ANÁLISE DA LESÃO TÉRMICA INDUZIDA PELO ULTRASSOM MICROFOCADO DE ALTA INTENSIDADE (HIFU) NO SISTEMA MIOFASCIAL

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7327365


Fabiane Karine dos Santos
Graziella de Oliveira
Leticia da Hora Batista
Luana Pimentel Rosa
Tatiana dias Vieira
Orientadora: Fernanda Mutou


RESUMO

O ultrassom microfocado age por meio das ondas que são emitidas pelo aparelho, aquecendo as camadas mais profundas da pele e provocando uma microcoagulação do local, com estímulo à produção de colágeno. Como resultado, o tratamento promove mais pontos de sustentação nos locais de aplicação, resultando em melhora da flacidez dos tecidos. Durante a aplicação do aparelho, são usadas diferentes ponteiras, que se adequam à parte do corpo onde são aplicadas. Como o processo não gera danos à superfície da pele, como o laser, não costuma gerar marcas, crostas ou descamação da pele. O tratamento também pode ser realizado como forma de prevenir a flacidez da pele, pois é capaz de gerar a contração das fibras de colágeno, estimula a síntese de mais moléculas dessa proteína natural, retardando a redução que costuma ocorrer com o passar do tempo. Os efeitos do ultrassom microfocado são progressivos. Após cada sessão, ocorre uma progressão gradual dos seus efeitos por até 6 meses.

Palavras Chaves: Ultrassom Microfocado de Alta Intensidade – Produção de Colágeno – progressão gradual – efeitos em até 6 meses.

ABSTRACT

Microfocused ultrasound acts through the waves that are emitted by the device, heating the deeper layers of the skin and causing microcoagulation of the site, stimulating collagen production. As a result, the treatment promotes more support points at the application sites, resulting in improved tissue sagging. During the application of the device, different tips are used, which adapt to the part of the body where they are applied. As the process does not damage the surface of the skin, like the laser, it does not usually generate marks, crusts or peeling of the skin. The treatment can also be performed as a way to prevent skin sagging, as it is capable of generating the contraction of collagen fibers, stimulating the synthesis of more molecules of this natural protein, delaying the reduction that usually occurs over time. The effects of microfocused ultrasound are progressive. After each session, there is a gradual progression of its effects for up to 6 months.

Keywords: High Intensity Microfocused Ultrasound – Collagen Production – gradual progression – effects in up to 6 months.

1. INTRODUÇÃO

HIFU (high intensity foccused Ultrasound) é uma tecnologia baseado em uma variação do ultrassom focado de alta intensidade, O nome original é Ultherapy, uma junção do inglês de Ultrassom com Terapia. Surgiu nos Estados Unidos, em um Congresso de Dermatologia de San Diego (US-CA), o procedimento proporciona um lifting facial não cirúrgico e é indicado para pacientes com flacidez de pele, principalmente na região da face, pescoço e abaixo dos olhos.1 A tecnologia proporciona maiores benefícios, pois atua nas camadas mais profundas da derme, chegando até a fáscia, ou seja, o invólucro da musculatura facial.11 Ao contrário de outros equipamentos que geram calor no tecido através da superfície da pele, o sistema HIFU oferece energia ultrassônica micro-focada para um aquecimento do tecido em temperatura ótima para neocolagênese (>60°C), sem afetar a epiderme10. Resultados significativos, incluindo sustentação e flacidez da pele, podem ser alcançadas a partir de uma sessão de apenas 60 minutos, sem downtime (ou seja, sem tempo de recuperação).1

O processo de envelhecimento da pele é um acontecimento natural e sistêmico, de caráter fisiológico e ocorre de forma contínua, não podendo ser interrompido, apenas retardado, e acometendo tanto a aparência do indivíduo quanto suas funções. Nesse envelhecimento, o sistema músculo aponeurótico superficial (SMAS), que se refere à estrutura de suporte da pele, enfraquece e esse suporte diminui. O processo combinado com a ação da gravidade e os fatores ambientais fazem com que os traços faciais, percam o seu vigor juvenil.1

Desde a antiguidade há uma preocupação frequente do homem com a aparência física, que busca por tratamentos invasivos e não invasivos em prol da beleza. O aumento da expectativa de vida associado à melhoria de condições financeiras tem levado homens e mulheres a busca constante pela eterna juventude, assim como buscamos não envelhecer, não queremos estampar os sinais do envelhecimento o rosto, uma vez que a pele é o órgão de maior destaque no corpo, sendo a face mais evidente e responsável por demonstrar sinais de envelhecimento, sendo este, um processo fisiológico que ocorre desde que nascemos, ficando mais aparente na senilidade, estando intimamente relacionado com a qualidade de vida pela qual o organismo foi submetido.1 A pele é considerada o maior órgão do corpo humano e o que sofre as alterações mais perceptíveis ao longo da idade, desempenhando diversas funções, sendo uma delas a de proteção contra agentes externos. À medida que a expectativa mundial de vida aumenta, cresce também o interesse pelo retardamento dos danos promovidos pelo envelhecimento.2

O Brasil é um dos países que mais realizam cirurgias plásticas na atualidade. Isso decorre dos avanços tecnológicos e científicos. Recentemente o Ultrassom Microfocado teve seu uso implementado em ambiente ambulatorial como uma tecnologia altamente eficaz nos tratamentos estéticos3. Uma característica importante no tratamento facial é sua capacidade de produzir micro lesões térmicas em profundidades precisas tanto na derme reticular como também na camada fibromuscular denominada de SMAS – Sistema Musculo Aponeurótico Superficial.12

