A CONTRIBUIÇÃO DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL NA QUALIDADE DE VIDA DOS PACIENTES DIAGNOSTICADOS COM CÂNCER DE MAMA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7304672


Marina Jacira da Silva Freire¹ 
Larissa Lima da Silva¹
Francisca Marta Nascimento de Oliveira Freitas²
Ábner Souza Paz3


RESUMO 

Introdução: A alimentação saudável vem sendo amplamente discutida nos últimos anos, o estilo de vida agitado da atualidade faz com que se recorram cada vez mais ao consumo de alimentos industrializados e altamente processados, pois tem se mostrado mais práticos, porém essa praticidade acarreta uma série de complicações e danos à saúde. Um exemplo disso é o aumento nos casos de câncer a nível nacional e mundial. O câncer de mama é um dos mais comuns nas mulheres adultas, ocupando o primeiro lugar se não considerarmos os casos de tumor de pele não-melanoma. Uma alimentação saudável traz inúmeros benefícios aos pacientes diagnosticados com câncer de mama e um aumento na melhora da qualidade de vida dos mesmos. Objetivo: Analisar a importância da alimentação saudável na qualidade de vida dos pacientes diagnosticados com câncer de mama. Metodologia: Utilizou-se o método de revisão bibliográfica através da prevalência de pesquisas descritivas, empregando os métodos qualitativos, nos quais tiveram o auxílio de diversos autores entre os anos de 2012 a 2022, usando as seguintes bases de dados: Scielo e Google scholar. Resultados e Discussão: Esse presente estudo mostrou que a alimentação e a sua correlação com a qualidade de vida está diretamente relacionada, sendo importante em todas as etapas da vida dos pacientes acometidos com câncer de mama, o que valida os indícios de que uma alimentação saudável trás prevenção e promoção à saúde desses pacientes.  Conclusão: Desta forma, este estudo traz um relato em forma de revisão bibliográfica evidenciando a relação e a importância entre alimentação saudável e a qualidade de vida em pacientes diagnosticados com câncer de mama. 

Palavras-chave: Neoplasia, Alimentos industrializados, Células mamárias, Alimentos in natura. 

ABSTRACT

Introduction: Healthy eating has been widely discussed in recent years, the hectic lifestyle of today makes people increasingly resort to the consumption of industrialized and highly processed foods, as it has been shown to be more practical, but this practicality entails a series of complications and damage to health. An example of this is the increase in cancer cases nationally and worldwide. Breast cancer is one of the most common cancers in adult women, ranking first if we do not consider non-melanoma skin tumors. A healthy diet brings numerous benefits to patients diagnosed with breast cancer and an increase in the improvement of their quality of life. Objective: To analyze the importance of healthy eating in the quality of life of patients diagnosed with breast cancer. Methodology: The literature review method was used through the prevalence of descriptive research, using qualitative methods, in which they had the help of several authors between the years 2012 to 2022, using the following databases: Scielo and Google scholar. Results and Discussion: This present study showed that diet and its correlation with quality of life are directly related, being important at all stages of the life of patients with breast cancer, which validates the evidence that a healthy diet is behind prevention and health promotion of these patients. Conclusion: In this way, this study presents a report in the form of a literature review highlighting the relationship and importance between healthy eating and quality of life in patients diagnosed with breast cancer..

Keyword: Neoplasm , Processed foods, Breast cells, Fresh foods. 

1. INTRODUÇÃO

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva – INCA (2021) o câncer de mama é uma doença heterogênea que envolve tumores biologicamente diferentes, com inúmeras manifestações clínicas e morfológicas. Segundo Oliveira et al. (2016), o câncer de mama ocorre quando há uma proliferação descontrolada das células mamárias, cujo existe uma multiplicação celular rápida e desordenada que pode ser ocasionada por fatores ambientais e genéticos.

Santos et al. (2022), relatou que a neoplasia mais comumente diagnosticada em mulheres é o câncer de mama, retratando-o como um imenso problema de saúde pública mundial devido à sua elevada incidência e morbimortalidade, conforme dados apontados pelo Observatório Global de Câncer, foram estimados 2,2 milhões de novos casos e 655 mil óbitos pela doença para 2020, no Brasil a mortalidade encontra-se em alta, por motivos de diagnóstico tardio. 

