GESTÃO DOS PROCESSOS ENVOLVIDOS NO DESENVOLVIMENTO DE FERRAMENTAS DE ESTAMPO.

Management of the processes involved in the development of stamping tools.

REGISTRO DOI:


Carolina Ramos Feitoza Vieira
Igor Alves de Sousa
Mateus Caxixi Fuzeti
Rafaela Gomes de Campos
Orientador: Alexandre Iartelli 


Resumo: O presente artigo acadêmico tem como objetivo mostrar a gestão dos processos envolvidos no desenvolvimento de ferramentas de estampo através dos processos de Gerenciamento de Escopo, Risco, Custo e Qualidade conforme Project Management Body of Knowledge – PMBOK  proposto pelo Instituto de Gestão de Projetos PMI (Project Management Institute) e as responsabilidades aderentes ao Gerenciamento de Projetos no desenvolvimento de ferramentas de estampo pois existe um leque de situações de riscos na execução de um projeto que consequentemente o deixa vulnerável. Entretanto deve se empregar mecanismos de excelência no ramo de projetos, sempre tendo como base  grupos de processos, tais como, iniciação, planejamento, execução, monitoramento, controle e encerramento, garantindo assim o sucesso do projeto, este trabalho tem como base a metodologia de análise teórica com pesquisas bibliográficas com o intuito de diminuir pontos desta problemática, contribuindo assim para melhoria nas execuções dos projetos e demonstra de forma clara as possíveis situações no Gerenciamento de Projetos.

Palavras-chave: Gerenciamento de Projetos. Diretrizes para projeto de ferramenta de estampagem. Gerenciamento de Riscos. Gerenciamento de Escopo. Gerenciamento de Integração.

Abstract: The article academic work aims to show the management of the processes involved in the development of stamping tools through the Scope Management processes, Risk, Cost and Quality according to Project Management Body of Knowledge – PMBOK proposed by the PMI Project Management Institute (Project Management Institute) and the responsibilities adherent to Project Management in the development of stamping tools because there is a range of risk situations in the execution of a project that consequently leaves it vulnerable. However, mechanisms of excellence should be employed in the field of projects, always based on groups of processes, such as initiation, planning, execution, monitoring, control and closure, thus ensuring the success of the project, this work is based on the methodology of theoretical analysis with bibliographic research in order to reduce points of this problem, thus contributing to improvement in the execution of projects and clearly showing the possible situations in Project Management.

Keywords: Project Management. Stamping tool design guidelines. Risk management. Scope Management. Integration Management.

1. Introdução

Os estampos são ferramentas para corte, dobra, repuxo e estampagem profunda, que são projetados e construídos para fabricação em série. A estampagem é um processo industrial usado para imprimir formas de metal, tendo como ferramenta um composto de moldes, matriz e punções para reproduzir formas por repetições sucessivas, esse processo de conformação mecânica geralmente é realizado a frio. Tendo como matéria prima chapa de metal plana que é submetida a transformações e ganha uma nova forma geométrica.

Quase todo processo de estampagem é definido basicamente por 2 (dois) conceitos, denominados como, cisalhamento ou por conformação (com pouquíssimas exceções, como operações de rosca). A técnica de estampagem torna-se cada vez mais importante para a manufatura de componentes. Durante a fabricação de um componente ou produto são utilizados diversos processos como corte, embutimento, flangeamento, calibração, dobra, entre outros.

O gerenciamento de projetos almeja melhorar os seus resultados decorrentes de uma gestão mais eficiente e eficaz, pois justifica os seus estudos a partir de aplicações das teorias do gerenciamento de projetos, possibilitando assim, maior segurança rumo ao desenvolvimento e efetividade nas ações e metodologias aplicadas.

De acordo com o Guia PMBOK (2017) o uso de técnicas, ferramentas e processos de gerenciamento de projetos fornece uma base sólida para as organizações atingirem suas metas e objetivos.

Assim, ao assumir gerenciamento de projetos como um potencial investimento oficializa a necessidade de implementar conhecimento, técnicas e ferramentas para atingir o sucesso do projeto (PMBOK, 2014).

1.1 Justificativa

Um ponto chave para o projeto de um ferramental de estampo, é o gerenciamento de projeto pois garante o cumprimento de metas estabelecidas, focando na capacidade produtiva, redução de custos e melhor qualidade. Desta forma este artigo abordará a tal problemática; “Como o gerenciamento de projetos pode auxiliar no desenvolvimento de ferramentas de estampo? ”

Portanto esta pesquisa apresentará as fases que compõem um projeto de ferramental de estampo em uma indústria metalúrgica, como integração, escopo, custos, qualidade, aquisições, recursos humanos, comunicações, risco, stakeholders e partes interessadas.

1.2 Objetivos (Geral e específicos)

É importante que o gerenciamento de um processo de desenvolvimento em ferramentas de estampo esteja integrado diretamente com a produção e seus equipamentos, a fim de superar metas estabelecidas, focando na capacidade produtiva, redução de custos e melhor qualidade.

O gerenciamento de projeto é um ponto crucial para um projeto de um ferramental de estampo, independente se esse modelo é repuxado ou não repuxado, linear ou não linear, enfim, se o gerenciamento não for realizado de forma correta no desenvolvimento do ferramental de estampo pode acarretar perdas, retrabalhos e atrasos no faseamento do projeto.