Nos últimos anos, a eficácia e a segurança desta tecnologia têm sido bem documentadas, para o tratamento do envelhecimento facial e da remodelação cutânea facial. As ondas ultrassônicas ao serem convertidas em calor promovem a ativação dos fibroblastos, que iniciam uma resposta inflamatória concentrada no local, também parece exercer outros efeitos estéticos benéficos, como a melhoria de marcas e cicatrizes na pele. Demonstra-se que o tratamento com essa tecnologia é acessível, seguro e eficaz, pois permite a obtenção do efeito regenerativo e contribui nos tratamentos estéticos das linhas de expressão e rugas.9

O Ultrassom Microfocado emite uma energia em forma de cone capaz de atingir um ponto focal, provocando um aquecimento dos tecidos e tendo como consequência a formação de um novo colágeno, durante a última década, o uso clínico de SIU focado tem sido investigado como uma ferramenta cirúrgica não invasiva para tratar tumores de órgãos inteiros, como fígado, mama e útero.10 A nova abordagem IUS foi desenvolvido especificamente para o tratamento de tecidos moles faciais e visando o SMAS, a tecnologia aplicada ao tratamento anti-idade apresenta simplicidade de aplicação, e pode permitir o rejuvenescimento com baixo custo e com baixo índice de complicações, tornando-a uma solução mais viável e uma alternativa pouco invasiva para o tratamento do envelhecimento.9

Desde meados de 1940, o uso do equipamento de ultrassom se tornou mais usual e popular para aplicações na área da saúde. Mais utilizado convencionalmente na medicina estética, tem se mostrado eficaz na redução de lesões na pele, pode ser usado como modalidade a partir de duas apresentações: focado e não focado.10

Os tratamentos não invasivos mais promissores e eficazes, como radiação ultrassônica, são baseados no princípio de que um superaquecimento dérmico local leva a um processo controlado de cicatrização e regeneração cutânea, com remodelação das fibras dérmicas, especialmente a retração do colágeno pode exercer efeitos semelhantes, em termos estéticos, ao lifting cirúrgico.11

2. ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE

A pele é um órgão primordial, não apenas na estética, mas também como um órgão funcional, representando o órgão com maior peso corporal, em média 15% do valor total do peso de um indivíduo, com área em torno de 1,5 m² em um adulto mediano normal, situada acima do tecido gorduroso, das fáscias, dos músculos e dos ossos. Amplamente desenvolvida e com característica dinâmica, apresenta alterações constantes em suas células com o passar dos anos e desempenha funções de regulação no organismo, como a de barreira mecânica, a de recepção sensorial e sexual, a de temperatura, a de imunidade cutânea e função social, além de cumprir outras funções, como a de percepção de estímulos dolorosos, mecânicos e pressóricos.13

Recobre totalmente o corpo, e seus limites são os orifícios externos dos tratos auditivo, respiratório, digestório e urogenital. Por revestir externamente nosso organismo e ser o órgão mais acessível à observação, a pele não representa apenas um invólucro corporal quanto ao aspecto de autoimagem; é também um órgão funcional vital ligado à saúde do indivíduo.1

Vale ressaltar, ainda, a pele como um órgão imunológico, em virtude dos elementos celular nela contidos, como: queratinócitos, mastócitos e células dendríticas, que têm como função proteção contra agentes internos e externos, protegendo o organismo de danos teciduais. Além de ser um órgão vital, ligado a saúde do indivíduo.10 Constituída de matéria orgânica altamente flexível, autor renovável e extremamente especializada. Estruturalmente é a combinação de quatro tecidos fundamentais: o epitelial, o muscular, o conectivo (ou conjuntivo) e o nervoso.10

Existem duas camadas reconhecidas na anatomia cutânea: a epiderme, que é a mais externa; e a derme, subjacente a ela, a mais profunda. Contidos nessas estruturas, encontram-se vasos, nervos, terminações nervosas e os anexos cutâneos (pelos, glândulas e unhas), que constituem o sistema tegumentar ou tegumento. O epitélio da pele apresenta uma espessura variável, a qual se distinguem-se em pele fina e pele espessa.1

Camada BasalCamada onde é originado o denominado estrato germinativo e início do processo de diferenciação celular. É a parte mais profunda da epiderme, nessa camada possuem dois tipos de células sendo elas, as basais (ou germinativas) e os melanócitos. A função básica do estrato basal é produzir novas células que se deslocam para as camadas mais superficiais da pele, caracterizando assim o processo de formação dos estratos adjacentes: espinhoso, granuloso e córneo
Camada EspinhosaCélulas espinhosas ou estrato de Malpighi, representam a camada mais espessa da epiderme, situada acima da camada basal e constituída por fileiras de queratinócitos, seu número pode sofrer variações dependendo da localização anatômica e dos fatores endógenos e exógenos. Nessa camada os queratinócitos tem aparência de células com espinhos em sua superfície.
Camada GranulosaLocalizada acima da camada espinhosa, em direção a superfície da pele, suas células formam fileiras de células achatadas, nucleadas e repletas em seu citoplasma de grânulos (basófilos de querato-hialina. À medida que esses grânulos aumentam seu tamanho, o núcleo se desintegra ocorrendo a morte das células mais superficiais do estrato granuloso. Esses grãos de queratina são formados por profilagrina que irá ser convertida em filagrina, proteína essa com cuja a função é proporcionar a resistência da camada.
Camada Lúcida ou de TransiçãoÉ considerada uma camada adicional entre os estratos granuloso e córneo, evidenciado em maior quantidade na pele espessa. Nessa fase as células são encontradas anucleadas e formam uma faixa clara e homogênea.
Camada CórneaAs células dessa camada compõem a parte mais superficial da pele e mais diferenciadas de toda a epiderme, pelo fato de não possuírem núcleo e serem achatadas. Sua espessura varia de acordo com sua região anatômica (regiões de grande atrito podem atingir até 1,5 mm de espessura). Nessa fase, os queratinócitos que estão no estrato córneo completam o seu processo de maturação celular (queratinização), pôr fim a capa córnea superficial desidrata, descama e desempenha funções de barreira protetora, prevenindo a passagem de água e substâncias do meio ambiente para o interior corporal.
Tabela 1: Elaborada pelos autores: Camadas do Sistema Tegumentar
(Livro Terapêutica em Estética- Conceitos e Técnicas (2016) Borges, Fabio)