Para Carvalho et al., (2019) dentro do âmbito nutricional, o profissional  auxilia na diminuição dos sintomas causados pela neoplasia e terapia utilizada no combate ao câncer de mama, na manutenção do peso, seja para combater a obesidade ou a desnutrição, que  necessita de uma maior oferta de aporte protéico no consumo pela perda e degradação de massa magra, a carência de vitaminas e minerais pelo aumento do gasto energético que a doença traz e na ingestão alimentar insuficiente, oferecendo dentro da dieta  alimentos saudáveis e com baixo teor de gordura, evitando o consumo de carnes vermelhas e industrializados, trabalhando dessa forma para manter o estado adequado do paciente e a melhor resposta ao tratamento.

Duarte et al., (2020) nos informa que os tratamentos mais comuns para se combater o câncer de mama são a quimioterapia, a radioterapia e a cirurgia, dentre eles a mais conhecida é a quimioterapia, que consiste no uso de drogas que atuam em nível celular, alterando o crescimento e multiplicação das células cancerígenas, porém  tais medicações quimioterápicas não apresentam preferência apenas pelas células tumorais, sendo tóxicos e agressivos com todos os tecidos do corpo humano, espalhando-se de forma rápida, desse modo, afetando o organismo do indivíduo de uma forma em  geral, trazendo fraqueza muscular, aumento no gasto energético,  aumento do processo de degradação de proteína por enzimas associado à diminuição da síntese proteica, e aumento da lipólise.  

Conforme Fleck et al., (1999) apud Pereira, Teixeira e Santos (2012) o aumento das preocupações com as questões interligadas à qualidade de vida vem de uma mobilidade inserida das ciências humanas e biológicas no sentido de valorizar parâmetros mais abrangentes que controlem os sintomas, diminuam a mortalidade e aumentem a expectativa de vida, colocando assim saúde como sinônimo de qualidade de vida.

Pereira, Nunes e Duarte (2015), trazem um levantamento de uma problemática que envolve  o  paciente diagnosticado com câncer e as suas  necessárias  de  avaliação  do consumo alimentar  e  a  sua  adequação de dieta,  bem  como  da qualidade de vida,  a  fim  de  descobrir  possíveis  alterações  que  possam vir a dificultar  o  tratamento  e  prognóstico  deste  paciente.

Almeida et al., (2015), mostra através da Organização Mundial de Saúde (OMS) a importância da qualidade de vida, pois se ter saúde não é  apenas  viver  sem  doença,  mas  viver  com  qualidade,  com  direito  à  saúde, lazer,  trabalho  e  moradia,  uma  vez que foi exposto que  a  saúde  é  uma condição  plena de bem-estar físico, mental e social, e não se denomina apenas na ausência de doença ou de enfermidade, para que isso ocorra, temos que unir diversos fatores para compor  uma vida saudável, desse modo viver  tornou-se  fonte de  pesquisa, a  fim  de  melhorar  o  conhecimento  e a presença de qualidade de vida na vida das pessoas.. 

Munhoz et al., (2012), retrata que nenhum  alimento  isolado  possui  efeito de proteção, mas aponta que existe relação entre o desenvolvimento da doença e a forma inadequada de se alimentar, ele aponta que o Brasil vem passando por uma transição nutricional, passando a consumir diversos produtos alimentícios industrializados e tendo uma baixa ingestão de frutas, verduras, hortaliças e grãos integrais, com isso o que vemos são os altos índices de obesidade na população brasileira e mundial, temos que reconhecer que a  alimentação  possui  um  papel de extrema  importância,  não sendo feita apenas para saciar a fome, mas como forma de prevenir doenças  crônicas  não  transmissíveis  que  contribuem para o aparecimento do câncer. 

Diante do exposto, esta pesquisa tem por objetivo relatar a importância da alimentação saudável na qualidade de vida dos pacientes diagnosticados com câncer de mama.

2. METODOLOGIA

2.1 Tipo de Estudo

Foi realizada uma revisão bibliográfica através da prevalência de pesquisas descritivas, utilizando os métodos qualitativos, nos quais tiveram o auxílio de diversos autores para a construção do presente estudo. 

Enfatizando que “a pesquisa bibliográfica é importante no levantamento de informações relevantes que contribuam no desenvolvimento da pesquisa, na elaboração do tema e na revisão bibliográfica ou quadro teórico” (SOUSA; OLIVEIRA E ALVES, 2021, p. 68). E que ao escolhermos os meios qualitativos. O Professor Cardano diz “que na escolha dos métodos de pesquisa qualitativa deve ser dada prioridade à redução da extensão do domínio observado, ao invés de se fazer a simplificação do objeto” (CARDANO, 2017, p. 11).

