REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7355108
Valéria Adriani Ribeiro Moreira ¹
Ludmila Jayme Borges ²
RESUMO
Este estudo é sobre a importância da prática de exercícios físicos no desenvolvimento da criança com espectro autismo, pois a inclusão destes seriam muito importante para a evolução delas. Em uma análise buscamos intervenções de exercícios que possam dar melhorias e qualidade de vida, tais como atenção, desenvolvimento social, comportamental, auto estima e outros. É de grande importância a atuação do educador físico para identificar suas aptidões e habilidades, para assim intervir com práticas de exercícios físicos e até esportes que possam ajudar nos comportamentos atípicos, requer uma atenção maior, pois eles não se adaptam com rapidez ou facilidade. E é comprovado por estudos que atividades físicas proporcionam ótimos resultados no desenvolvimento social e de ganhos cognitivos. É muito importante procurar educadores físicos qualificados para lidar com esse tipo de crianças.
A educação física pode ajudar de forma positiva o desenvolvimento do autista, seja em grau 1, 2 ou 3. Para isso usou-se revisão bibliográfica e análises de artigos científicos. Visto que a prática de exercícios físicos e esportivas supervisionado por um profissional da área, contribui para o desenvolvimento e tratamento de crianças com transtorno espectro autismo. Os ganhos são de forma gradativa, no comportamento social e emocional, de maneira que ele seja incluído na sociedade lidando com suas emoções e dificuldades.
Palavras chaves: Espectro Autista. Intervenções. Desenvolvimento. Exercícios físicos.
Abstract:
This study is about the importance of physical exercise in the development of children with autism spectrum, because their inclusion would be very important for their evolution. In an analysis we seek interventions of exercises that can give improvements and quality of life, such as attention, social and behavioral development, self-esteem and others. It is very important to have a physical educator to identify their aptitudes and abilities, so that they can intervene with physical exercise practices and even sports that can help with atypical behavior, which requires more attention, because they do not adapt quickly or easily. And it is proven by studies that physical activities provide great results in social development and cognitive gains. It is very important to look for physical educators qualified to deal with this type of child. Physical education can positively help the development of autism, whether in grades 1, 2, or 3. For this we used literature review and analysis of scientific articles. Seen that the practice of physical exercises and sports supervised by a professional contributes to the development and treatment of children with autism spectrum disorder. The gains are gradual, in social and emotional behavior, so that he is included in society dealing with their emotions and difficulties.
Keywords: Autistic Spectrum. Interventions. Development. Physical Exercises.
INTRODUÇÃO
A motivação para este estudo iniciou por causa do meu filho de 2 anos com transtorno espectro autista, na qual, observei a necessidade em aprender a lidar com situações vivenciadas diariamente e preparar para trabalhar com crianças com autismo.
Um fato importante é que os profissionais da educação física não estão muito bem preparados para lidar com essas situações, pois muitas vezes os autistas são excluídos pela sociedade da prática de muitas atividades, embora a inclusão dela seria muito importante para o desenvolvimento desta criança. Na área da educação física há pouco conhecimento sobre como agir e como aplicar métodos que busquem chamar a atenção da criança com TEA, para manter ela envolvida durante a atividade realizada, sem que perca o foco.
Este estudo trará conhecimentos acerca dos processos/metodologias que possam beneficiar a saúde e a qualidade de vida das crianças com espectro autista, explicando, através de estudos científicos, como lidar e aprender com as suas diversidades, tendo em vista que a população de crianças com TEA está aumentando cada vez mais.
Como problema desta pesquisa temos: qual a influência da prática de exercício físico, como caminhadas, natação, equoterapia no desenvolvimento e melhoria do comportamento das crianças com espectro autismo?
O Transtorno do Espectro Autismo é um transtorno no desenvolvimento do cérebro que afeta a capacidade de relacionamento com pessoas e o ambiente.
Tendo em vista que o estudo é relativamente direcionado a crianças de 3 a 6 anos, com graus de autismo que vai do leve ao moderado.