A pele espessa é encontrada em regiões do corpo como palmas das mãos, planta dos pés, e articulações como cotovelos e joelho. O restante do corpo é recoberto por pele fina, a qual a região pálpebra possui um afinamento maior.10

2.1 Epiderme

A epiderme é formada por um tecido epitelial do tipo estratificado pavimentoso queratinizado, representando assim uma continua camada por todo o corpo humano. A mesma não possui suprimento sanguíneo próprio, dependendo assim da vascularização da derme. Podendo ser dividida em cinco camadas distintas, sendo elas camada basal, camada espinhosa, camada granulosa, camada lúcida e camada córnea, constituída também por cinco tipos de celular, sendo uma delas o queratinócito responsável pela renovação constante da pele. Outros constituintes que fazem parte da composição da derme são as células de Langerhans, as células de Merkel e os melanócitos.3

Esquematização da arquitetura da pele.
Tabela 2: Livro Terapêutica em Estética – conceitos e técnicas (2016) Borges, Fábio.

2.2 Derme

A derme é a camada intermediária de sustentação da pele. Com origem embrionária vinda do mesoderma, tem sua formação de tecido conjuntivo propriamente dito, o qual a epiderme mantém sua fixação a derme. Essa camada é constituída por células como os fibroblastos (responsáveis pela produção de elastina e fibras de colágeno), por enzimas colagenase e estromelisina, bem como de matriz extracelular. Outras células que fazem a composição desta camada são os macrófagos, os linfócitos e os mastócitos, trabalhando para a defesa imunológica da derme.1

Composta amplamente de vasos sanguíneos e linfáticos, estruturas nervosas sensoriais e de musculatura lisa. É dividida em duas camadas: a camada superficial (papilar), formado por tecido conjuntivo propriamente dito do tipo frouxo e localizada abaixo da epiderme; camada reticular (profunda), composta por tecido conjuntivo propriamente dito do tipo denso não modelado e localizada profundamente em comparação a camada papilar. Trata- se de um órgão complexo, com capacidade para manter diversas funções anatômicas, as quais podem determinar o bom funcionamento do corpo de acordo com o seu aumento ou diminuição.3

A pele órgão é um órgão de grande importância para a vida de um indivíduo, já que a perda parcial ou total da pele se torna incompatível a mesma. Atua como barreira protetora, prevenindo a penetração de irritantes, como agentes tóxicos e de microorganismos do meio ambiente. Tal ação ocorre pela presença de óleo, água e sais minerais encontrados na camada córnea da epiderme, garantindo assim a impermeabilidade cutânea. Essa barreira epidérmica contribui também para mecanismos de retenções de água e prevenção de formação de ressecamento3.

A face ou “Full Face”, possui particularidade anatômicas em relação a outras partes do corpo, músculos da expressão facial ou músculos da mímica facial, que trabalham de forma conjunta favorecendo as expressões de comunicação, sentimentos e interação humana.4 são pequenos e não apresentam fáscias, em sua maioria ocorre sobreposição de alguns deles, outro sistema extremamente importante e o sistema músculo aponeurótico superficial(SMAS), que compreende a fáscia inonimada e a fáscia muscular e se relacionando a alguns músculos faciais específicos, como: orbicular da boca, elevador do lábio superior e platisma.1 É constituído por três camadas faciais genéricas, subcutâneas e constantes, nas regiões temporal e facial permanecendo continua através do arco zigomático.12

3. Envelhecimento Cutâneo

Com o passar da idade, a pele começa a sofrer alterações que modificam seu aspecto gradativamente, caracterizando o envelhecimento cutâneo. O envelhecimento facial tem mecanismo fisiológico específico e acomete claramente a pele do rosto e as estruturas subjacentes, trazendo alterações inestéticas e funcionais para a imagem e para a expressão facial. Visto que, além de se ter cuidados com o corpo, com a saúde e com o bem-estar, algo que vem preocupando muito a população é o cuidado com a pele, principalmente em mantê-la jovem por mais tempo.1 O envelhecimento é um processo sistêmico global a que todo ser vivo está sujeito. Acontece com o avançar dos anos, tendo como resultado várias alterações que podem ser perceptíveis ou não. É definido como um processo dinâmico e progressivo, no qual há modificações morfológicas, fisiológicas, bioquímicas, psicológicas e funcionais, que colaboram para a perda gradual da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio ambiente, ocasionando maior vulnerabilidade e, consequentemente, maior incidência aos processos patológicos.3

O envelhecimento cutâneo foi descrito também como sendo a perda da capacidade funcional e de reservas do organismo, a mudança da resposta celular aos estímulos, a perda da capacidade de reparação e a predisposição às doenças. Atualmente, o envelhecimento é visto como um fenômeno multifatorial, e os fatores fundamentais são de origem genética e ambiental.6 O tecido conjuntivo atua como alicerce estrutural para a epiderme, e diversas mudanças na aparência externa refletem no estrato córneo. Cada indivíduo envelhece de forma particular, de acordo com sua herança genética e com hábitos adquiridos ao longo da vida.1

Tabela 3: Elaborada pelos autores Ordem.
(SCOTTI, L.; VELASCO, M. V. R. Envelhecimento cutâneo à luz da cosmetologia: estudo das alterações da pele no decorrer do tempo e da eficácia de substâncias ativas empregadas na prevenção)

Por volta dos 25 anos, os primeiros sinais do envelhecimento começam a se mostrar aparentes na superfície cutânea. Primeiro temos o surgimento das linhas finas e, com o tempo, as rugas, a perda de volume e densidade começam a ficar visíveis.1 Nossa pele envelhece por vários motivos, dentre eles fatores internos e externos, podem afetar sua estrutura e funcionalidade. O envelhecimento acontece em todas as camadas da pele, visto que é um processo biofisiológico ao organismo.6

