ESTUDO DE CASO: PATOLOGIAS CAUSADAS PELA AUSÊNCIA DE IMPERMEABILIZAÇÃO NA EDIFICAÇÃO DA ESCOLA MUNICIPAL MARIA IZAURA DA COSTA CRUZ, NA CIDADE DE PORTO VELHO – RO

PATHOLOGIES CAUSED BY THE LACK OF WATERPROOFING IN THE MUNICIPAL SCHOOL MARIA IZAURA DA COSTA CRUZ, IN THE CITY OF PORTO VELHO – RO 

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7361008


Cássia Aparecida Mota1
Luciana Rosa Vieira2
Samanta Ferreira Azevedo3


Resumo 

O presente artigo tem por objetivo a análise das patologias ocasionadas pelas infiltrações na Escola Municipal Maria Isaura da Costa Cruz, localizada no município de Porto Velho, no Estado de Rondônia, detectar as causas e propor soluções para sanar os problemas identificados no prédio da escola, por meio de análise da área afetada e conhecimento científico. Foram detectados três problemas: falta de manutenção das calhas, ausência de calhas nos corredores e descascamento da pintura. O que se pode avaliar é que não houve manutenção nas dependências da construção, provocando a corrosão por oxidação nas calhas, além da ausência de condutores verticais para as calhas, principal causa de umidade nas paredes. Após inspeção visual e análise foi possível verificar que a patologia afetou a pintura, e possivelmente afetará a estrutura pois o excesso de água das calhas cai sobre a parede da escola. 

Palavras-chave: Patologias. Infiltrações. Calhas.  

Abstract 

The present work has the objective of this article to analyze the pathologies caused by the infiltration in the Maria Isaura da Costa Cruz Municipal School in Porto Velho / RO, detecting the causes and proposing solutions that solve the problems, through analysis of the affected area and scientific knowledge. Three problems were detected: obstruction of the gutters, absence of gutters in the aisles and peeling of the paint, seeking to present a solution for each situation. What can be assessed is that there was a lack of maintenance in the building’s premises, causing oxidation corrosion in the gutters, in addition to the absence of vertical conductors for the gutters, the main cause of infiltrations. After visual inspection and analysis, it was possible to verify that the pathology affected the painting, but it will possibly affect the structure as the excess water from the gutters falls on the school wall. 

Keywords: Pathologies. Infiltrations. Gutters. 

1. Introdução 

Patologia pode ser entendida como a ciência que estuda, identifica, as causas e os efeitos dos problemas observados numa edificação, manifestações de ocorrências causadas pelo desempenho precário de materiais e consequentemente de erros nas construções civis em que a estrutura não apresenta um desempenho mínimo. 

A importância da impermeabilização está relacionada a durabilidade da edificação, pois a ação da água gera deterioração direta de muitos elementos construtivos, e também ao conforto e saúde do usuário, pois patologias como mofo e bolor ocasionam enfermidades, além de gerar risco com o desplacamento de material e o desconforto visual; além da proteção ao meio ambiente, pois a impermeabilização evita que efluentes líquidos poluam os lençóis freáticos, mananciais e outros ecossistemas. 

A desinformação sobre os materiais e técnicas de impermeabilização, além do grande dinamismo no setor, são os principais responsáveis por diversos problemas, que muitas vezes geram insucessos no processo” RICHI (2009).  

2. Objetivos 

2.1 Objetivo Geral 

Apresentar a importância da impermeabilização, por meio do estudo de caso das patologias do prédio onde encontra-se instalada a Escola Municipal Maria Isaura da Costa Cruz, no município de Porto Velho, conforme prevê as normas técnicas, em especial a NBR 9575 (ABNT, 2010). 

2.2 Objetivos Específicos 

Apresentar as patologias existentes no prédio da Escola Municipal Maria Isaura da Costa Cruz; 

Analisar as manifestações patológicas, com base nas exigências mínimas de impermeabilização das normas da NBR 9575 (ABNT, 2010) e NBR 9574 (ABNT, 2008), e apresentar soluções que atendam às normas em tela. 

