REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7289750
Bruna Jenifer Santos1
Francisca Marta Nascimento de Oliveira Freitas2
José Carlos de Sales Ferreira3
RESUMO
Introdução: A Síndrome Metabólica tem sido objeto crescente de discussão e preocupação uma vez que suas causas estão associadas a uma mudança significativa no padrão de consumo alimentar da população e estilo de vida com consequência no aumento de doenças como diabetes mellitus, hipertensão arterial as quais geralmente estão em conformidade com os maus hábitos alimentares e ao sedentarismo aumentando o risco de doenças cardiovasculares. Objetivo: analisar a relação da alimentação inadequada com a Síndrome Metabólica. Metodologia: Optou-se por fazer uma revisão de literatura que é um método que proporciona a síntese de conhecimento e a incorporação da aplicabilidade de resultados de estudos significativos na prática. Se fez uso de materiais já elaborados: livros, artigos científicos, revistas, monografia na busca de conhecimentos sobre a relação da alimentação com a Síndrome Metabólica como forma de conhecer e prevenir a doença, correlacionando tal conhecimento com abordagens já trabalhadas por outros autores. Resultados: com base na literatura, verificou-se que a Síndrome Metabólica tem múltiplos fatores como causa, com sinais e sintomas complexos e coincidentes com outros tipos de doenças. Conclusão: a alimentação inadequada aliada a um estilo de vida sem regras contribui significativamente para o aparecimento da doença, sendo a gordura abdominal um agravante de grande relevância na associação com a doença. A falta de conhecimento sobre os fatores causadores do problema também contribui para o aparecimento de casos.
Palavras-chave: síndrome metabólica, nutrição, alimentação inadequada.
ABSTRACT
Introduction: Metabolic Syndrome has been a growing object of discussion and concern since its causes are associated with a significant change in the population’s food consumption pattern and lifestyle, with a consequence in the increase of diseases such as diabetes mellitus, arterial hypertension, which usually conform to poor eating habits and a sedentary lifestyle increasing the risk of cardiovascular disease. Objective: to analyze the relationship between inadequate nutrition and the Metabolic Syndrome. Methodology: A literature review was chosen, which is a method that provides the synthesis of knowledge and the incorporation of the applicability of results of significant studies in practice. Materials already prepared were used: books, scientific articles, magazines, monographs in the search for knowledge about the relationship between food and Metabolic Syndrome as a way of knowing and preventing the disease, correlating such knowledge with approaches already worked by other authors. Results: based on the literature, it was found that the Metabolic Syndrome has multiple factors as a cause, with complex signs and symptoms that coincide with other types of diseases. Conclusion: inadequate nutrition combined with an unruly lifestyle contributes significantly to the onset of the disease, with abdominal fat being an aggravating factor of great relevance in the association with the disease. The lack of knowledge about the factors causing the problems also contribute to the emergence of cases.
Keywords: metabolic syndrome, nutrition, inadequate diet.
1. INTRODUÇÃO
A síndrome Metabólica é uma condição clínica grave e de prevalência crescente em todo mundo, sendo um dos principais problemas de saúde pública da atualidade. Sua incidência cresce em paralelo à expansão da epidemia mundial da obesidade. Isso porque diversas doenças graves têm relação direta com a Síndrome Metabólica com morbidez e mortalidade precoce em indivíduos acometidos pela doença (SALAROLI; CATTAFESTA, 2019). Já se sabe que a doença não tem somente uma causa para o aparecimento, são múltiplas, entre elas, o excesso de gordura visceral e a resistência à insulina se constituem a gênese desta patologia (DINIZ; GONÇALVES; 2020).
O fato é que a Síndrome Metabólica é um transtorno complexo que possui vários componentes, como hipertensão arterial, hipercolesterolemia, resistência à insulina e obesidade, especialmente a deposição central de gordura. Esses componentes de origem metabólica promovem o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e de diabetes tipo 2 (OLIVEIRA, 2021). Como definição, trata-se de um conjunto de fatores de risco que inclui: resistência à insulina, dislipidemia, obesidade abdominal e hipertensão. Todos esses fatores aumentam os riscos de acometimento de doenças cardiovasculares e diabetes (OLIVEIRA et al., 2017). A síndrome metabólica representa, portanto, a anormalidade metabólica mais comum da atualidade e a maior responsável por eventos cardiovasculares na população (MOURA et al., 2017).
É preciso ressaltar, que, a Síndrome Metabólica sempre foi uma alteração intrigante, tanto no que diz respeito à sua múltipla etiologia quanto ao seu diagnóstico. Sua prevalência já atinge cerca de um quarto da população adulta mundial e é responsável por aumentar em duas vezes o risco de morte e em até cinco vezes o risco para desenvolvimento de Diabetes Mellitus Tipo 2 (NETO et al., 2018). Diante disso, diversos pesquisadores e associações de pesquisa têm se debruçado para entender suas causas, suas implicações clínicas, seus riscos e tratamento, visto que esta doença é um conjunto de alterações cardiovasculares e do metabolismo que envolve diversos fatores (ARAÚJO, 2018).