2. TRANSTORNO ESPECTRO AUTISMO
O Transtorno do Espectro Autismo (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento atípico, comportamentos agressivos, déficit com a interação social e na comunicação, comportamentos repetitivos e estereotipados, podendo apresentar um grande repertório restrito de interesses, com o Qi elevado e que possuem grandes seletividade de diversas coisas.
A TEA é uma síndrome comportamental com diferentes processos, o principal objetivo dessa pesquisa é demonstrar a importância do exercício físico voltadas a pessoas com autismo e também as dificuldades do profissional da educação física de trabalhar com eles (SILVA et al., 2018).
O autismo é provocado por uma incorreção no desenvolvimento, o que pode trazer sérias consequências no decorrer da vida da criança. Este tipo de deficiência intelectual é diagnosticada em cerca de cinco em cada dez mil crianças, e é mais caracterizada em meninos. Pode ser diagnosticado nos primeiros três anos de vida. Não há ainda uma confirmação sobre a causa ou o motivo de as crianças nascerem com o espectro autismo (DIAS; RIBEIRO, 2011).
Cada pessoa apresenta um tributo próprio e, sendo assim, quando o indivíduo é submetido a estímulos do meio social, cada um reage de forma diferente. Por isso é muito importante a adaptação, realizando um trabalho em conjunto e fazendo alterações que visam ajudar a pessoa com necessidades às condições do meio social e facilitar o trabalho do educador físico. (LIMA; ROSADAS, 2020).
Outras atitudes frequentes, como o nervosismo, que se demonstra frente a situações que não são cômodas; a imitação involuntária de movimentos, repetidos muitas vezes de maneira sequencial; o agito, por não conseguir se concentrar no que está fazendo ou no que irá fazer, por muitas vezes não conseguir completar uma atividade sem várias interrupções como no desvio de atenção; a falta de empatia, por não conseguir demonstrar sentimentos, seja ele de carinho , tristeza, medo ou até raiva, nem por pessoas e nem por objetos ou animais (VILA; DIOGO; SEQUEIRA, 2009).
A questão do problema relacionado em como incluir a criança autista em esportes e sobre os desafios dos treinadores, se eles estão preparados, em como agir e saber quais são as dificuldades da criança tais como habilidades motoras e sociais. A educação física tem de fornecer aos autistas a possibilidade de como se expressar, além de terem um grande benefício à saúde e melhora também na área psicomotora e desenvolver bastante o lado social da criança, no qual podem diminuir a falta de atenção nas aulas, na hiperatividade e na impulsividade (SILVEIRA; MARTELLO; CARVALHO JÚNIOR, 2020).
Os déficits motores são uma das características do autismo e o tratamento desta anomalia deve considerar uma interferência destinadas a melhorar estes fatores. — incluindo as capacidades motoras envolvidas com a coordenação motora, o equilíbrio, as funções do braço e o forma em que se dá o movimento (FOURNIER; HASS; NAIK; LODHA; CAURAUGH, 2010).
2.1. EXERCÍCIOS FÍSICOS PARA CRIANÇAS COM TRANSTORNO ESPECTRO AUTISMO.
Em várias pesquisas mostram que muitas vezes os autistas são excluídos em esportes e hoje obtém especulações sobre o diagnóstico e definições do que realmente seria o autismo. Pode-se verificar algumas situações como a dificuldade em que a criança autista possa ter em se adaptar com o professor e de como seria aplicado o esporte e se ela se identifica com o tal (SILVEIRA; MARTELLO; CARVALHO JÚNIOR, 2020).
Autistas geralmente são bastante resistentes e bastantes seletivos onde podem causar a exclusão do autista no esporte, tendo assim um baixo aproveitamento dele em outras áreas, assim como na psicomotricidade e demais áreas.
Os exercícios físicos são muito importantes porque ajudam no desenvolvimento da formação geral da criança, principalmente no desenvolvimento motor, afetivo, social e cognitivo. Além disso, o hábito de praticar atividades físicas é fundamental para a criança ter uma vida saudável (FERREIRA, 2017).
