MALLARMÉ: UMA POÉTICA CABALÍSTICA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7362499


Loecy Rosa Damásio (PUCRS)
Loecy.Damasio@edu.pucrs.br


RESUMO

Stéphane Mallarmé, dentre todos os escritores do fim do século XIX, foi quem mais dedicou-se a uma inspeção profunda da linguagem poética, cuja reflexão culminou num radical rompimento com as ideologias e as filosofias linguísticas da época, influenciando artistas, teóricos e pensadores contemporâneos e posteriores. Uma vez que se sabe que a Kabbalah Luriânica foi um conhecimento fundamental, enquanto um dos estudos realizados pelo autor, durante o seu processo de desenvolvimento de uma concepção própria da linguagem poética, faz-se inevitável e fundamental a investigação de seus conceitos, a partir do sistema literário mallarmeano. Igitur ou a Loucura de Elbehnon, apesar de ser um texto inacabado, apresenta elementos essenciais da teoria poética mallarmeana e persiste como um registro literário do que pretendia ser o seu Grand Oeuvre: o Livro Absoluto. Além de apresentar, em sua narrativa, elementos que dialogam diretamente com a teoria cabalística difundida entre os intelectuais franceses do século XIX.

PALAVRAS-CHAVE: MALLARMÉ. POÉTICA. KABBALAH.

2. INTRODUÇÃO

A teoria poética de Mallarmé, sua concepção de uma Obra Total, Absoluta, está atrelada aos conceitos da Kabbalah. Sabe-se que Stéphane Mallarmé envolvera-se com a ciência oculta, a Kabbalah Luriânica, propagada pelo seu aluno, Hayim Vital. Uma ciência muito antiga – a mais antiga de que se tem conhecimento -, cujas reflexões filosóficas sobre a linguagem alinhavam-se aos empreendimentos literários de Mallarmé, que elaborava o projeto de um Livro Absoluto. Segundo Valéry, o seu intento era o de ―elevar a página ao poder do céu estrelado‖, e a perspectiva mística servirá ao desenvolvimento de uma ―poética de ascensão‖, isto é, baseada na nobreza do espírito, em que já não imperam as grosserias mundanas. O Absoluto, o Silêncio, a Pureza, o Mistério, o Sagrado, a Ideia, a Impotência, são elementos constituintes do legado mallarmeano, mas que encontram o seu clímax na escrita de Igitur ou A loucura de Elbehnon, o sonho inacabado do Livro, no qual deve constar, segundo Mallarmé, ―a explicação órfica da Terra, que é o único dever do Poeta”1.

2. MALLARMÉ E KABBALAH

Que a obra deva ser a claridade única do que se extingue e pela qual tudo se extingue, que ela se apresente tão só onde o extremo da afirmação é verificado pelo extremo da negação […]

(BLANCHOT, 2011, p. 40)

A experiência artística, na concepção blanchotiana, está diretamente relacionada ao despir que converte ausência em presença, invisível em visível, desaparecimento em aparecimento, sem que estes percam a própria essência nessa conversão. “Depois de ter encontrado o Nada, encontrei a beleza”.2

“O Nada é a verdade.”3 Na realidade, na ontologia mallarmeana, “o ‘logos‘ é a sede onde o Nada nasce para a sua existência espiritual” (FRIEDRICH, p. 116, 1978). “Esse ‘nada‘ (do latim res, a coisa, a matéria, o discurso) está na base da Creatio ex nihilo a que aspira o poeta simbolista, convidando-o a participar da divindade.” (LARANGÉ, p. 74, 2015, tradução nossa).

“A lírica moderna exclui não só a pessoa particular, mas também a humanidade normal.” (FRIEDRICH, p. 110, 1978). A partir de Les mots anglais, “Mallarmé procura o valor intrínseco de cada som e até mesmo de cada letra que compõe a palavra, que por sua vez se apresenta ao poeta como um enigma a ser decifrado4.” (CARDOSO, p. 415, 1976).

O desejo do jovem poeta Mallarmé, de encontrar uma linguagem própria, de atingir uma autonomia daqueles considerados seus mestres literários – Poe e Baudelaire – culminou em uma crise de criatividade, que, mais tarde, o poeta o denominará Impotência criativa. “As palavras devem falar num silêncio equivalente ao que existiu antes das palavras.” (CARDOSO, p. 416, 1976).

