EFICÁCIA DOS ÓLEOS ESSENCIAIS NO TRATAMENTO DA ACNE: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA  

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7373086


Ana Karolyne Pereira Chaves1,3
Fernanda Freitas Mendes1,3
Joicy Karinne Silva do Vale1,3
Sabrina Aparecida Rodrigues Lopes1,3
Thays Rodrigues de Jesus1,3
Orientador: Prof° Dr° Izabel Cristina Portela Bogéa Serra2,3


RESUMO 

INTRODUÇÃO: A acne pode não ser reconhecida por uma condição que gere  incapacidade. No entanto, induz prejuízos psicológicos e emocionais. O tratamento  convencional da acne envolve a utilização de medicamentos seja por via oral e/ou  tópica, sendo os mais empregados: agentes queratolíticos, antibióticos, retinóides,  anti-inflamatórios e terapias hormonais. Entretanto, existem desvantagens no  emprego de tais terapias, pois, podem gerar resistência aos antibióticos e a dificuldade  de utilizar retinóides em mulheres grávidas. Sendo assim, a busca por outras  modalidades terapêuticas têm aumentado, como por exemplo a utilização de óleos  essenciais (OEs) em cosméticos. OEs são substâncias lipofílicas voláteis extraídas  de diversas partes de plantas medicinais com inúmeras ações já descritas na  literatura, tais como: antimicrobiana e anti-inflamatória. Considerando, então, que a  acne envolve processo inflamatório e a presença de células bacterianas e que, pelo  fato de tais OEs serem anti-inflamatórios e antimicrobianos, estes poderiam ser  eficazes no tratamento de tal condição clínica.  

OBJETIVOS: Dessa forma, esse trabalho teve como objetivo realizar um  levantamento bibliográfico dos óleos essenciais com potencial no tratamento da acne. 

MÉTODOS: Estudo retrospectivo, com revisão literária a partir de publicações  indexadas na base de dados PubMed, Scopus, Scielo e Google acadêmico. Utilizou-se  como descritores de busca os termos óleos essenciais e acne, isoladamente ou de  forma associada, tanto em português quanto em inglês. Como critérios de inclusão,  foram consideradas as pesquisas que continham ensaios experimentais, publicadas  de 2010 até agosto de 2022. Foram excluídos os que não estavam relacionados com  a temática proposta, repetidos nas diferentes bases de dados, não apresentavam o  texto completo na íntegra e com o ano de publicação inferior a 2010. 

RESULTADOS: Foi possível observar que com o levantamento bibliográfico de 45 artigos pré-selecionados e após leitura minuciosa foram selecionados apenas 15 artigos, pois eram os únicos que atendiam aos critérios de inclusão e exclusão  estabelecidos na metodologia. Verificou-se 17 óleos essenciais com ação terapêutica  na acne, dentre eles, os principais são: Melaleuca alternifólia, Litsea cubeba e Cinnamomum verum. Os principais mecanismo de ação na acne foram: destruir  membrana e parede celular de células bacterianas, interromper sua síntese, bloquear  liberação de citocinas inflamatórias, reduzir crescimento de glândulas sebáceas e  inibir o acúmulo de triglicerídeos. 

CONCLUSÃO: Assim, esse trabalho assegura informações relevantes que podem, no  futuro, contribuir com o desenvolvimento de novos produtos cosméticos que  representem uma alternativa complementar, segura e eficaz no tratamento e  prevenção da acne. 

Palavras-chave: Cutibacterium acnes, lesões acneicas, plantas medicinais, aromaterapia. 

ABSTRACT 

INTRODUCTION: Acne may not be recognized by a condition that generates disability.  However, it induces psychological and emotional damage. Conventional acne  treatment involves the use of medications either orally and/or topically, the most used:  keratolytic agents, antibiotics, retinoids, anti-inflammatory drugs and hormone  therapies. However, there are disadvantages in the use of such therapy because they  can generate antibiotic resistance and the difficulty of using retinoids in pregnant  women. Thus, the search for other therapeutic modalities has increased, such as the  use of essential oils (OEs) in cosmetics. OEs are volatile lipophilic substances  extracted from various parts of medicinal plants with numerous actions already  described in the literature, such as: antimicrobial and anti-inflammatory. Considering,  then, that acne involves inflammatory processes and the presence of bacterial cells and  that, because such OEs are anti-inflammatory and antimicrobial, these could be  effective in the treatment of such clinical conditions. 

OBJECTIVES: Thus, this study aimed to perform a bibliographic survey of essential  oils with potential in the treatment of acne. 

METHODS: Retrospective study, with literary review from indexed publications in the  database PubMed, Scopus, SciElo and Google academic. The terms essential oils  and acne were used as search descriptors, alone or in an associated way, both in  Portuguese and in English. As inclusion criteria, we considered studies containing  experimental trials, published from 2010 to August 2022. Those that were not related  to the proposed theme, repeated in the different databases, did not present the full  text in full and with the year of publication lower than 2010 were excluded. 