Além disso, os exercícios físicos são muito importantes como ferramenta que promove a inclusão completa dos alunos que apresentam necessidades especiais, pois torna possível a sua interação com o meio, principalmente quando o esporte ou atividade física é um ambiente dinâmico e prazeroso. (PIEKARZ; BÔA; BORCHARDT, 2017).
Hoje os profissionais na área da educação física não possuem muito conhecimento e técnicas que possam ser usados com a criança que sofre com transtorno do espectro Autista e por isso surgem dificuldades no ato de explicação sobre algum exercício ou da socialização (RICCO, 2017).
O TEA é um transtorno comportamental que não possui uma causa específica, mas poderíamos buscar intervenções em exercícios físicos, como corrida, natação, dança e também lutas, resultando numa melhora na psicomotricidade incluindo comportamentos estereotipados, social e a atenção (RICCO, 2017).
Crianças com autismo possuem maior risco de excesso de peso, pois possuem bastante dificuldade em praticar exercícios físicos, principalmente por não conseguir socializar com as pessoas; então assim obtendo como consequência o sedentarismo (CAETANO; GURGEL, 2018).
Como um plano para estimular as pessoas para a prática do exercício físico ou esporte, o profissional utiliza métodos didáticas e lúdicos no qual a aplicação dos exercícios físicos, fica mais divertidas adicionando a brincadeira, a diversão e a recreação durante a prática, o que se estimula a criança manter-se ativa dentro do exercício ou esporte praticado, buscando prender a atenção e buscando socializar a autista com as demais crianças. (BEZERRA, 2017).
O professor de Educação Física mantém a base da elaboração do seu trabalho alinhado à cultura corporal de movimento, o seu objetivo é criar atividades físicas voltadas às descobertas das habilidades dos alunos, capacidades adquiridas e agilidades. O educador que vem atuando nesta área deve ter elementos de estudo suficientes para saber como e de qual maneira irá realizar a sua intermediação junto aquele aluno que possui uma cultura corporal de seus movimentos limitados, devido à falta de estímulos ou até mesmo habilidades. (DAOLIO, 2004).
A atividade física traz algumas sensações agradáveis e diversos benefícios para as crianças atípicas que praticam, antropométricos, neuromusculares, metabólicos e psicológicos, melhorando a auto estima , qualidade de vida, perda de gordura corporal, estresse, ansiedade e da redução de medicamentos para quem faz o uso deles. (SILVA et al. 2010, citado por RICCO, 2017, p.9).
Outros estudos mostram que crianças autistas com baixa habilidade cognitiva e social tendem a ser menos fisicamente ativas e mais sedentárias (MEMARI et al., 2017, citado por RICCO, 2017, p.10)
METODOLOGIA
Este trabalho é caracterizado como uma pesquisa bibliográfica, de forma qualitativa e descritiva, onde foram utilizados artigos científicos e revistas, materiais de fontes confiáveis disponíveis na Internet. Para realização das escolhas dos autores que estão referenciados, foi feito pesquisas em base de dados como Scielo e Google, com as palavras chaves Exercício Físico para crianças com Transtorno Espectro Autismo.
A pesquisa bibliográfica é habilidade fundamental nos cursos de graduação, uma vez que constitui o primeiro passo para todas as atividades acadêmicas. Uma pesquisa de laboratório ou de campo implica, necessariamente, a pesquisa bibliográfica preliminar. Seminários, painéis, debates, resumos críticos, monográficas não dispensam a pesquisa bibliográfica. Ela é obrigatória nas pesquisas exploratórias, na delimitação do tema de um trabalho ou pesquisa, no desenvolvimento do assunto, nas citações, na apresentação das conclusões.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com essa pesquisa realizada a qual teve como problematização qual a influência da prática de exercício físico, como caminhadas, natação, equoterapia no desenvolvimento e melhoria do comportamento das crianças com TEA. Observou-se que o exercício físico impacta positivamente a criança com espectro autismo, pois pode diminuir o comportamento agressivo, melhorar na aptidão física, desenvolvimento social, físico e motor, além de reduzir a ansiedade e melhorar na hiperatividade pelo gasto de energia exercido mais independente.
