ASSISTÊNCIA DA ENFERMAGEM NA ONCOLOGIA INFANTO-JUVENIL

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7310309


Nataly dos Santos Torres1
Orientadora: Professora Iara Maria Pires Perez2


RESUMO

A assistência da enfermagem na oncologia e pautada em habilidades humanista, intuitivas e de relacionamento interpessoal é de suma importância, pois vai permitir o enfrentamento do medo e ansiedade, pela criança no tratamento oncológico causado pelas adversidades da hospitalização participando de todos os cuidados paliativos, desde da sua introdução e fases do tratamento em várias etapas, sendo cirurgias, a radioterapia, quimioterapia, dando apoio a criança à família, alívio e controle da dor e dos sintomas, permitindo que o paciente veja na equipe de Enfermagem pessoas com quem possa contar, visto que, na maioria das vezes, a criança só se permite ser cuidada quando acredita no profissional.

Palavras-chave: Habilidades, Apoio, Alívio. 

ABSTRACT

This nursing care in oncology and based on humanistic, intuitive and interpersonal relationship skills is of paramount importance, as it will allow the child to overcome fear and anxiety in cancer treatment caused by the adversities of hospitalization, participating in all palliative care. , from its introduction and treatment phases in several stages, being surgeries, radiotherapy, chemotherapy, support from the child to the family, relief and control of pain and symptoms, allowing the patient to see in the Nursing team people with whom can count, because, most of the time, the child only lets himself be cared for when he believes in the professional.

Keywords: Skills, Support, Relief.

INTRODUÇÃO

Oncologia e a ciência médica que estuda e trabalha com tumores, mais conhecido também como Câncer, é um termo que abrange diferentes tipos de doenças malignas, que tem o crescimento desordenado de células, que podem se expandir chegando nos tecidos adjacentes ou órgãos a distância é em alto desenvolvimento podendo chegar até a morte. (INCA 2021)

No Brasil são diagnosticados 8.460 casos atualizados de câncer infanto-juvenil em crianças e adolescentes na faixa de 1 a 18 anos, estimando-se uma incidência anual de cerca de duzentos mil casos em todo o mundo. O câncer infanto-juvenil possui suas características próprias pois as células que sofrem a mutação no material genético não conseguem amadurecer como deveriam e permanecem com as características semelhantes da célula embrionária, multiplicando-se de forma rápida e desordenada, onde possui uma proliferação rápido, mas o câncer infanto-juvenil possui um índice que responde melhor à quimioterapia do que o câncer adulto, com chances de até 80% de cura. Onde deve ser estudados separadamente devido o câncer nas crianças e nos adolescentes a neoplasia atinge as células do sistema sanguíneo e os tecidos de sustentação, nos adultos as células epiteliais, que recobre os órgãos que nesse caso são os mais afetados. (INCA 2021)

Contudo, o temperamento difícil de alguns familiares pode ser consequência dos inúmeros problemas enfrentados durante o tratamento como, por exemplo, longos períodos de hospitalização, reinternações frequentes, terapêutica agressiva com sérios efeitos colaterais, separação dos membros da família durante as internações, interrupção das atividades diárias, angústia, dor e sofrimento, pois no momento da hospitalização, a família depara-se com vários sentimentos conflitantes e encontra-se imersa em dúvidas, todavia, nem sempre lhe é dada a oportunidade de expressar suas emoções e sentimentos quanto ao diagnóstico ou tratamento de seu familiar. 

A a assistência de enfermagem começa desde o ato do diagnóstico, começando a realizar os cuidados paliativos, esse é um dos cuidados mais importantes pois tem como objetivo melhorar a qualidade de vida não só do paciente, mas também como da família, trazendo intervenções que possa aliviar o sofrimento com compaixão buscando uma qualidade de vida melhor durante esse processo complicado que está ameaçando a vida do paciente, com isso a assistência da enfermagem na oncologia e pautada em habilidades humanista, intuitivas e de relacionamento interpessoal é de suma importância, pois vai permitir o enfrentamento do medo ansiedade pela criança no tratamento oncológico causado pelas adversidades da hospitalização participando de todos os cuidados paliativos desde da sua introdução e fases do tratamento em várias etapas sendo cirurgias, a radioterapia, quimioterapia, dando apoio a criança à família, alívio e controle da dor e dos sintomas.

