ASSISTÊNCIA DA ENFERMAGEM AO PACIENTE COM DEPRESSÃO PÓS-PARTO

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7293718


Bruna de Oliveira Barros1
Raiany Mirelly da Silva2
Tamyssa Simões dos Santos3


RESUMO

Introdução: A depressão pós-parto é uma condição que acomete inúmeras mulheres após o momento que deveria ser de vinculo com o bebê, comprometendo a ligação do puerpério e trazendo consequências tanto pra mãe como para o bebê. Objetivo: O presente estudo objetiva frisar a assistência que deve ser prestada por profissionais de enfermagem frente a situação de depressão pós-parto. Metodologia: Trata-se de um estudo de revisão integrativa da literatura que tem como caráter quantitativo e descritivo. Resultados e discussões: Visando que o enfermeiro é o profissional mais próximo da mulher tanto na gestação como no puerpério é de suma importância sua assistência, sendo necessário que este saiba identificar fatores ou condições que possam levar a essa patologia, como também realizar o acompanhamento tanto da mãe como do bebê afim de reduzir o impacto que tal patologia possa causar a puérpera e recém-nascido. Conclusão: O papel do enfermeiro frente a assistência e contato no dia-a-dia da população tem grande peso na identificação da depressão pós-parto, sendo precursor do cuidado é fundamental o conhecimento cientifico na identificação de alterações da gestante ou puérpera, podendo através desse ser identificado a patologia precocemente e mediante a isto ser ofertado um tratamento prévio e eficaz.

Descritores: depressão pós-parto, enfermagem, puerpério, patologia.

SUMMARY

Introduction: Postpartum depression is a condition that affects many women after the moment that should be bonding with the baby, compromising the puerperium bond and bringing consequences for both mother and baby. Objective: The present study aims to emphasize the assistance that must be provided by nursing professionals in the face of postpartum depression. Methodology: This is an integrative literature review study that has a quantitative and descriptive character. Results and discussions: Aiming that the nurse is the professional closest to the woman both during pregnancy and in the puerperium, their assistance is of paramount importance, being necessary that they know how to identify factors or conditions that can lead to this pathology, as well as carry out the follow-up both of the mother and the baby in order to reduce the impact that such pathology can cause to the puerperal woman and the newborn. Conclusion: The nurse’s role in the care and contact in the daily life of the population has great weight in the identification of postpartum depression, being a precursor of care, scientific knowledge is essential in the identification of changes in pregnant or postpartum women, being able through that the pathology can be identified early and, through this, a prior and effective treatment is offered.

Descriptors: postpartum depression, nursing, puerperium, pathology.

1. INTRODUÇÃO

A depressão é uma patologia que interfere no estado biopsicossocial do indivíduo. Caracterizada como um problema de saúde pública, essa doença pode ser causada por vários fatores e em todas as suas formas é observado um quadro de tristeza profunda e humor deprimido no indivíduo. Provoca uma desordem no estado mental da mulher que ocorre no período pós-parto ou puerperal. Os sinais clínicos podem surgir logo nas primeiras semanas após o nascimento. Esta desordem pode comprometer tanto a vida materna, como o desenvolvimento do bebê e a interação mãe-filho (LEÔNIDAS, F.M. CAMBOIM, F.E.F. 2016).

A atual política de saúde da mulher adotada pelo Ministério da Saúde inclui o enfermeiro como profissional apto para desenvolver ações em todas as fases do ciclo de vida feminino. Destaca-se, a fase puerperal, pois nesta situa-se as maiores alterações orgânicas e sociais que uma mulher pode enfrentar alterando seu estado de saúde ou bem-estar (FELIX, T.A. et al. 2013).

