SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL

SUSTAINABILILITY IN CONSTRUCTION

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7369700


Gabriel Avila Estellés
Gustavo Carreiro Bento
Jaqueline Cabral de Sousa
Mariana Cecilia Oliveira Silva
Rhubia de Assis Divino Batista da Silva 
Orientador: Igor Charlles Siqueira Leite 


Resumo: Uma vez que as edificações vêm tornando-se gradualmente mais harmônicas no desenvolvimento econômico, social e ambiental. Em relação a preservação do meio ambiente, tendo em consideração o avanço da tecnologia e a evolução da humanidade é uma tendência observar projetos cada vez mais sustentáveis que além de preservar pela vida do ser humano, priorizam a economia a médio, longo prazo e o meio ambiente a curto, médio e longo prazo. Este artigo tem como objetivo geral averiguar os materiais e métodos de execução de serviços, mais comuns hoje dentro da construção civil e apresentar boas práticas para uma construção com menor impacto ambiental, e para exemplificação foi desenvolvido uma residência de alto padrão. 

Palavras-chave: Sustentabilidade, Construção Civil, Meio Ambiente, Projeto. 

Abstract: Since the constructions are gradually becoming more harmonic in economic, social and environmental development. With respect to environmental preservation, being cognizant of advance in technology and humanity evolution, it is a tendency to observe increasingly sustainable projects that in addition to preserving human life, prioritize the economy in the medium, long-term and the environmental in short, medium and long-term. This article has as purpose ascertain the materials and the implementation methods more commom inside constrution industry and present good practices for a construction with less environmental impact, and for exemplification a high standard residence was developed.  

Keywords: Sustainability, Construction, Environment, Project.  

1. INTRODUÇÃO 

O presente artigo tem como objetivo principal demonstrar a importância da sustentabilidade, meio ambiente e consequentemente o ser humano na área da construção civil. Em paralelo, descreveu-se o desenvolvimento de uma residência de alto padrão, aplicando as boas práticas executivas e realizando a seleção de materiais com menos impacto ambiental.  

Para entender as formas construtivas no século atual é necessário compreender o início da construção civil no mundo e qual a história do concreto armado visto que será utilizado na construção da residência representada.   

Com um pensamento a longo prazo, porém com perspectiva de construção imediata optouse por desenvolver uma residência que desfrutará de uma fundação rasa de sapata corrida, utilizando um método estrutural de concreto armado, porém com a utilização de tijolos ecológicos para vedação da residência.   

Levando em consideração que para se construir com pensamento a longo prazo é fundamental adotar-se as possíveis práticas sustentáveis, juntamente com o planejamento da obra, a fim de se trazer eficácia, qualidade, prazo e continuidade para edificação.  

Segundo o Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), os resíduos sólidos da construção civil são provindos de construção, reformas, reparos e demolições de obras, enquanto os entulhos de obras, são os resultantes da preparação e da escavação de terrenos. Quando estes são descartados de forma inadequada, causam um impacto ambiental significativo para o meio ambiente e para a sociedade, uma vez que não descartados adequadamente, pode servir de abrigo para pragas e vetores, aumentando a incidência de doenças. Além de ser um grande contaminante do solo e dos recursos hídricos, e causar assoreamento de corpos d’água, devido aos detritos transportados pela chuva. Dito isto, garantir o descarte adequado é imprescindível para evitar eventuais problemas. 

A Resolução CONAMA 307/2002 e a Política Nacional de Resíduos Sólidos, determinam que a responsabilidade do gerador dos resíduos da construção civil é providenciar o processo correto de armazenamento e destinação, incluindo o comprometimento pelo transporte. 

Neste artigo será abordado também a respeito dos selos de sustentabilidade, os quais sinalizam para a população que a organização está focada em adotar práticas favoráveis ao meio ambiente. Existem diferentes selos e cada um deles significa alguma vertente da sustentabilidade, estes foram criados para que os consumidores tenham ciência dos métodos de produção daquela empresa apenas com uma simples imagem. Conseguinte, o cliente pode ter a segurança e a garantia de que aquele produto é de qualidade e que sua produção não afetou de modo negativo o meio ambiente.  

A fim de garantir o sucesso de um empreendimento é essencial fazer o planejamento da obra. Em artigo publicado por Edson Poyer Sant’Ana no blog SIENGE em agosto de 2022 “Uma matéria da Revista Exame em 2015, chamada “O Custo da Burrice”, acerva como a falta de planejamento prejudica a construção no Brasil. De acordo com a reportagem, o costume brasileiro é dedicar pouco tempo da obra para o planejamento, ⅕ do total. Em países mais desenvolvidos, a elaboração de projetos, montagem dos cronogramas e as projeções de custos consomem muito mais tempo: cerca de 40% do tempo previsto para uma obra no Japão; na Alemanha, 50%” 

1.1. Justificativa 

A construção civil é responsável pelo alto consumo de recursos naturais e pela degradação ambiental. O quadro insustentável é dado por meio das restrições de quantidade de recursos naturais e as mudanças climáticas e ambientais. O que justifica a presente pesquisa é dispor conhecimento da necessidade de um protótipo de desenvolvimento que busque a sustentabilidade. 

Uma vez que, em qualquer área em que os engenheiros forem atuar vão lidar diretamente ou indiretamente com o consumidor final que são seres humanos e durante o processo pode-se ou não gerar impactos ao meio ambiente, seja ele negativo ou positivo. Portanto estes possuem a responsabilidade de ter a consciência do impacto da profissão dentro da sociedade como um todo e por consequência os danos causados ao meio ambiente, assim sendo, desenvolveu-se um artigo a fim de potencializar outros formandos e/ ou colegas de profissão sobre magnitude das construções sustentáveis e qual o impacto esperado diante do meio ambiente e da humanidade.  

O impacto ambiental causado pela indústria da construção civil é muito forte, além de ser uma razão social, dado que os edifícios consomem 75% da quantidade de recursos naturais do planeta segundo nota publicada pelo portal VGV em novembro de 2010 e contribuem de várias outras formas para o impacto ambiental, seja no processo construtivo, na fase de utilização, especificamente nos consumos de energia e água, como também na fase de demolição na formação de resíduos. 

A sociedade está cada dia mais consciente em relação a necessidade de práticas de menor impacto ambiental. A política ambiental brasileira vem sendo caracterizada principalmente pela regulação através de normas com a grande finalidade de controlar o acesso e uso dos recursos naturais buscando preservá-los para as presentes e futuras gerações (FARIAS e COUTINHO, 2010, p.101). A sociedade necessita de um caminho que responda à questão de um novo modelo definido como desenvolvimento sustentável. 

1.2. Objetivo Geral  

O objetivo geral deste artigo é demonstrar que existem meios alternativos para amenizar possíveis danos causados ao meio ambiente. 

1.3. Objetivos Específicos 

– Demonstrar a importância de um planejamento bem elaborado; 

– Demonstrar a importância do descarte consciente de dejetos; 

– Relacionar os materiais e métodos de execução com menor impacto ambiental; 

– Apresentar e relacionar o caso aos selos de sustentabilidade; 

– Salientar a importância da escolha de fornecedores conscientes que utilizem boas práticas sustentáveis para a produção dos seus produtos; 

– Demonstrar que mesmo adotando as práticas sustentáveis a edificação pode ser moderna; 

– Aplicar matérias e software aprendidos durante a graduação; 

2. SUSTENTABILIDADE 

A sustentabilidade pode ser definida como ações pelas quais buscam a conservação da natureza, com práticas do dia a dia. Os cuidados com o meio ambiente, deu-se início antes mesmo de ser instituído o Plano Nacional do Meio Ambiente, a Constituição Federal de 1988, pelo qual relata a preocupação com a questão ambiental em seu artigo 225. 

Conforme a Constituição Federal de 1988:  

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 

De acordo com o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável – CBCS, atualmente, a construção civil é uma das atividades que mais gera impactos ambientais, pois além de utilizar matéria-prima não renovável e consumir grandes quantidades de energia, tanto na extração, quanto no transporte e tratamento dos insumos, é considerado também desperdiçador no uso dos materiais e grande fonte geradora de resíduos dentro da sociedade. Um levantamento realizado por Ângulo et al. (2004) constatou que o volume de entulhos e demolição gerados na construção civil é até duas vezes maior que o volume de lixo sólido urbano.  