2.2. Coleta de dados 

O levantamento de dados da bibliografia foi realizado por meio de uma vasta pesquisa integrativa da literatura sobre oncologia, mais especificamente a respeito do câncer de mama, ao que se referente à alimentação saudável e a sua importância na qualidade de vida dessas pessoas acometida com tal patologia, foram apontados as pesquisas disponíveis na literatura científica entre os anos de 2012 e 2022, utilizando as seguintes bases de dados: Scielo e Google scholar, pesquisados por: artigos científicos, revistas, livros, dissertações e guias na língua portuguesa, através dos descritores: câncer de mama, neoplasia mamária, tratamentos oncológicos, alimentação saudável, qualidade de vida.

2.3 Análise de dados 

A análise de dados de inclusão do conteúdo proposto foi apresentada através da leitura e interpretação das literaturas científicas, que terão que estar em harmonia com o assunto abordado, para delimitar a relevância ao tema proposto que foram constituídas dos seguintes critérios: estudos abordando sobre o câncer de mama, estudos explanando sobre os tratamentos do câncer de mama, estudos tratando sobre o consumo alimentar e a alimentação saudável dos pacientes acometidos com câncer de mama e estudos discutindo sobre a qualidade de vida dos pacientes diagnosticados com câncer de mama. 

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Câncer de mama

Para Batista, Carneiro e Balbino (2022), o câncer de mama é retratado como crescimento acentuado de forma errônea das células mamárias, sendo o mais comum entre as mulheres do mundo todo, isso se não mencionarmos o câncer de pele não-melanoma, o que o torna um problema mundial de saúde, estando diretamente ligado ao estilo de vida ao qual se leva, idade avançada, seus hábitos alimentares e os seus genes. 

Segundo Bravo et al. (2021), o câncer de mama é descrito pela multiplicação descontrolada das células mamárias, ato que reproduz células anormais, as quais se modificam originando o tumor em suas formas de anomalías proliferativas nos lóbulos e ductos mamarios, incluindo carcinoma invasivo, hiperplasia, hiperplasia atípica e carcinoma in situ.

Conforme o INCA (2019), no Brasil a estimativa é que surjam 66,280 novos casos de câncer de mama, para cada ano do triênio 2020-2022, sendo que deste valor coincide um risco estimado de 61,61 novos casos dentro de uma população de 100 mil mulheres. Para Azevedo et al. (2012), o combate da doença se dá através da prevenção prévia, visto que pela história da doença o diagnóstico inicial é o que não permite a progressão futura. Desse modo, Baquero et al. (2021), expõe que a detecção e o tratamento prematuro são os meios mais utilizados no intuito de diminuir os índices de mortalidade por câncer de mama, dessa maneira, no Brasil os meios para o diagnóstico inicial da doença são através da realização da mamografia de rastreamento, que durante muito tempo foi considerado a melhor escolha de exame entre os métodos de imagem, porém, os novos estudos apontam adversidades com relação à efetividade do rastreamento na diminuição da mortalidade, sendo proposto novos métodos de rastreamento que se mostram mais prósperos.

Perre e Freire (2014) descrevem que a fim de minimizar os efeitos adversos da mamografia vem se utilizando o sistema de detecção auxiliada por computador (computer-aided detection – CAD), uma tecnologia mais nova e moderna com o propósito de realizar uma dupla leitura da mamografia, de acordo com Calas, Gutfilen e Pereira (2012), essa dupla leitura reduziu os números de casos falso-negativos em até 15%, potencializando as taxas de diagnósticos de câncer de mama, o que eleva os valores do exame, tornando muitas vezes nem sempre possível a utilização da dupla leitura. 

Um outro exame que utiliza o mecanismo de imagem é a ultrassonografia, para Ferraz (2022), esse é o método de imagem mais versátil e universal, cuja aplicabilidade é bem simples, porém, esse método se tornou um meio de pesquisa dirigida, requerendo treinamento constante e participação do examinador.