Apresentar as fases que compõem um projeto de ferramental de estampo em uma indústria metalúrgica, como integração, escopo, custos, qualidade, aquisições, recursos humanos, comunicações, risco, stakeholders e partes interessadas. Para isso foi levantado a seguinte questão: Como o gerenciamento de projetos pode auxiliar no desenvolvimento de ferramentas de estampo?

Em um contexto geral, esse artigo irá expor as principais atividades, examinar as ferramentas, meios e recursos, detectar falhas e acompanhar etapas no desenvolvimento de um ferramental a ser projetado.

2. Revisão bibliográfica

2.1 Gerenciamento de projetos

Um projeto para ser realizado faz se necessário o seu gerenciamento, palavra com origem do latim “Gerere”, com o sentido de executar uma ação, controlar e dirigir.

Projeto é a intenção de executar um empreendimento devendo este ser finito,tendo um ciclo de vida, com o intuito de realizar e entregar algo, que será devidamente idealizado e integrado no gerenciamento de projetos.

Para executar faz-se necessário a aplicação do gerenciamento de projetos, utilizando conhecimento, habilidades, ferramentas e algumas técnicas sobre as atividades que serão executadas ao longo do escopo definido. Desta forma, o gerenciamento de projetos tem como finalidade colocar em prática o que foi executado no plano inicial.

Colabora com a explicação, o autor Ricardo Vargas (2009),e diz que o gerenciamento de projetos é um conjunto de ferramentas gerenciais que permitem que a empresa desenvolva uma série de habilidades, incluindo, conhecimento e capacidades individuais, destinados ao controle de eventos não repetitivos, únicos e complexos, dentro de um cenário de tempo, custo e qualidade predeterminados.

Existem diversas técnicas e metodologia de gerenciamento de projetos, cada uma com sua característica específica.

Vale frisar que as melhores ferramentas técnicas a serem utilizadas em uma empresa depende da identidade e do nível de gerenciamento que se deseja estabelecer. As empresas têm observado que não é possível construir pilares deste setor em práticas intuitivas, por acertos e erros, para que cada decisão do gerenciamento de projetos seja sedimentada em práticas recomendadas e estratégias e diretrizes eficazes.

Segundo a definição do “Project Management Institute” gerenciamento de projetos é a aplicação do conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto para atender aos seus requisitos”. (PMI, 2013, p.3).

O propósito da aplicação dos conhecimentos supracitados é conhecido no âmbito de projetos como boas práticas, “esse conjunto de conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas é frequentemente reconhecido como “boas práticas” que formam os processos de gerenciamento […]” (DO VALLE, et al. 2014, p.31).

Figura 1 – Principais características dos Projetos

Fonte: <https://planejamento.mppr.mp.br/arquivos/File/subplan/gempar/manual> Acesso em: 20 out. 2022

Os projetos se caracterizam pelas seguintes definições: 

– São temporários;

– Produzem entregas similares;

– São elaborados de forma progressiva.

De acordo com (HELDMAN 2006), projeto é um empreendimento temporário, com datas de início e término definidos, que tem por finalidade criar um bem ou serviço único e que está concluído quando suas metas e objetivos foram alcançados e aprovados pelos stakeholders.

Compreende-se que o gerenciamento além de executar o escopo definido com a abrangência de tais boas práticas, deverá aplicar os processos de gerenciamento, que estão acoplados aos cinco processos supracitados, dentro das dez áreas do projeto, sendo estes: Gerenciamento da Integração; Gerenciamento de Custos; Gerenciamento de Riscos; Gerenciamento das Aquisições; 

Henry Gantt (1861-1919) considerado o pai do gerenciamento de projetos foi o principal responsável para que os projetos ganhassem ferramentas de gestão como os modelos de projetos matemáticos PERT “Program Evaluation and Review Technique” e o CPM “Critical Path Method”, dando às empresas maior domínio sobre os projetos.

Em um mundo tão dinâmico e competitivo, mudanças rápidas vão surgindo diariamente e com elas novas estratégias e ferramentas de gerenciamento. Em 1969, foi criada uma importante instituição PMI “Project Management Institute” que deu início a criação de uma ferramenta de gerenciamento para atender diversas empresas.

Acompanhar essas fases deverá garantir o empenho, responsabilidade e prudência na condução de um projeto, uma vez que este não opera efetivamente as atividades do projeto, entretanto, concerne à responsabilidade de todos os resultados do projeto, do êxito ao fracasso.

2.1.1 Diretrizes para um projeto de estampo

Durante o desenvolvimento dos produtos determina-se quais serão os processos e suas respectivas ferramentas de estampo.  Desta forma, neste momento faz-se necessário que o gerenciamento de projetos esteja alinhado em todas as etapas para que não ocorra falhas e atrasos no desenvolvimento do estampo colocando em risco todo projeto.

Para a definição do projeto de uma ferramenta de estampo recebe-se todas as especificações físicas e técnicas de um determinado produto, após a recepção de informações necessárias é realizada uma análise técnica para determinar qual o melhor processo para fabricação.

As indústrias buscam alta qualidade, produção com baixo custo e assertividade no prazo de entrega, para isso as empresas devem ficar atentas às inovações tecnológicas no mercado.

O gerenciamento de projeto no desenvolvimento de ferramentas de estampo define-se em administrar e aplicar os conhecimentos, habilidades e as técnicas para realização das atividades nas fases de execução do projeto já definido com prazos, custos e metas a serem cumpridas. 