Com o intuito de amenizar os impactos ambientais gerados através da construção civil, torna-se necessário encontrar soluções que estabeleçam uma relação de sustentabilidade com o meio ambiente. Como por exemplo: uso adequado e consciente dos recursos naturais (água e luz), descarte correto de materiais, técnicas que garantam maior vida útil do empreendimento de forma sustentável, uso de materiais com menor impacto ambiental. Considerando também uma gestão de projetos e processos adequados, ainda é possível englobar questões sustentáveis. Unindo estes elementos, é possível garantir resultados ainda melhores do ponto de vista social, econômico e ambiental, além do reforço de imagem das empresas e conquistas de certificações verdes.  

Vargas (2009), comenta que um dos ramos que mais vem passando por alterações nos últimos anos é o da construção civil. Com o crescente aumento da competitividade, a globalização do mercado, a demanda por construções mais modernas e sustentáveis, a velocidade com que surgem novas tecnologias, o aumento do grau de exigência dos clientes, todos estes fatores contribuíram para que as empresas percebessem que investir em gestão e controle de processo é extremamente importante. Desse modo, o Gerenciamento de Projetos passa a ser fundamental para reduzir os riscos de fracasso e controlar todas as etapas envolvidas, definir prazos, bem como garantir a qualidade dos resultados, assegurando projetos de forma eficiente, ou seja, atingindo os objetivos e otimizando recursos. 

A Norma Brasileira – NBR 15575, trata do desempenho de edificações habitacionais, recomenda que a construção de empreendimentos ocorra mediante exploração e consumo racionalizado dos recursos naturais, buscando a menor degradação ambiental possível, com diminuição do consumo de água, de energia e de matérias-primas, além de destacar a importância de favorecer a utilização de materiais que causam menor impacto ambiental, desde a fase de exploração dos recursos naturais até sua aplicação final tendo como exemplo os projetos de iluminação natural que tem como o objetivo a busca da eficiência energética, visto que o uso otimizado da luz natural em edificações durante o dia, pode substituir a iluminação artificial contribuindo para a redução do consumo de energia elétrica.  

Desta forma, a NBR 15.215-1 de 03/2005 – Iluminação natural, estabelece os conceitos e define os termos relacionados com a iluminação natural e o ambiente construído, sendo assim colaborando para redução do aquecimento global. Outro exemplo é a necessidade da gestão e manejo corretos dos resíduos da construção civil que tem como base a norma técnica sobre área de transbordo e triagem, com instruções a respeito da gestão correta dos resíduos sólidos, a fim de reduzir o impacto no meio ambiente por meio da classificação das sobras, para o descarte adequado – ABNT NBR 15112:2004. Sendo aplicada na reciclagem de materiais já triados para a produção de agregados com características para a aplicação em obras de infraestrutura e edificações, de forma segura, sem comprometimento das questões ambientais, das condições de trabalho dos operadores destas instalações e da qualidade de vida das populações vizinhas. 

A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 225, conforme citado anteriormente, prediz o direito de todos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, portanto foi implantado políticas públicas, pelas quais priorizam o desenvolvimento sustentável do país. Um exemplo dessas políticas públicas é o IPTU verde, um incentivo do governo em prol da preservação ambiental, que consiste na instituição de descontos no valor do IPTU cobrado dos contribuintes que utilizem em seus imóveis recursos naturais sustentáveis. Tais recursos como: captação e reutilização de água, geração de energia, tratamento de resíduos, aproveitamento bioclimático, uso de materiais provenientes de fontes naturais renováveis ou recicláveis. O objetivo do IPTU verde é manter harmonia entre a natureza e a cidade, com o incentivo da redução no custo dos impostos, o projeto proporciona ações sustentáveis que impactam positivamente o meio ambiente.  

Diversos municípios brasileiros já implementaram programas de incentivo à adoção de práticas sustentáveis por meio do IPTU verde. Entre os municípios que já possuem legislação de IPTU verde, temos: Taubaté/SP, Salvador/BA, Guarulhos/SP, Goiânia/GO, Ipatinga/MG, Rio de Janeiro/RJ, Barretos/SP e Camboriú/SC. O IPTU verde é um exemplo de como os governos podem incentivar práticas sustentáveis sem, necessariamente, executar grandes obras públicas. 

3. IMPACTOS SOCIAIS E EMPRESARIAIS 

Um bom investidor está constantemente mirando em investimento de médio a longo prazo e na construção civil não é diferente, visto que para qualquer tipo de construção são necessários planejamentos, valores de investimento que variam de acordo com o porte da edificação  e as certificações de sustentabilidade dentro das obras vem ganhando força no mercado e atraindo a atenção dos investidores, devido ao seu alto valor de rendimento monetário a longo prazo e a economia gerada antes, durante  e após o processo de construção.  

Com o intuito de gerar bons resultados ao final de uma obra de construção civil, é fundamental planejar-se anteriormente, a fim de definir e organizar o projeto, conforme planejamento descrito no Anexo A. A etapa do planejamento é importante para a sustentabilidade na construção civil, pois, com a otimização de etapas no canteiro de obra, é possível ter controle no uso de materiais utilizados durante a obra, evitando desperdícios e tornando o uso mais eficiente. 

Embora alguns impactos sejam inerentes à atividade e, portanto, não seja possível evitálos por completo, é possível e acessível optar por recursos e tecnologias que os minimizem. Como por exemplo, reduzir o consumo de cimento e concreto construindo com madeira engenheirada, consumir materiais reciclados (como o aço) e elaborar um bom planejamento para economizar recursos naturais na obra. O entulho gerado também precisa ser destinado corretamente – e se possível, para a reciclagem.  

Outrossim, investir em telhados verdes, geração de energia limpa e sistemas de captação e reuso de água, com eles, alguns impactos da obra podem ser neutralizados e o dia a dia naquela construção se torna menos nocivo ao equilíbrio ambiental. 

PLATT (2022) salienta que em 2021, o ESG foi classificado pelos membros da AFIRE como “muito importante” nos próximos três a cinco anos na tomada de decisões de investimento por 69% dos entrevistados. Na pesquisa de 2022, esse número saltou para 81%, como pode ser visto na Figura 1. Em 2022, as certificações de edifícios sustentáveis ficaram empatadas no ranking dos “critérios ESG mais importantes” com gestão de energia/resíduos (Figura 2). 

Figura 1 – Classificação ESG, 2021 

Fonte: GREEN BUILDING COUNCIL BRASIL (2022) 

Figura 2 – Classificação ESG, 2022 

Fonte: GREEN BUILDING COUNCIL BRASIL (2022) 

Ao abordar as questões sustentáveis, investimento e construção civil é imprescindível comentar sobre a ESG (Environmental, social and governance – práticas ambientais, sociais e de governança), de acordo com o artigo publicado pela SESG em 12 de setembro de 2022 (“De acordo com Giselle Martinelli Chunques, Gerente de SGI /Compliance da Etesco, o ESG é uma jornada de transformações dos negócios para um universo ético, transparente, sustentável e interconectado. As empresas que investem em ESG veem uma oportunidade de realizar ações positivas, construindo um trabalho sustentável, obtendo melhores retornos a longo prazo. Esse investimento é uma pequena forma de devolver à sociedade tudo aquilo que os colaboradores cedem para a empresa”, explica Giselle.”)  A ESG foi uma iniciativa da ONU e atualmente conta com a ODS que são 17 objetivos de sustentabilidade que são voltados para os desafios da sociedade como um todo a fim de endireitar todas as vulnerabilidades dos seres humanos. A Figura 3 a seguir mostra cada objetivo proposto.  

Figura 3 – Objetivos de sustentabilidade 

Fonte: Sustentabilidade agora (2021) 

3.1. Certificações  

Diante de todos os dados apresentados, constatou-se que as construções sustentáveis ou que geram menos impacto ambiental deixou de ser um diferencial dentre as edificações e passou a ser um pré-requisito para as construtoras que pensam a longo prazo e visa a preservação do meio ambiente. Hoje no mercado brasileiro e internacional existem diversos selos e certificações de sustentabilidade para as construtoras comprovarem que tal edificação contribui de alguma forma com o meio ambiente e com a vida do ser humano. Sendo elas as mais utilizadas: Certificação BREEAM, Certificação LEED, Certificação Referencial GBC Brasil Casa, Certificação AQUA-HQE e Selo Azul CAIXA. 