Nesse sentido, importa aqui destacar que, além dos fatores de risco que definem a Síndrome Metabólica, outras causas podem contribuir para desencadear a patologia, como por exemplo a manutenção de um estilo de vida não saudável atrelado ainda a falta de conhecimento desses fatores desencadeadores da doença (SANTOS et al., 2022).
Apesar de alguns componentes da síndrome metabólica serem transmitidos entre gerações, pesquisas apontam para a possível ocorrência de mutações genéticas decorrentes de fatores comportamentais, dentre eles, os hábitos alimentares como um fator ainda mais relevante, o que explica o crescimento no número de casos junto ao estilo de vida atual, e implica caracterizar a transmissão genética isolada como um fator de risco de menor agressividade, quando se compara ao estilo de vida saudável (SOARES; RIBEIRO; BRANDÃO, 2019).
Partindo dessa premissa, faz-se necessário a mudança no estilo de vida. Essa orientação tem sido recomendada a fim de contribuir para a prevenção e tratamento de indivíduos acometidos com Síndrome Metabólica. Trata-se de uma abordagem abrangente baseada em exercícios, alimentação, educação em saúde e farmacoterapia. Pesquisas realizadas mostraram efeitos significativos de programas que utilizaram como parte da terapêutica a mudança comportamental do estilo de vida de pessoas com Síndrome Metabólica (SANTOS et al., 2022). Dessa forma, hábitos alimentares inadequados, a falta de uma rotina de atividade física bem como a predisposição genética são fatores que colaboram para o desenvolvimento da Síndrome Metabólica. Devido a isso, a adoção de estilos de vida voltados para a manutenção da saúde por meio de uma alimentação de qualidade e a prática de atividade física regular são elementos básicos para a prevenção da doença (COSTA; SOUZA; SANCHES, 2020). Pelo exposto, o objetivo do trabalho é analisar a relação da alimentação inadequada com a Síndrome Metabólica. Pesquisas em diversas outras áreas da saúde mostraram que o estudo e o conhecimento do problema são fundamentais para poder evitá-lo e diminuir consideravelmente os seus riscos. No que tange a área da nutrição, tal consideração não é diferente, pois existe a preocupação em conhecer quais os eventuais efeitos que uma má alimentação pode causar no organismo.
2. METODOLOGIA
2.1 Tipo de estudo
A pesquisa foi de caráter qualitativa, pois tem a preocupação com a compreensão e interpretação, e não com a representatividade numérica em questão, tornando o pesquisador objeto e sujeito (GUSSO, LOPES; DIAS, 2019). Foi realizada por meio de levantamento bibliográfico, que segundo Prodanov e Freitas (2013) é elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de: “livros, revistas, publicações em periódicos e artigos científicos, monografias, dissertações, teses, com o objetivo de colocar o pesquisador em contato direto com todo o material já escrito sobre o assunto da pesquisa” (p.54).
2.2 Coleta de dados
Para o levantamento da literatura foram utilizados livros, revistas, publicações, monografias, teses e artigos científicos em sites e periódicos das bases de dados do Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), Google livros, Google Acadêmico. Para a busca das fontes da pesquisa foram utilizados os descritores: síndrome metabólica, nutrição, má alimentação.
2.3 Análise de dados
Como critérios de inclusão foram utilizadas referências entre 2016 e 2022, foram selecionados artigos, livros, monografias teses e manuais pertinentes ao tema proposto e em idioma português.
Os critérios de exclusão: fontes anteriores ao ano de 2016 e literatura em língua estrangeira, além ainda de materiais que não tenham pertinência ao tema. A análise da literatura teve como pressupostos tornar o projeto de pesquisa uma ferramenta confiável do ponto de vista prático e científico.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 Fisiopatologia da Síndrome Metabólica (SM), prevalências e suas repercussões clínicas
Certamente, quando se fala em fisiopatologia, logo se pensa em discorrer sobre um fator ou múltiplos fatores cuja presença culmina na etiologia (origem) de uma doença. Entretanto, no caso de uma síndrome, como a Síndrome Metabólica (SM), isso não se aplica do mesmo modo uma vez que uma síndrome, pela própria definição em si, não é uma patologia isolada e sim um conjunto de sinais ou sintomas (sejam esses inclusive de doenças já estabelecidas) que possui um conector, um elo em comum que é a origem (ou são as origens, no caso de haver mais de um elo) que agrupa os sinais e sintomas e contribui efetivamente para um desfecho comum (SALAROLI; CATAFFESTA, 2019).
Dessa forma, a Síndrome Metabólica (SM) se traduz como sendo um conjunto de sinais e sintomas metabólicos complexos, e por isso tem sido amplamente estudada no mundo, seja por suas repercussões negativas à saúde dos indivíduos, seja por sua forte associação com as doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2 (OLIVEIRA et al., 2020). Vários autores concordam que a Síndrome Metabólica, por ser uma junçao de doenças fisiopatológicas fatalmente irá afetar o sistema cardiovascular potencialisando o risco de doenças cardiovasculares (CANTIERI; BUENO; ÁVILA, 2018).