“Um traço fundamental da lírica moderna é seu afastamento cada vez mais decidido da vida natural”. (FRIEDRICH, p. 110, 1978). O isolamento social, vivenciado logo após o seu casamento, aos vinte e um anos, levou-o a uma verdadeira inspeção interior, a um extremo autocêntrico, que resultaria, literariamente, a uma noção completamente inovadora e um tanto radical da lírica moderna. A experiência de profunda reflexão sobre a voz poética teve por efeito o que o poeta afirmou ter sido a descoberta do Nada, a ponto de ter que mirar-se ao espelho para voltar a experienciar a realidade do Ser5.

“Esse é o início de um processo. Neste momento, não é a descoberta que se vislumbra, apenas o gouffre, o abismo. Como no naufrágio do início de Un coup de dés, a mão ainda está crispada.” (STROPARO, p. 42, 2013). A teoria poética de Mallarmé começa a ser concebida a partir de um artigo, de sua autoria, intitulado Hérésie artistique: l’Art pour tous, publicado em 1862, na revista Artiste.

É preciso uma vasta pesquisa que reúna fragmentos, daqui e dali, das ideias e reflexões mallarmeanas, que elucidam a sua teoria poética. Apesar disso, é perceptível a existência de um pensamento organizado do escritor, a respeito da questão poética, que se desenvolve continuamente até a sua morte.

Importantes fontes propiciam essa investigação: o prefácio de Un coup de dés jamais n’abolira le hasard, correspondências enviadas a amigos e intelectuais, em destaque, Henri Cazalis, Eugène Léfebvre, Catulle Mendès, Villiers, a “Autobiografia”, datada de 1885, os textos publicados na Revue Indépendante6, entre 1886 e 1887, a escritura de um Avant-dire para o Traité du Verbe, de 1886, de autoria de Réné Ghil, Les most anglais, de 1878, os artigos para a Revue Blanche7, entre 1895 e 1896, bem como, os trabalhos enviados ao The National Observer, entre 1892 e 1893, além do que consta disponível da inacabada obra Le Livre.

Mallarmé seguiu o mesmo caminho já trilhado por Poe e Novalis, por meio do qual o sujeito poético – o eu lírico – se encaminha a uma neutralidade suprapessoal. “Já nas primeiras poesias pode-se observar esta desumanização como, por exemplo, no trecho em prosa, ‘Igitur‘, esboçado em 1869”. (FRIEDRICH, p. 111, 1978).

A luta entre Jacó e o Anjo, ou Metatron (o anjo mais poderoso de todos, o maior representante de Deus na tradição cabalística) é a “hora santa de Jacó”: Jacó teria lutado toda uma noite contra um “homem” que a tradição considerou um anjo, talvez o anjo Gabriel. A luta é descrita no Gênesis: Jacó, ou Israel, foi “forte contra Deus e contra os homens”; teria, portanto, lutado com Deus. A metáfora, claro, refere-se ao trabalho que ocupa as horas noturnas em que o poeta lutaria “com o Ideal” e a crítica gosta de enxergar, nesse ponto, a influência das leituras de Hegel no pensamento de Mallarmé.

(STROPARO, p. 42, 2013)

Não se pode afirmar que Igitur ou A Loucura de Elbehnon é uma obra gnóstica, mas apresenta aspectos que remetem, nitidamente, a uma investigação de teor espiritual, disposta a abordar mistérios indizíveis – essenciais – da natureza. “O personagem Igitur tem uma duplicidade semântica (do latim portanto, consequentemente, dizer) que confirma o aspecto esotérico de sua segunda identidade8: אלבחנון, D’us em seu apelo.” (LARANGÉ, p. 82, 2015, tradução nossa).

O nome Igitur faz referência ao primeiro versículo do segundo capítulo do primeiro Livro da Torá, o Gênesis (Bereshit)9. E lembra-nos Roland de Renéville que El Behnon, na língua hebraica, traduz-se por “O Filho de Elohim” e significa tanto “anjos” quanto “astros”. Igitur pertence a uma raça de anjos e representa – a loucura – a sua capacidade de permanecer em tal estado absoluto e inimaginável.