Os custos inerentes e as complexidades de uma ferramenta de estampo estão atrelados a vários fatores que em todo projeto deve ser levado em consideração, quando tratamos de dar início ao desenvolvimento de uma ferramenta de estampo.

Na elaboração de um projeto é indispensável estabelecer etapas de trabalho, englobando uma série de parâmetros que devem ser seguidos, para obter um produto e uma maior durabilidade do ferramental. Devido à importância e dificuldades nos estudos, recomenda-se que haja acesso e interação com a ferramentaria, sendo ela interna ou externa.

Objetivando integrar e reproduzir o respectivo projeto para matrizes de alguns tipos de aplicação, os parâmetros citados têm como objetivo orientar o projetista sobre a maneira mais correta para elaboração de uma ferramenta de estampo, visando desenvolver a melhor opção para o processo de estampagem.

2.1.2 Gerenciamento da integração

O Gerenciamento da Integração é um conjunto de processos e atividades para identificar, definir, combinar e unificar e coordenar os vários processos e atividades dentro dos grupos de procedimentos de gerenciamento do projeto. 

As características de unificação e consolidação das ações integradoras para realizar uma ação devidamente monitorada e controlada até sua conclusão, permitem o gerenciamento com maior sucesso.

Em um projeto de estampo e de extrema importância aplicar o gerenciamento da integração pois irá ajudar e garantir as seguintes etapas:

– Acompanhar o desempenho do projeto de estampo;

– Adequar os processos de gestão de projetos aos objetivos de um projeto de ferramenta de estampo;

– Alinhamento de prazos;

– Alocação de recursos; 

– Balanceamento de demandas;

– Comunicação às partes interessadas do projeto de estampo;

– Encerramento das fases do projeto;

– Encontro de soluções para eventuais gargalos;

– Construção do plano de gerenciamento para atingir os objetivos do projeto de estampo;

– Gerenciamento das relações entre as áreas de conhecimento;

– Gerenciamento das transições de fases quando necessário.

Tabela 2 – Processos de Gerenciamento da integração dos Projetos

Fonte: Adaptado de PMBOK 5ª Edição. Acesso em: 21 out. 2022

No gerenciamento do projeto de um ferramental de estampo é fundamental saber que, não há uma maneira única de administrar estes processos, sendo necessário haver adaptações nas aplicações de conhecimentos, habilidades e técnicas existentes, em diversas situações. Adequar-se às melhores práticas de gerenciamento de projeto e dos processos relacionados por várias metodologias e guias existentes devem ser condizentes com as realidades das organizações.

 Figura 2 – Modelo de Interação entre Grupo de Processos em Projetos

Fonte: Disponível em PMI. PMBOK, 5ª edição. Acesso em 17 out. 2022

O gerenciamento da integração define onde e quando se concentra recursos e esforços, resolvendo problemas antes que se tornem críticos e coordenando os trabalhos visando o sucesso do projeto, tendo como principal objetivo integrar e consolidar as atividades e os processos das demais áreas de conhecimento.

Os processos e gerenciamento de projetos são integrados por natureza. Por exemplo, uma estimativa de custos faz se necessária para que um plano de contingência envolva a integração dos processos nas Áreas de Conhecimento no Gerenciamento dos custos do projeto, Gerenciamento do cronograma do projeto e gerenciamento de riscos de um projeto.

Quando riscos adicionais associados às várias alternativas de mobilização de pessoas são devidamente identificados, então um ou mais processos poderão ser considerados.

Segundo o Guia PMBOK 5º edição, o gerenciamento da Integração do projeto se envolve em: Garantir que as datas finais de entrega do produto, serviço ou resultado do ciclo de vida do projeto e do plano de gerenciamento de benefícios estejam alinhadas; Fornecer um plano de gerenciamento do projeto para garantir os objetivos do projeto;  Assegurar a criação e o uso do conhecimento apropriado de e para o projeto conforme o necessário; Gerenciar o desempenho e as mudanças das atividades no plano de gerenciamento do projeto; Tomar decisões integradas em relação às mudanças chave que impactam o projeto; Medir e monitorar o progresso do projeto e tomar as medidas necessárias para atender aos seus objetivos; Coletar dados sobre os resultados obtidos, analisar os dados para obter informações e comunicar estas informações às partes interessadas relevantes; Concluir todo o trabalho do projeto e encerrar formalmente cada fase, contrato e o projeto como um todo; Gerenciar as transições de fase quando necessário.

Figura 3 – Gerenciamento da Integração do Projeto

Fonte: Disponível em <https://escritoriodeprojetos.com.br/imagens/integracao.jpg> Acesso em 18 out. 2022

4.1.3 Termo de abertura do projeto

O Termo de abertura do projeto é o responsável por desenvolver um documento que, formalmente, autoriza a existência do projeto de estampo fornecendo ao gerente a autoridade para aplicar recursos necessários às atividades do projeto. O principal interesse deste processo é incluir o fornecimento de um vínculo direto entre o nosso projeto e os objetivos estratégicos da organização, criando um registro formal do projeto e demonstrando o compromisso da organização com o planejamento a ser desenvolvido ao cliente.

Esse processo é realizado uma vez ou em pontos pré definidos no projeto do nosso ferramental de estampo, com entradas, ferramentas técnicas e saídas.