Antes de se iniciar qualquer tratamento facial, é necessário identificar o tipo de pele, pois o resultado do tratamento dependerá dessa classificação. Nascida na Polônia em 1871, Helena Rubinstein foi a primeira a desenvolver a classificação da pele. Até hoje sua classificação é a mais utilizada. Ela classificou a pele em quatro tipos distintos, como podemos observar na tabela abaixo:

Tabela 4: Elaborada pelos autores.
(Livro Terapêutica em Estética- Conceitos e Técnicas (2016) Borges, Fabio)

É observado na epiderme uma renovação celular mais lenta e a redução de produção de lipídios na parte superficial da pele tornando-a mais áspera e ressecada; na Derme a partir dos 25 anos de idade, há uma diminuição anual de 1% no colágeno e o declínio da elastina, a estrutura da pele fica comprometida e as

rugas acabaram por se tornar mais aparentes, redução de fluxo sanguíneo que leva com menos eficiência nutrientes e oxigênio superficialmente e na Hipoderme em

suas camadas mais profundas ocorre a redução das camadas celulares de armazenamento de lipídios na camada adiposa, causando um efeito dominó na perda de volume e pode levar ao surgimento de rugas profundas, pele flácida e o processo cicatricial deficiente.11

No envelhecimento o sistema músculo aponeurótico superficial (SMAS), que se refere à estrutura de suporte da pele acaba por enfraquecer e sofre uma diminuição significativa; este processo em conjunto com a força da gravidade e fatores ambientais fazem com que os traços fáscias percam seu vigor e sua juventude.6 A exposição a fatores extrínsecos, fazem com que a etnia da pele mais clara seja a mais atingida com o envelhecimento precoce da pele, visto que sofrem a diminuição do colágeno total especialmente I e III, sendo esses dois tipos os mais desfavorecidos.12

Tabela 5: tipos de colágeno
(Livro Terapêutica em Estética – conceitos e técnicas (2016) Borges, Fábio)

Podemos caracterizar as alterações anatomofisiológicas do envelhecimento cutâneo pelos seguintes aspectos: diminuição da hidratação, palidez, menor elasticidade e extensibilidade cutânea, rarefação e branqueamento dos pêlos e rugas10.

Tabela 6: Fatores de Envelhecimento
(Manifestações clínicas e Histológicas dos Envelhecimentos cutâneos Intrínseco e Extrínseco. In: GILCHREST, Barbara A.; KRUTMANN, Jean).

3.1 Tratamento Para o Envelhecimento

Atualmente, a metodologia do tratamento com ultrassom é baseada em evidências clínicas que indicam que, se executado corretamente, pode levar a uma redução significativa e durável das rugas cutâneas causadas pelo envelhecimento.12 Além disso o ultrassom tem efeito colateral de leve a moderado (não restritivo), eritemas transitórios, edemas e dor moderada.1

sua capacidade de alcance, pois é a única tecnologia não invasiva capaz de alcançar até 13mm na derme – atuando diretamente no SMAS (Sistema Aponeurótico Muscular Superficial).Quando se trata de rejuvenescimento, essa é uma característica imprescindível.12

4. Ultrassom Microfocado – MFU

O ultrassom microfocado é utilizado para dar firmeza a pele, tratar rugas, flacidez, contorno da face e produzir efeito lifting assim que aplicado. O aparelho emite ondas ultrassônicas em diferentes regulagens de acordo com a área do tratamento, que atingem e aquecem as camadas da pele, desde a superfície até o músculo, estimulando a produção de colágeno.5 O ultrassom terapêutico é um equipamento que apresenta em sua estrutura um transdutor composto de cristais de quartzo, que, quando estimulado por uma corrente elétrica emite ondas que se propagam por tecidos biológicos através da vibração de moléculas e partículas ao redor. A emissão do ultrassom microfocado produz efeitos térmicos, como o aquecimento dos tecidos localizados a centímetros de profundidade.8

O calor aumenta a circulação local favorecendo a nutrição e a remoção de detritos metabólicos do tecido. O Ultrassom pulsado apresenta entre um impulso e outro uma interrupção, que colabora para a dispersão do calor, dessa forma seu efeito térmico é menor, ampliando seu efeito mecânico, com melhora da permeabilidade da membrana celular, estímulo à fagocitose, síntese de proteínas e regeneração do tecido.9

Essa tecnologia utiliza o calor para promover a melhora da flacidez. As ondas do ultrassom conseguem atingir e aquecer as camadas mais profundas da pele, nas quais a contração do colágeno começa a ocorrer. Ele consegue mapear toda a estrutura da pele e, somente depois, inicia o tratamento nos pontos necessários. utilizado para a região da face e do pescoço atinge a profundidade do tecido respectivamente à 1,5 mm; 3,0 mm e 4,5 mm.5

A energia gerada situa-se abaixo da superfície da pele com maior concentração na área de 1mm cúbico por ponto. Este aumento da temperatura produz pequenos pontos de coagulação térmica com profundidade de até 5mm nas camadas mais profundas da pele sem danificar as camadas mais superficiais.11

O calor gera a coagulação tecidual, que promove a desnaturação das fibras colágenas no tecido gorduroso abaixo da pele, localizadas próximas a musculatura da mímica facial, assim como na porção mais profunda da derme, levando à contração dessas fibras e estimulando a formação de neocolagênese no local aplicado.13 Isso provoca uma contração muscular que causa efeito de lifting facial imediato após o procedimento e se prolonga por meses, sendo que tem seu pico de produção de colágeno no 4º ou 5º dia, o que promove uma melhora importante da flacidez tecidual.15