RESULTS: It was possible to observe that with the bibliographic survey of 45 pre-selected articles and after thorough reading, only 15 articles were selected, as they  were the only ones that met the inclusion and exclusion criteria established in the  methodology. There were 17 essential oils with therapeutic action on acne, among  them, the main ones are: Melaleuca alternifolia, Litsea cubeba and Cinnamomum  verum. The main mechanisms of action in acne were: destroy membrane and cell wall  of bacterial cells, disrupt their synthesis, block release of inflammatory cytokines, reduce growth of sebaceous glands and inhibit the accumulation of triglycerides. 

CONCLUSION: Thus, this work ensures relevant information that may, in the future,  contribute to the development of new cosmetic products that represent a  complementary, safe and effective alternative in the treatment and prevention of acne. 

Keywords: Cutibacterium acnes, acne lesions, medicinal plants, aromatherapy.

1 INTRODUÇÃO 

A acne é uma doença inflamatória crônica, ocupando o segundo lugar entre as  doenças dermatológicas mais comuns. Acomete principalmente jovens e adultos entre  12 e 24 anos, sendo causada por diversos fatores, dentre eles cita-se: elevada  produção de testosterona, estresse, tendência à inflamação, acúmulo de células e  tecidos mortos, etc. (XU & LI, 2019). 

A sua patogênese está associada com bactérias, como: Staphylococcus  epidermidis, Staphylococcus aureus e em maior ocorrência Cutibacterium acnes antiga Propionibacterium acnes (CRUZ & DA PAIXÃO, 2021; XU & LI, 2019; FOX, et  al., 2016). Essas bactérias compõe a microbiota normal da pele humana, mas quando  ocorre o processo de disbiose, os folículos pilossebáceos podem ocasionar a acne  vulgar ou ainda quando o excesso de sebo fica aprisionado nas glândulas  pilossebáceas, produzindo um substrato que ajuda a crescer essa flora bacteriana (WILLIAMS, DELLAVALLE & GARNER, 2012). 

A acne não causa apenas efeitos desagradáveis visuais com o aparecimento  de lesões na face, costas e parte superior do tórax, mas também afeta  psicologicamente a quem é acometido, causando depressão, ansiedade, isolamento  social, entre outros (AGNEW, LEACH & SEGAL, 2014; ZU, et al., 2010). 

A sua classificação é representada por quatro níveis, sendo eles: grau I  caracterizada pela presença de comedões e a única não inflamatória; grau II apresenta comedões com pápulas e pústulas; grau III tem presença de nódulos; grau  IV possui predominância de nódulos grandes e purulentos e o grau V com intensa  inflamação sendo caracterizada como acne fulminante (LÓPES-BARBOSA, 2021). 

O tratamento atual da acne pode ser topicamente e/ou sistemicamente (drogas  orais), como: retinóides (isotretinoína), antibióticos (clindamicina, eritromicina,  azitromicina etc.), hormonal (contraceptivo) diversos (ácido azelaico, ácido salicílico,  peróxido de benzoíla, corticosteróides etc.) (HABESHIAN & COHEN, 2020).  

No entanto, essas drogas apresentam vários efeitos colaterais, como ressecamento e irritação no caso dos retinóides e principalmente resistência  bacteriana levando em consideração os antibióticos, dessa forma, como alternativa terapêutica complementar existe os cosméticos (AGNEW, LEACH & SEGAL, 2014). 

Segundo a ANVISA (2008), os cosméticos são produtos para uso externo,  destinados à proteção ou ao embelezamento das diferentes partes do corpo. Existe vários cosméticos no mercado e dentre eles pode-se citar os preparados com plantas  medicinais.  

No Brasil, a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, criada em  2006, e o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, em 2008,  possuem como objetivo “garantir à população brasileira o acesso seguro e o uso  racional de plantas medicinais e fitoterápicos e promover o uso sustentável da  biodiversidade, o desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria nacional”  (PEDROSA, ANDRADE & PIRES, 2021). 

A fitoquímica das plantas medicinais, como os metabólitos secundários, é produzida com o objetivo principal de proteção das plantas a estresses ambientais,  que consequentemente possuem valores tanto nutricionais como farmacológicos para  animais e seres humanos. Estes metabólitos possuem um grande leque de estruturas complexas, onde podemos destacar os óleos essenciais (RAMAKRISHNA &  RAVISHANKAR, 2011). 

Óleos essenciais (OEs) são metabólitos secundários voláteis aromáticos  altamente concentrados de origem vegetal que apresentam vários constituintes  químicos, normalmente terpenos (monoterpenos e sequisterpeno) e fenilpropanoides, extraídos por técnicas de destilação a vapor, hidrodifusão ou pressão (AZIZ, et al.,  2018; LI, et al., 2020; HOFFMANN, 2020).  

Os OEs são utilizados há muitos anos na prática da aromaterapia que  corresponde um campo da medicina complementar usando-os para tratar e prevenir  diversas doenças por vias de administração: geralmente tópica, inalação ou oral.  Atividades antimicrobiana, anti-inflamatória, antioxidante, antitumoral, ansiolítica,  antidepressiva, analgésica e anti diabética dos OE já foram relatados na literatura (ELSHAFIE & CAMELE, 2017). 