3.1.1. Certificação BREEAM 

No ano de 1990 foi criado o certificado BREEAM na Inglaterra, cidade de Londres, que significa Building Research Establishment Environmental Assessment Method, traduzido para o português significa Construção e estabelecimento de pesquisa ambiental e avaliação de Métodos. Esta certificação foi a base para todas as outras, pois foi a pioneira das certificações ambientais. A BREEAM avalia o uso de energias, gerenciamento da edificação, Saúde e bem-estar Interior e Exterior, transporte, água, materiais utilizados, controle de resíduos, ecologia e uso do terreno. Suas classificações de certificação estão divididas em: PASS GOOD, VERY GOOD, EXCELLENT, OUTSTANDING, são respectivamente das edificações com menos pontuação e máxima de pontuação.  

3.1.2. Certificação LEED 

A certificação LEED significa Leadership in Energy and Environmental Design (em português, significa Liderança em Energia e Design Ambiental). De origem americana no ano de 1993, mas com seu marco inicial no Brasil no ano de 2006, desenvolveu práticas e ferramentas estratégicas mais rígidas para serem adotadas nas edificações. A certificação pode ser implementada em qualquer tipo de empreendimento e em qualquer fase de obra. Para cumprir com todos os seus princípios a certificação foi dívida em quatro tipologias, sendo elas:  LEED Building design + Construction (LEED BD+C): são para as novas construções e/ou grandes reformas; Interior design + Construction (LEED ID+C): voltadas para as lojas de varejos e setores comerciais; Operation + Maintenance (LEED O+M): com foco nos empreendimentos já existentes; Neighborhood (LEED ND): Direcionada a bairros. 

Seus critérios de avaliação são: Projeto Integrado (IP); Localização e Transporte (LT); Implantação (SS); Eficiência do uso da água (WE); Energia e Atmosfera (EA); Materiais e Recursos (MR); Qualidade Ambiental Interna (IEQ); Inovação (IN); Créditos Regionais (RP). 

3.1.3. Certificação GBC Brasil Casa 

Com o propósito de fornecer ferramentas necessárias para projetar, construir e operar residências com boas práticas de sustentabilidade, foi desenvolvida pelo Green Building Council Brasil, a Certificação GBC Brasil Casa.   

A fim de promover a transformação do setor da construção por meio de estratégias, a Certificação GBC Brasil Casa, possui alguns objetivos, como a mitigação dos impactos da mudança climática; melhorias da saúde humana e bem-estar do ocupante; proteção e restauração de recursos hídricos; proteção e restauração da biodiversidade e os serviços ecossistêmicos; desenvolvimento da economia verde; e além disso, o aumento da comunicação e educação, contribuindo para o aumento da equidade social, justiça ambiental, saúde comunitária e qualidade de vida. 

Seus créditos de avaliação são: Implantação (IMP), Energia e Atmosfera (EA), Uso Eficiente da Água (UEA), Materiais e Recursos (MR), Qualidade Ambiental Interna (QAI), Requisitos Sociais (RS), Inovação e Projeto (IP) e Créditos Regionais (CR). 

Os créditos citados possuem uma pontuação, pela qual é determinada de acordo com a importância relativa de sua contribuição para os objetivos apresentados anteriormente, ou seja, os créditos que abordam diretamente os objetivos mais importantes recebem peso maior. 

A Figura 4 a seguir representa a distribuição dos pesos e ponderações dos créditos, conforme os objetivos da Certificação. 

Figura 4 – Distribuição dos pesos e ponderação dos créditos 

Fonte: Guia Rápido GBC Brasil Casa 

Uma vez que a certificação demonstra liderança, inovação, gestão ambiental e responsabilidade social, as residências com Certificação GBC Brasil Casa possuem alguns benefícios, como custos operacionais mais baixos e aumento do valor patrimonial; redução de resíduos enviados para aterros sanitários; conservação de energia e água; ambientes mais saudáveis e produtivos para ocupantes, resultando em melhor qualidade de vida, saúde e bem-estar; redução das emissões de gases de efeito estufa; qualificação para descontos fiscais, subsídios de zoneamento e outros incentivos financeiros por parte do poder público. 

3.1.4. Certificação AQUA-HQE 

Desenvolvida através da certificação francesa Démarche HQE e empregue no Brasil pela Fundação Vanzolini em parceria com a Escola Politécnica da USP, a Certificação AQUAHQE é denominada como uma certificação internacional de alta qualidade ambiental.  

Em 2008, a mesma foi propagandeada e ganhou espaço no mercado por ceder um olhar sustentável à construção civil. Existem no Brasil, 378 projetos com esta certificação, dentre eles:  717 edifícios, residenciais e não residenciais; 10 bairros, 1 infraestrutura portuária, 1 projeto de interior e 5 empreendimentos.  

A Certificação AQUA assegura que aquela construção é comprometida com os impactos ambientais, aos olhos dos futuros compradores, isso se torna atrativo e aumenta o interesse pela compra dos imóveis.  

De acordo com a Construtora Lorenzini, os imóveis são vistos com bons olhos em âmbito internacional, por ser um processo rigoroso e detalhado.  Edifícios que têm a certificação apresentam condições sustentáveis em inúmeros aspectos, como: a redução da poluição, uma melhor gestão de riscos e menor consumo de energia e água. 

Segundo a Fundação Vanzolini (2007, p.8), a Qualidade Ambiental do Edifício é estruturada em 14 categorias (conjuntos de preocupações) que são divididas em 4 famílias: eco construção, eco-gestão, conforto e saúde. Cada categoria é ainda dividida em subcategorias, somando 37 no total.  

O desempenho associado a cada uma das categorias da Qualidade Ambiental do Edifício (QAE) se expressa segundo 3 níveis (FUNDAÇÃO VANZOLINI, 2007, p. 12):  

a) bom: nível correspondendo ao desempenho mínimo aceitável para um empreendimento de Alta Qualidade Ambiental. Isso pode corresponder à regulamentação se esta for suficientemente exigente quanto aos desempenhos de um empreendimento, ou, na ausência desta, à prática corrente;  

b) superior: nível correspondendo ao das boas práticas;  

c) excelente: nível calibrado em função dos desempenhos máximos constatados em empreendimentos de Alta Qualidade Ambiental, mas somente caso eles possam ser atingíveis.  

É exigido que o perfil de desempenho nas 14 categorias do sistema AQUA seja, pelo menos, excelente em 3 categorias, superior em 4 e bom em 7. 

3.1.5. Selo Casa Azul + CAIXA 

O Selo Casa Azul + CAIXA, tem como objetivo de classificar e reconhecer empresas que prezam pela sustentabilidade, desde a concepção até a manutenção dos projetos. Essa iniciativa foi criada em 2009 pela Caixa Econômica Federal (CEF) e reformulada em 2020, a fim de incentivar empreendimentos habitacionais sustentáveis. 

Para adquirir esse selo, as empresas precisam cumprir obrigatoriamente pelo menos 15 critérios e obter uma pontuação mínima de acordo com a categoria pretendida. Existem 53 critérios que distribuem 163 pontos, divididos entre as categorias Qualidade Urbana e bemestar, Projeto e Conforto, Eficiência Energética, Produção sustentável, Gestão eficiente de Água, inovação e Práticas Sociais.  

Em conformidade com as condições atendidas a qualidade do empreendimento é classificada em níveis, sendo Bronze (mínimo de 50 pontos), Prata (mínimo de 60 pontos), Ouro (mínimo de 80 pontos) e Diamante (mínimo de 100 pontos).  

Uma das vantagens para quem compra um imóvel de um empreendimento certificado pelo selo, os benefícios da Casa Azul incluem diferenciais para o financiamento imobiliário dentro do SBPE (como descontos que variam de 0,25% a 1% nas taxas de juros do financiamento), além de redução do custo de manutenção e adaptação do imóvel. 

4. A HISTÓRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL 

Na antiguidade, em meados de 2000 a.C, através da civilização Minoana, na Ilha de Creta deu-se início a utilização da argamassa de cal em estruturas, cujas quais se dissolvem na presença de água. 

A evolução da construção civil ocorreu em 1894 a.C com os babilônios e assírios, utilizando argila como ligante, contudo, devido ao seu déficit de resistência limitou o desenvolvimento da construção civil. 