O ultrassom penetra no tecido e provoca vibração das moléculas no local do foco do feixe.3 A fricção entre as moléculas do tecido produz superaquecimento focal e lesão térmica. A profundidade de penetração pode ser modulada pela frequência das ondas acústicas. Quanto mais alta a frequência, mais superficial é o efeito térmico sobre a Derme.3 Com isso, mês a mês, após o procedimento, ocorre uma recuperação dessas fibras de colágeno e um efeito de lifting progressivo.1

Praticidade: pelo fato de o processo de recuperação ocorrer de forma gradual, é indicado que o paciente faça uma sessão a anual ou no máximo a cada 6 meses, o que traz praticidade, já que não necessita idas ao consultório todos os meses para fazer a manutenção8. Potencialização dos resultados do ultrassom microfocado corporal pode ser potencializado quando se associa a bioestimuladores injetáveis, os quais podemos citar a hidroxiapatita de cálcio (comercialmente conhecido como Radiesse®), o ácido poli-L-láctico (Sculptra®) e a policaprolactona (Ellansé).7

4.1 Cuidados pós procedimento

4.2 Papel da Fisioterapia Pós Procedimento

Os recursos fisioterapêuticos, quando bem realizados, podem diminuir o tempo de repouso, restaurar a funcionabilidade, e acelerar a recuperação, possibilitando a reintegração do indivíduo em suas atividades sociais. Estes recursos são utilizados na tentativa de proporcionar um ambiente ideal para que a reparação tecidual aconteça.

A fisioterapia atuará prevenindo a formação das aderências, principal fator agravante no pós-operatório, pois estas aderências impedem o fluxo normal de sangue e linfa, aumentando ainda mais o quadro edematoso, retardando a recuperação.20

Abaixo podemos observar alguns recursos utilizados pós procedimento de MFU:

  • Drenagem Linfática Manual da face: O objetivo principal é direcionar e aumentar o fluxo linfático, promovendo, assim, uma remoção mais rápida do excesso de líquido intersticial, causando a desintoxicação do tecido intersticial, com consequente melhoria da oxigenação e da nutrição celular, além do aumento da circulação sanguínea venosa em direção centrípeta;
  • Alta Frequência: causa um efeito térmico, gerando calor, dilatando os vasos locais, aumentando o fluxo sanguíneo, o metabolismo e a oxigenação celular (BORGES, 2021);1
  • Microcorrentes: Aumenta a mobilização de proteínas para o sistema linfático, pois, quando são aplicadas em tecidos traumatizados, as proteínas carregadas são postas em movimento, e sua migração para o interior dos tubos linfáticos torna-se acelerada (BORGES, 2021);1
  • Laser de baixa intensidade: A cicatrização é o principal efeito da interação tecido- laser possibilitando incremento à produção de ATP, o que proporciona um aumento da velocidade mitótica das células, estimulando a microcirculação que aumenta o aporte de elementos nutricionais associado ao aumento da velocidade mitótica, facilitando a multiplicidade das células, assim, ocorre o efeito de neovascularização a partir dos vasos já existentes gerando melhores condições para a cicatrização rápida.20

4.3 Uso de Kinesiotaping pós procedimentos

Mecanismo de Ação

O ultrassom microfocado alinha pontos de coagulação térmica em série de duas profundidades: derme profunda (a 3 mm de profundidade) e na camada muscular – SMAS (sistema músculo aponeurótico superficial, a 4,5 milímetros de profundidade).12

Tabela 7 :Elaborada pelos autores.
(BORGES, Fabio. FROES, Patrícia. MELECK, Michelle. INTRODUÇÃO E OBJETIVO: EFFECT OF MICROFUCUSED ULTRASOUND ON FACIAL REJUVENATION).

O aquecimento acontece na derme e no SMAS através de pontos de coagulação. O músculo passa por contração imediata quando é atingido pelos pontos de coagulação. Isso produz o efeito de lifting, que pode ter durante o período de três meses após o procedimento, tempo quando o novo colágeno será produzido. O objetivo, então, é encurtar o músculo para tracionar a pele para cima, resultando em um efeito lifting nãocirúrgico.9

No local tratado pode ocorrer um certo inchaço, eritema, hematoma ou apresentar formigamento e a leve sensação de dor muscular. Os sintomas melhoram rapidamente. Por ser um tratamento com ação dentro da pele, não há períodos de inatividade.20

O taping faz a descompressão de tecidos que sofreram danos em um procedimento cirúrgico. A pele é elevada e assim filamentos de ancoragem (que ‘’abrem’’ os vasos linfáticos) são tracionados, permitindo maior drenagem do líquido que até então estava congestionado no interstício (espaço entre os tecidos abaixo da pele), favorecendo sua absorção.21

Sua aplicação, por consequência, reduz a dor e melhora a mobilização do tecido cicatricial, uma vez que a dor causada pela pressão exercida nos receptores sensoriais é aliviada através das ondulações que a bandagem promove, devido à elevação da pele.21

A aplicação previne intercorrências, acelera a recuperação, permite maior autonomia ao paciente.20,21

5. Objetivo

Geral:

  • Verificar os benefícios do Ultrassom Microfocado de alta intensidade no fotoenvelhecimento.

Específico:

  • Verificar através da revisão a formação de novo colágeno tipo I e III;
  • Verificar o uso de MFU na Fisioterapia.

6. METODOLOGIA

A revisão de literatura proposta utilizou artigos científicos e livros relacionados ao tema, de forma narrativa e descritiva. Os artigos mencionados são referentes aos anos de 2010 a 2022, em português, inglês e espanhol, retirados das plataformas PubMed, SciELO.