Temos também a ressonância magnética que de acordo com Barra, Barra e Sobrinho (2012), apresenta exímios resultados no diagnóstico do câncer de mama, cujo é utilizado em avaliações das quais são inconclusivas na mamografia ou ultrassonografia, porém esse exame  trás a delimitação do alto custo e o tempo longo para interpretação. Segundo Peregrino (2012), ao explanarmos esses métodos de análises de exame para a detecção do câncer de mama e analisarmos em ordem crescente de efetividade, temos o rastreamento com a ressonância magnética o modo mais eficaz, mas de custo mais elevado.

3.2 Tratamento do câncer de mama 

Ao se abordar sobre os tratamentos no combate ao câncer de mama, temos a quimioterapia, a radioterapia e a cirurgia. De acordo com Pedroso (2021), a utilização da quimioterapia como tratamento no combate e no controle do câncer de mama é útil e eficaz, porém o ataque sofrido que às células levam para combater e controlar a doença, trazem diversas toxicidades, entre elas muitas vezes levando a uma má qualidade de vida desses pacientes, sendo que essa qualidade de vida já tem sofrido um impacto grande no ato do diagnóstico da doença. Para Oliveira (2013), mesmo elevando os índices de sobrevida, o tratamento quimioterápico como as demais terapias de combate ao câncer de mama, influenciam de forma negativa na qualidade de vida dos pacientes.

 A radioterapia segundo Andrade (2014), tem se apresentado um tratamento convicto em conjunto com outro tratamento, a utilização da radiação ionizante com carga suficiente para ionizar as moléculas através da liberação de elétrons da estrutura atômica e tem obtido bons resultados dentro do tratamento. 

Os procedimentos cirúrgicos também são incluídos dentre as opções de tratamento terapêutico para combater o câncer de mama, para Haddad, Carvalho e Novaes (2015), o procedimento cirúrgico mais comum é a mastectomia, ao que se refere a retirada dos linfonodos axilares ou esvaziamento axilar, sendo um método importante para determinar a localização e a extensão do câncer e assim obter um maior controle do mesmo.

Como bem vimos os tratamentos são amplos e isso provém do avanço da modernidade, das tecnologias, da industrialização, o mundo se tornou globalizado, tudo nos dias atuais se expandem com muita velocidade, com tudo isso o modo de viver foi drasticamente alterado e com isso perdemos qualidade de vida. 

3.3 Alimentação saudável 

Conforme Lyrio et al. (2022), os alimentos in natura vêm cada vez mais perdendo espaço e posicionamento na mesa da população mundial, o que acarreta em vários problemas de saúde, como o avanço das doenças crônicas não transmissíveis, tais como a cardiopatia, a obesidade, o diabetes e até mesmo o próprio câncer, entre outros. 

De acordo com Moreira et al. (2015), atualmente, encontramos informações entre a relação dos hábitos alimentares de um ser individual ou populacional com o estado de saúde, sendo que essa relação pode ser analisada por meios do tipo de alimento ou por grupos alimentares, seus nutrientes ou por padrões alimentares. Por sua vez, Gomes (2021), nos traz que a falta de informações acessíveis sobre alimentação saudável nos leva à consumimos alimentos não nutritivos e inadequados, muitas vezes sem o conhecimento nutricional do alimento não fazemos a escolha de consumi-lo, com isso os devidos cuidados nutricionais não são assegurados de acordo com as necessidades do paciente.

Segundo Alves (2018) ao longo dos anos, estamos testemunhando uma série de sequências transformadoras no mundo, as mais visíveis foram a urbanização e a globalização, ambos em conjunto atuaram como fator definitivo para tantas mudanças em nossos hábitos alimentares, alterando assim todo nosso estilo de vida.  De acordo com Rodrigues, Cruz e Paixão (2015), destacam-se as alterações no estilo de vida das mulheres, aos quais conduzem um aumento nos fatores de risco da patologia, co-relacionado a ocorrências como: sedentarismo, má alimentação, obesidade, tabagismo e consumo de álcool elevado, além do histórico familiar de câncer, sendo que a idade é o principal fator de risco para o diagnóstico do câncer de mama, cujo a faixa etária de incidência é mais comum em mulheres acima dos 40 anos.