Vieira et al. (2014), relatam que os primeiros relatos da síndrome metabólica citados na literatura científica foram há mais de 80 anos. Somente a partir de 1998 é a Organização Mundial de Saúde (OMS), por meio de seus consultores nomeou um primeiro critério diagnóstico com o objetivo de facilitar as investigações clínicas e epidemiológicas da Síndrome Metabólica, o elemento fundamental para defnir um critério foi a resistência à insulina.
Ainda é importante considerar que de acordo com achados de Fung (2020), a identificação da Síndrome Metabólica (SM), que originalmente se chamava Síndrome X, é um dos grandes avanços da medicina nos últimos trinta anos. É importante salientar que sua definição foi baseada nos fatores de risco e critérios estabelecidos pelo National Cholesterol
Education Program’s Adult Treatment Panel III (NCEP-ATPIII) e recomendados pela I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica (I-DBSM). Conforme demonstrado na tabela 1.
Tabela 1 – Fatores de risco para a Síndrome Metabólica
Fatores de Risco | Critérios |
Glicemia em jejum | ≥ 110mg/dL |
Pressão arterial | ≥ 130/85mmHg |
Triglicerídeos | ≥ 150mg/dL |
HDL- Colesterol Circunferência da cintura | < 50mg/dL Mulheres |
< 40mg/dL Homens | |
> 88cm Mulheres | |
> 102cm Homens |
Segundo esses critérios, a Síndrome Metabólica foi definida pela presença de, pelo menos, três alterações, entre cinco componentes. Conforme apontam Neves et al. (2019, p. 3), os cinco componentes são:
(1) glicemia de jejum ≥ 110mg/dL; (2) pressão arterial ≥ 130/85mmHg; (3) triglicerídeos ≥ 150mg/dL; (4) HDL-colesterol < 40mg/dL para homens e < 50mg/dL para mulheres; (5) circunferência da cintura > 102cm para homens e > 88cm para mulheres. Adicionalmente, considerou-se também o tratamento com uso de medicamentos para controle de lipídeos, glicemia e pressão arterial (NEVES et al., 2019, p. 3).
Costa e Paula (2020) concordam que não é só a quantidade, mas também a distribuição da gordura corporal tem importância, do ponto de vista clínico. Dessa forma, o acúmulo de gordura no abdômen, caracteriza a chamada obesidade central ou androide, e está frequentemente associado ao Diabetes Mellitus Tipo 2 e a outras anormalidades, tais como HA e dislipidemia, que se caracteriza por elevados níveis plasmáticos de triglicérides e baixos níveis de colesterol HDL, e doença cardiovascular aterosclerótica.
Nesse contexto, e, conforme os estudos de Rodrigues et al. (2017) e Garcia et al. (2016), a obesidade tem sido apontada como uma das principais causas para a gênese da Síndrome Metabólica, sendo a gordura abdominal, um aspecto a ser considerado como de grande relevância na associação com todos os outros fatores que envolvem tal problema, dentre eles, a alteração do perfil lipídico, pressão arterial elevada, aumento dos níveis de triglicerídeos, hiperglicemia ou diagnóstico de Diabetes Mellitus.
De fato, como analisa Jameson (2021, p. 120) sobre os sintomas clínicos, a Síndrome Metabólica
[…] não possui sintomas específicos. As principais características consistem em obesidade central, hipertrigliceridemia, baixos níveis de colesterol HDL, hiperglicemia e hipertensão. As condições associadas consistem em doença cardiovascular, diabetes tipo 2, esteatose hepática não alcoólica, hiperuricemia/gota, síndrome dos ovários policísticos e apneia obstrutiva do sono.
Considerando a fisiopatologia e a trajetória da condição, verifica-se que existe muita coincidência entre os sinais e os sintomas da Síndrome Metabólica e aqules associados ao diabetes e à obesidade. Além dos componentes efetivos do diagnóstico de risco de síndrome metabólica, isto é, a glicose e triglicerídeos elevadas, a hipertensão, como vistos nas palavras de Jameson (2021). Entre adultos mais velhos com síndrome metabólica, os pacientes podem reportar perda de memária, deficiência cognitiva, confusão geral ou mais de uma dessas condições (EHRMAN, 2018).
Ademais, por tudo que foi exposto, pode-se dizer que a predisposição genética, a alimentação inadequada e a falta de atividade física estão entre os principais fatores que contribuem para o aparecimento da Síndrome Metabólica, cuja prevenção se tornou um desafio é nível mundial na atualidade, com importante repercussão para a saúde (FRUTOS, 2015). Sobreira et al. (2018), acrescentam ainda que a alimentação é um importante fator que contribui para o aumento ou redução da SM, sobretudo em populações com idade menos avançada. Nessas populações, a ingestão de alimentos considerados inadequados propiciam o aumento da massa corporal, sendo que na população idosa, a explicação da alta incidência da síndrome pode ser explicada pelo aspecto fisiológico do envelhecimento, visto que favorece a deposição de gordura abdominal e o aumento dos níveis pressóricos e lipídicos.