Os sintomas usualmente observados são: ansiedade, ideias de morte e suicídio, sentimento de culpa, diminuição do humor, diminuição ou perda do prazer, menor desempenho, distúrbio do sono, descontrole emocional por estresse do parto, apresentando assim algumas disfunções como tristeza pós-parto, abatimento, choro repentino e incapacidade. Modificações do humor nas primeiras quatro semanas do puerpério, podendo ser leve e passageira ou piorar para uma neurose psicótica, sentimento de incapacidade, sono prejudicado, pensamento obsessivo, rejeição do bebê, riscos de suicídio ou infanticídio são características da doença (GONÇALVES A.P.A.A. et al. 2018).

Existem ainda fatores que podem sim ser predisponentes para o desenvolvimento de complicações e até mesmo uma depressão pós-parto. Podemos citar, por exemplo, o parto cesáreo, que tem sido realizado cada vez mais frequentemente e pode acarretar consigo transtornos de adaptação no pós-parto. A episiotomia, que segundo a OMS a indica em apenas 10% a 15% dos partos normais, no Brasil ela é realizada em aproximadamente 90% dos partos normais, o que ressalta seus agravos pois, pode trazer consequências não apenas físicas, mas também psicológicas à mulher no pós-parto (GONÇALVES A.P.A.A. et al. 2018).

Gonçalves et al (2018) cita ainda em seu artigo outro fatore que pode acarretar a depressão pós-parto como: A ausência (ou não permissão) de um acompanhante durante o trabalho de parto e o momento do parto. A mulher, segundo a Lei do Acompanhante pode escolher alguém para acompanha-la durante esse momento tão marcante em sua vida. Tendo consigo um acompanhante durante o trabalho de parto e o parto, segundo o Ministério da Saúde, a mulher se sentirá mais confiante e segura, o que possibilita a diminuição no uso de medicamentos analgésicos, a duração do trabalho de parto e até mesmo o número de partos cesáreas realizadas.

O impacto negativo sobre o RN é bastante significativo, pois a depressão pós-parto é uma doença que limita as habilidades da mãe em relação à resposta às demandas dos cuidados, à sua capacidade de envolvimento emocional positivo e ao contato afetivo com o bebê. A etiopatologia da doença não foi ainda bem definida e provavelmente envolve fatores biopsicossociais. Assim, o estabelecimento de possíveis fatores de risco contribui para uma melhor compreensão da doença e para a elaboração de estratégias de prevenção e diagnóstico precoce (GONÇALVES A.P.A.A. et al. 2018).

Cabe ao enfermeiro o conhecimento acerca da depressão pós-parto, uma vez que esse profissional constitui uma porta de entrada para o acolhimento e direcionamento adequado da puérpera no que corresponde à terapêutica e prevenção deste transtorno mental. Mas para isso o enfermeiro deve estar habilitado para detectar os casos e consequentemente encaminhá-los aos profissionais que atendem às demandas de saúde mental na atenção básica. A consulta de pré-natal é um momento em que o enfermeiro e a gestante têm oportunidade de criar vínculo, sendo fundamental a relação de confiança entre a paciente e o profissional de saúde, mesmo porque o enfermeiro atua na prevenção, buscando minimizar os possíveis riscos de ocorrer uma depressão pós-parto (SILVA, C.R.A. et al. 2020).

A atuação do enfermeiro junto a puérpera normalmente volta-se a realização do rastreamento da depressão, no acompanhamento de sua evolução nos atendimentos psicoterapêuticos individuais, grupais, nas ações educativas orientativas prestadas a este público e a seus familiares, sobretudo esclarecendo as medidas interventivas que são necessárias para garantir o bem estar da mãe e do bebê (MONTEIRO, A.S.J. et al. 2020).

O objetivo deste trabalho é demonstrar a importância da enfermagem na detecção e prevenção da depressão pós-parto, enfatizando os cuidados que tal profissional pode prestar a puérpera e sua contribuição no combate dessa patologia.