Considerando que na acne existe processo inflamatório e presença de célula  bacteriana e que os óleos essenciais possuem ação antimicrobiana e anti-inflamatória  já comprovadas na literatura, esse trabalho de conclusão de curso teve como objetivo  realizar um levantamento bibliográfico da ação dos óleos essenciais no tratamento da acne vulgar.

2 METODOLOGIA 

Trata-se de um estudo retrospectivo, com revisão literária. A busca de dados  foi realizada por meio de consulta a periódicos e posterior leitura minuciosa dos títulos,  resumos e trabalhos completos. Utilizou-se como descritores de busca os termos  óleos essenciais, acne e pele, isoladamente ou de forma associada, tanto em  português quanto em inglês. Como critérios de inclusão, foram consideradas as  pesquisas que continham ensaios experimentais, publicadas de 2010 até o presente  momento, nos idiomas inglês e português e que abordassem a temática proposta  “efeito dos óleos essenciais sobre a acne”. 

Como critério de exclusão, descartou-se os que não diziam respeito ao  propósito deste estudo, que estavam repetidos nas diferentes bases de dados, não  apresentavam o texto completo na íntegra e com o ano de publicação inferior a 2010. 

Para a seleção dos artigos foram realizadas leituras prévias através dos títulos  e resumos, sendo escolhidos os que atendiam ao tema da pesquisa. 

3 RESULTADOS 

Este trabalho pesquisou, em base de dados eletrônicas, o conhecimento atual  sobre o uso dos óleos essenciais, utilizados topicamente, para o tratamento da acne.  Com este trabalho, foi possível observar que com o levantamento bibliográfico de 45 artigos pré-selecionados e após leitura minuciosa foram incluídos apenas 15 artigos nesta pesquisa, pois eram os únicos que atendiam aos critérios de inclusão e exclusão  estabelecidos no tópico “2 METODOLOGIA”. 

Foram identificados os seguintes óleos essenciais com efeito sobre a acne, são  eles: Melaleuca alternifólia, Litsea cubeba, Citrus sinensis, Ocimum basilicum L., Cinnamomum zeylanicum, Cinnamomum verum, Eugenia caryophyllata, Thymus  vulgaris L., Chrysopogon zizanioides, Allium sativum, Aniba rosaeodora, Syzygium  aromaticum, Cymbopogon martini, Gardenia jasminoides, Hedychium coronarium,  ainda, óleo essencial de palmarosa e óleo essencial da casca do limão. Os resultados  coletados foram, então, distribuídos através de quadros, contendo todas as informações necessárias para sua elaboração. 

Nos quadros 01 e 02 estão descritos os principais pontos encontrados nestes artigos selecionados. No Quadro 1 é possível observar o(s) autor(es) da pesquisa, os  anos em que esses trabalhos foram publicados, tipo de estudo realizado por cada  autor, periódico e base de dados da publicação, e não menos importante, as  respectivas referências. O Quadro 2 consta: o óleo essencial; as partes utilizadas da  planta para a extração do óleo essencial; família; quais foram os compostos  majoritários encontrados; os ensaios; as dosagens; associações e mais uma vez as  referências que foram utilizadas para elaboração deste trabalho. 

Quadro 1: Descrição dos artigos sobre o efeito dos óleos essenciais utilizados na acne. 

 Fonte: Pesquisadora, 2020.

Quadro 2: Prospecção de óleos essenciais no tratamento da acne.

4 REVISÃO INTEGRATIVA 

Uma grande quantidade de pessoas sofre por causa da acne, por esse motivo,  as indústrias cosméticas procuram a todo momento desenvolver novos agentes  terapêuticos melhores e mais eficazes para tratar e/ou prevenir o aparecimento da  acne. Atualmente as terapias convencionais estão disponibilizando medicamentos  (drogas sintéticas) que agem contra a acne, como os antibióticos, entretanto, eles  acabam adquirindo resistência bacteriana dificultando o seu tratamento. Isso tem  levado a um maior interesse em tratamentos alternativos com menos efeitos  colaterais, como formulações contendo produtos naturais. 

Os produtos naturais foram e ainda continuam sendo amplamente estudados  como fonte abundante e eficaz para desenvolver novos agentes terapêuticos,  incluindo para o tratamento da acne. Os óleos essenciais além do seu aroma  característico, possuem ainda propriedades farmacológicas específicas no combate a  acne. Existe de fato uma grande variedade de plantas e produtos vegetais, incluindo  os óleos essenciais, que trazem importantes ações no tratamento da acne.  