As palavras-chaves utilizadas nessa pesquisa foram: efeitos do envelhecimento, ultrassom terapêutico, ultrassônico micro-focado,

Foram utilizados como critérios de inclusão: trabalhos e artigos baseados na descrição, todas as referências utilizadas nos critérios de inclusão apresentam um comparativo de antes e depois, mostrando os resultados da musculatura facial superficial e seus benefícios a curto e longo prazo. Os critérios de exclusão: teses e monografias, sendo assim, foram selecionados inicialmente 57 artigos 35 artigos que se mostraram de certa maneira incompletos quanto a definições de efeitos, musculaturas afetadas, efeitos térmicos, regeneração tecidual e produção de colágeno. Selecionando as palavras chaves principais e utilizando uma seleção muito mais rigorosa que respeitasse a literatura de base para a pesquisa, foi selecionado 22 artigos que se mostraram completos, com bases de referência confiáveis e conhecidas mundialmente, de grande prestigio quando se fala da área da saúde como um todo, mostrando os resultados antes e depois do procedimento e o acompanhamento dos resultados alcançados e o tempo estipulado para o ápice dos resultados na camada superficial da pele o SMAS. Figura 1: Números de Artigos Selecionados e excluídos

Tabela 8 :Elaborada pelos autores.
(Artigos selecionados e excluídos)

7. RESULTADOS

(os resultados foram obtidos pelos descritos citados abaixo, após a análise dos 22 artigos escolhidos referentes aos efeitos do ultrassom microfocado no SMAS).