2. METODOLOGIA

Trata-se de um estudo de revisão integrativa da literatura que tem como caráter quantitativo e descritivo, com o intuito de analisar e discutir o papel da enfermagem frente a depressão pós-parto, para definição dos estudos foram utilizados os seguintes Descritores em Ciências da Saúde (Decs):depressão pós-parto, enfermagem, por meio do formulário próprio da base de dados, com a combinação do booleano AND. As bases de dados utilizadas foram: Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Scientific Electronic Library Online (SCIELO), conforme tabela I.

Tabela I – Processo de seleção dos artigos após leitura integral do estudo – Brasil, 2022.

Os critérios de inclusão utilizados foram: publicações em base de dados científicos disponíveis em português, por meio da leitura de títulos, dos resumos, das disponibilidades na sua íntegra e gratuito assim como da leitura completa do material estudado. Os critérios divergentes adotados para realização dos estudos foram: teses, monografias, dissertações e textos não científicos; e que estivessem sem acesso gratuito e na íntegra indexado nas bases de dados selecionadas para a construção do estudo científico.

  1. RESULTADOS

Baseado nos resultados dos artigos selecionados foram encontradas particularidades especificas entre os artigos referente a assistência da enfermagem ao paciente com depressão pós-parto, através desses estudos descritos no quadro I podemos descrever a atuação dos profissionais de enfermagem e como são fundamentais para a detecção e prevenção dessa patologia.

Quadro 1 – Síntese dos estudos sobre “assistência da enfermagem ao paciente com depressão pós-parto.” – Maceió, AL, Brasil, 2022.