Destacar a relevância do projeto de impermeabilização do prédio em estudo e os problemas ocasionados pela falta de manutenção e fiscalização referente à instalação e execução dos itens que constam no projeto. 

Sugerir soluções para as patologias identificadas na Escola Municipal Maria Isaura da Costa Cruz. 

3. Revisão bibliográfica 

3.1 Definição de patologia 

Zancan e Nazário (2011), tratam da terminologia da palavra patologia: 

Patologia, de acordo com os dicionários, é a parte da medicina que estuda as doenças. A palavra patologia tem origem grega de “phatos” que significa sofrimento, doença, e de “logia” que é ciência, estudo. Então, conforme os dicionários existentes, pode-se definir a palavra patologia como a ciência que estuda a origem, os sintomas e a natureza das doenças. 

Já Cremonini, 1988, traz a definição de patologia na construção civil: 

Patologias das construções é a área da engenharia civil que analisa o desempenho insatisfatório de elementos que compõem uma edificação, desempenho este, atualmente regido por normas técnicas, a análise do defeito em questão é o que trata o ramo de patologias, fazendo uma análise através dos tipos de manifestações, causas e origens, a engenharia utiliza o termo como a área de estudo das origens e mecanismos de ocorrência das diversas falhas que afetam aspectos estruturais e estéticos de uma edificação. 

3.2 Umidade e degradação das edificações 

Ao tratar da causa das Patologias Souza (2008), esclarece que: 

“Os defeitos e falhas decorrentes da impermeabilização na construção civil, são ocasionados pela penetração de água nos componentes do edifício ou devido à formação de manchas de umidade e bolor” SOUZA (2008). 

Tais falhas levam a problemas graves, de difícil solução, conforme relacionado abaixo: 

– A funcionalidade da edificação será prejudicada. 

– Ocasiona desconfortos aos usuários, afetando até mesmo a saúde daqueles que fazem usem da edificação; 

– Poderá gerar danos a equipamentos ou bens que estão na edificação;

– Além do prejuízo financeiro. 

Quando tratamos de patologias de impermeabilização, é mister ressaltar que no entendimento de Do Carmo (2003): 

As patologias das impermeabilizações podem ser dos mais variados tipos, dentre os principais pode-se citar a corrosão dos elementos de aço componentes da edificação, degradação do concreto por dissolução de sais e lixiviação, degradação de forros e elementos de gesso através de bolor ou descolamento da pintura, desagregação dos elementos de argamassa decorrente da perda gradual do caráter aglomerante do cimento, desagregação dos blocos cerâmicos por exagerados níveis de pressão hidrostática interna, eflorescências e estalactites causadas por gotas provenientes de acúmulos de água, crescimento de vegetação e formação de vesículas. 

De acordo com Gnipper et al., (2007): 

Na construção civil, são bastante comuns os vazamentos em elementos componentes do sistema hidráulico e de captação de água, calhas, condutores, algerozes, tubos, conexões, registros, válvulas, reservatórios, bombas, tanques, dispositivos de controle, dispositivos de medição e outros aparelhos que são utilizados com a finalidade de abastecer o sistema hidrossanitário da edificação. Estes vazamentos são manifestados através de manchas, assim como por goteiras, são características próprias dos sistemas hidráulicos prediais, a sua complexidade funcional e a inter-relação dinâmica entre os seus outros sistemas. Para este tipo de manifestação patológica, a localização, identificação e diagnóstico acontece de maneira muito simples, podendo ser feita através de uma inspeção visual pelo perímetro da edificação. 

3.3 Projeto de impermeabilização 

Impermeabilização, segundo a NBR 9575 (ABNT, 2013), é um produto resultante dos elementos construtivos e/ou conjunto de componentes que tem o objetivo de proteger as construções contra a ação degradante dos fluídos, de vapores e da umidade. Geralmente, a impermeabilização é composta de um conjunto de camadas, com funções específicas. 

