então um maior oferecimento de subsídios às famílias do enfermo e possibilitar também o funcionamento ao tratamento e prevenir a recaída. De acordo com fala dos autores, entende-se que a família deixa de ser o principal motivo para a evolução da doença para torna-se o maior tratamento da mesma e o grupo psicoeducativo é coordenado por terapeuta familiar da equipe e auxiliado por um profissional de psicologia.
Os encontros são mensalmente, com uma hora e meia de duração, sendo no mesmo local e dia do ambulatório (NICOLETII et. al, 2010, p.220). Segundo Eizirik et. al (2015) a primeira abordagem do tratamento desse transtorno deve-se começar com a restauração do peso normal do paciente, assim como também deverá ser instaurada uma psicoeducação no adolescente relacionada ao funcionamento biológico e cultural dessa patologia e fazer o uso de intervenções baseadas nas atividades cognitiva comportamental.
O transtorno bulímico pode ser intervindo com psicoterapia individual, de grupo ou familiar, levando em consideração o controle dos sintomas iniciais do transtorno psicológico (PAPALIA, 2013). Geralmente, adolescentes com certa independência rejeitam o momento de intervenção familiar por inúmeros motivos pessoais, por isso talvez precisem de uma estrutura baseada num ambiente de transformações, mesmo levando em consideração que qualquer tratamento envolvendo menores de idade, a família há de ser avisada imediatamente antes de qualquer passo de qualquer profissional da saúde.
De acordo com Le Grange e Lock (2008) existe um tratamento baseado na família do adolescente bulímico, que é divido em alguns estágios. Especificamente, o primeiro estágio dura em média de dois a três meses com sessões marcadas em intervalos semanais, o segundo é marcadas sessões a cada duas ou três semanas e o terceiro marca-se sessões mensais, pois está próximo da conclusão do tratamento do indivíduo. Baseado nos três estágios, o primeiro vem com objetivo no reestabelecimento da alimentação saudável, trabalhando os pais e o adolescente em conjunto para confrontarem os sintomas da BN.
As primeiras sessões geralmente são mantidas para garantir que a aprendizagem social seja mantida (LE GRANGE; LOCK, 2008). O segundo estágio da TBF começa após os pais e filhos terem conseguido normalizar um padrão de alimentação saudável, fazendo a eliminação de dietas ou comportamentos compulsórios e etc, com isso podendo adquirir sensações de alívio evoluindo para o próximo passo que será o controle dos comportamentos problemáticos de alimentações ligadas ao peso corporal, ainda sob supervisão dos genitores e por fim, o terceiro e último estágio começa quando os sintomas tanto de consumo alimentar como de purgação venham a cessar por completo.
Todavia, começa-se a relação saudável entre pai e a filha não tendo mais a doença como a base principal para a interação dos dois, envolvendo a autonomia do jovem, estabelecimento de limites e reorganização da vida conjugal dos pais após os filhos saírem de casa. Nesse último estágio os encontros já são mensais (LE GRANGE; LOCK, 2008).
Para a bulimia nervosa, os guidelines de tratamento recomendam a terapia cognitivo-comportamental (TCC) como a intervenção mais bem estudada e efetiva, sugerindo a terapia interpessoal (TIP) para aqueles que não responderem à TCC. Ainda que a psicoterapia psicodinâmica permaneça sendo um importante componente de tratamento, é indicada tanto para casos mais leves de Tas como para situações nas quais as demais terapias falharam (EIZIRIK, et. al. 2015)
Os princípios básicos da terapia cognitiva segundo Cordioli apud Beck (2008, p.292) são que a Teoria Cognitiva Comportamental (TCC) é uma teoria baseada em 10 princípios: (1) um contínuo desenvolvimento do paciente e de suas frustrações em termos relacionados à cognição; (2) aliança terapêutica e sigilo entre terapeuta e paciente; (3) colaboração e participação ativa; (4) procura um objetivo e foca no problema; (5) foca primeiramente no presente, situações atuais da vida; (6) a terapia cognitiva é educativa (uso de psicoeducação); (7) tempo de 45 minutos à uma hora de sessão; (8) as sessões de terapia são roteirizadas, não podendo ser livres; (9) ensina os pacientes a fazerem identificação e avaliação de seus próprios pensamentos e crenças (intermediárias, nucleares) ; (10) utilização de inúmeras técnicas para mudança pensamentos, verificação do humor e comportamento no geral.
A Terapia Cognitiva-Comportamental (TCC) deve ser considerada também como o tratamento base da bulimia, pois segundo Sadock (2010) “a sua eficácia se baseia na adesão ao tratamento rigorosamente aplicado e que inclui a média de 18 a 20 sessões por cinco a seis meses”.
Como os Transtornos Alimentares são mais comuns no sexo feminino, o grau de homicidade em direção ao self e ao corpo reflete a extensão do propósito assassino com relação aos pais internos e suas relações. Mulheres que desenvolveram um transtorno alimentar podem ter sido receptáculo de invasões, abusos ou violências físicas e psíquicas quando crianças (EIRIZIK et. al, 2015, p. 672). Levando em consideração também a questão da aceitação do corpo, refletindo muito mais em no gênero feminino do que no gênero masculino, ainda se baseando na questão emocional feminina.