Sobre a caracterização da fisiopatologia da síndrome metabólica (SM), suas prevalências e repercussões clínicas, os estudos incluídos apresentam resultados convergentes no que se refere a Síndrome Metabólica, aos sujeitos envolvidos em que pese o delineamento metodológico. A sumarização das características fisiopatológicas da doença encontra-se no Quadro 1. Este mostra os estudos que relacionam a hereditariedade, prevalência, as causas e potenciais prevenções com os atributos da SM em crianças, adolescentes e adultos que eventualmente têm suas origens em diferentes comportamentos.
Quadro 1 – Estudos relacionados a Síndrome Metabólica.
Referências | Título do artigo | Método/Estudo | Resultados |
Costa et al., (2020) | Prevalência de síndrome metabólica e perfil nutricional de pacientes obesos cardiopatas hospitalizados | Estudo transversal com 33 pacientes obesos cardiopatas de um hospital universitário | A associação de alterações no perfil nutricional, clínico e bioquímico, que caracterizaram a alta prevalência de síndrome metabólica nos pacientes avaliados, juntamente com os fatores hereditários. |
Costa e Paula (2020) | Aspectos fisiopatológicos da síndrome metabólica | Revisão de Literatura | A complexidade de alterações metabólicas, humorais e inflamatórias, associadas à síndrome metabólica, levou à ampliação de seu conceito. Atualmente, a síndrome metabólica inclui, além da obesidade central, da HA, do DM2 e da dislipidemia, inúmeros outros transtornos que terminam por levar à doença vascular aterosclerótica. |
Diniz, Gonçalves e Silva (2020) | Síndrome metabólica: o papel da nutrição no tratamento | Revisão bibliográfica | Suas causas e consequências estão associadas a um estilo de vida sedentário combinado a uma alimentação desregrada em excessos. Entende-se que a obesidade é o principal carreador estando associada a fatores físicos e psicológicos |
Dutra e Chiachio (2020) | Prevalência e Fatores de Riscos Associados à Síndrome Metabólica entre os Funcionários Atendidos no Ambulatório do SESI | Pesquisa de delineamento transversal, de natureza descritiva com abordagem quantitativa | Elevada prevalência de SM na população de estudo, sendo assim, nossos resultados sugerem a necessidade de fortalecimento de políticas públicas de promoção de saúde a fim de favorecer a adoção de comportamentos saudáveis. Essa alta prevalência de SM demonstra a necessidade de identificar e controlar precocemente os fatores. |
Gobato et al., (2014) | Síndrome metabólica e resistência à insulina em adolescentes obesos | Estudo transversal com 79 adolescentes de 10 a 18 anos. | A síndrome metabólica foi diagnosticada em 45,5% dos pacientes e a resistência à insulina, em 29,1%. A resistência à insulina apresentou associação com o HDL-colesterol (p=0,032) e com a síndrome metabólica (p=0,006). Todos os indicadores de composição corporal avaliados apresentaram correlação com a resistência à insulina (p<0,01. |
Martini, Borges e Guedes (2014) | Hábito alimentar e síndrome metabólica em uma amostra de adultos brasileiros | Estudo observacional de corte transversal | Apontam para a necessidade de promoção, a alimentação para a prática de recrutamentos e, por consequência, auxiliar na minimização dos riscos de aparecimento e desenvolvimento de riscos da SM. |
Mazur et al., (2018). | Reeducação alimentar associada ao aconselhamento nutricional periódico em mulheres com síndrome metabólica | Estudo de caso controle, longitudinal e prospectivo. | A reeducação alimentar associada ao aconselhamento nutricional periódico, melhorou os indicadores antropométricos, contudo podem ser mais efetivos com um maior tempo de acompanhamento de pacientes com obesidade e SM. |
Mendes et al., (2019) | Prevalência de Síndrome Metabólica e associação com estado nutricional em adolescentes | Estudo transversal com adolescentes entre 14 e 19 anos de escolas públicas e particulares | A prevalência de síndrome metabólica foi de 7%, enquanto a presença de pelo menos um critério diagnóstico da síndrome esteve presente em 90,8% da amostra. Ainda, observou-se associação significativa entre a obesidade e a síndrome metabólica, apontando um maior risco. |
Neto et al., (2018) | Prevalência da síndrome metabólica e de seus componentes em pessoas com diabetes mellitus tipo 2 | Estudo transversal com 201 pessoas cadastradas e acompanhadas em Unidades de Saúde. | Prevalência da Síndrome Metabólica de 46,3%, significativamente associada ao sexo feminino (p=0,001) e às pessoas com excesso de peso (p=0,001). As taxas de circunferência da cintura, glicemia de jejum, triglicerídeos e pressão arterial, se mostraram elevados em 62,0%, 58,5%, 55,8% e 49,8%, respectivamente. Já a taxa de HDL se mostrou baixa em 47,3%. |
Santos et al., (2022) | Intervenção educativa na qualidade de vida e conhecimento da síndrome metabólica. | Ensaio clínico não-randomizado incluindo 61 adultos com síndrome metabólica (49±7,6 anos). | O programa educativo melhorou o domínio de dor corporal da qualidade de vida no grupo intervenção. O conhecimento sobre hipertensão e diabetes (p=0,02), síndrome metabólica (p<0,001) e conhecimento geral (p<0,001) apresentaram aumento significativo no grupo intervenção aos seis meses, o que não ocorreu no grupo controle. |