Os egípcios por sua vez, desenvolveram um aglomerante à base de argamassa de cal e gesso, com alta resistência. Demonstrando sua elevada capacidade, estão as construções do Egito antigo, como pirâmides e templos, que mesmo após tantos anos construído, ainda se mantém em pé. 

Segundo Mariana Passos, autora da iniciação científica “Análise do comportamento de vigas de aço e concretos especiais”, da Escola de Engenharia de Mauá (EEM/CEUN-IMT), os Romanos descobriram uma ligação ainda mais rígida a base de calcário e cinzas vulcânicas do Vesúvio conhecida como “pozzolana”, exemplificando sua elevada resistência, estão o Coliseu, Panteão e Arco de Constantino. 

Muito tempo após a descoberta dos Romanos, um escocês chamado Josef Aspdin desenvolveu em meados de 1824, um cimento composto pela queima de pedras de calcário e argila, transformando-as em um pó fino. Após a cura apresentava uma dureza superior a das pedras utilizadas na construção civil até então, Josef patenteou sua descoberta com o nome “Portland” nome dado em referência a uma cidade litorânea no sul da Inglaterra, onde os rochedos tinham uma cor esverdeada e dureza semelhante ao cimento descoberto. 

4.1. Concreto Armado 

Atualmente, o método construtivo mais utilizado é o de Concreto Armado, ainda que seja considerado antigo, demonstra total eficiência considerando a disponibilidade de materiais e mão de obra qualificada para a realização dos serviços.  

A primeira estrutura de concreto armado foi desenvolvida em 1849 por Joseph-Louis Lambot quando construiu um barco utilizando argamassa e ferro em forma de arame. Subsequentemente, Joseph Monier construiu em 1861, vasos de flores utilizando a mesma técnica de Joseph-Louis que consistia em argamassa e ferro como reforço. 

O aço possui forte característica de resistir à tração, enquanto o concreto resiste a esforços de compressão, além de outras características como módulo de elasticidade, estanqueidade, impermeabilidade e resistência a intempéries, sendo assim, atuam de forma conjunta por possuírem coeficientes de dilatação semelhantes, fazendo com que resistam a esforços que forem aplicados. Dessa forma, a união entre o aço e o concreto oferece a resistência necessária para resistir aos esforços de tração e compressão em elementos estruturais (CLÍMACO, 2008). 

No ano de 1875 foi construída a primeira casa com concreto armado, pelo americano W. E. Ward. Thaddeus Hyatt conhecido como grande precursor do concreto armado e sendo o primeiro a compreender a necessidade de uma boa aderência entre dois materiais e do posicionamento correto das barras de ferro, com o intuito deste material colaborar na resistência do concreto-aço, publicou em 1877 os resultados de suas experiências em concreto armado. Atualmente, os testes realizados por ele são considerados sumário essencial para uso do concreto armado.  

Hyatt chegou a conclusões de suma importância, como por exemplo, o aço não resiste bem ao fogo; além disso o concreto deve ser considerado como um material de construção resistente ao fogo. Ele também citou que envolvendo o aço com uma camada suficientemente espessa de concreto, resulta em um material resistente ao fogo. Em seus estudos, ele descobriu que a aderência entre aço e concreto é suficientemente forte para fazer com que a armadura posicionada na parte inferior da viga trabalhe em conjunto com o concreto comprimido da parte superior da viga. 

Além do mais, segundo Thaddeus Hyatt, o coeficiente de dilatação térmica dos dois materiais é suficientemente igual, garantindo a resistência da combinação aço-concreto.  

No ano de 1878 J. Monier conquista novas patentes pelas quais dão a base para a introdução do concreto armado em outros países. Em 1880, o francês Hennebique construiu a primeira laje armada com barras de aço de seção circular. Freytag em 1884 adquiriu os direitos das patentes de Monier para a utilização do processo na Alemanha. 

G. A. Wayss também conquistou em 1887, o direito das patentes de Monier e posteriormente fundou uma empresa voltada a construções de concreto armado, onde foram feitos ensaios, a fim de demonstrar, por meio de provas de carga, as vantagens econômicas oferecidas pela inclusão de barras de aço no concreto. 

Já em 1892, Hennebique desenvolveu e patenteou um sistema estrutural completo, baseado num esqueleto monolítico portante, composto por diversos elementos estruturais interligados como pilares, vigas, capitéis e plintos de fundação. Ele foi nomeado como um dos pioneiros da tecnologia que desenvolveu o primeiro tipo de vigas de concreto armado com estribos como os atuais. 

As teorias de Koenen para projeção com método das tensões na flexão, cujos quais eram muito utilizados entre 1900 à 1950, foram ampliadas em 1894 por Coignet (filho) e Tedeskko. Em 1897 na École dês Ponts et Chaussées, em Paris, Rebut iniciou o seu primeiro curso sobre concreto armado. 

Emil Morsch publicou a primeira edição do seu livro em 1902, onde foi desenvolvido a primeira teoria de dimensionamento de peças de concreto armado, pela qual teve sua teoria iniciada por Koenen.  Em meados de 1904, na Alemanha, França e Suíça, começaram a surgir as primeiras instruções e normas de construções de concreto armado.  

No início do século XX, o uso de concreto armado foi desenvolvido no Brasil. Em 1908, foi construída uma ponte de 9 metros de comprimento no Rio de Janeiro, utilizando concreto armado. Mais tarde em 1928, foi construído o Edifício A Noite (Figura 5) com 22 andares, foi titulado por muitos anos o prédio mais alto de concreto armado do mundo.  

Figura 5 – Edifício A Noite 

Fonte: Veja Rio, 2016

 Entre os anos de 1955 e 1960, estruturas extremamente esbeltas e complexas foram construídas na capital do Brasil pelos arquitetos Oscar Niemeyer e Lúcio Costa e o engenheiro Joaquim Cardoso, estas tiveram grande importância para o desenvolvimento mundial do concreto armado (CLÍMACO, 2008).

4.2. Cimento Portland 

Desde a época do império romano o cimento é utilizado. No século XIX, este material foi reinventado e recebeu um segundo nome devido a sua alta solidez, foi comparado às rochas da ilha Portland, dando nome ao produto. 

O cimento é definido como um aglomerante ativo e hidráulico, pois, ao adicionar água, inicia-se uma reação química, que transforma o cimento em uma massa que cristaliza, endurece e fornece alta resistência mecânica à compressão com o tempo.  

O cimento Portland (CP) possui excelentes características de resistência, durabilidade e trabalhabilidade, além de ser um produto muito versátil, podendo ser utilizado em diversas aplicações.   

De acordo com a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), o processo de fabricação possui as seguintes etapas: extração, britagem e depósito das rochas, mistura das matérias-primas, homogeneização, queima, resfriamento, adições e moagem. 

Este componente é produzido a partir de duas principais matérias-primas, o calcário e a argila. Esses materiais passam por uma moagem e depois são doados, formando a chamada “farinha crua”. 

Após a homogeneização dessa farinha, a mistura é levada até um forno onde será aquecida a temperaturas elevadas. Trazendo como resultado, o clínquer, o qual é denominado material base de todos os tipos de cimento Portland. 

Posteriormente, o clínquer é conduzido à moagem final, onde recebe uma certa quantidade de gesso (limitada pela NBR 16697), que tem a função nessa adição, garantir o controle do tempo de início  de pega. E por fim, essa mistura é ensacada e distribuída.  

A partir do processo de fabricação do cimento, é possível produzir diferentes tipos de cimento Portland, variando a sua composição na etapa de adição. Essas variações se diferem na proporção de clínquer e sulfatos de cálcio, material carbonático e de adições tais como escórias, pozolanas e calcário, acrescentadas no processo de moagem. 

De acordo com a NBR 16697 – Cimento Portland – Requisitos – os cimentos de Portland são designados por seu tipo que correspondem a adições e propriedades especiais. São identificadas por suas respectivas siglas, seguidas de sua classe de resistência (podendo variar entre 25, 32, 40 ou ARI), acrescidas dos sufixos RS e BC, quando aplicáveis, conforme a Figura 6 a seguir: 

Figura 6 – Designação normalizada, siglas e classes do cimento Portland 

Fonte: NBR 16697 

A Figura 7, estabelece os limites mínimos e máximos admissíveis na composição de cada tipo de cimento, conforme abaixo: 

Figura 7 – Limites de composição do cimento Portland (porcentagem em massa) 

Fonte: NBR 16697 

O cimento sustentável é classificado como CP III — Portland de alto forno. De acordo com a Figura 7, este possui variações de 25, 32 e 40 MPa. Esses números indicam a garantia do fabricante dos valores mínimos de resistência à compressão de força sobre superfície após a cura de 28 dias.  