Atualmente, os exames utilizados para o diagnóstico e acompanhamento da evolução do câncer infantil são radiografia convencional, ultrassonografia,tomografia computadorizada e ressonância magnética. Além disso, os marcadores tumorais (substâncias produzidas pelo tumor e   secretadas   no sangue, urina ou líquor)   também   são   outra  fonte  no diagnóstico ou no monitoramento da evolução da doença.(MULTTI; PAULA; SOUTO, 2010).

O reconhecimento imediato do câncer infanto-juvenil é difícil, pois os sintomas podem se misturar aos das doenças e ferimentos típicos da infância. Crianças podem ficar doentes ou ter hematomas que podem mascarar os primeiros sinais de câncer, por isso é importante que os pais levem seus filhos ao pediatra, regularmente, além de estarem atentos a quaisquer sinais ou sintomas persistentes ( ABRALE, Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia – Câncer infantil, 2022 )

O papel do enfermeiro tem como objetivo prestar assistência ao paciente em todas as fases do tratamento. Enfatizando a prevenção de complicações, detectando precocemente os efeitos colaterais e adotando condutas para controle dos próprios. Também são pertinentes ao enfermeiro as atribuições de atividades administrativas para verificação de liberação e agendamento dos procedimentos de tratamento, além de ter papel educacional que serão ações da equipe e orientando tanto o paciente quanto os familiares durante qualquer procedimento. 

METODOLOGIA

Para o desenvolvimento deste estudo, optou‑se pelo método de análise bibliográfica de artigos científicos e qualitativa, após diversos estudos e resumos procedeu-se á seleção de artigos com base aos critérios de publicação no ano de 2010 a 2022, referente a oncologia infantil e pediátrica, com foco de abordagem no assunto ”Assistência de enfermagem na oncologia” com base nos estudos e informações pelo INCA (Instituto Nacional de Câncer) sendo uma instituição de dados e informações resolutiva em relação a notícias e atualizações do tema abordado. Para isso a seleção dos artigos, utilizaram‑se as bases de dados nos seguintes sites; SciELO, ABRALE, RBC Revista Brasileira de Cancerologia, e por meio das seguintes palavras-chave: Assistência de enfermagem, Câncer Infantil, Oncologia, Incidência, Estimativas.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O câncer infantojuvenil corresponde a um grupo de várias doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais e que pode ocorrer em qualquer local do organismo. Diferentemente do câncer do adulto, o câncer infantojuvenil geralmente afeta as células do sistema sanguíneo e os tecidos de sustentação. Por serem predominantemente de natureza embrionária, tumores na criança e no adolescente são constituídos de células indiferenciadas, o que, geralmente, proporciona melhor resposta aos tratamentos atuais.

Hepatoblastoma; O hepatoblastoma é o mais comum tumor maligno que surge, primariamente, no fígado de crianças. Ocorre predominantemente abaixo dos três anos, sendo raro após o quinto ano de idade. É mais comum no sexo masculino. Com o tratamento atual, cerca de 70-80% das crianças podem ser curadas

Neuroblastoma; É encontrado nas pequenas glândulas, que ficam em cima dos rins (glândulas adrenais). Pode se desenvolver na barriga, no peito, no pescoço, na pelve e nos ossos. Não existem fatores ambientais ou exposições maternas, que possam influenciar no surgimento da doença.

Osteossarcoma; O osteossarcoma costuma ocorrer nos ossos longos que compõem os braços e as pernas, embora possa se desenvolver em qualquer osso. Tende a ocorrer em crianças e adultos jovens.

Rabdomiossarcoma; Rabdomiossarcoma é um tumor maligno que surge de células que desenvolvem os músculos estriados da musculatura esquelética. Faz parte do grupo de sarcomas de partes moles, sendo o tipo mais comum na infância. 