Título e anoObjetivosConclusão
Select creation of thermal injury zones in the superficial muscular aponeurotic system using intense ultrasound therapy americam medic association(2007).Fornece transcutaneamente energia intensa de ultrassom para atingir o sistema musculo aponeurótico superficial facial (smas) para produzir zonas de lesão térmica discreta (tizs)Em tecido facial de cadáver humano, o (SIU) pode direcionar de forma não invasiva e produzir seletivamente tizs de localização, tamanho e geometria reproduzíveis na camada smas.
Avaliação de efeitos de emissor de ondas ultrassônicas no tratamento do envelhecimento facial. (2022).Avaliar a tecnologia ultrassônica aplicada ao tratamento anti – idade e sua melhora em rugas faciais e flacidez.Entre os possíveis recursos, os efeitos relatados foram considerados acessíveis e seguros, abrangendo maior espectro de possíveis indivíduos que desejam submeter-se à técnica.
Abordagem estética da região pálpebra inferior (2021).Descrever a anatomia e as alterações da região infraorbital decorrentes do envelhecimento e apresentar as diferentes opções de tratamentos da região periocularTodas as intervenções descritas levar em consideração vantagens e desvantagens,indicações e complicações das técnicas.
Utilização do ultrassom microfocado no tratamento de sinais de idade (2016).Verificar os efeitos ocasionados por um tratamento facial com a utilização da tecnologia de ultrassom microfocado no tratamento das rugas.O protocolo utilizado não demonstrou enormes resultados visuais que possibilitassem afirmar que este seria o melhor recurso disponível no mercado atualmente,mas os pacientes relatam melhoras na flacidez na bochecha e suco mandibular e sua textura cutânea.
Suplementação de colágeno e outras formas de tratamento no combate ao envelhecimento cutâneo (2020)Verificar a eficácia da suplementação de colágeno dentre outros métodos existentes no combate ao envelhecimento.Esse método deve ser indicado individual para os pacientes, devido todos derem suas peculiaridades, contudo a terapia medicamentosa deve ser específica para cada caso.
Ação dos bioestimuladores ácido polil-l – láctico/hidroxiapatita de cálcio e policaprolactona no rejuvenescimento (2021).Determinar a segurança eficácia do hifu da face e pescoço.hifu é um procedimento seguro a curto prazo e tem um efeito moderado no rejuvenescimento das áreas do rosto e do pescoço.
Rejuvenescimento facial quantificado utilizando ultrassom de foco de alta intensidade com múltiplas profundidades penetrantes (2022).Avaliar a eficácia clínica e a satisfação do paciente com o tratamento hifu para rugas e frouxidão na pele asiática.Levantamento facial com ulthera em 20 pacientes com mais de 30 anos, e observamos melhora clínica e satisfação do paciente após o tratamento. Consideramos o hifu uma opção segura, eficaz e não invasiva para levantamento facial e melhoria de rugas.
Segurança e eficácia do ultrassom focalizado de alta intensidade (HIFU) para rejuvenescimento de face e pescoço (2020).Induzir o dano tecidual e regeneração da área alvo seletivamente via coagulação, gerando lesões de lesão microtérmica e feixes de ultrassonografia de alta frequência no local específico. Resultados:A ultrassonografia foi introduzida como uma nova modalidade de tratamento para fins terapêuticos e cosméticos. O US alta intensidade (hifu) pode ser o melhor exemplo dessa técnica.
Ultrassom focado de alta intensidade para o tratamento de rugas e flacidez da pele em sete diferentes áreas faciais (2015).Avaliar a eficácia de tal suspensão na técnica de tratamento do smas em (round block (técnica para reconstrução imediata) em cicatrizes curtas.O método confirma que a técnica é eficiente quanto à suspensão do smas, com redução significativa da área descolada e consequente diminuição do espaço morto pós-operatório.
Facial rejuvenation with high-intensy focused ultrasonography (2016).Analisar se a radiofrequência promove estimulação do colágeno, amenizando os sinais do envelhecimento cutâneo.Conclusão: Os efeitos térmicos produzidos pela radiofrequência no tecido subcutâneo não só promovem contração das fibras colágenas, ativando os fibroblastos, e produzindo novas fibras de colágeno (neocolagênese),
Método de avaliação do (SMAS) no rejuvenescimento facial (2012).Avaliar a influência do envelhecimento na qualidade da pele de mulheres brancas, analisando o colágeno, as fibras elásticas e a vascularização.Em mulheres brancas, o envelhecimento da pele levou a alterações qualitativas e degenerativas na derme, com diminuição do colágeno total e de suas frações I e III.
Estimulação da neocolagênese através da radiofrequência (2013).Avaliar as alterações morfológicas induzidas pelo tratamento de ultrassom em tecidos cutâneos (epiderme, derme papilar e reticular, e gordura subcutânea.Ultrasson de alta freqüência é uma técnica não invasiva segura e eficaz para tratar a flacidez cutânea.
Influência do envelhecimento na qualidade da pele de mulheres brancas: papel do colágeno, da densidade de material elástico e da vascularização (2013).Buscou verificar, através de uma revisão de literatura, a eficácia da suplementação de colágeno dentre os vários métodos existentes no combate ao envelhecimento.Os benefícios das vitaminas C e E, a reposição hormonal, a micropuntura, o ultrassom microfocado ou macrofocado, o preenchimento com ácido hialurônico e a suplementação oral de colágeno na dieta, vem apresentando efeitos satisfatórios.
Efeitos do tratamento de ultrassom de alta frequência sobre os tecidos da pele humana (2014).Avaliação dos resultados clínicos e das mudanças histológicas no colágeno e nas fibras elásticas após a realização da terapia fotodinâmica com ácido 5- aminolevulínico.Ácido 5-aminolevulínico associado à luz vermelha foi considerada eficaz no tratamento do fotoenvelhecimento após avaliações clínicas e microscópica da composição do tecido.
Suplementação de colágeno e outras formas de tratamento no combate ao envelhecimento cutâneo (2020).Enfatizar a relevância do sistema músculo aponeurótico superficial (smas) e dos ligamentos retentores da face em procedimentos estéticos.Os procedimentos estéticos da face têm relação direta com o conhecimento anatômico do profissional que o executa. Ao realizar procedimentos invasivos, é indispensável conhecer quais são os planos e as estruturas presentes em cada região.
Rejuvenescimento com terapia fotodinâmica melhora clínica e análise do colágeno e das fibras elásticas (2010).Analisar a importância da drenagem linfática manual no pós- operatório do lifting facial.A drenagem linfática se apresenta de forma benéfica no pós-operatório de lifting facial, desde que seja realizada adequadamente.
SMAS ligamentos da face (2021).Investigar os efeitos da MFU no rejuvenescimento facial, analisando alterações clínicas na simetria facial, o nível de satisfação e a manifestação de possíveis respostas adversas, tipo de colágeno. E fibras elásticas após a aplicação.O uso de MFU promove a produção de colágeno, reorganização da derme e melhora clínica da flacidez e rugas, com melhora da simetria facial, e minimização. Das reações adversas, bem como um bom nível de satisfação entre o paciente que recebeu a intervenção.
Drenagem linfática manual no pós- operatório de lifting facial (2017).objetivo principal, reduzir o edema ocasionado pela cirurgia.A finalidade da DLM é a de estimular o sistema linfático, retirar resíduos, metabólicos, toxinas e reduzir o excesso de fluídos, promovendo diferenciais pressóricos para o deslocamento da linfa e do líquido intersticial, direcionando-o para a corrente sanguínea. No pós-operatório do lifting facial, aponta-se que a drenagem linfática facial manual é benéfica, uma vez que sua finalidade consiste em estimular o sistema linfático. A pesquisa aponta consenso entre os autores, de que a DLM consiste em uma técnica sistematizada com de forma lenta, pausada e repetitiva, porém não deve em nenhuma hipótese ser brusca.
Benefícios da fisioterapia dermatofuncional no pós- operatório de lifting facial (2017).promover a remodelagem dos tecidos do corpo, ela recupera a capacidade funcional do paciente.Por meio de técnicas manuais e estimulações com aparelhos específicos para esse tipo de fisioterapia, o organismo recebe estímulos para que absorva o impacto de uma cirurgia da melhor forma possível e otimize a recuperação do paciente para que ele retorne à sua rotina rapidamente.
Bandagem adesiva aplicada a estética (2017).Oferecer suporte externo aos tecidos moles, não limitando sua ação. Ela promove estímulos mecânicos constantes na pele, que ativam receptores cutâneos sensíveis a alterações do sistema articular.Ela irá melhorar a dor, a circulação sanguínea e linfática. A bandagem elástica não limita a movimentação corporal, o que é considerado seu maior benefício em relação as bandagens rígidas. Somado a esse fator, ela é a prova d’água, sendo assim não é necessário retirá-la para tomar banho, otimizando assim seus resultados.
Effect of microfucused on facial rejuvenation: clinical and hstological evolution (2021).Mostrar os benefícios do MFU nas camadas superficiais da “full face” onde seus disparos penetram até a camada SMAS causando uma remodelação e neocolagênese.Equipamento possui um aplicador que emite ondas de ultrassons em profundidades de 1.5 mm, 3.0mm, 4.5mm, epiderme, derme superficial e derme profunda, respectivamente, por meio de micropontos de coagulação nessas camadas. O resultado é a produção de colágeno capaz de firmar a pele de todo o rosto.

8. Discussão

Segundo Borges et al.(2021) A combinação destes mecanismos é responsável pela organização do tecido a nível imuno-histoquímico e histológico, que ordena as fibras e permite melhora clínica no aspecto da pele, com redução da flacidez e efeito lifting.Nascimento et al.(2022) considerou que os tratamentos não invasivos mais promissores e eficazes, como lasers, radiofrequência e radiação ultrassônica, são baseados no princípio de que um superaquecimento dérmico local leva a um processo controlado de cicatrização e regeneração cutânea, com remodelação das fibras dérmicas, especialmente o colágeno. Esta retração do colágeno pode exercer efeitos semelhantes, em termos estéticos, ao lifting cirúrgico.formação de novas fibras colágenas pelos fibroblastos locais. Assim, tecnicamente falando, acredita-se que o USM aquece a derme reticular e causa a desnaturação e a contração das fibras colágenas velhas, favorecendo a formação do novo colágeno.