Figura 4 Etapas do Termo de abertura do projeto

Fonte: Elaboração Própria

O termo de abertura tem a função de estabelecer parcerias entre organizações executoras e organizações solicitantes. Em casos de projetos externos, normalmente é feito por um contrato formal de forma estabelecida em um acordo entre as partes. Em projetos internos o termo de abertura é usado para estabelecer acordos e garantir a entrega dos termos contidos no contrato. 

A entidade patrocinadora (Cliente ou Fornecedor) é responsável por elaborar o termo de abertura do projeto dando ao gerente a autoridade necessária para planejar e executar o planejamento do ferramental de estampo. Sempre é recomendado que o gerente do projeto participe do desenvolvimento do termo de abertura para obter o máximo de informações que permitirá a distribuição de recursos de acordo com as atividades para planejar, executar e controlar o projeto.

O projeto será iniciado em virtude de um estudo de viabilidade, business case, ou descrição do produto a ser desenvolvido para decidir o que o projeto abordará. A abertura do projeto será alinhada e validada de acordo com a estratégia e o trabalho progressivo da empresa.

Figura 5 Diagrama do fluxo de dados do processo do Termo de abertura do projeto

Fonte: Disponível em Guia PMBOK 5ª edição pg, 67 Acesso em 21 out. 2022

2.1.4 Gerenciamento de escopo

O gerenciamento de escopo inclui os processos requeridos para assegurar que o projeto gere todos os produtos e serviços necessários para completar o projeto de forma bem-sucedida. O gerenciamento do escopo é formado por 6 processos.

Sendo estes:

– Coletar os requisitos;

– Controlar o escopo;

– Criar a EAP;

– Definir o escopo;

– Planejar o gerenciamento do escopo;

– Validar o escopo.

Sendo que planejar, coletar, definir e criar fazem parte do grupo de planejamento. O controlar e validar fazem parte do grupo de monitoramento e controle.

O planejamento do gerenciamento do escopo serve para definir como será gerenciado, ou seja, “como” será elaborado e executado os outros processos do gerenciamento do escopo, tais como a coleta de requisitos, definição de escopo, criação do EAP, controle e validação do escopo.

Coletar os requisitos é aquele processo que define e documenta as necessidades do cliente, a fim de atender os objetivos do projeto, no nosso caso a ferramenta de estampo.

Definir o escopo é aquele que define quais necessidades / requisitos serão executados em nosso projeto. Ou seja, é a descrição detalhada do projeto da ferramenta de estampo.

Criar a EAP, depois da definição do escopo, que são as grandes entregas que entrarão no projeto, estas deverão ser decompostas em pacotes menores de entregas.

Controlar o processo é o que garante que, tudo o que foi acordado está sendo executado, ou seja, é o processo de monitorar o andamento do escopo do projeto e do produto e que gerencia todas as mudanças feitas na linha de base do escopo.

Validação do escopo, serve para que o cliente dê sua aprovação nas entregas, ou seja, é o processo da formalização da aceitação das entregas do projeto pela parte do cliente. 

Figura 6 – Visão geral do gerenciamento do escopo do projeto

Fonte: Disponível em PMI. PMBOK, 6ª edição. Acesso em 17 out. 2022

Após o termo de abertura, faz se necessário a identificação das partes interessadas do projeto. Posteriormente, a identificação começa a coleta de requisitos, será feito um levantamento das necessidades de negócio entre as partes, a tradução dos requisitos da solução, que após analisar as necessidades ocorre a especificação das necessidades, tentando traduzir na solução que precisa.

O planejamento do escopo, define – se como sendo o processo que cria um plano de gerenciamento. Validado e controlado, esse processo de planejamento gera dois planos, Gerenciamento de Escopo e Plano de Gerenciamento dos Requisitos.

O Plano de Gerenciamento de Escopo engloba o processo de definição e criação da EAP, controle e validação do escopo. O Plano de Gerenciamento dos Requisitos é responsável pelo processo de coleta de requisitos. O Plano de Gerenciamento contém especificações detalhadas, habilitação e criação do EAP; como a EAP será mantida e aprovada; como será obtida a aceitação formal das entregas das fases do projeto concluídas e como controlar as solicitações de mudanças das especificações detalhadas do escopo serão processadas.

De acordo com o PMBOK 6ª edição criar a EAP é o processo de decompor as entregas e o trabalho do projeto em componentes menores e mais facilmente gerenciáveis. O principal benefício desse processo é que ele fornece uma visão estruturada do que deve ser entregue. Esse processo é realizado uma vez ou em pontos pré definidos no projeto.

Os requisitos compõem o plano de gerenciamento do projeto e descreve como serão analisados e gerenciados os documentos. Nas fases do projeto influencia fortemente como serão gerenciados os requisitos.

O processo de coletar os requisitos é o processo que determina, documenta e gerencia as necessidades entre as partes visando cumprir os objetivos determinados. A função desse processo é fornecer a base para definir o gerenciamento do escopo do produto para o desenvolvimento do projeto do ferramental de estampo.             

 Figura 7 – Diagrama do fluxo de dados

Fonte: Disponível em Guia PMBOK 6ª edição pg. 139. Acesso em 19 out. 2022

Após o termo de abertura, faz se necessário a identificação das partes interessadas do projeto. Posteriormente, a identificação começa a coleta de requisitos, será feito um levantamento das necessidades de negócio entre as partes, a tradução das necessidades de negócio em requisitos da solução, que após analisar as necessidades ocorre a especificação das necessidades, tentando traduzir na solução que precisa.