Vaz e Bennemann, (2014). | Comportamento alimentar e hábito alimentar: uma revisão | Levantamento bibliográfico | Fica evidente que, o comportamento alimentar promove o hábito alimentar. Por se tratar de conceitos tão interligados e complementares, o entendimento dos dois significados e de suas diferenças é fundamental para o sucesso em todos os tipos de tratamentos, intervenções e ações preventivas relacionadas aos indivíduos (pacientes). |
Diante disso, é importante conhecer a síndrome metabólica que tem se destacado como importante problema de saúde pública e clínico. Pesquisas de Neto (2017), Oliveira et al. (2017) e Rochlani et al. (2017), demonstraram que a prevalência da síndrome metabólica na população mundial é de 25%, sendo responsável por 7% da mortalidade e por 17% dos óbitos relacionados às doenças cardiovasculares, destacando ainda que a obesidade abdominal como elemento chave para o desenvolvimento da doença. Oliveira (2020) aponta que a prevalência da SM no Brasil, em especial na população adulta é de 29,6%, podendo atingir mais de 40% entre os maiores de 60 anos. Uma parcela grande da população brasileira também mostrou prevalência de 44% de SM, sendo que a prevalência mais baixa (9%), foi estimada em inquérito com representatividade nacional.
Nesse cenário, Araújo (2018, p. 26) sustenta que,
Apesar de ser considerada um importante problema de saúde pública emergente, a Síndrome Metabólica é também, sem dúvida, um grave problema clínico. No entanto, pelo fato de ser um agrupamento de fatores de risco para doenças cardiovasculares, há controvérsias se essa é uma síndrome verdadeira ou apenas uma mistura de fenótipos independentes. De qualquer modo, seu diagnóstico é necessário para a prevenção de doenças cardiovasculares e diabetes melitus.
Com base nesse raciocínio, é possível compreender a relevância de se conhecer a síndrome metabólica na medida em que um dos fatores agravantes é o estado clínico do indivíduo em função do agrupamento de fatores de risco. Por isso, segundo a autora, nem sempre é possível afirmar que seja a doença levando-se em consideração somente as características clínicas observáveis. Dessa forma, torna-se imprescindível um diagnóstico no sentido de prevenir outras doenças correlacionadas. Ainda assim, “o uso de indicadores clínicos e antropométricos pode auxiliar na identificação da síndrome metabólica” (DUTRA; CHIACHIO, 2020, p.1109).
Ehrman (2018, p. 38) sobre a fisiopatologia da Síndrome Metabólica esclarece que,
Considerando a fisiopatologia e a trajetória da condição, existe muita coincidência entre os sinais e os sintomas da síndrome metabólica e aqueles associados ao diabetes e à obesidade. Além dos componentes efetivos do diagnóstico de risco de SM (isto é, glicose elevada, hipertensão, concentrações elevadas de triglicerídeos, baixas concentrações de colesterol HDL e obesidade abdominal), muitos pacientes apresentam também microalbuminúria, hiperuricemia, esteatose hepática gordurosa não alcoólica, altas concentrações, cáculos biliares compostos de colesterol, síndrome do ovário policístico e transtorno do sono (por exemplo, apneia do sono). Entre adultos mais velhos com síndrome metabólica, os pacientes podem reportar perda de memória, deficiência cognitiva, confusão geral ou mais de uma dessas condições.
Importa aqui destacar as semelhanças de sintomas entre a síndrome metabólica e outras doenças como diabetes e a obesidade ainda que alguns autores considerem que as duas últimas sejam causas da primeira. Outro ponto que merece destaque é o fato de pacientes com SM apresentarem outras patologias, sobretudo em indivíduos adultos. Em função disso, torna-se mais relevante ainda o estudo e o conhecimento do problema, como fundamentais para poder evitar e diminuir consideravelmente os riscos de ser acometido pela doença, visto que “na ausência de exatidão sobre o número de indivíduos acometidos pema SM, compreender o grupo de risco para essa patologia é essencial” (SOARES, 2019, p.8).
3.2 Cuidado nutricional na Síndrome Metabólica: avaliação do consumo alimentar
Segundo os estudos de Salaroli e Cattafesta (2019) a transição nutricional ocorrida durante o século XX, apontam para uma dieta rica em gorduras, particularmente de origem animal, açúcar, alimentos refinados e reduzidos carboidratos complexos e fibras que propiciam alterações na composição corporal, em especial o aumento da obesidade, além do fato de que o predomínio dessa dieta aliado ao declínio progressivo da atividade física dos indivíduos traz sérios problemas a saúde. Gomes et al. (2019), concordam com a percepção de que o atual panorama revela que o aparecimento da síndrome metabólica não fica restrita a população adulta, mas acomete também as crianças e adolescentes criando uma perspectiva preocupante nas populações futuras visto que é cada vez maior o consumo de fast food ou refeições inadequadas que levam ao aparecimento de doenças como a hipertensão, diabetes e dislipidemia que são fatores muito fortes para o surgimento da síndrome metabólica.