Chen et al. (2022) realizou um estudo com o óleo essencial de Litsea cubeba, obtido por hidrodestilação dos frutos maduros frescos. Nesse trabalho, foi possível  observar ação antibacteriana frente a Cutibacterium acnes (C. acnes) (ATCC 6919),  com concentração inibitória mínima (CIM) e concentração bactericida mínima (MBC) de 400 e 800 μg/mL, respectivamente. Logo em seguida, a fim de determinar o  possível mecanismo de ação foram realizados ensaios de: ensaio de kit vivo/morto  que determina a atividade bacteriana de acordo com a integridade da membrana,  microscópio eletrônico de varredura (SEM), microscópio eletrônico de transmissão  (TEM) e metabolômica que faz uma análise do perfil metabólico das bactérias. Sendo  atribuído ao OE de Litsea cubeba a capacidade de alterar o metabolismo de glicose e  aminoácidos, causando danos à parede e membrana celular, inibindo, consequentemente, o crescimento bacteriano. Nesse estudo, ainda foram  identificados por Cromatografia Gasosa – Espectrometria de Massa (GC-MS) os  compostos majoritários α-citral (38,12%) e β-citral (32,97%).  

Em outro estudo foram utilizados os OEs de Litsea cubeba, Aniba rosaeodora (pau-rosa) e Syzygium aromaticum (botão de cravo). Para determinação da CIM foi realizado diluições seriadas de duas vezes dos OEs de Litsea cubeba 0,53 – 35,6 mg/mL, pau-rosa e botão de cravo: 0,66 – 44 mg/mL, preparados em caldo BHI com  10% de DMSO e uma alíquota de 0,10 mL de P. acnes ou S. epidermidis e o CBM foi  determinado sub cultivando alíquotas de 0,10 mL das soluções de teste por mais 24  horas. Os OEs de pau-rosa e botão de cravo apresentaram 1,38 mg/mL de CIM para  ambas as bactérias e CBM de 2,75 mg/mL para S. epidermidis, enquanto o OE de  Litsea cubeba obteve 1,11 mg/mL e 2,23 mg/mL de CIM para S. epidermidis e P.  acnes, respectivamente, e ainda 2,23 de CBM para S. epidermidis

Em seguida foram avaliadas a eficácia antimicrobiana da mistura desses três  OEs em formulações tópicas, onde as formulações foram preparadas nas seguintes  concentrações: Litsea cubeba – 0,53 mg/mL; botão de cravo – 0,11 mg/mL e pau rosa – 0,11 mg/mL e inoculadas com P. acnes ou S. epidermidis e espalhado em ágar  BHI. Isso foi repetido com preparações tópicas comerciais mais eficazes contra P.  acnes e S. epidermidis incubados por 24 horas em uma temperatura de 25°C.  Observou-se que as formulações contendo combinações dos OEs, possuem atividade  antimicrobiana equivalente ou maior do que formulações tópicas comerciais como, fosfato de clindamicina, eritromicina ou ambos.  

Ainda nesse trabalho foi empregado a técnica de GC-MS para identificação dos  principais compostos majoritários de cada OE, sendo identificado 49,64% de citral (OE  Litsea cubeba); 60,9% de eugenol (OE de botão de cravo) e 86,73% de linalol (OE de  pau-rosa) (Owen et al., 2017). 

No trabalho de Misar et al. (2020), o óleo essencial de cravo foi submetido à análise organoléptica para avaliar parâmetros como cor, odor e sabor e  posteriormente foi incorporado em formulações de creme base nas diferentes  concentrações, 1%, 0,75% e 0,5%. Os cremes foram submetidos a técnica de difusão  em poço de ágar para avaliação da atividade antimicrobiana frente às bactérias: P.  acnes (MTCC 1951), S. aureus (MTCC 737) e S. epidermidis (MTCC 6810) e ainda, teste de estabilidade por um período de 45 dias. Percebeu-se que o creme base  incorporado com o OE de cravo a 1%, apresentou maior zona de inibição para: P.  acnes (16 mm), S. aureus (16 mm) e S. epidermidis (14 mm), considerada zona de  inibição máxima. Dessa forma, a formulação contendo 1% de OE de cravo foi  selecionada para realização de teste clínico com 20 voluntários entre 18-35 anos com  diagnóstico de acne. Tais pacientes aplicaram o creme duas vezes ao dia durante um  período de 28 dias, sem a utilização de produto para acne.

Observou-se que a formulação reduziu as lesões acneicas, sem relato de  irritação, possuindo uma ótima aparência e espalhabilidade, se mantendo estável  durante todo o período de teste, demonstrando ser um excelente produto que poderá  ser futuramente comercializado para o tratamento da acne. 

Taleb et al. (2018), avaliaram a atividade anti-acne “in vitro” pelos métodos de  difusão em disco de ágar, CIM e CBM, de sete óleos essenciais: Origanum vulgare (Orégano), Thymus vulgaris (Tomilho), Cymbopogon citratus (Capim-limão),  Melaleuca alternifolia (Árvore do chá), Mentha piperita (Menta), Lavandula  angustifolia (Lavanda) e Matricaria recutita (Camomila), frente às bactérias  Propionibacterium acnes (ATCC 6919) e Staphylococcus epidermidis (ATCC 28319),  utilizando como controle positivo a eritromicina. 