2.1.5 Gerenciamento de custos

O Gerenciamento de custos em um projeto inclui os processos envolvidos em um planejamento no orçamento e estimativa e controle de custos para garantir que o projeto termine dentro do orçamento aprovado no início dele.

Durante o gerenciamento de custos que os elementos serão apresentados e com interfaces bem definidas, sobrepondo e interagindo de diversas maneiras, tratando principalmente dos custos de recursos necessários para terminar atividades do cronograma.

No entanto, devemos considerar os efeitos das decisões do projeto sobre o custo de manutenção, serviço ou resultado do mesmo. As previsões e análises são incluídas no gerenciamento de custos abordando processos adicionais e diversas técnicas de gerenciamento, como, retorno sobre o investimento, fluxo de caixa descontado e análise de retorno do capital investido.

O objetivo é garantir que o capital disponível será suficiente para obter todos os recursos necessários para realizarmos o projeto do ferramental de estampo. Ao iniciar o estudo dos custos no projeto deve-se conceituar, gastos, custos, despesas, desembolso, investimento e perda.

De acordo com Kerzner (2003), existem algumas armadilhas que devem ser evitadas pelo gerente do projeto, visto que dificultam um bom gerenciamento de custos. Para garantir a eficácia é necessário que haja padronização nos processos de gerenciamento, que deve determinar e estabelecer critérios e diretrizes para planejar, estimar, orçar e controlar os custos.

Conforme o Guia PMBOK (PMI, 2013), a quantidade e qualidade dos detalhes dão sustentação ao plano de gerenciamento que variam por área de aplicação, tipo ou complexidade do projeto. 

Planejar o gerenciamento de custos determina como o planejamento será feito, na escolha da metodologia e elaboração de diretrizes na mensuração dos custos no projeto. Basear-se nas informações disponíveis no momento, analisando alternativas de comprar e fazer, alugar e comprar, otimizar custos conforme o necessário.

Figura 8 – Gerenciamento de custos

Fonte: Disponível em <https://www.euax.com.br/2019/02/gerenciamento-de-custos-em-projetos/> Acesso em 21 out. 2022

2.1.6. Tipos de custos

A estimativa de custos e atividades de um cronograma que envolve o desenvolvimento de um projeto, em geral as estimativas são expressas em unidades de moeda facilitando as comparações dentro do projeto.

Após identificar o ciclo de vida e alguns custos, é necessário considerar diversos tipos de agregados que irão compor o orçamento total do projeto, portanto o mesmo custo pode ser classificado e contabilizado de diferentes formas, conforme a metodologia utilizada pela empresa contida no seu plano de gerenciamento de custos.

2.1.6.1 Custos diretos

Custos diretos podem ser facilmente quantificados e identificados a partir de recursos necessários, como, mão de obra, materiais, equipamentos, insumos e serviços, para realizar as devidas atividades e são atribuídos diretamente ao produto e não necessitam ser rastreados para serem alocados.

Segundo Wernke (2004), os custos diretos são os gastos facilmente apropriáveis às unidades produzidas, ou seja, são aqueles que podem ser identificados como pertencentes ao produto ou projeto.

É dever do gerente de projetos compreender os custos da empresa e classificá-los adequadamente, como os custos com viagens, hospedagem e alimentação.

2.1.6.2 Custos indiretos

Custos indiretos são os gastos gerais e despesas incorridas pela organização em benefícios de mais projetos ou operações, estão mais relacionados com os custos à manutenção do negócio. As despesas incorridas não estão relacionadas diretamente às atividades, mas podem ser agregadas no orçamento total.

Para aumentar a competitividade entre as empresas é necessário reduzir os custos indiretos, é imprescindível reconhecer a necessidade de gerenciá-los. Quando nos referimos aos projetos não é uma tarefa fácil em sua aplicação prática, pois os custos indiretos estão fora do controle do gerente por serem custos gerais e rateados entre os diversos setores.

As atividades necessárias ao funcionamento da empresa que irá executar o projeto estão relacionadas aos custos indiretos podendo ser rateados entre cada uma das atividades de acordo com os critérios estabelecidos pela empresa.

2.1.6.3. Custos fixos

Custos fixos são os que não variam de acordo ao trabalho ou para uma determinada etapa dele, portanto se a extensão fixada pelo projeto for ultrapassada os custos fixos poderão sofrer alterações.

Suponhamos que iremos usinar punções e matrizes para o projeto de um ferramental de estampo, e que, para realizar a usinagem precisaremos de 240 horas mensais para realizar os serviços e os custos estimados são de R$ 1.0000,00 por mês, se os trabalhos atingirem as horas máximas estimadas no projeto os custos fixos serão iguais aos 1.000,00 como estimado.

Figura 9 – Gráfico de Custos Fixos

Fonte: Disponível em <http://3.bp.blogspot.com/> Acesso em 19 out. 2022

No entanto, se os punções e matrizes necessitarem de 360 horas por mês de modo que necessite de mais uma máquina para realizar os trabalhos, o custo fixo sofrerá alteração para R$ 2.000,00 e a capacidade máxima passará de 240 horas para 480 horas de usinagem por mês.

Figura 10 – Gráfico caso haja alterações no Custo Fixo durante o projeto

Fonte:<https://sites.google.com/site/scientiaestpotentiaplus/custos-semi-fixos-e-semi-variaveis> Acesso em 19 out. 2022

2.1.6.4. Custos variáveis

Os custos variáveis são aqueles que se alteram de forma proporcional e direta em função da quantidade do trabalho do projeto e giram em torno da mão de obra, materiais e dos insumos utilizados. Suponhamos que iremos usar punções e matrizes e o custo será proporcional a quantidade de peças a ser usinadas, logo os custos sofrerão variações.