TITULO DO ARTIGOBASE INDE- XADAANOOBJETIVOTIPO DE ESTUDOSINTESE DO ESTUDO
Prevalência de transtorno de ansiedade e depressão e fatores associados no puerpério em puérperas
SCIELO2021Verificar a prevalência de transtorno de ansiedade e depressão e fatores associados durante o puerpério em puérperas da cidade de Ponta Grossa, Paraná.Estudo transversal realizado em ambulatório de atendimento ao recém-nascido na cidade de Ponta Grossa, Paraná, Brasil, em 2016 e 2017. Não houve associação entre condições demográficas e de saúde com depressão pós-parto; porém, em relação à ansiedade, a cor da pele amarela/indígena, a falta de apoio paterno e a interrupção de gestações anteriores foram associadas a quadros de ansiedade mais avançados.
Escala de Depressão Pós-natal de Edimburgo para triagem no sistema público de saúdeSCIELO2009Avaliar a utilização da Escala de Depressão Pós-natal de Edimburgo como instrumento de triagem no sistema público de saúde.A Escala foi administrada entre o 40º e 90º dia do pós-parto, a 245 mulheres que tiveram parto em uma maternidade privada no município de Belo Horizonte (MG), entre 2005 e 2006.As propriedades psicométricas da Escala a caracterizam como um bom instrumento de triagem da depressão pós-parto e seu uso disseminado no Sistema Único de Saúde poderia repercutir positivamente com aumento significativo na taxa de reconhecimento, diagnóstico, e tratamento da depressão pós parto.
Assistência de enfermagem na depressão pós-parto: Revisão Integrativa.LILACS2021Diante da necessidade do aprofundamento da temática para a enfermagem, o objetivo do presente estudo foi revisar produções científicas que investigaram como é realizada a assistência de enfermagem na depressão pós-parto e sua importância para a saúde da puérpera.O estudo trata-se de uma Revisão Integrativa da Literatura. As bases de dados consultadas foram BVS, SciELO, LILACS, Ministério da Saúde e OMS.Os profissionais da saúde devem buscar mais conhecimento se habilitando para um atendimento cada vez melhor, proporcionando tratamento precoce, favorecendo uma rápida e surpreendente recuperação da puérpera.
Expectativas e sentimentos de gestantes sobre o puerpério: contribuições para a enfermagem.LILACS2021Conhecer as expectativas de gestantes sobre o término da gestação e o momento de conviver com o filho após o seu nascimento; identificar os fatores que contribuem para o surgimento da depressão pós-parto de forma precoce; investigar a presença ou a ausência de comportamentos indicativos para depressão.
Trata-se de uma pesquisa qualitativa de caráter exploratório, realizada com 14 gestantes, acompanhadas numa Clínica da Família, no município de São Fidélis, Rio de Janeiro no período de agosto a novembro de 2019.Espera-se que o apoio familiar diminua os sentimentos negativos em todo o processo, principalmente no puerpério, momento de muitas tarefas e dedicação ao filho. A consulta de enfermagem se mostra eficaz para a saúde mental das mulheres quanto aos esclarecimentos e à capacitação para o cuidado delas e do seu filho.
Percepção de enfermeiros sobre diagnóstico e acompanhamento de mulheres com depressão pós-partoLILACS2020Analisar as percepções de enfermeiros sobre diagnóstico e acompanhamento da depressão pós-parto em Divinópolis-MG.Estudo qualitativo, descritivo, realizado no período de setembro de 2018 através de roteiro semiestruturado e referencial Minayo, com amostra de nove enfermeiros da Estratégia de saúde da família.É de suma importância o assessoramento municipal diretamente relacionado a temática, uma vez que contribui para um atendimento integral que vai de acordo com as diretrizes do Sistema Único de Saúde.
Identificação de sintomas depressivos no período pós-parto em mães adolescentesLILACS2016Determinar a prevalência de sintomas depressivos em mães adolescentes e caracterizá-las quanto aos aspectos sociodemográficos, comportamentais e de saúde mental. Depressão pós-parto de edimburgo (epds) e da escala de avaliação para depressão de hamilton (ham-d).Estudo observacional, descritivo e transversal, desenvolvido em unidades de saúde, com 72 mães adolescentes por meio da escala deOs resultados atentam para a importância do acompanhamento pré-natal individualizado, onde seja possível conhecer as vulnerabilidades, aspectos psicossociais pessoais e familiares, incluir o rastreamento de sintomas depressivos na anamnese e utilizar na rede de atenção, a referência e contrarreferência.
Produção de enfermagem sobre depressão pós-partoLILACS2013Caracterizar estudos elaborados por enfermeiros sobre depressão pós-parto.Revisão narrativa, a busca das publicações ocorreu em duas bases de dados internacionais, utilizando-se os descritores depression, postpartum e nursing; a amostra do estudo constituiu-se de 15 artigos. O conhecimento produzido tem se voltado, em especial, para a detecção precoce da depressão, o que evidencia preocupação com questões da recuperação da saúde da mulher e promoção do desenvolvimento adequado da criança.
Escalas de rastreamento para depressão pós-parto: uma revisão sistemáticaLILACS2011Realizar uma revisão sistemática sobre as escalas de rastreamento de Depressão Pós-Parto (DPP) aplicadas até 16 semanas após o parto em puérperas acima de 15 anos.Revisão integrativaConcluiu-se que as escalas são comumente utilizadas em pesquisas, mas podem ser uma ferramenta facilitadora para identificação de DPP na assistência às gestantes e às puérperas.

Fonte: Elaborado pelos autores 2022.

4.DISCUSSÃO

A gravidez e o puerpério precisam ser vistos com atenção especial, observando diversas alterações no comportamento feminino e na vida do casal. Nesses períodos, espera-se um modelo ideal de mãe perfeita, ou seja, uma imagem romantizada da maternidade que se fundamenta em um padrão rígido incapaz de admitir qualquer traço de sentimentos ambivalentes que ela possa sentir. Tais demandas explicam por que o risco de desenvolver depressão é três vezes maior no primeiro mês de puerpério, quando comparado a outros períodos da vida da mulher (MULLER, E.V. MARTINS, C.M. BORGES, P.K.O; 2021).