Após análise, os autores relataram que o óleo essencial de orégano obteve  atividade antibacteriana mais significativa frente aos demais OEs, correspondendo a  CIM de 0,67 e 0,34 mg/mL e CBM de 1,34 e 0,67 mg/mL para Staphylococcus  epidermidis e Propionibacterium acnes, respectivamente. A partir desses resultados,  foi elaborado uma nanoemulsão contendo OE de orégano na concentração 0,5%. 

A nanoemulsão contendo 0,5% do OE de orégano foi, então, testada sua  atividade antimicrobiana em in vivo utilizando camundongos BALB/c machos. A  infecção foi conduzida aplicando por via intradérmica P. acnes na orelha dos  camundongos. A eritromicina 2% utilizada como controle positivo. No final do  experimento, a nanoemulsão do OE de orégano reduziu de forma significativa a  inflamação, a carga bacteriana e apresentou padrão de cicatrização comparável ao  controle positivo. Desse modo, a nanoemulsão do OE de orégano torna-se um  candidato para o tratamento da acne, pois além de apresentar atividade  antimicrobiana reduziu, também, o processo inflamatório.  

BISHT et al. (2021), desenvolveram um hidrogel de ácido azeláico, associado  com o óleo essencial de Melaleuca alternifolia, ambos nas concentrações de 0,50  mg/mL, com intuito de avaliar a atividade antibacteriana frente a três cepas  bacterianas, a saber: Staphylococcus aureus (ATCC 29.213), Staphylococcus  epidermidis (MTCC 3382) e Propionibacterium acnes (MTCC 1951), através dos métodos de difusão em poço de ágar e microdiluição em caldo. Além disso, foram  realizados estudos de permeação da pele de ratos Wistar e desenvolvimento de  lesões de acne induzidas por testosterona em camundongos albinos suíços machos.

No final do experimento, percebeu-se que o óleo essencial de Melaleuca  alternifolia não exibiu atividade contra as bactérias causadoras da acne em baixas concentrações (50 μg/mL), no entanto em combinação com ácido azeláico, foi  possível observar uma redução significativa na densidade das pápulas e lesões de  acne sem evidência de descamação da pele, sendo, então, capaz de proteger a  exposição direta do fármaco a pele, reduzindo, assim, o processo descamativo induzido pelo ácido azeláico. A associação do óleo essencial de Melaleuca alternifolia e ácido azeláico apresentou CIM de 0,39 mg/mL, enquanto o OE sozinho apresentou 25 mg/mL para P. acnes. O resultado do método disco difusão, apresentou zonas de  inibição, para: Staphylococcus aureus (19 mm), Staphylococcus epidermidis (19,3  mm) e Propionibacterium acnes (18,3 mm).  

ZHANG et al. (2022), realizaram testes “in vitro” com óleo essência de  Melaleuca alternifolia e argila paligorsquita em associação ou isolados, pelo método  de microdiluição em caldo frente a quatro bacterianas: Staphylococcus aureus (ATCC  25923), Staphylococcus epidermidis, Propionibacterium acnes (ATCC 6919) e  Escherichia coli (ATCC 25922). Logo após, foram desenvolvidos cremes contendo  doses diferentes dessa associação (1%; 1,5% e 2%) de OE de Melaleuca e argila  paligorsquita. Tais formulações foram testadas em voluntários humanos sem acne  e/ou outra doença de pele com intuito de avaliar potencial de irritação e tolerância da  pele humana e em voluntários humanos com acne vulgar facial leve a moderada para  avaliação da eficácia antiacne de tais formulações. 

Após os experimentos foi possível observar redução da acne em sete dias,  regulação da superprodução de sebo, restauração da função da barreira epidérmica  e menor irritação da pele da formulação contendo OE de Melaleuca alternifolia associada a argila paligorsquita na concentração de 2%. Ainda neste estudo, foi  empregado a GC-SM para determinação dos compostos majoritários,  correspondendo 38,15% de y-terpineno e 27,12% de terpined-4-ol, sugerindo que os  efeitos bacteriostáticos da associação sejam devido à presença desses componentes  presentes no OE de Melaleuca alternifolia. Nos estudos de Matiz et al. (2012), foi identificado através da Cromatografia  Gasosa – Detector de Ionização por Chama – GC-FID, os principais compostos  majoritários do OE de Citrus sinensis (laranja), apresentando 94% de limoneno e do  OE de Ocimum basilicum L. (manjericão), detectado 21% de linalol, valores esses correspondentes ao descrito na literatura, sendo componentes com reconhecida  atividade bactericida.  

Dessa forma, foram formulados quatro géis, formulação 1: OE de laranja 3%;  formulação 2: OE de manjericão 5%; formulação 3: ácido acético 12% e formulação  4: ácido acético 12%. Os quatro géis foram testados em 28 voluntários diagnosticados  com acne, divididos em quatro grupos de 7 pessoas para cada uma das formulações.  Para determinar a eficácia do tratamento, foi realizado uma contagem inicial das  lesões de cada paciente, sendo considerado 100% o número total de lesões, sendo acompanhados semanalmente por oito semanas através de registro fotográfico. Para  avaliar o grau de melhoria, foi considerado um desaparecimento de lesões ruim (0 a  20%), regular (20 a 40%), bom (40 a 60%) e excelente (> 60%).  