Retinoblastoma; O retinoblastoma pode ocorrer em um ou ambos os olhos. Sarcoma de Ewing; Câncer que ocorre com mais frequência nos ossos ou ao redor deles.

Tumor de Wilms; O Tumor de Wilms (também conhecido como Nefroblastoma) é um tumor maligno originado no rim.

Tumores de Células germinativas; Os tumores de células germinativas (TCGs) são neoplasias benignas ou malignas derivadas das células germinativas, que dão origem aos espermatozoides e óvulos. 

Tumores do sistema nervoso central; Os tumores do SNC devem-se ao crescimento de células anormais nos tecidos dessas localizações. Os tumores mais frequentes na infância e na adolescência são as leucemias (que afetam os glóbulos brancos), os que atingem o sistema nervoso central e os linfomas (sistema linfático). (INCA em 04 jun 2022 ).

Com os avanços no diagnóstico e tratamento nas últimas quatro décadas, hoje cerca de 80% das crianças e adolescentes afetados por câncer podem ser curados, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados. E onde, de maneira geral, as condições econômicas limitam o acesso a profissionais, sistemas e tecnologias compatíveis com os mais atualizados recursos para o diagnóstico e o tratamento do câncer. Estudo realizado em 2021 mostrou que no Brasil as taxas de mortalidade por câncer infantil são em média o dobro dos Estados Unidos, a despeito de os índices de novos casos por ano serem muito semelhantes nos dois países – 8 mil e 10 mil, aproximadamente. O acesso à terapia imunológica é uma estratégia fundamental para aumentar as chances de cura de pacientes com câncer,  reduzindo a mortalidade e morbilidade. ( ABRALE 25 agost 2021 ) 

    Com isso o que mais dificulta, em muitos casos, a suspeita e o diagnóstico do câncer nas crianças e nos adolescentes é o fato de sua apresentação clínica ocorrer por meio de sinais e sintomas inespecíficos que são comuns a outras doenças benignas mais frequentes na infância, manifestando-se por sintomas gerais, que não permitem a sua localização, como febre prolongada, vômitos, emagrecimento, sangramentos, adenomegalias generalizadas, dor óssea generalizada e palidez. Em alguns casos, estas dificuldades levam os pacientes a recorrerem à assistência médica várias vezes no decorrer das semanas, meses, sempre com a mesma queixa ou com o agravamento da situação que os levou a procurar a primeira vez um serviço de saúde, e o paciente pode ser diagnosticado em condições clínicas desfavoráveis, com muitas complicações que dificultam o tratamento e o seu resultado. 

Atualmente, poucos centros habilitados de oncologia pediátrica têm acesso aos anticorpos monoclonais, imunológicos quimioterápicos que fazem parte do novo arsenal terapêutico da oncologia personalizada. O acesso à terapia imunológica é uma estratégia fundamental para aumentar as chances de cura de pacientes com câncer. O desafio é que o acesso seja universalizado em todas as regiões e centros públicos de atenção à criança e adolescente com câncer do país. ( Scielo 13 de jul de 2012 ) 

Acesso ao diagnóstico precoce, correto e assertivo. Em primeiro lugar, são de suma importância as campanhas elucidativas para que pais, professores, profissionais de saúde e outros adultos identifiquem os primeiros sinais e sintomas e procurem um atendimento médico o mais rápido possível em casos de suspeita de câncer infantojuvenil. Em seguida, é necessário que os serviços estejam qualificados à luz do conhecimento atual para chegarem ao diagnóstico assertivo. ( Dr. Epelman –  TUCCA 14-02-2022).