Na mesma linha de pensamento, Lima (2020, p. 19) sustenta que é preciso ter prudência e conhecimento, visto a estreita relação entre alimentação inadequada e doenças relacionadas a SM. Nesse sentido afirma que:
O padrão prudente/saudável está associado a uma prevalência menor de SM, enquanto um padrão ocidental/não saudável está associado a um risco aumentado para esta patologia. Ainda, o consumo de alimentos ultra processados associa-se positivamente com sobrepeso e obesidade, hipertensão arterial (HA) e SM. No Brasil, há avanços importantes sobre o consumo de alimentos classificados de acordo com o processamento. Neste contexto, o Guia Alimentar para a População Brasileira de 2014 é uma ferramenta que facilita o acesso a conhecimentos sobre características e determinantes de uma alimentação adequada e saudável.
Como bem nos assegura Lima (2020), pode-se dizer que uma alimentação saudável contribui para a evitação de doenças. Neste contexto, fica claro que o consumo de alimentos industrializados aumenta os riscos de sobrepeso e doenças advindas dessa circunstância. Em contrapartida, Soares et al. (2018), ratificam que é bem verdade que o Brasil avançou no quesito informação nutricional, em clara estratégia de educação alimentar e nutricional contrapondo-se a influência do marketing no padrão alimentar da população brasileira.
Soares et al. (2018, p. 15), ainda reforçam que,
o governo brasileiro não adota mais a representação gráfica de pirâmide alimentar para recomendar consumo de alimentos, ficando a pirâmide agora substituída pelo Guia Alimentar enquanto ferramenta de educação nutricional, numa demonstração de reconhecimento de que alimentação e nutrição é muito mais do que contagem de calorias e porções alimentares.
Scrinis (2021) ao analisar o Guia Alimentar para a população brasileira lançado em 2014 e celebrado internacionalmente, aponta uma iniciativa importante do Brasil, pois essas diretrizes nutricionais foram provavelmente as primeiras que não colocaram nutrientes no centro de suas recomendações e se concentraram em alimentos e dietas tradicionais. O autor ainda afirma que o guia brasileiro incorpora o sistema de classificação nova, com orientações claras para evitar alimentos ultra processados e, em vez disso, seguir padrões alimentares minimamente processados e ecologicamente sustentáveis.
De fato, como descrevem Menegassi et al. (2018, p. 4165),
Infelizmente, o padrão alimentar sofreu, nos últimos cinquenta anos, alterações impulsionadas pelo processamento industrial de alimentos e por transformações sociais, econômicas e culturais, gerando consequências como excesso de peso, obesidade e aumentando a prevalência de Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNT). Com base nisso, as diretrizes alimentares oficiais foram formuladas em políticas de alimentação e nutrição, dando origem aos Guias Alimentares para a População Brasileira.
Nessa perspectiva, Vaz e Bennemann (2014) tem demonstrado por meio de pesquisas que existem vários fatores que determinam a maneira como nos alimentamos, seja de forma saudável ou não, o que por tabela acaba por influenciar os aspectos nutricionais do corpo que agem eventualmente de maneira benéfica ao longo da vida. Almeida (2013) acerca desse tema, considera importante ressaltar que as dificuldades para motivar as pessoas a modificar o padrão de consumo alimentar têm sido muito estudadas, e, em cima disso pode-se incluir a complexa gama de fatores ambientais, nutricionais, psicológicos, sociais e culturais envolvidos no comportamento alimentar, essa versão não é a única pela qual cabe dizer que tais fatores são intrínsecos ao comportamento alimentar humano.
Alton (2018) afirma o fato de que é notório que muitos problemas de saúde que o ser humano enfrenta estão diretamente ligados à alimentação inadequada. Mesmo aqueles indivíduos que não têm um componente genético com predisposição para determinadas doenças, estas são desencadeadas e exarcebadas pelos consumo de alimentos inadequados. O mesmo autor acrescenta que a obesidade que, exceto em casos raros, é causada por má alimentação e falta de exercício, leva a outros problemas, como a Síndrome Metabólica (ALTON, 2018). Em outras palavras, “o excesso de adiposidade também é causa principal para doença crônica não transmissível, como as doenças cardiovasculares, diabetes mellitus (DM), hipertensão arterial sistêmica (HAS), em consequência a síndrome metabólica (SM)” (MAZUR et al., 2018, p. 496).
Segundo Ramos e Stein (2000) a definição para hábito deve levar em consideração o ato, uso, costume ou padrão de reação adquirido por frequente repetição de uma atividade, em outras palavras, aquilo que é aprendido após ter sido realizado várias vezes. Resumidamente, hábito alimentar é o que se costuma comer com frequência, ou seja, os alimentos ou o tipo de alimentação consumido cotidianamente pelos indivíduos caracteriza o hábito alimentar (ALMEIDA, 2013).