O que nos mostra que: “o consumo excessivo de alimentos industrializados, ricos em calorias, gorduras saturadas, ácidos graxos trans, açúcares simples e sódio, somado ao consumo reduzido de verduras, legumes e frutas, foi demonstrado como padrão alimentar favorável ao desenvolvimento do câncer de mama” (TORRES et al., 2015 apud NOGUEIRA et al., 2019, p. 2)

O ato de desembalar mais e descascar menos tem sido uma grande pauta entre os profissionais da área da Nutrição, seja em palestra, sala de aula ou até menos nos encontros de debates, tudo isso devido ao fácil acesso nos dias atuais dos alimentos ultraprocessados, fast food, cujo valores cabem no bolso e no estilo de vida acelerado ao qual se vive hoje, diminuindo o consumo do que antigamente eram os queridinhos do brasileiro, o arroz com feijão. 

3.4 A importância da relação entre alimentação saudável e qualidade de vida em pacientes diagnosticados com câncer de mama

O impacto nutricional em pacientes com câncer de mama segundo Scheibler et al. ( 2016), vai bem mais além das alterações físicas, mentais, emocionais, sociais e funcionais, os relacionamentos, as percepções de saúde, a satisfação com a vida, o bem-estar, os resultados e a satisfação dos pacientes com o tratamento, o estado da saúde e as perspectivas futuras, levam a um comprometimento na qualidade de vida, mesmo que ainda baixos.  

Conforme aponta o INCA (2015, p. 5), “a alimentação é importante em todas as fases de nossa vida, desde a infância até a velhice, independentemente de estarmos saudáveis ou doentes”. 

O ato de comer não está ligado apenas a fome, o contexto vai muito além de sanar essa fome, ela está ligada ao prazer, às memórias afetivas, vão desde encontro casuais com amigos até o almoço de domingo com a família, isso traz qualidade de vida às pessoas sadias ou não, no caso do paciente oncológico a alimentação associada com os cuidados medicamentosos auxilia no combate da progressão da doença e na cura.

Para Garófolo et al. (2004), existem inúmeras evidências sobre a alimentação e a importância do seu desempenho nos estágios de iniciação, promoção e propagação do câncer, de modo a se sobressair entre os demais fatores de riscos, como às atribuições de mortes por câncer à fatores ambientais, a dieta favorece cerca de 35%, continuada pelo tabaco com 30% entre outros como condições de vida, ambiente de trabalho, consumo de álcool, exposição à poluição e os  próprios aditivos alimentares, as quais indicam menos que 5%, consideramos que uma dieta adequada e apropriada poderia prevenir de três a quatro milhões de novos casos de cânceres ao longo de cada ano. 

Por sua vez, Gomes (2007),  relata que que os alimentos oferecem inúmeros sistemas de proteção para o nosso organismo, combatendo o câncer e as demais doenças crônicas não transmissíveis, dentro de uma alimentação saudável e adequada temos a ingestão de agentes quimiopreventivos, nas quais agem atuando na forma de proteção contra o câncer, esses agentes químicos dos nutrientes podem ser manipulados em laboratório porém, podem ser adquiridos na forma in natura, já que estão disponíveis nos próprios alimentos como: as isoflavonas, que podem ser encontradas na soja; o licopeno no tomate; a luteína no espinafre; a quercetina na maçã; o resveratrol na uva; as antocianinas das frutas vermelhas, por exemplo: cereja, morango, framboesa, amora entre outras.

Para Costa (2013, p. 42), “as frutas e vegetais possuem em sua composição substâncias anticarcinogênicas, como fitosteróis, vitaminas C e E e betacaroteno, que podem atuar como protetoras contra o câncer de mama por seus efeitos antioxidantes no metabolismo do estrógeno e na redução da proliferação celular, entre outros mecanismos”. Consideramos também que: “o consumo alimentar é fundamental após o paciente já ter desenvolvido o câncer, já que é uma doença catabólica em que o tumor maligno consome as reservas nutricionais do hospedeiro, levando a prejuízo nutricional” (CATTAFESTA et al., 2014, p. 125).