Conforme a NBR 5735 – Cimento Portland de alto-forno, esse tipo de cimento é um material de uso geral que pode ser adotado das aplicações mais básicas até as mais complexas, como: aplicação de argamassa de assentamento (tijolos, blocos) e revestimento; colocação e rejuntamento de azulejos e ladrilhos; fabricação de concreto simples, magro, protendido ou armado; elementos pré-moldados e artefatos de concreto; pisos industriais e solocimento; fundações e pavimentações; locais de passagem de esgoto e barragens; obras submersas (inclusive em água do mar) etc. 

A aplicação da versão ecológica do cimento garante a sustentabilidade a médio e longo prazo, por se tratar de um composto que auxilia na conservação do meio ambiente, além de outras características positivas que podem ser consideradas, como: extensa durabilidade; maior resistência a sulfatos, expansão e compressão; menor porosidade capilar, o que aumenta a impermeabilidade; estabilidade superior às versões comuns; baixo calor de hidratação, isso evita as fissuras devido à rápida dispersão; fabricação com menor emissão de poluentes; menor gasto de energia no processo de produção; custos mais baixos em relação ao tradicional. 

5. GEOTECNIA, FUNDAÇÃO E SUSTENTABILIDADE 

Será abordado em seguida os fatores a serem considerados para a determinação da fundação implantada no projeto que será apresentado. 

5.1. Geotecnia 

Para determinar as fundações, a cada situação, a quantidade de dados necessários é relativa, oscilando em função de variáveis como: porte da edificação, funcionalidade, concepção estrutural adotada, problemas relativos ao solo, entre outras. 

O plano de apuração geotécnica se baseia no planejamento e execução de ensaios de campo e laboratório, com o objetivo de identificar as camadas de solo e substrato rochoso, permitindo definir o modelo de comportamento do terreno de fundação e os valores dos parâmetros geotécnicos.  

A participação do Projetista de Fundação na definição do plano de investigação geotécnica é fundamental, pois a sua experiência o credencia na escolha correta do tipo de investigação, buscando otimizar custos e tempo, e melhorando a qualidade dos resultados a serem encontrados.  

Numa investigação adequada do terreno de fundação, deve-se inicialmente definir um programa com base nos objetivos a serem alcançados sendo eles a apuração preliminar que para definir a estratigrafia do terreno é necessário o conhecimento das principais características do mesmo em seguida a apuração de projeto ou complementar visando a caracterização das propriedades das camadas do solo com mais importância e esclarecimento das feições relevantes do subsolo e a apuração para a fase de execução se trata das áreas críticas da obra em que deverá ter uma confirmação das condições de projeto. 

Na aplicação e execução de uma fundação, se estabelece primeiramente uma análise do terreno, chamado de geotécnica, com essa análise se tem base do tipo de solo que está presente naquele lugar, dando início assim as pesquisas e definições de qual tipo de fundação que será empregada na obra, dando oportunidade então o início de cálculos, é estabelecido características como profundidade, ângulo de atrito, coesão entre outros nos quais são de muita importância para o cálculo da força que será recebida por uma fundação (PANCIERA, 2014). 

A apuração geotécnica de campo, a ser programada e executada tem como objetivo principal fornecer parâmetros geotécnicos para o dimensionamento das fundações, utilizando-se de sólido conhecimento acadêmico e experiência profissional. O projetista geotécnico é o responsável pela execução e análise dos resultados dos ensaios de campo e laboratório contratados referentes à investigação preliminar do subsolo, de uma forma geral, em seguida será apresentado os principais ensaios disponíveis para esta investigação são o Ensaio Padronizado de Penetração (SPT), o Ensaio de Penetração de Cone (CPT), o Ensaio de Palheta (“Vane – Test”) e o Ensaio Pressiométrico (PT). 

A Figura 9 a seguir, mostra o caminho a ser seguido para que seja escolhido o tipo de fundação. Para o projeto em questão foi considerado após todos esses conhecimentos um solo argiloso siltoso com Nspt >30 golpes. 

Figura 9 – Fluxograma de Atividades para Determinar as Fundações 

Fonte: Autoria Própria 

5.2. Fundações 

Denomina-se elemento de fundação toda estrutura que recebe as cargas de construções e as transmite ao solo de maneira segura. Isto é conseguindo distribuir as cargas em elementos que terão grandes áreas de contato com o solo (fundações rasas) ou através do uso de fundações profundas que transmitem os esforços pela sua grande área lateral e pelas suas pontas (fundações profundas) (BOTELHO, 2015). 

A NBR 6122/2019: Projeto e execução de fundações (ABNT, 2019) traz em seu escopo as definições de ambos os tipos de fundações assim como os parâmetros técnicos de dimensionamento e de execução a ser seguidos para garantir a segurança do conjunto superestrutura-fundação-solo. Em fundações executadas em concreto, é necessário que o projetista atenda às recomendações da NBR 6118/2014: Projeto de estruturas de concreto – procedimento (ABNT, 2014). 

A escolha do tipo de fundação depende de fatores como as características da construção e, por consequência, quais cargas que serão transmitidas pela estrutura, as características do solo que deverão ser obtidas através de ensaios de investigação geotécnica normatizados, que são os equipamentos disponíveis na região e se há ou não a presença de mão-de-obra especializada quando necessário (DANZIGER; LOPES, 2021). Uma vez que haja segurança do ponto de vista técnico, outros fatores mais comumente considerados nessas ocasiões são: o fator econômico e o prazo de execução. 

No item 5 da ABNT NBR 6122/2010, são apresentadas as ações específicas nas fundações como as ações provenientes da superestrutura, ações decorrentes do terreno além das ações decorrentes da água superficial e subterrânea e as ações excepcionais. 

5.2.1. Fundações rasas 

Denomina-se fundação rasa (ou direta ou superficial) “todo elemento de fundação cuja base está assentada em profundidade inferior a duas vezes a menor dimensão da fundação” (ABNT, 2019, pg.5). No caso em que o solo nas camadas superficiais do terreno apresenta resistência suficiente, as fundações rasas têm suas bases apoiadas diretamente nestas camadas e são responsáveis por distribuir as cargas ao solo (ALBUQUERQUE; GARCIA, 2020). 

Dentre as fundações rasas mais utilizadas, estão as sapatas isoladas, executadas em concreto armado, cujas tensões de tração são resistidas pela armadura (ABNT, 2019). As sapatas mais frequentemente utilizadas são as quadradas, retangulares e corridas e seu dimensionamento geométrico e posicionamento em planta é o primeiro passo a ser tomado quando se dimensiona uma fundação direta, dado uma tensão admissível do solo (σadm), que deverá ser previamente estimada (TEIXEIRA; GODOY, 1998). 

A definição de fundação rasa está ligada à profundidade de assentamento do elemento de fundação em questão. De acordo com a norma ABNT NBR 6122:2019, as fundações rasas consistem nos elementos de fundação dos quais a base está assentada em uma profundidade inferior a duas vezes a menor dimensão da fundação. Nesse caso, o solo imediatamente abaixo da base do elemento recebe as tensões distribuídas que equilibram a carga aplicada (SCHNEIDER, 2020). 

Esse tipo de fundação é executado nas primeiras camadas do solo e é conhecido por não demandar a utilização de grandes equipamentos para a cravação ou escavação dos elementos de fundação, como é o caso das fundações profundas. Com isso, normalmente as fundações rasas são executadas de forma manual como demonstra a Figura 10. 

Figura 10 – Diagrama de Forças das Sapatas Isoladas 

Fonte: Construindo casas – Tipos de fundações: o que são e quais os tipos? 

Quanto ao projeto e dimensionamento de fundações rasas, é importante conceituarmos a tensão admissível do solo que é o parâmetro mais importante para o dimensionamento. A tensão admissível do solo pode ser denominada como a tensão máxima que aplicada ao terreno pelo elemento de fundação, irá atender aos estados limites últimos (ruptura) e estado limite de serviço (usabilidade), satisfeitos os fatores de segurança normativos. 