Outra limitação importante estava na própria estrutura do hospital que não oferecia um ambiente infantil e aconchegante, tornando as crianças apreensivas e pouco à vontade ao chegarem para a realização do tratamento. Foi observado nos discursos que a doença causa ansiedade e angústia aos pais, que é ainda mais intensificada quando se trata de uma doença que significa morte para a maioria dos indivíduos, dificultando o relacionamento destes com a enfermagem.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O diagnóstico do câncer infantil é um processo complexo e muitas são as variáveis que parecem influenciá-lo. Utilizar a assistência de enfermagem desde ao ato do diagnóstico é fundamental, introduzir os cuidados paliativos para melhorar a qualidade de vida do paciente e do seus familiares, com realizações de intervenções de alívio emocional devido o processo ser invasivo e complicado, permitindo o enfrentamento do medo, ansiedade e relacionamento interpessoal desde a sua introdução na unidade, devido ser um episódio de tratamento e cuidado, pois gera consequências de muita dor que pode chegar a ser uma fase traumática, caso os profissionais não souber conduzirPorém, apesar de haver meios utilizados pela enfermagem na tentativa de realizar um cuidar mais humanizado à criança com câncer, existem fatores que dificultam esse caminhar.Para que isso ocorra, é fundamental que haja o apoio institucional por meio da viabilização de recursos humanos e materiais para este fim. Ademais, se as instalações do hospital permitem, é possível oferecer ainda às crianças a visão externa do hospital, banhos de sol, jogos, desenhos para colorir, entre outras atividades até mesmo físicas que ajudem a quebrar a difícil rotina da hospitalização, pois a criança ou adolescente possui formas limitadas de enfrentar situações adversas e, no caso da hospitalização, as instituições precisam atuar no sentido de promover ambientes mais familiares e humanizados e menos ameaçadores. Esse vínculo contribui para humanizar a assistência prestada, pois permite que o profissional transcenda o aspecto físico do câncer, prestando cuidados que entendam o paciente enquanto ser humano. Os meios utilizados pela enfermagem se traduzem na valorização do vínculo de confiança e amizade entre o profissional de enfermagem e paciente.


REFERÊNCIAS

ABRALE – Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia. https://www.abrale.org.br/doencas/cancer-infantil/?gclid=CjwKCAjwpqCZBhAbEiwAa7pXeUKjfKI_m6KzH3_KxhWhbTvq4Qh_vBQaaXMMPC72D4R6FqegL6sOcBoCs1gQAvD_BwE# Acesso;   25 Agosto 2021

Dr. Epelman :TUCCA ( ASSOCIAÇÃO PARA CRIANÇAS  E ADOLESCENTES COM CÂNCER ) Edição TERRA https://www.terra.com.br/noticias/cancer-infantojuvenil-mais-de-8-mil-novos-casos-por-ano,f451df768b17fb422c7638f2913ecd5f0t2svykc.html – Acesso 14 FEVEREIRO 2022 .

Faquinello P, Higarashi IH, Marcon SS. O atendimento humanizado em unidade pediátrica: percepção do acompanhante da criança hospitalizada. Scielo – https://www.scielo.br/j/tce/a/r58wNdS4RqxjWTFLxwYHHpr/?format=pdf&lang=pt  Acesso Enferm. : 16 ABRIL 2007.

INCA. INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER.Tipos de câncer: câncer infantojuvenil. Disponível em: https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-infantojuvenil. Acesso em 04 JUNHO 2022

MULTTI,PAULA,SOUTO Assistência à Saúde da Criança com Câncer9        https://rbc.inca.gov.br/index.php/revista/article/view/1537/927 Artigo submetido em 7/5/09; Acesso em 26 AGOSTO  2009

PIMENTEL ISABELLE, ABREU KARINNA, VICENTE LARYCIA, APARECIDA REGINA, COLLET NEUSA – 

SciELO – Brasil – Do diagnóstico à sobrevivência do câncer infantil: perspectiva de crianças Do diagnóstico à sobrevivência do câncer infantil: perspectiva de crianças  Acesso em Scielo 13 de jul de 2012


 1Acadêmico do 10º período do Curso de Enfermagem do Instituto de Ensino Superior de Rio Verde.
e-mail: snataly048@gmail.com.

2 Professora Mestre do Curso de Enfermagem do Instituto de Ensino Superior de Rio Verde e orientadora da pesquisa. E-mail: impperez1968@gmail.com