Conforme Sampaio (2012), dentro do tratamento terapêutico, às drogas antineoplásicas tem a eficácia ampliada quando associadas aos alimentos antioxidantes e compostos fitoquímicos, o que leva a uma redução nos tumores mamários, a uma diminuição dos efeitos colaterais dos medicamentos, ampliando a sobrevida, trazendo qualidade de vida e uma redução do avanço da doença. De acordo com Ferreira et al. (2015), devemos refletir que não ingerimos os nutrientes da alimentação de formas isoladas, tudo está ambientado no contexto da ingestão alimentar do paciente e do padrão da sua dieta mediante o diagnóstico da doença e da sua qualidade de vida, uma dieta saudável abrange todos os grupos alimentares, desde as frutas, cereais, vegetais, leguminosas, carnes, ovos, gorduras entre os demais, a fim de fornecer todos os nutrientes necessários ao organismo do indivíduo sendo ele sadio ou não.Para Pereira et al. (2020), existe de fato uma relação entre o desenvolvimento do câncer de mama e uma alimentação inadequada, porém dando ênfase que nenhum alimento isolado possui efeito de proteção, o conjunto alimentar saudável tem que se sobressair, já que possui um valioso papel nas funções dos nossos organismos, sendo assim, trazendo a prevenção de doenças, por isso a adesão à um estilo de dieta saudável é tão importante, se alterarmos a dieta cotidiana, estaremos auxiliando a conter o avanço da doença. Já Oliveira (2014, p. 1574) nos informa que: “alguns componentes possuem efeito preventivo, agindo através de variados mecanismos de ação e atuando no bloqueio da carcinogênese.” Deste modo devemos  considerar que: “os fatores dietéticos e nutricionais desempenham papel relevante e influenciam a qualidade de vida após o diagnóstico do câncer (AMBROSI et al., 2011 apud TORRES et al., 2015, p. 3).

Tabela 1. Associação da alimentação na qualidade de vida dos pacientes diagnosticados com câncer de mama

4. CONCLUSÃO

Este estudo traz um relato em forma de revisão bibliográfica evidenciando a relação e a importância entre alimentação saudável e a qualidade de vida em pacientes diagnosticados com câncer de mama, salientando que uma alimentação rica em cores e diversificada nos trazem os nutrientes que ajudam a combater, controlar e auxiliar na qualidade de vida das pessoas diagnosticadas com câncer de mama.

REFERÊNCIAS 

ALMEIDA, N. G.; MOREIRA, T. M. M.; PINHEIRO, A. K. B.; FIGUEIREDO, J. V.; FIALHO, A. V.  M.. Qualidade de vida e cuidado de enfermagem na percepção de mulheres mastectomizadas. 2015.

ALVES, M. M. Alimentos funcionais no tratamento e prevenção do câncer de mama. 2018.

ANDRADE, A. L. P.; MACIEL, E. M. e .; RODRIGUES, G. P.; FREITAS, S. T.; SILVA, M. C. M. Influência do Tratamento Quimioterápico no Comportamento Alimentar e Qualidade de Vida de Pacientes Oncológicos. Revista Brasileira de Cancerologia, [S. l.], v. 65, n. 2, p. e–08093, 2019.

ANDRADE, K. B. S.; FRANCZ, A. C. L.; GRELLMANN, M. S.; BELCHIOR, P. C.; OLIVEIRA, J. A.; WASSITA, D. N. Consulta de enfermagem: avaliação da adesão ao autocuidado dos pacientes submetidos à radioterapia. 2014.

AZEVEDO, A. C.; CANELLA, E. O.; DJAHJAH, M. C. R.; KOCH, H. A. Conduta das funcionárias de um hospital na adesão ao programa de prevenção do câncer de mama. 2012.

BAQUERO, O. S.; REBOLLEDO, E. A. S.; RIBEIRO, A. G. BERMUDI, P. M. M.; PELLINI, A. C. G.; FAILLA, M. A.; AGUIAR, B. S.; DINIZ, C. S. G.; NETO, F. C. Outubro Rosa e mamografias: quando a comunicação em saúde erra o alvo. 2021.

BARRA, F. R.; BARRA, R. R.; SOBRINHO, A. B. Novos métodos funcionais na avaliação de lesões mamárias. 2012.

BATISTA, M. S. N.; CARNEIRO, L. M. M.; BALBINO , P. M. D. Associação entre obesidade e câncer de mama na pré-menopausa. Revista Científica Multidisciplinar, São Paulo, v. 3, n. 10, p. e3102081, 2022.

BRAVO, B. S.; LOPES, A. B. B.; TIJOLIN, M. B.; NUNES, P. L. P.; LENHANI, T.; JÚNIOR, S. F. D. Câncer de mama: uma revisão de literatura. Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v.4, n.3, p. 14254-14264, Mai./Jun, 2021.

CALAS, M. J. G.; GUTFILEN, B.; PEREIRA, W. C. A. CAD e mamografia: por que usar esta ferramenta? Radiol Bras. p. 46 – 52. Jan/Fev, 2012.