Também Elbehnon (אלבחנון) oferece uma aritmética que escapa aos ―matemáticos‖ já que sua gemátria é 147, ou seja, 1+4+7=5+7=1213. Sabemos o quanto Mallarmé gosta desse tipo de cálculo, principalmente no que diz respeito ao famoso ―mestre‖/‖medidor‖ do alexandrino: cinco teclas pretas em sete teclas brancas.

(LARANGÉ, p. 87, 2015, tradução nossa).

No alfabeto hebraico, cada letra manifesta uma qualidade específica. “Igitur, palavra latina, não deixa de sugerir o Egito, num século XIX em que a linguística comparada era antropologia e religião comparada, na aposta, a de Mallarmé, numa só estrutura humana, em infinito nasce-morre.” (MEHOUDAR, p. 33, 2010).

Os fragmentos de Igitur (1869), já mencionados, são um texto fundamental. Mostram o papel fundamental dos dois conceitos, o “absoluto” e o “Nada”. O primeiro indica uma idealidade da qual se eliminaram todas as “casualidades” empíricas. O caminho rumo ao absoluto passa pelo “absurdo” (note-se a repetição desta palavra fundamental do modernismo também em Mallarmé), isto é, pela renúncia do habitual, do natural e vivente.

(FRIEDRICH, p. 125, 1978)

O Absoluto é uma instância desvinculada de tempo, lugar, objeto. Não há coisa que remeta diretamente a ele. Não há o que o referencie. Porém, essa desvinculação, uma vez realizada, torna o Absoluto em Nada; isto é, assim como acontece em Hegel, na filosofia mallarmeana, o Ser puro e o Nada puro se igualam.

“Igitur”, a figura alegórica que dá título ao texto, desce às tumbas junto ao mar, levando consigo o frasquinho de veneno “Que contém a gota de Nada que ainda falta ao mar”; joga os dados, e quando estes param, cessou o tempo e tudo o que há no tempo, a vida, mas também a morte; só resta o espaço vazio, o absoluto, o Nada.”

(FRIEDRICH, p. 125, 1978)

Segundo Larangé, o “projeto prometeico e alquímico de Mallarmé de um ‘Livro Absoluto‘ encontra a sua fonte na reconstrução de uma Escritura inspirada diante dos medos milenares e escatológicos – até mesmo apocalípticos – que marcam o fim do século.” (p. 71, 2015, tradução nossa).

Mallarmé não escondia seu interesse pelas correntes ocultas. Inclusive, realizou amplas pesquisas linguísticas para compor a sua Grande Obra. Era leitor ávido da literatura ocultista, como a de Antoine Fabre d‘Olivet. Chegou a conhecer Alexandre Saint-Yves d‘Alveydre, Sâr Joséphin Peladan, Stanislas de Guaïta e Papus.

Mallarmé nutriu vivo interesse pela literatura ocultista. Por mediação de amigos, chegou a conhecer os escritos de Éliphas Levi (=Abbé Constant). Mantinha correspondências com V. E. Michelet, que difundia as doutrinas ocultistas da antiguidade tardia, correntes sob o nome de Hermes Trimegisto, para as quais empregou o nome “hermetismo”, recomendando que fossem acolhidas na poesia (Ainda hoje, na França, “hérmetisme” significa preponderantemente ocultismo, alquimia etc.). Mallarmé aceitou esta sugestão.

Diante disso, convém abordar a “incômoda” questão do esoterismo de Mallarmé, que muitos críticos ignoraram. Para além disso, não se rejeita que “a dificuldade do trabalho com um traço hermético é dizer e esconder ao mesmo tempo os segredos de alguma gnose ou Cabalá, segundo o espírito de uma época ávida de grandes segredos iniciáticos” (RANCIÈRE, p. 8, 2006, tradução nossa).

Seu interesse e atenção recaíram em leituras hermenêuticas da Kabbalah de Isaac Lúria – o Ari -, difundida através de seu aluno, Hayim Vital, e popularizada, na época de Mallarmé, pela elite intelectual, igualmente interessada nas ciências ocultas, como o caso de Alphonse-Louis Constant, conhecido como Éliphas Levi, e Alexander Weil.