A NBR 9575 (ABNT, 2013), destaca que o projeto de impermeabilização é constituído de dois projetos que se complementam: 

a) Projeto básico: Fornece as informações gráficas e descritivas das soluções de impermeabilizações a serem utilizadas, sendo executado durante a coordenação geral das atividades de projeto, compondo os documentos do projeto básico de arquitetura. Nesta etapa, há uma grande preocupação com a compatibilização com os demais projetos, a fim de equacionar as possíveis interferências. 

b) Projeto executivo: Fornece integralmente as informações gráficas e descritivas das soluções de impermeabilização a serem utilizadas numa dada construção, podendo ser executado pósliberação do projeto legal de arquitetura, mas antes do início da execução das fundações da construção. 

Ao dissertar a respeito dos fatores que ocasionam patologias, Dal Molin (1988), tem o entendimento de que: 

As manifestações patológicas que surgem durante a fase de uso da edificação, normalmente são decorrentes da má utilização e falta de manutenção da edificação por parte do usuário, porém, não se pode inibir os empreendedores e responsáveis técnicos pela estrutura, pois por falta de cartela à profissão, é comum que não haja a formulação de manuais de uso e manutenção das edificações, fator que auxilia o surgimento de problemas. 

Logo, esclarece que as patologias podem advir do mau uso, falta de manutenção, não deixando de lado a responsabilidade pela ausência de manuais técnicos de uso.  

O mesmo autor Dal Molin (1988), ressalta ainda, a importância de observar as características sazonais de cada região: 

 Ainda cabe citar a existência de fenômenos comuns que se manifestam pelas características sazonais de cada região, ocorrendo conforme o tipo de clima incidente no local onde está inserida a edificação. Observa-se então que para a região onde o estudo de caso irá ser realizado, existe uma grande incidência de problemas causados por movimentações de origem térmica, provocadas pelas grandes variações diárias de temperatura durante todas as estações do ano. 

3.4 Busca por soluções a fim de sanar as patologias. 

Segundo Ripper e Souza (1998), para resolver determinada patologia, tem-se um determinado conjunto de procedimentos complexos, que devem ser desenvolvidos, a experiência profissional que é utilizada para analisar muitos aspectos tem sido caracterizada pela ausência de método reconhecido cientificamente, logo prevalece a experiência do profissional de engenharia e o empirismo de análise. Demonstrando a relevância ao analisar minuciosamente problemas complexos. 

Nesse contexto Figueiredo (1989), destaca que durante o levantamento para coleta de informações com objetivo de diagnosticar as manifestações patológicas, deve-se utilizar quatro formas: a vistoria local, a anamnese, os exames de complemento e a pesquisa. 

Thomaz (1989) frisa ser essencial na vistoria da obra analisar e investigar fatores como o que incide problema e sua localização, tempo da patologia e da edificação, bem como o número de ocorrências idênticas na obra, comparação entre manifestações em edificações vizinhas para verificar se guardam semelhança, e se ocorreu tentativa de reparos, bem como se o edifício tem a utilização adequada. 

Helene (2001), esclarece que o diagnóstico da patologia permitirá esclarecer indicadores quanto à situação de conservação da edificação, o que permitirá tomar decisões para escolher a intervenção mais adequada às situações detectadas. Bem como para escolher os melhores materiais ou técnicas para emprego, dependerá do diagnóstico, características regionais e dos requisitos de rendimento do elemento. Considerando três opções para o plano de intervenção: o custo benefício, grau de incerteza dos efeitos e disponibilidade da tecnologia para executar o serviço. 

Visando sanar as patologias, Helene (2001), ainda esclarece a atuação nos seguintes casos: 

Em emergências: são as atividades a serem realizadas de imediato, com agilidade, visando sanar danos que geram perigo para o uso da edificação e podem comprometer de maneira direta o desempenho. Em diversas situações, tais intervenções são entendidas com caráter provisório, e com o objetivo inicial o de manter a estrutura, e eliminar o risco aos usuários durante ao realizar o diagnóstico e posteriormente durante o processo de reparo. 

Prevenção e proteção: interferências realizadas com o objetivo de retardar a degradação estrutural, visando estabelecer limites de uso previamente, garantindo proteção ao elemento, mantendo e controlando periodicamente as partes críticas, prevenir é muito útil, quando a estrutura não está no estado limite.  