Figura 11 – Gráfico de Custos Variáveis

Fonte:<https://vitamarketing.com.br/custo-variavel-de-uma-empresa/> Acesso em 19 out. 2022

2.1.7. Gerenciamento das aquisições

O gerenciamento de Aquisições inclui processos para compra de materiais, produtos, programas ou equipamentos. Ele abrange processos de gerenciamento de contrato, controle de mudanças e a administração de todos os contratos emitidos pelo comprador, como pedidos de compra, memorandos de entendimento (MOAs) ou acordos de nível de serviço (ANSs) internos.

Os processos de aquisições são distintos com interfaces definidas, podendo ser complexos e interagem entre si e com processos em outras áreas de conhecimento de tal forma que não podem ser completamente detalhadas, envolvem acordos que descrevem o relacionamento entre duas partes, o comprador e o vendedor.

O contrato de aquisições deve se definir de forma clara e objetiva, garantindo as entregas e os resultados esperados, incluindo termos e condições incorporando ao contrato especificados pelo comprador como a matéria prima ser usada e os componentes do projeto da ferramenta, para garantir que as políticas de aquisições das organizações sejam cumpridas para o projeto do ferramental de estampo.

De acordo com o Guia PMBOK 6º edição pg, 462, o licitante poderá gerenciar o trabalho como um projeto nos seguintes casos: O comprador torna – se o cliente para sub-contratos, fornecedores e prestadores de serviços e, portanto é uma parte interessada essencial do projeto do ponto de vista do vendedor. A equipe de gerenciamento do projeto do vendedor pode estar envolvida em todos os processos de realizar o trabalho ou prestar serviços. O próprio vendedor pode se tornar comprador de produtos, serviços, componentes e materiais de custo mais baixo de subcontratados e outros fornecedores.

Isso quer dizer que a empresa responsável por desenvolver o projeto do ferramental de estampo está autorizada a prover serviços, materiais e componentes necessários para realizar de forma integrada depois que o contrato for adjudicado lhe dando o direito de executar o projeto.

Figura 12 – Diagrama do fluxo do processo de Gerenciamento das Aquisições 

Fonte: Disponível em Guia PMBOK 6º edição pg. 467 Acesso em 19 ago. 2022

Segundo o Guia PMBOK 6º edição pg, 468 os passos no gerenciamento de aquisições inclui, preparar a especificação do trabalho das aquisições (ET) ou os termos de referência (TR), elaborar uma estimativa de custos de alto nível para determinar o orçamento, identificar uma lista resumida de fornecedores qualificados, preparar e emitir documentos de licitação, preparar e enviar propostas por parte do fornecedor, fazer uma avaliação técnica das propostas incluindo qualidade, fazer uma avaliação de custos das propostas, a avaliação final combinada de qualidade e custos para selecionar a proposta vencedora, finalizar as negociações e assinar o contrato entre fornecedor e cliente.

2.2. Tipos de ferramentas de estampo

Os estampos são ferramentas para corte, dobra, repuxo e estampagem profunda, que são projetados e construídos para fabricação em série onde, muitos produtos necessitam de uma soma de operações que variam de acordo com o produto.

A estampagem é um processo industrial usado para imprimir formas de metal, tendo como ferramenta um composto de moldes, matriz e punções para reproduzir formas por repetições sucessivas. Esse processo de conformação mecânica geralmente é realizado a frio. Tendo como matéria prima chapa de metal plana que é submetida a transformações e ganha uma nova forma geométrica.

A primeira operação de cisalhamento muito comum é a operação de recortar com retalhos ou não, por exemplo, recortar com retalhos onde operação vai estourar a chapa, fazendo com que as moléculas do aço ou o material metálico utilizado no processo venham se desprender umas das outras a ponto de recortar a chapa onde haverá sobras de material que será em parte descartado.

Existe também dentro das operações de cisalhamento, a operação de recortar sem retalho chamado de lancetar, onde o material será cortado sem sobra de material para que será formada, outro exemplo de cisalhamento é a operação de furar ou puncionar.

Já nas operações de conformação, o primeiro exemplo é a operação de dobrar em linhas retas. Já outro exemplo de conformação é a operação de flangear, ou seja, a dobra será realizada em perfis não lineares. Outro exemplo de conformação é a operação de repuxar onde consideramos a operação mais crítica de um processo de estampagem e o 4º e último exemplo de conformação é a operação de extrudar ou trefilar.

Figura 14 – Fluxograma de um projeto de estampo

Fonte: Elaboração Própria

2.2.1. Estampo de corte

Estampos de corte são ferramentas que fazem parte de um processo de estampagem que tem como objetivo cortar chapas em blanks retangulares, blanks trapézio ou blanks figurados.

O processo de corte se dá quando duas cunhas de corte se movem uma contra a outra causando a separação do material por cisalhamento, quando o material sofre uma deformação pela ação de duas forças opostas e cortantes é a ação do corte provocadas pelas cunhas de corte que também são chamados de punção e matriz.