CARDANO, M. Manual de pesquisa qualitativa. A contribuição da teoria da argumentação. Editora Vozes Ltda. p. 9 – 22. Petrópolis, RJ. 2017.

CARVALHO, A. C. L. C.; JÚNIOR, W. S. F.; MENEZES, S. A. T.; BUENO, M.M. Dietoterapia na equipe multidisciplinar para o tratamento de câncer de mama. 2019

CATTAFESTA, M. SIQUEIRA, J. H.; PODESTÁ, O. P. G.; PODESTÁ, J. R. V.; SALAROLI, L. B. Consumo alimentar de pacientes com câncer de mama acompanhados em centro especializado em oncologia na grande Vitória/ES-Brasil. 2014.

COSTA, M. L. V. Consumo alimentar de pacientes com câncer de mama durante a quimioterapia adjuvante. 2013.

DUARTE, A. C. F.; SILVA, B. A.; AVELINO, P. R.; MENEZES, K. K. P. Força de preensão, capacidade funcional e qualidade de vida de indivíduos com câncer. 2020.

FERRAZ, H. M. Mamografia e ultrassom: aumento da sensibilidade do diagnóstico de lesões benignas e malignas. 2022.

FERREIRA, I. B.; MARINHO, E. C.; CUSTÓDIO, I. D. D.; GONTIJO, C. A.; PAIVA, C. E.; CRISPIM, C. A.; MAIA, Y. C. P. Consumo alimentar e estado nutricional de mulheres em quimioterapia. 2016.

GARÓFOLO, A.; AVESANI, C. M.; CAMARGO, K. G.; BARROS, M. E.; SILVA, S. R. J.; TADDEI, J. A. A. C.; SIGULEM, D. M. Dieta e câncer: um enfoque epidemiológico. 2004.

GOMES, F. S. Carotenóides: uma possível proteção contra o desenvolvimento de câncer. Revista de Nutrição. Campinas, SP. 2007.

GOMES, G. C. S.; FERREIRA, C. G.; PEREIRA, I. M.; CRISTOVÃO, T. C. S.; GENARO, S. C.; Conhecimento alimentar e perfil antropométrico de mulheres com câncer de mama em tratamento quimioterápico. 2021.

GOZZO, T. O.; MOYSÉS, A. M. B.; SILVA, P. R.; ALMEIDA, A. M. Náuseas, vômitos e qualidade de vida de mulheres com câncer de mama em tratamento quimioterápico. 2013.

HADDAD, N. C.; CARVALHO, A. C.; NOVAES, C. O. Perfil sociodemográfico e de saúde de mulheres submetidas à cirurgia para câncer de mama. 2015.

INCA – Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Guia de nutrição para pacientes e cuidadores: orientações aos pacientes. 3a ed. – Rio de Janeiro: Inca, 2015.

INCA – Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva / Ministério da Saúde. Detecção precoce do câncer. Rio de Janeiro, 2021.

INCA – Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva / Ministério da Saúde. Estimativa/2020. Incidência de Câncer no Brasil. Rio de Janeiro, 2019.

LYRIO, N. B. C.; SILVA, A. R. P. M.; SANTOS, J. M. A.; MASSULO, A. O.; HOLSBACH, A. L. N.; BRUNHARO, M. S. M. Avaliação das recomendações do guia alimentar para a população brasileira e a alimentação cardioprotetora na alimentação do brasileiro. 2022.

MATYS, L. M. A importância do nutricionista no tratamento e qualidade de vida de pacientes oncológicos. 2019.

MOREIRA, P. R. S.; ROCHA, N. P.; MILAGRES, L. C.; NOVAES, J. F. Análise crítica da qualidade da dieta da população brasileira segundo o índice de alimentação saudável: uma revisão sistemática. 2015.

MUNHOZ, M. P.; OLIVEIRA, J.; GONÇALVES, R. D.; ZAMBON, T. B.; OLIVEIRA, L. C. N. Efeito do exercício físico e da nutrição na prevenção do câncer. 2016.

NOGUEIRA, T. R.; CALDAS, D. R. C.; ARAÚJO, C. G. B.; SILVA, M. C. M.; NOGUEIRA, N. N.; RODRIGUES, G. P. Potencial inflamatório da dieta e risco de câncer de mama. 2019.