A partir destes conhecimentos e determinando que o solo que será considerado no projeto será de uma argila siltosa com SPT>30, optamos por definir como fundação as sapatas isoladas. 

5.2.2. Fundações profundas 

Denomina-se fundação profunda todo elemento de fundação que transmite a carga ao terreno pela base e/ou por sua superfície lateral. Incluem-se, nesta classificação, as estacas e os tubulões, sendo que no caso das estacas, sua execução deve ser feita inteiramente por equipamentos ou ferramentas sem que haja trabalho manual em qualquer fase de sua execução (ABNT, 2019). Com a nova versão na Norma Regulamentadora Nº 18 (NR-18) – que estabelece as condições do ambiente de trabalho na indústria e na construção civil–, o uso de fundações profundas do tipo tubulão se tornou não tão viável como antigamente. 

Atualmente, as estacas mais utilizadas no Brasil são compostas por aço e concreto, podendo ainda ser classificadas em pré-moldadas ou moldadas in situ que podem, por sua vez, serem distinguidas conforme o seu tipo de execução. Entre as mais utilizadas estão: estaca tipo Hélice, Franki, Strauss, Raiz e Escavadas (DANZIGER; LOPES, 2021). 

A escolha de qual tipo será mais adequada depende das características do solo do local e da presença ou não de água (ALBUQUERQUE; GARCIA, 2020). Em fundações profundas, deve ser realizado o dimensionamento dos blocos de coroamento que têm como principal objetivo atuar como um elemento de transferência de carga, garantindo a uniformização da carga sobre a estaca (ABNT, 2014). 

Mesmo no caso de blocos com apenas uma estaca, a presença do bloco se justifica por razões construtivas como correção de pequenas excentricidades da estaca e locação correta dos pilares (BASTOS, 2020). 

O dimensionamento dos blocos de coroamento deve seguir as recomendações da NBR 6118 (ABNT, 2014), por ser um elemento de concreto armado. O dimensionamento das estacas e a determinação de sua carga admissível, por sua vez, pode ser realizada através de métodos, tais como o método de Aoki e Velloso (1975), Teixeira (1996) e Decourt e Quaresma (1978). 

Uma vez determinado o tipo de estaca a ser utilizado, parte-se para a determinação da capacidade de carga da estaca (Qrup), definida pela NBR 6122 (ABNT, 2019, pg.3), como sendo a maior carga que, quando aplicada sobre a estaca atende aos estados limites últimos e de serviço. Este valor é dado como sendo o menor valor entre a capacidade de carga geotécnica e a capacidade de carga estrutural da própria estaca (ALBUQUERQUE; GARCIA, 2020).  

A capacidade de carga geotécnica leva em conta as características do solo e sua interação com a geometria do elemento estrutural de fundação, enquanto a capacidade de carga estrutural da estaca leva em conta o material do qual ela é composta e sua geometria (ALBUQUERQUE; GARCIA, 2020).  

A capacidade de carga estrutural para vários tipos de estacas pode ser encontrada em Danziger e Lopes (2021) e Albuquerque e Garcia (2020). Esses valores são determinados através das seções comerciais de cada estaca e dos requisitos estruturais exigidos pela norma de fundações.  

A capacidade de carga admissível geotécnica pode ser determinada através de fórmulas estáticas ou dinâmicas, provas de carga ou modelos numéricos (ALBUQUERQUE; GARCIA, 2020). Visto que os parâmetros geotécnicos utilizados nas formulações teóricas não são obtidos através do ensaio SPT, a tendência no Brasil é a utilização de métodos semiempíricos que têm sido propostos por autores e profissionais da área desde o final da década de 1970, tais como, Aoki e Velloso (1975), Decourt e Quaresma (1978), Velloso (1981), Teixeira (1996), Cabral (1986) para estacas raiz e Cabral e Antunes (1996) para estacas hélice contínua.  

Esses métodos correlacionam os valores e informações obtidos em investigações geotécnicas mais comumente utilizadas a fim de determinar a resistência do elemento estaca em conjunto com o tipo de solo onde a estaca será executada. No entanto, neste valor (Qrup), devem ser incluídos os coeficientes de segurança recomendados pela NBR 6122 (ABNT, 2019). 

A norma determina ainda que a principal característica das fundações profundas é que elas transmitem as cargas ao solo, através da ponta (base) e da superfície lateral (resistência de fuste) como mostra a Figura 11. As fundações profundas são interligadas aos pilares da superestrutura através dos blocos de coroamento, que realizam a transição de carga dos pilares para fundação. 

Figura 11 – Diagrama de Força das Estacas 

Fonte: Construindo casas – Tipos de fundações: o que são e quais os tipos? 

Outra característica importante quanto às fundações profundas é no tocante ao modelo de ruptura, onde, ao contrário das fundações rasas (superficiais), nesse tipo a ruptura não alcança a superfície do terreno. 

5.3. Sustentabilidade em fundações 

Uma das principais legislações sobre o tema é a Resolução nº 307, de 2002, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. 

Segundo a norma, os entulhos, ou sobras de material de construção, englobam os mais diversos tipos de resíduos, como aqueles originados em construções, reformas, reparos de edificações ou de pavimentação, demolições de obras, resultados de preparação e escavação de terrenos para obras. Todo e qualquer material que será descartado na construção sustentável deve ser levado em consideração o seu tipo, como madeira, argamassa, concreto, rochas, tijolos, fiação elétrica, metais, entre outros. Dependendo da natureza do material, ele terá uma forma mais adequada de destinação. 

Alguns podem ser reciclados, outros reutilizados e há ainda aqueles que devem ter um descarte específico por serem considerados perigosos ou nocivos à saúde como por exemplo, solos contaminados.  

De acordo com a WEG 2020, a reciclagem é uma das melhores formas de destinação para resíduos. A Resolução do Conama insere na Classe B os resíduos recicláveis, que são os plásticos, papéis, papelões, metais, vidros, madeiras e as embalagens vazias de tintas imobiliárias. É importante mencionar também que a madeira é um dos resíduos que mais predomina nas construções civis. Por isso, o mais recomendável é que ela seja conservada para ser reutilizada em outras obras. Contudo, caso não seja possível reaproveitá-la, é fundamental encaminhar as sobras para instituições de reciclagem. 

Além de valer a pena destacar que, seguindo a tendência da arquitetura sustentável, usar a reciclagem como forma de criatividade e inovação é uma excelente opção para a destinação de sobras de materiais de construção. 

Além da reutilização que para a WEG 2020 é outra opção para as sobras de material de construção é fazer a reciclagem do entulho para reutilização na própria obra em construção. Para isso, você pode levar um equipamento portátil para o canteiro de obras, onde o entulho pode ser triturado e, depois, reutilizado em concretos não estruturais. 

Doação de materiais como tintas, solventes e vernizes precisam ter uma destinação cuidadosa para não gerar contaminação e efluentes poluidores. Segundo a Resolução do Conama, esses produtos, assim como óleos e amianto, por exemplo, são considerados resíduos perigosos. Portanto, uma boa opção em caso de sobras desses materiais é a doação para o aproveitamento em outras obras ou locais como empresas especializadas que em caso de doação ou o reaproveitamento seja uma opção viável e bem recorrente. Latas com filme de tinta, por exemplo, podem ser enviadas para uma área de transbordo e triagem (ATT).  

Os restos de solventes, por sua vez, podem ser encaminhados a empresas especializadas para recuperação ou incineração de materiais. Já as sobras de madeira, caso não sejam reutilizadas nem recicladas, podem ser levadas a centros de trituração. O pó desse material também pode ser destinado a fabricantes de módulos de MDF. Outra opção, ainda, é queimar os resíduos de madeira em fornos industriais. Empresa transportadora ou em algumas cidades há ainda a opção de um serviço gratuito chamado ecopontos que no caso de pequenos geradores de resíduos, como moradores que realizam uma reforma ou pequenas obras, por exemplo, é possível contratar um serviço de transporte, como as caçambas ou até mesmo fazer a entrega por conta própria no ponto de entrega de entulhos.  