Reparos: ao identificar que o componente da estrutura se encontra degradado, definir-se-á reparos na área afetada visando recuperar o desempenho inicial, considerando o diagnóstico prévio, com a intenção de dimensionar os trabalhos a serem efetivados. 

Reforços: recorre-se a tecnologia para reforçar, aumentando a capacidade do elemento, com a intenção de reestruturar a peça de sustentação. 

Substituição da estrutura: Nesta fase o componente estrutural será eliminado e substituído por outro, pois é inviável o uso de reforços pois a estrutura já não tem o desempenho inicialmente calculado. 

4. Metodologia 

Inicialmente, o procedimento metodológico para esta pesquisa adotou técnicas de dados quantitativa, definido por Creswell et al., (2021), quando o problema é trabalhado a partir da compreensão de quais fatores ou variáveis influenciam um problema. 

A metodologia principal deste estudo é a pesquisa bibliográfica, buscando conhecimento científico em artigos, monografias, revistas, Normas Técnicas e manual técnico de fabricantes relacionadas a patologias causadas pela água e pela ausência ou ineficiência de sistemas de impermeabilização. Dessa forma o estudo utiliza literatura consolidada sobre o tema proposto. 

Foram identificadas algumas anomalias na edificação, causadas pela infiltração de água nas paredes, isso chamou atenção das pesquisadoras para a causa do problema relatado através do estudo de caso, pois inicialmente aparentava ser falta de impermeabilização, porém após uma análise mais detalhada verificou-se principalmente falta de manutenção e ausência de instalação de determinados elementos construtivos. Essa análise foi feita apenas de forma visual e através de registro fotográfico, com a devida autorização dos gestores da edificação.. 

5. Estudo de caso 

5.1 Localização e descrição do objeto de estudo 

A coleta de dados foi realizada na edificação pública, Escola Municipal Maria Isaura da Costa Cruz, sito a Rua Jardim, nº 3418, Bairro Costa e Silva, localizada na cidade de Porto 

Velho, Estado de Rondônia. As patologias são decorrentes da umidade apresentada nas paredes. 

O estudo será concentrado em regiões específicas dos sistemas de impermeabilização das paredes externas e cobertura. Primeiramente, será apresentado o caso e posteriormente avaliadas as manifestações patológicas que ocorreram em função da umidade. A partir disso, serão identificadas as falhas que geraram tais manifestações e sugestões de manutenção preventiva. 

Figura 1: Localização da edificação. 

Fonte: google maps (2012). 

Figura 2: Fachada frontal da escola. 

Fonte: google maps (2012).

5.2 Apresentação do caso 

A Escola Municipal Maria Isaura da Costa Cruz foi construída no ano de 1985, na cidade de Porto Velho, localizada no bairro Costa e Silva. Trata-se de uma edificação pública utilizada para fins educacionais, composta por 6 blocos, construída com estrutura de alvenaria e cobertura em telhas de fibrocimento. Sua infraestrutura conta com 20 (vinte) salas de aula, 05 (cinco) salas administrativas, jardim, estacionamento, depósito, biblioteca e quadra de esportes. Possui uma área de 8.258,19m², e perímetro 404, 80m. 

A escola passou por uma reforma no ano de 2007, quando também foi finalizada a construção da quadra poliesportiva. 

Figura 3: Quadra poliesportiva na rua lateral da escola. 

Fonte: google maps (2012). 

Nas imagens a seguir apresentamos os dois locais mais afetados pela umidade causadas pela infiltração, sendo: a entrada do auditório, espaço não utilizado atualmente, e a área da biblioteca utilizada pelos alunos e profissionais da escola. 

Figura 4: Corredor de acesso à biblioteca. 

Fonte: as autoras (2021). 

Figura 5: Corredor de acesso ao auditório. 

Fonte: as autoras (2021).

Ao visitar o local e realizar inspeção visual, identificou-se diversas patologias nas paredes internas e externas do prédio, decorrentes de umidade causadas pela obstrução das calhas. Após análise pode-se observar a ausência de calhas, rufos e condutores verticais em alguns blocos da edificação, que garantiriam o bom escoamento da água da chuva. Constatouse, ainda, ausência de drenagem para captação da água da chuva. Também detectamos corrosão nas calhas existentes, o que aumenta o fluxo de água que escorre pelas paredes causando patologias na construção. 