Em relação aos sintomas de depressão associados ao nascimento de um bebê, geralmente iniciam entre a quarta e a oitava semana após o parto, atingindo comumente sua intensidade máxima nos primeiros seis meses, sendo a segunda causa de adoecimento em mulheres no mundo, que pode levar ao suicídio, um dos principais fatores de mortalidade entre as mulheres em idade fértil. Os sintomas da depressão pós-parto estão associados principalmente ao humor deprimido, medo, ansiedade, desânimo e até mesmo pensamentos ou desejos autodestrutivos em causar danos à criança (MULLER, E.V. MARTINS, C.M. BORGES, P.K.O; 2021).

O transtorno depressivo não especificado ou depressão menor caracteriza-se pela presença de humor deprimido ou anedonia por um período de, no mínimo, duas semanas, durante as quais, o indivíduo deve experimentar entre dois e quatro dos seguintes sintomas: alterações do apetite, do peso e dos padrões de sono, agitação ou retardo psicomotor, fadiga, sentimentos de inutilidade ou culpa e ideação suicida recorrente (CARDILLO, V.A. et al. 2016).

O impacto negativo da depressão pós-parto é significativo não apenas para a paciente e a família, mas também para o recém-nascido. A depressão pós-parto pode prejudicar a interação mãe-filho e potencializar dificuldades de desenvolvimento neurobiológico e psicológico da criança nas primeiras fases da vida. Além disso, as crianças de mães deprimidas podem apresentar prejuízos relativos ao ganho ponderal. Em relação a outros transtornos psiquiátricos durante o pós-parto, a DPP está também associada a maior risco de manifestação de comportamentos agressivos, incluindo tentativas de suicídio e infanticídio (FIGUEIRA, P. et al. 2009).

O acompanhamento pré-natal é indispensável, pois através dos profissionais, a gestante recebe o amparo necessário para o acompanhamento do feto e de sua saúde, auxiliando nas condutas necessárias ao bem-estar da mãe e do bebê. É importante que os profissionais de saúde cuidem de forma integral, abrangendo os aspectos físicos e psicológicos, levando em consideração também o ambiente social, econômico e cultural no qual ela vive (ELIAS, E.A. PINHO, J.P. OLIVEIRA, S.R. 2021).

Por meio de uma boa assistência prestada pelo enfermeiro na consulta, é possível identificar intercorrências precocemente e monitorar as gestantes que se encontram em situações de risco. Ademais, as gestantes podem se sentir mais acolhidas e seguras (ELIAS, E.A. PINHO, J.P. OLIVEIRA, S.R. 2021).

O enfermeiro também é apontado como profissional, que, pelo contato frequente com puérperas, teria maior facilidade para realizar a triagem e oferecer aconselhamento acerca da depressão, com destaque para o uso de outras habilidades, além do uso de escalas, como a observação da interação da puérpera com seu filho e da comunicação não verbal. Em dois estudos, os nursing delivery são apresentados como alguém com potência para diminuir barreiras que impedem a detecção e tratamento de depressão e, consequentemente, melhorar os resultados para bebês e crianças (DAANDELS, N. ARBOIT, E. L. SAND, I. C. P. V. D. 2013).

O profissional de Enfermagem atua como supervisor da atenção primária de saúde, este quando motivado a planejar uma assistência voltada ao cuidado, deve se atentar para a integralidade em uma esfera individual, focando no âmbito coletivo entre equipe de enfermagem e serviços de Saúde. Para isto é necessário associar as diversas classes profissionais, referenciando e contra referenciando os usuários no intuito de dar seguimento aos cuidados em uma rede de atenção (SANTOS, F.K. et al. 2020).

Os profissionais de saúde precisam adquirir competências, instrumentos e recursos para detectar o quanto antes e tratar de modo apropriado a depressão pós-parto, alargando o critério temporal do diagnóstico da gestação após o parto. Além do mais, o profissional de enfermagem deve possuir habilidades, como astúcia, ponderação e sintonia ao direcionar seu cuidado na superação das dificuldades características da depressão pós-parto (SOUSA, T.P.P. et al. 2021).