Os resultados em todos os grupos testados, foram diminuição das lesões  superior a 43% (bom), sendo que nos grupos que receberam ácido acético  (formulação 3 e 4), permitiu uma melhoria superior a 75% (excelente), devido ao  processo descamativo induzido por esse ácido. Esses resultados sugerem que as  fórmulas testadas podem ser incluídas no tratamento da acne.  

Hapsari & Feroniasanti (2019), avaliaram os componentes majoritários do óleo  essencial de Manjericão doce através da GC-MS. Os compostos majoritários  identificados foram: neral (41,45%) e citral (33,29%), compostos terpenóides que  danificam a parede celular e inativam enzimas bacterianas. Posteriormente foi realizado  ensaio de Suscetibilidade Antibacteriana pelo método de difusão em disco em Agar Mueller Hinton (MHA) (OXOID), utilizando 100 μL de suspensão bacteriana de C.  acnes (ATCC 11827) (padrão escala de McFarland 0,5), 5% de sangue de cabra em  placa de Petri e discos impregnados com 20 μL de OE de manjericão diluído (4%; 6%;  8% e 10%). Como controle positivo a clindamicina 0,15 g e controle negativo Tween 80. As placas foram incubadas a 37°C por 24 horas. A zona de inibição é considerada  com forte atividade inibitória (15 mm), atividade moderada (9 – 14 mm) e atividade  inibitória fraca (< 8 mm).  

Observou-se que quanto maior a concentração do OE de manjericão, mais forte  a atividade inibitória, sendo a maior zona de inibição 18,13 mm para a concentração  de 10%, a menor 16,78 para a concentração de 4% e 16,98 mm e 17,31 mm para as  concentrações de 6% e 8%, respectivamente. As zonas de inibição de todas as  concentrações foram classificadas na categoria de inibição forte, controle positivo  inibição moderada (13,13 mm) e controle negativo sem zona de inibição.

Ainda nesse estudo, as CIMs do OE de Manjericão doce foram determinadas nas seguintes concentrações: 3,5%; 3%; 2,5%; 2%; 1,5%; 1% e 0,5%, pelo método  de semeadura em placa Pour-Plate (derramamento). Em cada duplicação do OE de  manjericão foi retirado 0,5 mL e despejado em MHA em uma placa de Petri, em  seguida, 0,5 mL de suspensão bacteriana na mesma placa de Petri, sendo  posteriormente fechada e homogeneizada para misturar a suspensão, o OE e o meio.  As placas foram incubadas a 37°C por 24 horas. Para determinar as CBMs, as placas  sem qualquer crescimento de C. acnes, foram transferidas para um novo MHA e  incubadas a 37°C por 24 horas.  

Os valores de CIM e CBM foram 2% e 3,5%, respectivamente. Sendo a  concentração de 2% considerada bacteriostática, pois suprimiu o crescimento de C.  acnes, embora não necessariamente matá-los. E a concentração de 3,5%  considerada bactericida, pois não apresentou nenhum crescimento de C. acnes no  meio de cultura.  

No estudo de Sun et al. (2020), realizou-se um estudo do OE e suco de Citrus  medica L. (bergamota) e Citrus sinensis L. (laranja doce), utilizando oitenta hamsters  machos com hipersecreção de andrógenos, divididos em 10 grupos sendo grupo 1 e  2, grupo modelo e controle positivo, respectivamente. E os demais grupos foram  submetidos a doses baixas (14 e 17,5 Ml/kg) e altas (0,21 e 0,33 mg/kg) de OE e suco  de cada espécie vegetal por um período de quatro semanas. Foi utilizado como  controle negativo do soro fisiológico. Posteriormente foi retirado sangue das pálpebras  dos hamsters, centrifugado e o sobrenadante foi armazenado para posterior avaliação  das citocinas inflamatórias (IL-1, IL-6 e TNF- α) e avaliação da atividade da caspase 3 (proteína apoptótica) utilizando kits ELISA, sendo essa última atividade (caspase-3) 

avaliada em conjunto com o acompanhamento do tamanho das manchas das glândulas sebáceas dos hamsters. Ainda foram analisados os níveis de triglicérides  através de kit comercial.  

O estudo revelou que tanto o suco, quanto o OE de bergamota e laranja doce  possuem efeitos promissores em todos os testes realizados, sendo os possíveis  mecanismos de ações em aumentar a atividade da caspase-3 (proteína apoptótica),  inibir o acúmulo de triglicerídeos e promover o bloqueio da liberação de citocinas  inflamatórias (IL-1, IL-6 e TNF- α), fatores estes associados a acne vulgar. Filipe et al. (2022), desenvolveram duas formulações de géis-cremes (F1 e F2) contendo OE de Cymbopogon martinii (palmarosa) (0,4 mg/mL) associado com soforolipídeos (4 mg/mL), um biossurfactante composto por um dissacarídeo de  glicose e uma longa cadeia de ácidos graxos, já descrito na literatura com atividade  antimicrobiana. A formulação F1 não continha agente conservante, enquanto a  formulação 2 apresentava em sua composição fenoxietanol e metilisotiazolinona. 