Importante salientar que o excesso de respingos de chuva danifica a pintura, além de causar bolor e manchas decorrentes da umidade. 

5.3 Análise dos problemas 

a. Problema na pintura: o excesso de umidade nas paredes causou mofo, bolhas e descascamento da pintura. 

Figura 6: Patologias causadas pela umidade. 

Fonte: as autoras (2021). 

b. Ausência de calha nos corredores: a ausência de calhas na cobertura dos corredores, propicia o surgimento de limo no piso cimentício, e os respingos de chuva prejudicam o acabamento da pintura na parte inferior das paredes. 

Figura 7: Cobertura sem calhas. 

Fonte: as autoras (2021).

c. Obstrução das calhas: acima da cobertura existem árvores antigas, e as folhas obstruem o sistema de calhas existente, pois observou-se que não há manutenção periódica para limpeza e retirada das folhas. 

Figura 8: Fachada lateral da escola.. 

Fonte: as autoras (2021). 

d. Deterioração nas calhas: observou-se que a deterioração das calhas, inclusive com furos em diversos pontos causam respingos e escoamento de água nas paredes da edificação, propiciando o surgimento de manifestações patológicas. 

Figura 9: Corrosão nas calhas. 

Fonte: as autoras (2021). 

e. Ausência de condutores nas calhas: conforme demonstrado por meio de, não foi possível localizar o prolongamento das calhas ou condutores verticais internos ou externos, bem como o posicionamento nas extremidades do telhado dos corredores, direcionando a queda de água para os corredores, além de não terem sido instaladas identificadas correntes para quebrar a força da queda d’água, ou pedriscos no chão para evitar os respingos nas paredes da construção. 

Figura 10: Ausência de condutores verticais. 

Fonte: as autoras (2021). 

5.4 Solução proposta 

Será indicado a utilização de calhas nos corredores externos para evitar respingo excessivo, que prejudica a pintura das paredes, além de propiciar o surgimento de limo no piso cimentício onde há circulação de alunos e servidores da escola. 

Em relação à estanqueidade, será indicado métodos para execução dos serviços de reparo, em virtude das patologias identificadas. No entanto, é válido ressaltar que não é possível garantir a uniformidade e padronização dos processos executivos, visto que se trata de trabalhos manuais realizados por diferentes profissionais.  Portanto, as atividades de limpeza, cumprimento de prazos, mistura de materiais e intervalo de aplicação das camadas não serão analisadas e julgadas, sendo, nesse trabalho, consideradas sem falhas executivas. 

Para que não haja problemas com permeabilidade, é preciso evitar o uso de materiais de baixa qualidade. Ressalta-se, ainda, que devem ser observados o prazo de validade, além do estado de conservação. Junto a isso, é preciso que o traço utilizado seja feito com controle, conforme recomendação do fabricante. 

a. Problema na pintura: É necessário sanar o problema causador da infiltração, após isso tratar o substrato afetado, fazendo uma limpeza completa raspando e lixando os locais com cuidado, após isso, aplicar o impermeabilizante e aguardar o produto secar, em seguida passar massa corrida, após secar, lixar novamente e realizar a pintura da superfície. Sugestão: pintura impermeabilizante para parede interna e externa. 

b. Ausência de calha nos corredores: a ausência gerou respingos excessivos na região inferior das paredes, devido deficiência do sistema de drenagem. É recomendado, nesse caso, a instalação de calhas e rufos em toda a extensão das coberturas, além da instalação de condutores verticais. 

c. Obstrução das calhas: a obstrução é ocasionada principalmente por folha de árvores próxima à edificação, é importante realizar a poda dos galhos e manter a periodicidade de limpeza. A orientação é que se faça manutenção a cada seis meses. 

d. Deterioração nas calhas: devido à falta de manutenção, as calhas apresentaram corrosão. Foi considerado o entendimento de Silvia Scalzo (2018), apresentado no artigo “Patologias em telhas de aço galvanizado: recuperar ou substituir?”, diante da similaridade do objeto discutido, tanto do material, quanto do objetivo do item, considerando que as telhas e calhas serão utilizadas para cobertura e estanqueidade. 