Nesse contexto, “Mallarmé vislumbra, seguindo-os, uma tentativa de recriação teopoética na escrita poética. Ele então tenta elevar a arte à Creatio ex nihilo.” (LARANGÉ, p. 81, 2015). O poeta compartilha uma espécie de urgência escatológica, que não só dá abertura, como também sustenta uma visão apocalíptica.

Quanto ao rabino Isaac Lúria, ele obteve sucesso imediato ao distinguir três estágios na criação. Propomos encontrá-los novamente no famoso fragmento poético Igitur ou a Loucura de Elbehnon que lemos como um prelúdio (Mishinaico) do último de seus poemas, Um lance de dados jamais abolirá o acaso (1897). Toda a questão acaba por ser existencial […] (LARANGÉ, p. 81, 2015, tradução nossa)

Na Kabbalah, as vinte e duas letras do alfabeto hebraico, as Letras Sagradas, são vestimentas energéticas, manifestantes da luz divina. Forças originadas na Vontade Primordial, resultantes de um processo complexo. “Mallarmé parece abundar nessa direção em várias ocasiões, especialmente quando se trata do alfabeto, como já fez Victor Hugo […] ou Arthur Rimbaud, que atribui uma cor e uma forma para as vogais evocando-as sem nunca usá-las.” (LARANGÉ, p. 76, 2015, tradução nossa).

De fato, o próprio Mallarmé afirma em seu ensaio Magie10, que “o poeta é o mágico das palavras” (p. 399, 1897). A partir da ideia de que existe “um parentesco secreto entre as antigas práticas e a magia que atua na poesia.” (p. 399, 1897), pode-se compreender que Mallarmé relacionava o fazer poesia com “evocar o objeto calado numa obscuridade propositada, por meio de palavras alusivas, jamais diretas” (p. 399, 1897). Concebendo pureza, na “magia linguística”, como desconcretização.

Em entrevista, o cabalista da contemporaneidade Moshe Idel, cita Victor Hugo e Stéphane Mallarmé como importantes escritores influenciados pela Kabbalah.

Segundo Idel e Malka11:

Não, é antes em sua arte poética que detectamos alguma influência cabalística. Não se esqueça que Mallarmé – ao contrário de Victor Hugo – foi poeta e pensador. De um modo geral, o século 19 francês mostrou um interesse considerável na Cabalá. (p. 121, 2000, tradução nossa)

A Beatriz foi um attaiment12 mallarmeano.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Existência de apostas teológicas subjacentes na criação literária de Mallarmé; a filosofia linguística cabalística propõe a infinitude textual, isto é, impossibilita uma leitura única e definitiva, assim como a obra mallarmeana pretende uma abertura ao infinito; a língua hebraica expressa o paradoxo da presença/ausência divina, através das letras do alfabeto hebraico, pelas quais, segundo a tradição mística, o divino criou o mundo, o que, em Mallarmé, apresenta-se na temática da Palavra-Absoluta, do Nada e do Silêncio; relações gemátricas nos textos mallarmeanos, principalmente, em Igitur ou A loucura de Elbehnon; a noção cabalística de creatio ex nihilo, o Ayn Sof, que, em Mallarmé, surge como a noção de Beleza em seu estado puro do Ser ao Não Ser, o Nada; relações teológicas estabelecidas desde o título da obra Igitur ou A loucura de Elbehnon, a partir de pesquisa etimológica.

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1 “Autobiografia”, na qual o poeta expõe a Verlaine o plano da composição da Grand’Oeuvre.

2 Carta a Cazalis, julho de 1866

3 Carta datada de janeiro de 1866.

4 Hieroglyphe inviolé.

5 p. 20, 1990.

6 Estes artigos, mais tarde, comporiam a obra Divagations.

7 Genericamente intitulados Variations sur um sujet.

8 Elbehnon, em hebraico.

9 Igitur perfecti sunt coeli et terra et omnis ornatos eorum, em latim.

10 Em Divagations, 1897.

11 Em resposta à questão: “Em Mallarmé, há acima de tudo o imaginário?”, tradução nossa.

12 Recebimento cabalístico.