Caminhada, futebol, basquete, equoterapia e atividades aquáticas auxiliam no desenvolvimento antissocial, a diminuição de comportamentos que demonstram inadaptação e agressividade em autistas. O esporte é uma das melhores maneiras de inclusão destas crianças, sem contar os ganhos cognitivos, de coordenação motora e de autoestima, além de trabalhar o tônus muscular e ajudar a fortalecer o aparelho cardiorrespiratório.
Outro ponto interessante na prática de esportes coletivos é que eles ensinam questões que lidamos muito na vida cotidiana, a respeitar regras e saber ganhar ou perder, além de preparar o aluno a lidar com frustrações vivenciadas no dia a dia e também comemorar ao fazer gol/cesta, o’que se mostra importante para qualquer criança.
Pode-se concluir que a prática de exercícios físicos são de extrema importância para o desenvolvimento dos autistas, reduzindo os comportamentos estereotipados e aumentando assim a socialização, níveis de atenção, cognição e melhorando o comportamento social e emocional.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BEZERRA, Tiago. Educação inclusiva e autismo: a educação física como possibilidade educacional. Pernambuco: UEPB, 2017. Disponível em: https://editorarealize.com.br/revistas/conaef/trabalhos/Comunicacao_206.pdf. Acesso em: 12 de out. 2022
CAETANO, M; GURGEL, D. Perfil nutricional de crianças portadoras do transtorno do espectro autista. Rev. Bras. Promoç. Saúde, Fortaleza, v. 31, n. 1, p. 1-11, jan./mar. 2018. Acesso em: 18 de set.2022
DAOLIO, J. Educação física e o conceito de cultura. Campinas: Autores Associados, 2004.
DIAS, D. B. A.; RIBEIRO, J. C. A educação física como meio facilitador do desenvolvimento psicomotor do indivíduo com autismo. Universo, São Paulo, v. 4, n. 2011. Disponível em: <http://revista.universo.edu.br/index.php>. Acesso em: 11 maio 2022.
FERREIRA, N. M. M. A inclusão de crianças autistas na prática de exercícios físicos. 2017. 29f.Monografia (Licenciatura em Educação Física) – Faculdade de Ciências da Educação e Saúde Centro, Universitário Brasília, Brasília, 2017.
FOURNIER, K. a., HASS, C. J., NAIK, S. K., LODHA, N., & CAURAUGH, J. H. Motor coordination in autism spectrum disorders: A synthesis and meta-analysis. Journal of Autism and Developmental Disorders, v. 40, n. 10, p. 1227–1240, 2010. Acesso em 12 de out 2022.
LIMA, B.H.; ROSADAS, S.C. Atividade física e superação:transtorno do aspecto autista – educação física e contribuições. 2020. Disponível em:<https://dspace.doctum.edu.br/bitstream/123456789/3587/1/TRANSTORNO%20 DO%20ESPECTRO%20AUTISTA.pdf>. Acesso em: 13 maio 2022.
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RICCO, Ana Claudia. Efeitos da atividade física no autismo. 2017. 38 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Educação Física). Instituto de Biociências. Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita ilho”, São Paulo, 2017.
SILVA, G. T.; ALVES, M. C. C.; CORREIA, M. S. Educação física na esteira da educação inclusiva: o papel do professor de educação física junto aos alunos autistas. 2018. Disponível em: <https://www.editorarealize.com.br/editora/anais/enalic/2018/443-53825-26112018210831.pdf>. Acesso em: 10 maio 2022.
SILVEIRA, R.S.; MARTELLO, B. S.; CARVALHO JÚNIOR, A.F.P. Inclusão de estudantes com TEA na educação física: análise das publicações do CONBRACE/CONICE 2019. 2020. Disponível em:<https://periodicos.ufes.br/snee/article/view/34314>. Acesso em:13 maio 2022.
VILA, Carlos; DIOGO, Sandra; SEQUEIRA, Sara. Autismo e síndrome de Asperger. In: Psicologia.com.pt, 21 ago. 2009. Disponível em: https://www.psicologia.pt/artigos/textos/TL0140.pdf. Acesso em: 12 de out. 2022