Exames histológicos, antes e doismeses após o tratamento com ultrassom evidenciaram o aumento quantitativo de colágeno e um ligeiro aumento na densidade da estrutura de fibras de colágeno, tanto na derme papilar, quanto na derme reticulare também aumento considerável em fibras reticulares. O trabalho dos pesquisadores também revelou um aumento considerável e estatisticamente significativo na densidade da estrutura das fibras de colágeno na derme.

Reforçando os pontos abordados por Borges et al. (2021) e Nascimento et al. (2022), Aiatolá et al. (2020) e Gholami et al. (2020) observaram que O HIFU depende apenas do calor para atingir seus efeitos no tecido. E que seu principal objetivo é elevar a temperatura local para pelo menos 65 ° C, temperatura na qual a contração do colágeno começa a ocorrer. O desenvolvimento do HIFU permite direcionar a onda até o SMAS facial, uma estrutura em forma de leque que cobre a face e conecta os músculos faciais com a derme. causando discretos pontos de coagulação térmica enquanto poupa os pontos adjacentes. aplicação de calor faz com que as fibras de colágeno na camada de gordura subcutânea fiquem desnaturadas e se contraiam. Isso ocorre pela quebra das pontes de hidrogênio intramoleculares, fazendo com que as cadeias de colágeno se dobrem e assumam uma configuração mais estável resultando em colágeno mais curto e mais espesso. a formação de novo colágeno ocorre dentro das áreas de coagulação térmica do tecido e novas formas de colágeno viscoelástico, resultando no levantamento e aperto da pele frouxa.

Em concordância Bani e Calosi et al. (2015) Com evidências clínicas e histológicas robustas indicam que a aplicação de ultrassom na pele tem efeitos liporedutores no tecido adiposo subcutâneo, principalmente atribuível à indução do fenômeno de cavitação na interface citoplasmática dos adipócitos. de fato, a compactação dérmica foi imediatamente alcançada com a aplicação do ultrassom, ou seja, antes da ocorrência da cicatrização de feridas/remodelação do colágeno induzidas por calor focal, que por sua vez foram sugeridas como sendo a base dos efeitos clínicos observados. Pode-se postular que o efeito imediato do ultrassom pode resultar da pressurização dos fluidos intersticiais e da reorganização tridimensional da trama das fibras conjuntivas. É concebível que, nos indivíduos tratados com o objetivo de rejuvenescimento cutâneo, a cicatrização de feridas e remodelação de colágeno focais podem ocorrer em uma fase posterior, proporcionando, assim, uma explicação para os efeitos benéficos de longa duração do tratamento com ultrassom que foram descritos.

De acordo com pesquisas realizadas por Ferreira e Gandra et al. (2020) Existem também outros tipos de tratamento que são bioestimuladores de colágeno, como o Sculptra que são injeções contendo o ácido poli-l-láctico, que ao ser injetado na pele, produz resposta inflamatória local subclínica e, à medida que esse ácido é metabolizado, ocorre a deposição aumentada de colágeno produzida pelo fibroblasto e, consequentemente, o aumento da espessura dérmica. Também são realizadas técnicas minimamente invasivas com preenchedores, volumizadores e estimuladores. O ácido hialurônico é um tipo de preenchedor, que possui propriedades elásticas que oferecem resistência à compressão da pele, protege de danos mecânicos existentes e permite que fibras colágenas se movam facilmente. Sendo assim, é uma peça essencial no tratamento do rejuvenescimento cutâneo.

Em estudos realizados sobre o envelhecimento em pele branca os autores Morgana e Bergamo et al. (2013) Demonstrou-se, no presente estudo, que o avançar da idade é acompanhado pela diminuição da densidade de colágeno, cujas causas não estão, ainda, totalmente esclarecidas. O envelhecimento pode variar de pessoa para pessoa, de acordo com hábitos de vida, história mórbida atual e pregressa, carga genética e influências ambientais. No idoso, a diminuição da rede vascular poderia levar à diminuição da oxigenação celular, com surgimento de substâncias reativas do oxigênio, as quais causariam danos moleculares facilitadores do apoptose e da morte celular. Essa situação poderia ser influenciada por fatores ambientais, como o tabagismo e as RUV. Se considerarmos que fibroblastos de idosos continuam a produzir colágeno, poderia sugerir que a diminuição de colágeno estaria sujeita, entre outros fatores, ao aumento da degradação, uma vez que com a idade ocorre aumento das metaloproteinases matriciais (MMPs), enzimas responsáveis pela degradação do colágeno, sem aumento equivalente de seus inibidores. O efeito benéfico da tretinoína na pele en—velhecida, em decorrência do efeito inibitório nas MMPs, pode ser um indicador desse fenômeno. As fibras elásticas da derme são responsáveis pela elasticidade fisiológica e resiliência da pele. A degeneração dessas fibras e do colágeno promove a diminuição da elasticidade da pele e a formação de rugas.

9. Conclusão

Foi possível observar dentre as técnicas utilizadas pela fisioterapia dermatofuncional no tratamento de rugas, flacidez cutânea e linhas de expressão estão presentes tratamentos com radiofrequência e ultrassom microfocado.

Atualmente o tratamento com MFU vem sendo destaque dentro da fisioterapia com o intuito de prevenir que o indivíduo se submeta a um procedimento invasivo, podendo atuar também no pré e pós procedimento, para que assim o mesmo tenha uma recuperação menos indolor e obtenha resultados benéficos do procedimento em um período de tempo menor do que é determinado.

Neste estudo e possível observar que a temperatura e a modulação gerada pela MFU resultou em aumento do número de fibroblastos, aumento do colágeno com predomínio do colágeno tipo 1, e aumento do número de células inflamatórias e vasos sanguíneos. O MFU é uma técnica ainda nova na fisioterapia dermatofuncional e na estética, no entanto seus resultados vêm se mostrando muito eficazes quanto a proposta de promover rejuvenescimento facial. Por este motivo, o efeito lifting pode ser observado logo após a primeira aplicação.

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