Posteriormente foram analisadas quanto a estabilidade, expondo a diferentes  condições (5°C; 37°C; temperatura ambiente, radiação luminosa e escuridão) e características organolépticas (aparência, cor e odor) em um período de 60 dias. As  formulações permaneceram estáveis durante todo o período de teste, sem  observação de diferença entre formulação 1 e 2, sugerindo que o óleo essencial de  palmarosa e soforolipídeos tem função conservante. 

Para testar a atividade antimicrobiana, foram incubados a 37°C em Ágar  Mueller Hinton 0,1 g de formulação 1, formulação 2 e controle (base), plaqueadas com  as bactérias S. aureus (ATCC 25923), S. epidermidis (ATCC 12223) e C. acnes (ATCC  6919). Após 1 h de incubação, observou-se perda total de viabilidade de S. aureus S. epidermidis, enquanto para C. acnes, o mesmo efeito foi observado após 30 min  de incubação, apresentando, então, atividade antiacne. 

No estudo de Phontree et al. (2022) verificaram o potencial antimicrobiano do  OE de Allium sativum (alho), OE de Gardênia jasminoides (Gardênia) e OE de  Hedychium coronarium, por meio do teste de difusão em poços de ágar e CIM. Os  resultados demonstraram que os OEs apresentaram ação antimicrobiana, sendo que  o de alho apresentou melhor zona de inibição (52,25 mm), quando comparado aos  outros dois OEs frente a C. acnes, principal bactéria envolvida na acne. Dessa forma,  o OE de alho foi selecionado para realizar a técnica de microdiluição, apresentando  valores de CIM (CBM) de 0,39 (0,78), devido apresentar propriedades bactericidas foi  submetido a identificação dos seus principais compostos majoritários, através de GC MS, destacando a alicina (20,53%), um composto já descrito na literatura por sua  atividade antibacteriana devido a capacidade de interagir com enzimas contendo tiol,  RNA polimerase, que oxidam resíduos de proteínas, cisteína e glutationa. Dessa  forma, são OEs promissores, destacando-se o OE de Allium sativum, para o  tratamento da acne.  

O OE de Chrysopogon zizanioides (vetiver), foi testado quanto a sua atividade  antimicrobiana pelo método de microdiluição em caldo, contra quatro cepas  bacteriana: C. acnes (ATCC 11827), S. aureus (ATCC 25923), S. epidermidis ( ATCC  2223) e Streptococcus pyogenes (ATCC 12344). Ciprofloxacino (0,01 mg/mL) foi utilizado como controle positivo para garantir suscetibilidade microbiana e água em acetona como controle negativo. O OE de vetiver apresentou atividade antimicrobiana  com CIM de 0,25 mg/mL para C. acnes, sendo posteriormente incorporado, a uma  concentração de 10%, em uma loção e submetido a testes de estabilidade física, na  qual permaneceu sem alterações em suas características organolépticas, mantendo  sua bioatividade por um período mínimo de três meses (KURRIMBOCCUS et al.,  2021).  

Em um estudo “in vitro” de Veerasophon et al. (2020), foram avaliadas as  atividades antimicrobianas dos OEs de Canela, Galanga e Eucalipto contra P. acnes, através do ensaio de difusão em disco de ágar. Percebeu-se que o óleo essencial de  Canela apresentou melhor eficácia contra a bactéria causadora da acne,  apresentando zona de inibição máxima (36,75 mm), enquanto o OE de Galanga e  Eucalipto apresentaram zonas de inibição de 19,50 mm e 16 mm, respectivamente. Ainda foi realizado o método de diluição em caldo, para determinar CIM, realizado nas  concentrações: 0,25%, 0,5%, 1% e 2%, preparados por 2% de DMSO e 2% de Tween 80 como agente solubilizante, diluído em caldo BHI. Foi misturado 300 μL de P. acnes suspensão em 2 mL de OE testado e incubados a 37°C por 48 horas. A concentração  mais baixa do OE de Canela associada a ausência de crescimento microbiano foi de  0,5%. 

Dessa forma, foi incorporado o OE de canela 0,5% em base de corretivo e  posteriormente submetido a testes de estabilidade em temperatura ambiente por 30  dias e em 6 ciclos de aquecimento/resfriamento entre 4°C e 45°C. As características  como cor, odor, separação de fases, espalhabilidade foram observadas visualmente  e viscosidade e ph foram medidos utilizando reômetro e medidor de ph,  respectivamente. Ainda foi realizado GC-MS do óleo essencial de Canela,  apresentando como principais compostos majoritários, cinamaldeído (29,0%),  benzoato de benzila (19,9%) e linalol (11,9%), já descritos na literatura por suas ações  antibacteriana. Ao final dos experimentos, observou-se que a formulação apresentou  excelente estabilidade física, química e microbiológica, caracterizando um ótimo  produto a ser comercializado, pois além de cobrir imperfeições previne o aparecimento  de acne. 