Em uma análise superficial, a recuperação sempre leva vantagem sobre a substituição. No entanto, existem situações em que a troca é mais indicada. Por exemplo, quando a maior parte da telha está afetada pela corrosão, se a oxidação acontece na sobreposição das peças ou se a superfície apresenta perfurações. 

“De maneira geral, pode-se dizer que sempre que houver perfuração, a telha deve ser obrigatoriamente substituída”, fala Miranda. O mercado até oferece elementos vedantes para resolver o problema. Porém, a recuperação não é eficiente porque o reparo acaba se transformando em obstáculo para o livre escoamento da água, criando o cenário ideal para surgimento de pontos de oxidação. 

E  Miranda,Scalzo (2018), destaca que: 

“De maneira geral, pode-se dizer que sempre que houver perfuração, a telha deve ser obrigatoriamente substituída”, fala Miranda. O mercado até oferece elementos vedantes para resolver o problema. Porém, a recuperação não é eficiente porque o reparo acaba se transformando em obstáculo para o livre escoamento da água, criando o cenário ideal para surgimento de pontos de oxidação. 

Logo, recomenda-se que toda a extensão das calhas seja substituída por calhas de aço galvanizado, item que garante maior durabilidade. 

Observamos ainda a necessidade de impermeabilização de toda a extensão das calhas, para drenagem eficaz da água da chuva, bem como melhor vedação. 

Figura 11: Impermeabilização da calha (imagem ilustrativa). 

Fonte: site imperllaje-  https://www.imperllaje.com.br/impermeabilizante-calha 

e. Ausência de condutores nas calhas: As calhas podem ser instaladas na edificação sem condutores verticais, no entanto o projeto deve ser adequado, com a seção prolongada, não deixando escorrer nas paredes, bem como o escoamento de água deve ser direcionado, para local ideal, com quebra de queda, utilizando correntes por exemplo, e pedriscos no chão, evitando respingos nas paredes laterais. 

Logo recomenda-se a instalação de condutores verticais, evitando assim tais problemas, direcionando a água para local mais adequado, bem como devem ser instaladas calhas nas bordas dos telhados que contornam corredores, tendo em vista que o posicionamento dos telhados que cobrem os corredores. A solução sugerida deve-se ao custo benefício, se comparado a instalação do prolongamento do telhado. 

6. Considerações Finais 

Os problemas referentes à ação da umidade encontrados em uma construção ocorrem desde a falta de projeto de impermeabilização até a manutenção da edificação. Importante salientar que a prevenção é a melhor solução, e corrigir equívocos na fase de projeto é essencial. A escolha de materiais empregados e tipos de sistemas construtivos podem evitar o surgimento de patologias decorrentes de umidade. 

Inicialmente relacionou as patologias existentes na edificação como decorrentes da ausência de impermeabilização, no entanto, após análises mais específicas, observou-se que as  manifestações patológicas são decorrentes de umidade ocasionadas por falha nos sistemas de impermeabilização,  rufos, ausência de calhas nos corredores, bem como falta de instalação de condutores verticais. 

Conclui-se que, definir o método de impermeabilização adequado para cada local é essencial, embora não seja o suficiente para garantir a estanqueidade. Todas as etapas envolvidas em uma obra precisam ser realizadas de forma correta e segura. Ressalta-se, ainda, que materiais de boa qualidade e execuções que sigam as boas práticas de engenharia precisam ocorrer em sincronia para evitar patologias futuras. 

Destaca-se, ainda, a importância de não subestimar nenhuma das etapas construtivas, isso porque, dentre as falhas, é possível visualizar que algumas ocorreram por itens ignorados, como a ausência de instalação de determinados elementos construtivos. 

Por fim, pontua-se que os diversos projetos que fazem parte de uma obra estejam compatibilizados. Vale salientar, ainda, a necessidade de compatibilização dos projetos estruturais e de impermeabilização a fim de propiciar estanqueidade e durabilidade da construção. 

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1, 2, 3Graduandas em Engenharia Civil – IFRO