Ademais, o tratamento dos transtornos alimentares não se cessa somente fazendo o uso da abordagem TCC. Nesses transtornos, uma equipe interdisciplinar é fundamental por conta da necessidade em casos de hospitalização, ganho de peso, e ou problemas físicos gerados pela restrição alimentar e por purgações (Whisenant & Smith, 1995). De acordo com Eizirik et. al (2015) não existe ainda um modelo concreto para o tratamento da bulimia, ainda mais levando em consideração como são feitas as compreensões inconscientes desse transtorno.
Alterações psicossociais do adolescente com bulimia
São citados como os maiores aspectos psicológicos mais frenquentes da bulimia nervosa: a baixa autoestima, preocupação com o peso corporal, ilusão sobre o corpo, busca pela aceitação extrema, sentimento de culpa e conflitos consigo mesmo.
A relação entre o indivíduo e seu convívio social do ponto de vista da psicologia, chama-se psicossocial, ramo de estudos que abrange os aspectos da vida social juntamente com a psicologia clínica. Ou seja, o desenvolvimento psíquico do ser humano está diretamente relacionado com seu meio social. Com isso, o psicanalista Erik Erikson (1902-1994), propôs uma teoria denominada Teoria Psicossocial do Desenvolvimento, a qual indica que o desenvolvimento psicossocial envolve a integração do desenvolvimento psicológico com a formação de relações sociais, por tanto, ambos os processos necessitam ocorrer de uma forma simultânea. Essa teoria faz a valorização do papel do meio social na formação da personalidade da pessoa (RABELLO, 2001). Neste sentido entende-se que o desenvolvimento psicológico de um indivíduo depende diretamente da ligação interativa que ele tem com outras pessoas num ambiente visto como social, pois a formação da personalidade será sempre lapidada até o início da vida adulta. Deste modo, a Teoria Psicossocial do Desenvolvimento, divide-se em oito estágios, onde cada estágio atravessa uma crise entre uma vertente positiva e uma negativa, conectando-se continuamente um ao outro sendo, os cinco primeiros, formadores de identidade e todos, conflitos a serem resolvidos que resultarem em escolhas que afetaram a vida futura. Respectivamente, a primeira fase até 1 ano de idade, a segunda do 2 ao 3 ano, a terceira seria da 3 ao 6 ano, a quarta dos 6 anos até a puberdade, a quinta fase já é a adolescência, a sexta fase o jovem adulto, a sétima o adulto meia idade e a oitava o adulto velho.
Segundo Oliveira, Cardoso e Santos (2014), em seu estudo no qual o objetivo era analisar o funcionamento lógico e afetivo de pessoas diagnosticadas com transtornos alimentares, reconheceram então a grande influência amplamente conhecida dos fatores emocionais na evolução e manutenção dos transtornos alimentares
Entretanto, as alterações psicossociais também consistem no resultado das interações sociais, biológicas, psicológicas e familiares do indivíduo. Na saúde, por exemplo, para CARDOSO (2002), as pessoas que realmente apresentam algum comprometimento físico sofrem influência de fato do fator psicológico e a fragilidade gerada pela doença sempre afetará de alguma maneira tanto a integridade física da pessoa, como são comuns nos casos dos transtornos bulímico. Para lidar com essas doenças psicossociais, é necessário acompanhamento médico-psiquiátrico, e de uma equipe multidisciplinar juntamente com a utilização da terapia ocupacional visto que o tratamento será direcionado de acordo com cada caso.
Considerações finais
Pode-se perceber que a bulimia nervosa na adolescência é um fator de risco e fundamental para que o indivíduo possa ter sua autoestima baixa e sentimentos negativos presentes em sua vida. No entanto, para o adolescente bulímico a sua autoestima depende rigorosamente do seu peso e da forma do seu corpo, além de comprometer os seus aspectos biopsicossociais resultantes dos sintomas que este transtorno abrange.
Conclui-se que é de suma importância relatar este tema para a instituição e a sociedade pois transtornos alimentares, especificamente a bulimia nervosa não deve ser menosprezada e tratada com indiferença, visto que a partir das pesquisas realizadas através deste artigo, a bulimia se faz mais presente em adolescentes do sexo feminino do que masculino. Ademais, a bulimia afeta não só o psicológico da pessoa, mas também se mostra que a saúde biológica também é importante para o caso, a priori o trabalho enfatiza o grande impacto que o adolescente sofre por conta das alterações psicossociais na busca de querer sempre melhorar a sua realidade.
Os objetivos desta pesquisa foram alcançados de forma pragmática, trazendo à tona ao leitor os efeitos que o transtorno da bulimia causa no adolescente. Vale destacar que os objetivos deste trabalho foram alcançados parcialmente, visto que a literatura precisa de mais pesquisas e estudos contemporâneos para um melhor aproveitamento do tema, a priori, para a evolução da pesquisa, precisa-se que o tema também possa evoluir com a contribuição de novos pesquisadores.
Entretanto, é um grande desafio trazer métodos que mostram a eficácia correta para o tratamento da bulimia. Como estar presente neste artigo, o tratamento base para o transtorno da bulimia se abarca fortemente com a terapia cognitiva comportamental, acompanhados de grupos socioeducativos e psicoterapia familiar em conjunto.
Sendo assim, este trabalho mostra também a necessidade de trazer mais informações a respeito deste tema, por conta de ser uma temática de emergência psicológica, a fim de que os profissionais em psicologia explorem novos métodos para o tratamento da bulimia nervosa, pois desta forma haverá sempre lacunas a serem preenchidas e a literatura sendo enriquecida.
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