Matiz Melo et al. (2015), avaliaram a atividade de dezenove OEs contra três  cepas bacterianas envolvidas no desenvolvimento da acne, a saber: P. acnes (ATCC  11827), S. epidermidis (ATCC 12228) e S. aureus (ATCC 25923), através do teste de sensibilidade antibacteriana (teste de triagem), expondo as cepas contra os OEs  (1000 ppm) e sulfato de gentamicina (16 ppm), como controle positivo. Para selecionar  os OEs mais promissores, foi estabelecido como critério de seleção inibir >90% dessas  três cepas bacterianas. Após a realização do teste, foram selecionados sete dos  dezenove OEs em estudo, para determinação da CIM, considerando uma inibição  total os valores inferiores ao do caldo puro (entre 300-800 ppm). 

Dessa forma, os OEs de Thymus vulgaris L. (tomilho), Cinnamomum verum  (canela) e Eugenia caryophyllata (cravo), atenderam a todos os critérios  estabelecidos. Sendo analisados quanto à composição pela GC-MS, apresentando  como principais compostos majoritários do OE de tomilho: timol (55,65%), OE de  canela: cinamaldeído (80,64%) e do OE de cravo: eugenol (92,32%), todos já  relatados na literatura por suas propriedades anti-sépticas e anti-inflamatórias, sendo  viável o desenvolvimento de formulações para o tratamento da acne, já que nesta  patologia há presença de células bacterianas e processos inflamatórios. 

No estudo de Wijayadi & Rusli (2020), utilizou-se o OE da casca do limão na  forma de nanopartículas testado pelo método de diluição líquida, com 0,5 mL de  suspensão bacteriana contendo P. acnes, incubada a 37 ºC por 24 horas para  determinação da CIM. Observou-se que a nanocápsula contendo 2,5% do OE da  casca de limão apresentou o menor valor de CIM. Ainda neste estudo, foi realizado o  teste de Área de Diâmetro Inibitório (IDA) para avaliar a eficácia da nanocápsula de  OE da casca do limão, na qual apresentou uma área de inibição de 20,61 mm, com  forte classificação de inibição contra P. acnes, enquanto fórmula não nanoencapsulada apresentaram IDA entre 10 e 20 mm, demonstrando, então, a eficácia  de fórmulas nanoencapsuladas. Por fim, foi atribuído aos compostos presentes no  OE da casca do limão, terpenóides, a capacidade de interromper e destrói as  membranas celulares de P. acnes e ácido linoleico ação anti-inflamatória,  minimizando, então a resposta inflamatória gerada na acne. 

Com essa revisão de literatura, observou-se que o uso de OEs como terapia  alternativa e complementar no tratamento da acne vulgar pode ser eficaz frente às substâncias sintéticas, pois apresentam menos efeitos colaterais. Dessa forma, tal  trabalho apresenta subsídios para indústria de cosmético desenvolver formulações  com óleos essenciais com a finalidade de tratar a acne vulgar e melhorando, assim, a  aparência do indivíduo.

5 CONCLUSÃO 

Considerando que a acne não produz incapacidade, mas causa problemas  psiquiátricos, como: depressão, ansiedade e inibição social, onde os tratamentos  atuais apresentam vários efeitos colaterais, dentre eles a resistência bacteriana. Este  trabalho revisou, por meio de um levantamento bibliográfico, os óleos essenciais mais  promissores no tratamento e prevenção da acne, como uma alternativa segura e  eficaz, com menos efeitos colaterais. 

Através deste trabalho, verificou que os óleos essenciais de Melaleuca  alternifolia, Litsea cubeba, Citrus sinensis, Citrus medica, Ocimum basilicum L.Cinnamomum verum, Eugenia caryophyllata, Thymus vulgaris L., Chrysopogon  zizanioides, Allium sativum, Gardênia jasminoides, Hedychium coronarium, Origanum  vulgare, Syzygium aromaticum, Aniba rosaeodora, Eucalipto globulus, Boesenbergia  pandurata, Cymbopogon martinii e óleo essencial da casca do limão, isolados ou em  associação com outros compostos, apresentam a capacidade de diminuir as lesões e  processos inflamatórios envolvidos na acne, através do possível mecanismo de ação em promover regulação da superprodução de sebo, diminuir carga bacteriana,  bloquear liberação de citocinas inflamatórias, destruir membranas e paredes celulares  bacterianas etc.  

Dessa forma, esse trabalho assegura informações relevantes que podem, em  breve, contribuir com o desenvolvimento de novos tratamentos alternativos de origem  vegetal, evitando os problemas associados ao uso das terapias atuais para a acne.

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1 Acadêmico do Curso de Farmácia, Universidade CEUMA. 
2 Docente do Curso de Farmácia, Universidade CEUMA. 
3 Farmácia Universitária Drª Terezinha Rêgo, Universidade CEUMA