A punção é pressionado contra o material e a matriz de tal modo que para efetuar o corte necessita aplicar-se uma certa força essa força recebe o nome de esforço de corte. Durante o corte, quando o material está sendo pressionado contra a matriz pelo punção, aparecem nele deformação elástica em seguida surgem deformações plásticas em ambos os lados da chapa a ser cortada, com a pressão contínua do punção contra a matriz o material começa a trincar e essas trincas de ruptura se unem vão separando a peça da chapa. Uma das características do corte é que a separação de matérias acontece sem a formação de retalhos.

Figura 15 – Estampo de corte

Fonte: Elaboração Própria

Figura 16 – Processo de corte

Fonte: <https://www.custompartnet.com/wu/images/sheet-metal/shearing-edge.png> Acesso em: 19 out. 2022

2.2.2. Estampo de repuxo

O repuxo é um processo de fabricação que dá alma a chapa metálica, formas volumétricas ocas previamente definidas. É através do repuxo que são feitas desde peças automotivas à utensílios domésticos.

O processo de repuxo é formado através de um punção e uma matriz que vão dar forma à peça e existem vários tipos de repuxo onde alguns até bem simples. O processo de repuxo simples tem um custo mais baixo mas é pouco usado porém apresenta um problema, durante a operação ele provoca formação de rugas na borda das peças.

Já os processos de repuxo mais elaborados possuem um sujeitador, ou seja, uma prensa chapas, esse dispositivo evita que as bordas apresentem rugas depois de repuxadas apesar do custo mais elevado esses estampos são mais usados na operação de repuxar. A função da prensa chapas é manter a chapa sob pressão para fazer com que a chapa deslize apenas para o interior da cavidade da matriz sem formar rugas.

Quando a operação de repuxo termina a peça moldada fica presa na matriz no estampo de repuxar, isso acontece devido a propriedade de recuperação elástica do material e para retirar a peça da cavidade da matriz é necessário um extrator responsável por desprender a peça da matriz do estampo.

Figura 17 – Estampo de Repuxo

Fonte: Elaboração Própria

Figura 18 – Processo de Repuxo

Fonte:  <https://essel.com.br/cursos/material/01/ProcessosFabricacao/72procb> Acesso em 20 out. 2022

2.2.3. Estampo de dobra 

A operação de dobra provoca uma deformação permanente no material chamada de deformação plástica, quando se planeja uma operação de dobramento é preciso determinar corretamente o ângulo de dobra que se deseja obter.

Esse ângulo deve ser determinado com uma abertura diferente da especificada no desenho para depois que acontecer a recuperação elástica a peça fique com a dobra na dimensão projetada.

A dobra é feita por punções e matrizes projetadas de acordo com as medidas e o formato que a chapa precisa ter depois de estampada algumas dessas operações de dobra são conhecidas como: Raios, dobra em U, cilindros, ondulações dentre outras.

Figura 19 – Estampo de Dobra

Fonte: Elaboração Própria

Figura 20 – Processo de Dobrar

Fonte:<https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4639670/mod_resource/content/1/Aula5_Corte%20e%20dobra%20de%20chapas> Acesso em 20 out. 2022

2.2.4. Estampo progressivo 

Estampo progressivo são ferramentas fabricadas para o desenvolvimento de produtos em série através de operações sequenciadas, uma das principais vantagens encontradas no estampo progressivo é sua qualidade em conseguir desenvolver peças com detalhes impressionantes. Esse tipo de estampo é altamente eficiente em produção de alto volume, pois possui um processo diferenciado com alimentação automática e com capacidade produtiva elevada e repetibilidade para grandes demandas.

A ferramenta progressiva pode ter 4 ou mais estágios para formar uma peça completa. Nos primeiros estágios normalmente são responsáveis por furos que servem de guias para localizar o produto em estágios posteriores garantindo assim a forma do produto.

Esse processo oferece eficiência e fabricação de baixo custo, produz múltiplas peças por ciclos, garante uma variedade de formas ou impressões de uma só vez, oferta de produção de alta velocidade, número mínimo de manuseio do material reduzindo assim o custo do produto e opera em tolerâncias apertadas. Nos estampos progressivos encontramos todas as operações em uma só ferramenta, operação de corte, dobra, repuxo, operação de furar e extrudar e com esse tipo de processo o produto termina seu processo totalmente pronto e acabado.

Figura 21 – Estampo Progressivo

Fonte: Elaboração Própria

3. Materiais e métodos

O presente estudo foi elaborado através de pesquisas baseadas em artigos literários de caráter quantitativo, as pesquisas são apoiadas no método indutivo e são utilizadas amostras não probabilísticas, assumindo uma condição complementar e gerando maior ascensão na realização da pesquisa. Pesquisa realizada entre o período de 2015 até 2022 analisando os avanços da ciência e de tecnologias na engenharia, a fim de solucionar problemas e gerar soluções organizando as características que mais se assemelham aos tempos atuais.

Para a realização da pesquisa foram feitos levantamentos e análises dos dados de pesquisa tendo como tema: Fundamentos do Gerenciamento de Projetos, Gerenciamento do Tempo, Gerenciamento de Pessoas, Gerenciamento da Qualidade, Gerenciamento de Riscos, Gerenciamento dos Stakeholders, Erros em Gerenciamento de Projetos entre outros proporcionando ao leitor a riqueza de informações objetivas adquiridas sobre o assunto.

Para pesquisas eletrônicas foram buscados temas como; Gerenciamento de projetos, desenvolvimentos de ferramentas, falhas frequentes em um gerenciamento de projeto, fases do desenvolvimento de projetos, fundamentos do gerenciamento de projetos, gerenciamento de pessoas em projetos, ferramentas utilizadas no gerenciamento de projetos.