De acordo com os estudos de Martini, Borges e Guedes (2014), alguns componentes da dieta podem induzir a importantes efeitos adversos no organismo. Outros auxiliam tanto na prevenção quanto no controle de determinadas disfunções orgânicas. Em se tratando do primeiro caso, os alimentos tem alta densidade energética, com elevada quantidade de açúcares e gorduras. Em contrapartida, alimentos como: os vegetais, frutas, verduras e legumes, são alimentos que contribuem para reduzir o risco de aparecimento e desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis.
Em conexão com as considerações citadas acima, Santos et al. (2020), realizou revisão sistemática na qual identificou os resultados de 11 estudos que avaliaram a associação entre o consumo de alimentos de acordo com o processamento e fatores cardiometabólicos em adultos e/ou idosos. Três conclusões foram verificadas, a saber: (1) hipertensão arterial, (2) excesso de peso ou obesidade, e (3) síndrome metabólica.
Sobre isso, Marques et al. (2018, p. 23), afirmam que
A grande ingestão de alimentos com alto valor calórico e a inatividade física se faz presente no cotidiano de pacientes diagnosticados com SM, o que resulta numa quantidade excessiva de triglicérides presente no corpo e no seu armazenamento em locais específicos, sendo estes o fígado, adipócitos e nos músculos, gerando uma alta atividade do tecido adiposo. Essa alta atividade dos adipócitos, que por sua vez leva a secreção de várias adipocitocinas pró-inflamatórias, estimulam uma inflamação no organismo, favorecendo o surgimento de outras alterações metabólicas ligadas a essa condição, sendo estas a doença hepática gordurosa não alcoólica, a resistência à insulina e a aterosclerose.
Certamente, o consumo de alimentos com alto valor calórico acaba por levar o indivíduo ao aumento de peso e por consequência a correr sérios riscos no acometimento de doenças. Isso porque o “sobrepeso e a obesidade estão diretamente relacionados ao desenvolvimento da SM e de seus marcadores isolados; portanto, o controle do peso corporal torna-se importante” (MENDES et al., 2019, p. 377). Dessa forma, o acúmulo de gordura comumente tem forte relação com a presença de doenças como a hipertensão bem como alterações metabólicas, geralmente associadas com elevados níveis de triglicerídeos e de glicose e baixos níveis de HDL-c (lipoproteínas de alta densidade). Assim, à medida que a prevalência de obesidade continua a aumentar na população, aumenta-se também a prevalência da Síndrome Metabólica (GOBATO et al., 2014).
3.3 Conduta terapêutica e controle da Síndrome Metabólica
De acordo com Da Costa et al. (2020), uma das condutas terapêuticas que tem se mostrado eficiente na redução da síndrome metabólica é a terapia nutricional. Muito utilizada em diversos países como prevenção e tratamento da doença quando já está instalada. Corroborando com esta afirmação, Scheidt et al. (2018), ressaltam que a terapia nutricional tem dois objetivos: reduzir a resistência insulínica e diminuir o processo inflamatório crônico por meio da redução da gordura corporal. Entretanto, o tratamento exige uma mudança no estilo de vida, em especial mudanças de ordem alimentar.
Nesse sentido, é preciso deixar claro que
Muitas condições clínicas estão envolvidas na SM mesmo não sendo inclusas nos critérios diagnóstico, tais como: acantose nigricans, doença hepática gordurosa nãoalcoólica, microalbuminúria, estados pró-trombóticos, estados pró-inflamatórios, disfunção endotelial e hiperuricemia. Portanto, o tratamento tem como principal intuito o controle do perfil lipídico, glicemia e pressão arterial, para que haja melhor qualidade de vida. A importância da realização de um plano alimentar que irá auxiliar no controle e na prevenção de complicações das doenças metabólicas é o tratamento de primeira escolha, caso não haja sucesso o tratamento medicamentoso será associado (LUDWIG et al., 2021; DINIZ et al., 2020 apud SILVA et al., (2021, p. 299).
Sob essa ótica, percebe-se que utilizando esse modelo de terapia os medicamentos ficam em segundo plano, visto que o indivíduo tem a opção de alterar os hábitos alimentares. Nesse sentido, a ingestão de uma dieta rica em frutas e vegetais e com mais fibras excluindo carboidratos e gorduras saturadas irá proporcionar um equilíbrio alimentar e uma melhor qualidade dos alimentos consumidos. Com base nisso, Afonso (2020) reforça que aliado a uma dieta é necessário que haja uma monitoração do peso corporal no sentido de controle e redução da doença.
Autores como Varela (2019) e Soares (2018), afirmam que uma alimentação adequada, que importa dizer, equilibrada, aliado a um programa de atividades físicas contribui para a perda e conrole de peso. Tais comportamentos são fundamentais para prevenir ou ajudar no tratamento, sendo, portanto, bastante eficaz no controle terapêutico da Síndrome Metabólica.
Entretanto, não se pode descartar o “uso de medicação para tratar outros fatores de risco, como os sensibilizadores à insulina (antidiabéticos) que reduz o açúcar no sangue, medicamentos para pressão arterial” (DINIZ, 2020, p.7).