Os sistemas de fôrmas metálicas apresentam muitos reaproveitamentos (mais de 200 utilizações) e podem ser transformados muitas vezes em um novo material e sem perder toda a qualidade em seu uso, somados a uma grande modulação de painéis, permitem também uma adequação ideal do sistema de fôrmas ao da estrutura permanente a ser construída. A fôrma metálica proporciona ainda um excelente acabamento da superfície do concreto, minimizando intervenções para a correção de possíveis defeitos no concreto acabado. Apesar de um custo inicial elevado, a durabilidade (compensado laminado plastificado tem vida útil e a qualidade proporcionada pela superfície de contato metálica, proporcionam uma porcentagem menor da perda do concreto, gerando um ganho real no custo final do m³ de concreto lançado, aumentando assim o lucro da obra. 

O sistema de fôrma metálica, conforme ilustrado na Figura 12, é sem dúvida um sistema resistente, de bom acabamento e adequado à realização dos mais diferentes tipos de estruturas, sejam em obras de residências, de infraestrutura ou industriais, contribuindo sempre para a redução de mão de obra de montagem, desmontagem, limpeza e manutenção, diminuindo assim, por consequência, os prazos executivos finais. 

Figura 12 – Fôrmas metálicas 

Fonte: RDG Aços do Brasil – Produtos siderúrgicos 

6. ESTUDO DE CASO  

Tendo em consideração o objetivo geral e o objetivo específico deste artigo. Optou-se pela criação de um empreendimento de uma residência de alto padrão, visando a sustentabilidade, desde o planejamento até a entrega da obra.  

A fim de evidenciar e potencializar as práticas adotadas para este caso elaborou-se uma tabela comparativa referente a cada etapa da obra e cada tipologia exigida na “Certificação LEED” e “Certificação AQUA”, tendo em vista que as duas podem ser solicitadas para este caso.  

O projeto arquitetônico elaborado, em conformidade com o Anexo B, que além de auxiliar na prevenção de possíveis problemas de execução do projeto, é possível ter uma visualização de como seria no mundo real. 

O projeto estrutural depende de um conhecimento detalhado da mecânica aplicada, da ciência dos materiais e da matemática aplicada para entender e prever como as estruturas suportam e resistem ao peso próprio e às cargas impostas, para isto desenvolveu-se o projeto estrutural da residência através do software Eberick, conforme Anexo C. 

7. RESULTADOS E DISCUSSÕES 

A fim de transformar as cidades mais sustentáveis, é válido pensar na contribuição da engenharia civil e da engenharia de produção no desenvolvimento de edificações e planejamentos sustentáveis.  

Para Farias (et al, 2018, p. 186), é preciso “ir do cinza para o verde”, ou seja, antes de selecionar as técnicas e os materiais que serão utilizados nos projetos e obras de urbanização, é imprescindível procurar novas soluções que levem à construção de “cidades inteligentes”, voltadas para o bem-estar das pessoas. Para tanto, faz-se necessário uma gestão ambiental efetiva e a adoção de práticas que visem manter ou recuperar as funções ecológicas dos ecossistemas locais. Segundo a autora, as paisagens urbanas são essenciais para a qualidade de vida, onde anteriormente a paisagem era cinza com concreto e asfalto, agora é necessário trazer o verde e, consequentemente, garantir bemestar às pessoas.  

As construções com menor impacto ambiental, devem agregar a responsabilidade e a conscientização da conservação do meio ambiente, dito isto, diversas práticas devem ser levadas em consideração, bem como minimizar o consumo de recursos, maximizar a reutilização dos recursos escolhidos para o projeto, reciclar materiais e utilizar recursos recicláveis e renováveis , a fim de proteger o ambiente natural, banir materiais tóxicos em todas as fases do projeto e favorecer a qualidade ao gerar o ambiente construído. (DINIZ, 2008). 

Deve-se considerar que ao projetar uma edificação, é importante ater-se que a mesma tem um papel, seja ela uma moradia, um restaurante, e deve-se ater ao orçamento previsto, incorporando os cuidados ambientais, para que esta obra seja menos impactante ao ambiente ao longo do tempo. 

Em um empreendimento é significativo preocupar-se com a gestão sustentável, execução e os resíduos que são produzidos neste processo, uma vez que muitos são descartados pelo entorno da obra e alguns são queimados nos canteiros. Uma das melhores maneiras de evitar essas práticas é a conscientização dos envolvidos, posto que cada tipo de material tem uma forma adequada de descarte, além de que alguns destes podem ser reciclados e reutilizados no processo (ARAÚJO, 2009). 

Contudo, para que tal edificação seja considerada sustentável, existem alguns princípios que precisam ser seguidos, tal como não provocar ou reduzir impactos no entorno – paisagem, temperaturas e concentração de calor, sensação de bem-estar; apresentar uma gestão sustentável da implantação da obra; adaptar-se às necessidades atuais e futuras dos usuários; utilizar matérias-primas que contribuam com a ecoeficiência do processo; reduzir o consumo energético; reduzir o consumo de água; reduzir, reutilizar, reciclar e dispor corretamente os resíduos sólidos. Além de introduzir inovações tecnológicas sempre que possível e viável; dispor conscientização dos envolvidos no processo.  

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS 

Com base no estudo realizado, foi possível constatar que embora a construção civil seja necessária para o desenvolvimento das cidades, se não houver um equilíbrio entre a construção e o meio ambiente, a mesma pode provocar danos à natureza de forma direta ou indireta. A fim de obter este equilíbrio é imprescindível um planejamento pelo qual leve em consideração inúmeras proposições específicas aos princípios de sustentabilidade. 

Os princípios de sustentabilidade e o aproveitamento de materiais sustentáveis na construção civil têm sido viáveis, basta colocá-los em prática para ampliar essas ações. Em síntese, os desequilíbrios ambientais podem acarretar graves resultados, bem como falta de água, aumento do calor, maior poluição e entre outros. 

Empresas que fabricam produtos e/ou prestam serviços que não degradam o meio ambiente, promovem a inclusão social e possuem selos e certificações, retêm diferenciais importantes. Um conhecimento mais amplo de conscientização no ensino da engenharia, nessa perspectiva, pode auxiliar para uma maior preocupação socioambiental, contribuindo para o desenvolvimento sustentável. 

Para o resultado final, fazendo uma relação entre o artigo e o projeto realizado, pensando em fontes renováveis, conclui-se que ao decorrer do projeto, o projetista deve especificar materiais duráveis e de baixo impacto ambiental negativo; a indústria deve adquirir métodos de reciclagem e utilizar materiais renováveis; o empreendedor deve estar atento ao impacto ambiental que irá causar; as autoridades devem estar sempre revendo as NBRs, além de investirem em desenvolvimento de novas tecnologias; os empreiteiros devem doutrinar seus funcionários a racionalização de material. 

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS  Livro 

ALBUQUERQUE, P. J. R. de; GARCIA, J. R. Engenharia de Fundações. Rio de Janeiro: LTC, 2020 

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Projeto de estruturas de concreto – Procedimento. 3. ed. Rio de Janeiro, 2014 Acessado em: 20/09 – nbr 

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6122: Projeto e execução de fundações. 3. ed. Rio de Janeiro, 2019.  

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6484: Solo – Sondagens de simples reconhecimento com SPT – Método de ensaio. Rio de Janeiro, 2020.  

BASTOS, P. S. Blocos de Fundação. Bauru, 2020.   

BASTOS, P. S. Sapatas de Fundação. Bauru, 2019.  

BOTELHO, M. H. C. Princípios da Mecânica dos Solos e Fundações para a Construção Civil. São Paulo: Blucher, 2015. 

DANZIGER, B. R.; LOPES, F. de R. Fundações em Estacas. Rio de Janeiro: LTC, 2021.  

Pfeil , W., Concreto Armado, vol 1, Livros Tecnicos e Cientificos Editora Ltda., Rio, 1985. 

Rusch., H., Concreto armado e protendido, Editora Campus, Rio, 1981. 

Capítulo de livro 

DECOURT, L.; QUARESMA, A. R. Capacidade de carga de estacas a partir de valores de SPT. Anais, CBMSEF, Rio de Janeiro, v. 1, p. 45–53, 1978. 

FERREIRA, T. R.; DELALIBERA, R. G. Rotina computacional para a previsão da capacidade de carga em estacas. Revista Eletrônica de Engenharia Civil, REEC, Goiás, v. 8, n. 3, p. 38–50, 2014.  