O olhar integral e o conhecimento técnico e científico do enfermeiro durante toda a gestação são fatores determinantes para reconhecer e intervir logo na fase inicial da depressão pós-parto, desenvolvendo programas e métodos para interagir com a gestante e familiares assim criando vínculos de confiança onde ela se sentirá mais segura, tendo um local para expressar seus medos e expor as dúvidas para a preparação no momento do parto e pós-parto. É necessário que o enfermeiro atue embasado em conhecimento específico para a área profissional, buscando sempre avanço, aperfeiçoando as técnicas e as executando com competência (SOUSA, T.P.P. et al. 2021).

O diagnóstico preciso, aliado ao apoio familiar, tratamento terapêutico e farmacológico, promove maior controle sobre a doença, prevenindo complicações e repercussões negativas no vínculo mãe-bebê. O diagnóstico é difícil, pois não há um consenso final do próprio diagnóstico, etiologia e tratamento (SCHARDOSIM, J.M. HELDT, E. 2011).

5.CONCLUSÃO

O enfermeiro como profissional que garante maior assistência durante a gestação, parto e pós-parto deve de maneira integral oferecer um cuidado holístico, observando todas as alterações que a mulher venha apresentar desde a gravidez até o puerpério. Através de um diagnóstico precoce é possível diminuir os impactos que a depressão pós-parto traz para a mãe e bebê, o enfermeiro por sua vez tem o papel de identificar sinais e sintomas da depressão pós-parto e oferecer a assistência necessária, como também encaminhar para profissionais que fazem parte da equipe multidisciplinar que a mulher precisa nesse momento.

Portanto, o enfermeiro é um profissional de suma importância frente a identificação dessa patologia, mesmo o diagnostico sendo médico, o enfermeiro pode detectar e encaminhar a mulher para tal profissional diminuindo os agravos causados por essa doença.

REFERÊNCIAS

CARDILLO, V.A. et al. Identificação de sintomas depressivos no período pós-parto em mães adolescentes. Rev. Eletr. Enf. [Internet]. 2016 ;18:e1149. Disponível em: http://dx.doi.org/10.5216/ree.v18.32728 . Acesso em: 03 de novembro 2022.

DAANDELS, N. ARBOIT, E. L. SAND, I. C. P. V. D. Produção de enfermagem sobre depressão pós-parto. Cogitare enferm. Curitiba, v. 18, n. 4, p. 782-788, dez. 2013.   Disponível em http://www.revenf.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-85362013000400023&lng=pt&nrm=iso . Acesso em:   03 de  novembro 2022.

ELIAS, E.A. PINHO, J.P. OLIVEIRA, S.R. Expectativas e sentimentos de gestantes sobre o puerpério: contribuições para a enfermagem. Enferm Foco. 2021;12(2):283-9. Disponivel em: https://docs.google.com/viewerng/viewer?url=http://revista.cofen.gov.br/index.php/enfermagem/article/viewFile/4058/1132. Acesso em: 03 de novembro 2022.

FELIX, T.A. et al. Atuação da enfermagem frente à depressão pós-parto nas consultas de puericultura. Enfermería Global Nº 29 Enero 2013 Página 420. Disponivel em: https://scielo.isciii.es/pdf/eg/v12n29/pt_enfermeria1.pdf. Acesso em: 25 de outubro 2022.

FIGUEIRA, P. et al. Escala de Depressão Pós-natal de Edimburgo para triagem no sistema público de saúde.  Rev. Saúde Pública 43 (suppl 1) • Ago 2009. Disponivel em: https://www.scielo.br/j/rsp/a/zWVzN5t5d9WMK3y9tXVbQXM/?lang=pt. Acesso em: 02 de novembro 2022.