OLIVEIRA, A. L. R.; MICHELINI, F. S.; SPADA, F. C.; PIRES, K. G.; COSTA, L. O.; FIGUEIREDO, S. B. C.; LEMOS, A. P. Fatores de risco e prevenção do câncer de mama. Revista Cadernos de Medicina, Rio de Janeiro, Vol.02, N.03, p 135 – 145. Editora Unifeso, Nov, 2016.

OLIVEIRA, D. R.; CARVALHO, E. S. C.; CAMPOS, L. C.; LEAL, J. A.; SAMPAIO, E. V.; CASSALI, G. D. Avaliação nutricional de pacientes com câncer de mama atendidas no serviço de mastologia do Hospital das Clínicas, Belo Horizonte (MG), Brasil. 2014.

PEDROSO, A. L. V.; ANTONELLI, G.; OUTI, M. Y.; MARQUES, M. M.; FRÉZ, A. R.; BINDA, A. C.  Saúde e deficiência em pacientes em tratamento com quimioterapia. 2021.

PEREGRINO, A. A. F.; VIANNA, C. M. M.; ALMEIDA, C. E. V.; GONZÁLES, G. B.; MACHADO, S. C. F.; SILVA, F. V. C.; RODRIGUES, M. P. S. Análise de custo-efetividade do rastreamento do câncer de mama com mamografia convencional, digital e ressonância. 2012.

PEREIRA, E. F.; TEIXEIRA, C. S.; SANTOS, A. Qualidade de vida: abordagens, conceitos e avaliação. 2012.

PEREIRA, P. L.; NUNES, A. L. S.; DUARTE, S. F. P. Qualidade  de  vida  e  consumo  alimentar  de  pacientes  oncológicos. 2015.

PEREIRA, W. B. B.; SPINELLI, R. B.; ZEMOLIN, G. P.; ZANARDO, V. P. S. Os impactos da alimentação na prevenção do câncer de mama: uma revisão da literatura. 2020.

PERRE, A. C.; FREIRE, L. Avaliação da caracterização de lesões em mamografia com recurso  a sistemas CAD (Computer-Aided Diagnosis). 2014.

RODRIGUES, J. D.; CRUZ, M. S.; PAIXÃO, A. N. Uma análise da prevenção do câncer de mama no Brasil. 2015.

SAMPAIO, H. A. C.; ROCHA, D. C.; SABRY, M. O. D.; PINHEIRO, L. G. P. Consulta de enfermagem: avaliação da adesão ao autocuidado dos pacientes submetidos à radioterapia. 2012.

SANTOS, T. B.; BORGES, A. K. M.; FERREIRA, J. D.; MEIRA, K. C.; SOUZA, M. C.; GUIMARÃES, R. M.; JOMAR, R. T. Prevalência e fatores associados ao diagnóstico de câncer de mama em estágio avançado. 2022.

SCHEIBLER, J.; SILVA, F. M.; MOREIRA, T. R.; ADAMI, F. S. Qualidade de vida, estado nutricional e consumo alimentar de mulheres com câncer de mama em tratamento quimioterápico. 2016.

SILVA, B. R. Avaliação do perfil metabólico, oxidativo e antropométrico em mulheres com câncer de mama. Tese (Doutorado em Nutrição e Metabolismo) – Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2022. 

SOUSA, A. S.; OLIVEIRA, G. S.; ALVES, L. H. A pesquisa bibliográfica: princípios e fundamentos. Cadernos da Fucamp, Minas Gerais, Vol. 20, N 43 p. 64 – 83, 2021.
TORRES, D. X.; LIMA, I. C. S.; CARNEIRO, P. C. P. D. M. Associação entre gordura corporal e lipídios dietéticos de pacientes com câncer de mama. Revista Interdisciplinar, Vol. 8, p. 01 – 08, Jan/Fev/Mar, 2015.


¹Graduanda do Curso de Bacharelado em Nutrição do Centro Universitário FAMETRO.
E-mail: marinajsfreire@gmail.com; nutrilarissalimasi@gmail.com
²Orientadora do TCC, Doutora em Biotecnologia pela Universidade Federal do Amazonas. Docente do Curso de Bacharelado em Nutrição do Centro Universitário FAMETRO. E-mail: francisca.freitas@fametro.edu.br
3Co-orientador do TCC, Mestre em Cirurgia e Composição Corporal pela Universidade Federal do Amazonas. E-mail: abpaznutri@gmail.com.