TEIXEIRA, A. H. Projeto e execução de fundações. Anais, SEMINÁRIO DE ENGENHARIA DE FUNDAÇÕES ESPECIAIS E GEOTECNIA, São Paulo, v. 1, p. 33–50, 1996.  

TEIXEIRA, A. H.; GODOY, N. S. de. Análise, projeto e execução de fundações rasas. In: HACHICH, W. et al. (Ed.). Fundações: Teoria e prática. 2. ed. São Paulo: Pini, 1998. cap. 7, p. 227–264.  

Monografia, dissertação e tese 

FAGUNDES, T. P. Planejamento de obra: estudo de caso, edificação residencial de multipavimentos em Brasília. Brasília, 85 p., 2013 – Centro Universitário de Brasília. 

GUERREIRO, L. L. Avaliação da sustentabilidade em fundações: uma abordagem ambiental. Pato Branco, 121 p., 2021. Graduação – Universidade Tecnológica Federal do Paraná. 

OLIVEIRA, I. F. R. Gerenciamento de projetos: metodologia baseada nas boas práticas do guia PMBOK. São Luis, 81 p., 2015 – Universidade Federal do Maranhão. 

ZANELA, C. E. M. Reforma e ampliação de um imóvel em Florianópolis. Florianópolis, 78 p., 2019 – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina. 

Internet 

Blog da engenharia. Project. Disponível em: <https://blogdaengenharia.com/secoes/colunistas-blog-da-engenharia/quatro-grandesalternativas-ao-ms-project-para-gestao-de-projetos/> Acessado em: 15 set. 2022.  

Construct. Planejamento de obras. Disponível em:  <https://constructapp.io/pt/planejamento-de-obras/> Acessado em: 15 set. 2022.  

Construindo Casas. Cimento sustentável. Disponível em:  <https://construindocasas.com.br/blog/dicas/cimento-sustentavel/> Acessado em: 20 ago. 2022.  

Costa, M. H. Produtividade em fôrmas alternativas para concretagem. Disponível em: <https://www.temsustentavel.com.br/produtividade-em-formasconcretagem/#:~:text=H%C3%A1%20tamb%C3%A9m%20outras%20solu%C3%A7%C3 %B5es%20que,a%20madeira%20de%20qualidade%20inferior> Acessado em: 03 out. 2022.  

Educa Civil. O que é cimento Portland? Disponível em <https://educacivil.com/cimentoportland/> Acessado em: 20 ago. 2022.  

Escola Engenharia. Fundações profundas. Disponível em: <https://www.escolaengenharia.com.br/fundacoes-profundas/> Acessado em: 21 set. 2022.  

Fundação Vanzolini. Aqua – HQE. Disponível em: <https://vanzolini.org.br/certificacao/sustentabilidade-certificacao/aquahqe/#:~:text=AQUA%2DHQE%E2%84%A2%20%C3%A9%20uma,Brasil%20exclusivame nte%20pela%20Funda%C3%A7%C3%A3o%20Vanzolini> Acessado em 12 set. 2022. 

Guia rápido. Certificação GBC Brasil Casa. Disponível em:  <https://www.gbcbrasil.org.br/wp-content/uploads/2019/08/Guia-Ra%CC%81pido-GBCBrasil-Casa.pdf> Acessado em: 03/ set. 2022. 

Livro CONAMA. Resoluções do CONAMA. Disponível em:  <http://conama.mma.gov.br/images/conteudo/LivroConama.pdf> Acessado em: 25 set. 2022.  

Manturi pré fabricados. Fundação profunda ou sapata para sua obra? Disponível em: <https://www.manturi.com.br/fundacao-profunda-ou-sapata-para-sua-obra/> Acessado em: 22 set. 2022.  

Marangon, M. Fundações diretas. Disponível em: <https://www.ufjf.br/nugeo/files/2017/07/GEF04-Funda%C3%A7%C3%B5es-Diretas2018-11.pdf> Acessado em: 23 set. 2022. 

Marangon, M. Investigação geotécnica e parâmetros para fundações. Disponível em:  <https://www.ufjf.br/nugeo/files/2017/07/GEF03-Investiga%c3%a7%c3%a3o-Geot%c3%a9cnica-e-Par%c3%a2metros-para-Funda%c3%a7%c3%b5es-2018.pdf> Acessado em: 25 set. 2022. 

Mason Equipment. Materiais recicláveis na construção civil. Disponível em:  <https://www.masonequipamentos.com.br/blog/reciclagem-de-materiais-na-construcaocivil-por-um-planeta-sustentavel/#:~:text=Materiais%20recicl%C3%A1veis%20na%20constru%C3%A7%C3%A 3o%20civil&text=Al%C3%A9m%20de%20gerar%20milhares%20de,serem%20aproveitad os%20de%20outras%20maneiras> Acessado em: 30 set. 2022.  

Nacional telha. Planejamento de obras: o que é, qual a importância e como fazer. Disponível em: <https://nacionaltelha.com.br/planejamento-de-obras/> Acessado em: 15 set. 2022.  

NBR 16697. Cimento Portland Requisitos. Disponível em: <https://kupdf.net/download/nbr-16697 2018pdf_5cd90ef5e2b6f5261d761246_pdf> Acessado em 19 ago. 2022. 

NBR 5735. Cimento Portland de alto-forno. Disponível em:  <https://www.normas.com.br/visualizar/abnt-nbr-nm/359/abnt-nbr5735-cimento-portlandde-alto-forno> Acessado em 20 ago. 2022. 

NBR 6122. Projeto e execução de fundações. Disponível em:  <https://docente.ifrn.edu.br/valtencirgomes/disciplinas/construcao-de-edificios/nbr-061221996-projeto-e-execucao-de-fundacoes> Acessado em: 28 set. 2022.  

NBR ISSO 10006. Gestão de qualidade – Diretrizes para a qualidade no gerenciamento de projetos. Disponível em: <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3741065/mod_resource/content/1/Texto.pdf> Acessado em: 15 set. 2022. 

Nelso Schneider. Fundações rasas. Disponível em: <https://nelsoschneider.com.br/fundacoes-rasas/> Acessado em: 21 set. 2022.  

Pádua, M. P. e Assis, C. S. Iniciação científica: análise do comportamento de vigas de aço e concretos especiais. Disponível em: <https://maua.br/files/032015/202840624ANALISE-DO-COMPORTAMENTO-DE-VIGAS-DE-ACO-E-CONCRETOS-ESPECIAIS.pdf> Acessado em: 19 ago. 2022.  

RDG aços do Brasil. Fôrmas metálicas. Disponível em: <https://www.rdgacosdobrasil.com.br/novidade-rdg-e-centralfer-formas-metalicas/> Acessado em: 05 out. 2022. 

União fundações. Em que tipo de solo as sapatas são indicadas? Disponível em: <https://www.uniaofundacoes.com.br/em-que-tipo-de-solo-as-sapatas-sao-indicadas/> Acessado em: 22 set. 2022.  

União fundações. Medidas sustentáveis na fundação de uma obra. Disponível em: <https://www.uniaofundacoes.com.br/medidas-sustentaveis-na-fundacao/> Acessado em 09 set. 2022. 

WEG. Como fazer a destinação correta das sobras de material de construção. Disponível em: <https://www.weg.net/tomadas/blog/arquitetura/como-fazer-a-destinacaocorreta-das-sobras-de-material-de-construcao/> Acessado em: 07 out. 2022.  

Anexos 

ANEXO A – Planejamento de uma residência de alto padrão 

ANEXO B – Projeto arquitetônico de uma residência de alto padrão 

ANEXO C – Projeto estrutural de uma residência de alto padrão 

ANEXO A – Planejamento de uma residência de alto padrão 

Fonte: Autoria Própria

ANEXO B – Projeto arquitetônico de uma residência de alto padrão 

Fonte: Autoria Própria 
Fonte: Autoria Própria 
Fonte: Autoria Própria 
Fonte: Autoria Própria 
Fonte: Autoria Própria 
Fonte: Autoria Própria 
Fonte: Autoria Própria 
Fonte: Autoria Própria 
Fonte: Autoria Própria 
Fonte: Autoria Própria 
Fonte: Autoria Própria 
Fonte: Autoria Própria 

ANEXO C – Projeto estrutural de uma residência de alto padrão 

Fonte: Autoria Própria
Fonte: Autoria Própria 
Fonte: Autoria Própria 
Fonte: Autoria Própria