GONÇALVES A.P.A.A. et al. Reconhecendo e intervindo na depressão pós-parto. Revista Saúde em Foco – Edição nº 10 – Ano: 2018. Disponivel em: https://portal.unisepe.com.br/unifia/wp-content/uploads/sites/10001/2018/06/035_RECONHECENDO_E_INTERVINDO_NA_DEPRESS%C3%83O_P%C3%93S-PARTO.pdf. Acesso em: 27 de outubro 2022.

LEÔNIDAS, F.M. CAMBOIM, F.E.F. Cuidado de enfermagem à mulher com depressão pós-parto na atenção básica. Temas em saúde, Volume 16, Número 3 ISSN 2447-2131 João Pessoa, 2016. Disponivel em: https://temasemsaude.com/wp-content/uploads/2016/09/16326.pdf. Acesso em: 25 de outubro 2022.

MONTEIRO, A.S.J. et al. Depressão pós-parto: atuação do enfermeiro. Revista Eletrônica Acervo Enfermagem (ISSN 2674-7189) | Volume 4 | 2020. Disponivel em: https://acervomais.com.br/index.php/enfermagem/article/view/4547. Acesso em: 25 de outubro 2022.

MULLER, E.V. MARTINS, C.M. BORGES, P.K.O. Prevalência de transtorno de ansiedade e depressão e fatores associados no puerpério em puérperas. Rev. Bras. Saude Mater. Infant. 21 (4) • Oct-Dec 2021. Disponivel em: https://www.scielo.br/j/rbsmi/a/8YbczDRfchXJZc5HQGpGnDz/?lang=en. Acesso em: 02 de novembro 2022.

SANTOS, F.K. et al. Percepção de enfermeiros sobre diagnóstico e acompanhamento de mulheres com depressão pós-parto. Revista Nursing, 2020; 23 (271): 4999-500. Disponivel em: https://revistas.mpmcomunicacao.com.br/index.php/revistanursing/article/view/1048/1210. Acesso em: 03 de novembro 2022.

SCHARDOSIM, J.M. HELDT, E. Escalas de rastreamento para depressão pós-parto: uma revisão sistemática. Rev. Gaúcha Enferm. 32 (1) • Mar 2011. Disponivel em: https://www.scielo.br/j/rgenf/a/WHtYLYZJRxZCwFJdty8bLfk/?lang=pt. Acesso em: 03 de novembro 2022.

SILVA, C.R.A. et al. Depressão pós-Parto: a importância da detecção precoce e Intervenções de enfermagem. ReBIS [Internet]. 2020; 2(2):12-9. Disponivel em: https://revistarebis.rebis.com.br/index.php/rebis/article/view/82/115. Acesso em: 27 de outubro 2022.

SOUSA, T.P.P. et al. Assistência de enfermagem na depressão pós-parto: Revisão Integrativa. REVISA. 2022; 11(1): 26-35. Disponivel em: http://revistafacesa.senaaires.com.br/index.php/revisa/article/view/845/773. Acesso em : 03 de novembro 2022.


1Acadêmica do décimo período do Curso de Enfermagem
Instituição: Centro Universitário Mario Pontes Jucá
Endereço: Residencial Milano 1 nº 77, Tabuleiro do pinto – Rio largo/ AL
E-mail: brunadeoliveirabarros1998@hotmail.com

2Acadêmica do décimo período do Curso de Enfermagem
Instituição: Centro Universitário Mario Pontes Jucá
Endereço: Rua Mario Bento nº 43, Centro – Messias/AL
E-mail: mirellyrayanne1@gmail.com

3Enfermeira docente do Centro Universitário Mario Pontes Jucá
Mestre em Educação em Ciências da Saúde
Endereço: Rua Antônio Gomes Teixeira nº 225, poço – Maceió/ AL
E-mail: simoestamyssa@gmail.com