Importa dizer, portanto, que mudanças no estilo de vida, incluindo alimentação saudável e prática regular de exercícios físicos são fatores que contribuem para o controle e o tratamento da obesidade e da Síndrome Metabólica, contudo, pode ser necessária a administração de medicamentos sob orientação médica (NETTO; DAMASO; BETTINI, 2021). Entretanto, ao se optar pelo tratamento com remédios, o paciente deve levar em consideração aspectos como: horário de administrar os remédios, os tipos de fármacos que se está tomando, o período de utilização do medicamento, o objetivo terapêutico que o medicamento prevê e as condições do medicamento ligadas à cardiologia (MARQUES et al., 2018).
Silva et al. (2021), reforçam que a prática regular de atividade física, reduz significativamente as chances de desenvolver a SM. Quando utilizada como tratamento auxiliar, traz contribuições importantes para o organismo reduzindo as chances de desenvolver doenças cardiovasculares diminuindo a expansão da síndrome. De fato, na conduta terapêutica da SM há a necessidade de aliar aspectos nutricionais com a atividade física sem desconsiderar os medicamentos, esse último, imprescindível para controle clínico de comorbidades. Scheidt (2018, p 129) reforça que
A Terapia Nutricional é fundamental e deve ser incentivada independentemente do estado nutricional e com mudanças não apenas quantitativas como também qualitativas na dieta. Uma equipe multidisciplinar pode aumentar a efetividade do tratamento, juntamente com modificações no estilo de vida […].
Com base nessa citação, pode-se dizer que a dieta é uma importante terapia para ajudar na condução do indivíduo a melhorar os sintomas da SM, juntamente com a atividade física, que, quando realizada de forma regular pode contribuir para que o indivíduo tenha uma vida mais saudável. Neste contexto, Ciolac e Guimarães (2014) deixam claro que se diminui os riscos cardiovasculares. Não é exagero afirmar que o exercício físico para o paciente com Síndrome Metabólica visa beneficiar o indivíduo com uma melhora nos fatores relacionados ao seu condicionamento físico e a sua saúde de forma global. Em todo esse processo, devem ser utilizados diferentes protocolos de tratamento compostos de exercícios aeróbicos e ou resistidos (MOTA, 2016).
Lobato et al. (2020), apontam outro fator importante para o controle e tratamento da SM que são os compostos bioativos, como os carotenóides que são pigmentos naturais produzidos por plantas, algas e microrganismos fotossintéticos. Este tem função de importante, sobretudo “na fotossíntese e na proteção dos tecidos contra os danos foto oxidativos e não são sintetizados por animais, apresentam efeitos fisiológicos positivos na nutrição e saúde, como a provitamina A com grupos terminais β-ionona” (p. 15597). Estão presentes em frutas e vegetais e apresentam propriedades antioxidante, antirradical livre que tem efeitos benéficos na saúde cardiovascular (CHENG et al., 2017).
Conforme afirmam Lobato et al. (2020), não restam dúvidas sobre a utilização dos carotenóides na prevenção e no tratamento da síndrome metabólica, visto que são produtos naturais promissores que podem ser utilizados como opção de suplementação nutricional, podendo ser ingeridos por meio de alimentos fontes. É preciso, porém, que os pesquisadores se debrucem sobre a dosagem ideal, o período de suplementação e os efeitos da dose-duração dos princípios ativos da crocina, licopeno, luteína, zeaxantina e βcaroteno sobre a prevenção da síndrome metabólica.
4. CONCLUSÃO
O trabalho proporcionou maior conhecimento das causas e os principais efeitos da prática da má alimentação e sua relação com a síndrome metabólica, pois acredita-se que conhecendo e se aprofundando do tema será possível sensibilizar a população adulta sobre os riscos de adquirir a doença.
De fato, implementar os controles, procedimentos e disseminação de informações em relação a síndrome metabólica tem o objetivo de desestimular a população para a prática da automedicação como solução para o problema no âmbito das farmácias e postos de saúde da atenção básica, haja vista, notadamente há falta de informações e orientações quanto a ingestão de medicamentos indiscriminadamente.
Desta forma, é necessário orientar a sociedade com relação a alimentação adequada para a prevenção da doença de modo que a própria população se conscientize que essa prática contribui para evitar não só a síndrome metabólica, mas também outras doenças relacionadas com a má alimentação.
Assim, espera-se que a pesquisa possa contribuir com a sociedade e a ciência na medida em que buscou na literatura conhecer, analisar e apresentar fatores de risco para a saúde em relação a prática da má alimentação.
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1Graduanda do Curso de Bacharelado em Nutrição do Centro Universitário FAMETRO.
2Orientadora do TCC, Doutora em Biotecnologia pela Universidade Federal do Amazonas, Docente do curso de
Bacharelado em Nutrição do Centro Universitário FAMETRO.
3Coorientador do TCC, Especialista em Psicopedagogia, Docente do curso de Bacharelado em Nutrição do Centro
Universitário FAMETRO.