4. Resultados e discussões

No presente artigo em desenvolvimento foi criado um estudo de caso em que se acompanhou todo o desenvolvimento de uma ferramenta de estampo in loco em uma empresa metalúrgica de autopeças, localizada na cidade de Diadema, estado de São Paulo. A ferramenta acompanhada foi uma ferramenta de estampagem estagiada (tandem) de uma peça lado direito e lado esquerdo, ou seja, peças simétricas opostas, na qual utilizaria como premissa a produção em uma prensa de 500 toneladas e a proposta criada era de que se fosse desenvolvida em 08 (oito) estágios de produção.

Durante o desenvolvimento do projeto, foi utilizado todos os métodos e conhecimentos adquiridos sobre o gerenciamento de projetos dado desde o início um cronograma a ser seguido. Utilizou-se como ferramenta de auxílio o software Excel para o cronograma.

Figura 22 – Cronograma elaborado para o projeto

Fonte: Elaboração Própria

No decorrer do desenvolvimento ainda na parte de projeto, identificou-se possíveis melhorias no processo, antes de sua execução, o que é ideal para um projeto de ferramenta onde é essencial identificar e prever possíveis retrabalhos e com isso realizá-los durante sua construção. A melhoria considerada foi de reduzir a quantidade de estágios de 08 (oito) para 06 (seis) estágios para conformação da peça, tendo como sequência a imagem abaixo.

Figura 23 – Processo definido e suas operações

Fonte: Elaboração Própria

Foi iniciada a fase de construção, após toda equipe de gerenciamento de custos atuar em cotações e orçamentos para garantir a qualidade dos trabalhos terceirizados, no prazo de entrega e no baixo custo de mão de obra.

Após as fases de usinagem, ajustes e montagem, se iniciou os “try-outs” (acompanhamento da fase de evolução) de peças, na máquina determinada e percebeu-se que, por ser um par de peças simétricas opostas, dependendo das dimensões de suas ferramentas, poderiam ser produzidas as duas ao mesmo tempo. A proposta foi aceita, pois, acarretaria uma melhoria muito satisfatória onde ambos os itens iriam ser produzidos, em uma mesma máquina, reduzindo assim a taxa hora máquina disponível, como também reduzir o fluxo logístico e tempo de “set-up” (preparação da máquina) de todo o processo e na redução de operadores para a produção.

Figura 24 – Demonstração do processo atual estimado

Fonte: Elaboração Própria

Figura 25 – Demonstração do processo com a melhoria proposta e aceita

Fonte: Elaboração Própria

Após todos os conceitos de gerenciamentos aplicados para o desenvolvimento do ferramental, começaram a ser realizadas as primeiras amostras, para controle dimensional e ajuste fino na ferramenta. Durante todo o processo  o cronograma foi cumprido, através de reuniões diárias, acompanhando assim cada evolução e cada etapa, com todos os profissionais responsáveis em atuação e com isso, receberam em troca um excelente projeto realizado, dentro das expectativas do cliente e da empresa, respeitando prazos e target (valor) considerado para execução da ferramenta.

Figura 26 – Ilustração da parte inferior da ferramenta aprovada

Fonte: Elaboração Própria

Figura 27 – Cronograma com as atividades realizadas

Fonte: Elaboração Própria

Contudo, todo o gerenciamento abordado e colocado em prática durante o desenvolvimento do ferramental trouxe a garantia e excelência de um trabalho bem desenvolvido e com melhorias durante o processo, o que satisfaz e eleva o nível de conhecimento técnico da empresa, trazendo sempre melhores soluções tanto para o cliente como forma de participação e para a empresa que estará produzindo, obedecendo sempre as diretrizes de segurança e qualidade exigida.

5. Considerações Finais/Conclusões

O presente artigo teve como objetivo demonstrar a importância do gerenciamento de projeto, assim como a definição das fases para a elaboração de um projeto de estampo, como decidir e definir o tipo de estampo de acordo o produto e suas particularidades, pois a tomada de decisão está cercada por riscos, tornando o projeto inviável em alguns aspectos, como custos ou ciclo de vida do produto.

Para atingir o objetivo deste artigo, foi apresentado uma visão geral do Gerenciamento de Projetos, com a abordagem que este pode e deve ser aplicado em qualquer ramo, sempre mantendo o foco em projetos destinado a elaboração e construção de uma ferramenta de estampo.

Foi abordado as responsabilidades, fases e técnicas inerentes ao Gerenciamento de Projetos, bem como o emprego das etapas, condutas e ferramentas técnicas utilizadas em cada passo do projeto, como conduzir um projeto, uma vez que cabe ao Gerente de Projetos a responsabilidade de todos os resultados do projeto.

Buscou na literatura e artigos de projetos e usinagem o fundamento para demonstrar de forma clara e objetiva a importância de um bom Gerenciamento de Projetos, pois o não cumprimento das fases, etapas, e busca por resultados pode levar o projeto ao fracasso.

Contudo devido a extrema importância e complexidade, esse assunto não se exaure neste artigo, pois os processos de projetos estão em constante aperfeiçoamento, bem como as tecnologias e inovações de produtos, desta forma faz se necessário uma análise de cada caso específico, uma vez que as inovações e aplicações estão em constante evolução no âmbito social e comercial.

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