REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7275244
Ana Paula Rangel Carneiro1,
Camila Azeredo Pereira1,
Debora Antunes Oliveira1,
Gabriel Lucas Melchiades de Jesus1,
Deny Anderson dos Santos2.
1Discente da Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo / SP, Brasil 2Docente da Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo / SP, Brasil
RESUMO
A enxaqueca é um tipo de dor de cabeça, do gênero cefaleia primaria que acomete pessoas geneticamente predispostas podendo ocorrer em qualquer idade, mas de preferência acomete em maior número na adolescência e geralmente mais o gênero feminino do que o masculino. Considera-se uma doença que tem sua causa por vários fatores diferentes, tendo alguns estímulos principais como: estresse, insônia, cafeína, alterações hormonais etc. As características principais para identificar uma crise de enxaqueca é o embaçamento da visão ou presença de pontos luminosos, mas também pode ser acompanhada de náuseas, fotofobia (hipersensibilidade a luz), uma dor pulsátil, geralmente unilateral, de intensidade moderada ou forte. O diagnóstico para avaliar um paciente, irá analisar o seu histórico familiar, hábitos diários e o quadro de dor, intensidade e sua duração. Logo, sendo uma doença que causa impacto econômico na sociedade tendo em vista que o paciente atingido tem sua capacidade social limitado em suas atividades, há a busca de novos tratamentos além de uso crônico de medicamentos, que é o caso da toxina botulínica, produzida pela bactéria Clostridium botulinum, já que possui um alta taxa de utilização na medicina.
Palavras chaves: Toxina botulínica; enxaqueca; cefaleia; tratamento e terapêutica.
ABSTRACT
Migraine is a type of headache, of the primary headache genre that affects genetically predisposed people and can occur at any age, but preferably affects more adolescents and usually more females than males. It is considered a disease that has its cause by several different factors, having some main stimuli such as: stress, insomnia, caffeine, hormonal changes etc. The main characteristics to identify a migraine attack is blurred vision or the presence of bright spots, but it can also be accompanied by nausea, photophobia (hypersensitivity to light), a pulsating pain, usually unilateral, of moderate or severe intensity. The diagnosis to evaluate a patient will analyze his family history, daily habits and the picture of pain, intensity and duration. Therefore, being a disease that causes an economic impact on society, considering that the affected patient has limited social capacity in their activities, there is a search for new treatments in addition to the chronic use of drugs, which is the case of botulinum toxin, produced by the bacterium Clostridium botulinum, as it has a high rate of use in medicine
Key words: Botulinum toxin; migraine; headache; treatment and therapy.
INTRODUÇÃO
A enxaqueca é classificada como um tipo de cefaleia, sendo uma das doenças que mais causa danos à humanidade, sendo o primeiro registro em 1200 a.C pelos egípcios. Foi originado a partir do termo grego “Hemicrania” que quer dizer “metade do crânio” uma dor que arremete a uma das metades da cabeça.
A enxaqueca é um tipo de cefaleia com diversas causas, como influência genética, estresse, ansiedade, depressão, sono, consumo de alguns tipos de alimentos como café, álcool, chocolate etc. Segundo o comitê de classificação de cefaleias da International Headache Society a enxaqueca pode ser classificada por subtipos, sendo os principais deles: enxaqueca com aura (25% dos casos) e sem aura (75% dos casos) (SILVA et al., 2019).
Como citado acima a enxaqueca vem afetando a vida das pessoas há muitos anos, e com isso possui a urgência de ser enxergada como um problema de saúde pública, diante de sua grande ocorrência e de seus danos na vida das pessoas, como por exemplo: se ausentar no trabalho, declínio de produtividade e confluência de problemas psicológicos atingindo o âmbito social e emocional do indivíduo.
Segundo o Ministério da Saúde a enxaqueca se tornou uma doença frequente que atinge cerca de 30 milhões de brasileiros, 5 a 25% são mulheres e 2 a 10% são homens. A ascendência da enxaqueca ocorre com pessoas entre 25 e 45 anos, porém após os 50 anos a tendência é a diminuição das crises, e antes da puberdade as crises ocorrem igualmente entre ambos os sexos (SILVA et al., 2019).
A enxaqueca ainda não tem sua fisiopatologia totalmente explicada, porém a principal teoria a ser tratada é a da “depressão alastrante cortical”, que se caracteriza na diminuição do fluxo sanguíneo inibindo a atividade neural (“Enxaqueca tem impacto social na vida de 82% dos brasileiros com a doença – Emais”, [s.d.]).
O impacto econômico visto pela perspectiva de uma operadora de plano de saúde mostra que o custo per capita anual é de 25,5% de aumento dos pacientes com enxaqueca em relação aos pacientes sem enxaqueca, baseada nesses dados estão sendo desenvolvidas terapias alternativas para diminuir o aumento do custo direto adicional (CHAVES; MELLO; GOMES, 2009).
Além do impacto econômico, tem o impacto social que vem diminuindo a produtividade do “enxaquecoso”, em um estudo promovido pela farmacêutica Novartis com parceria da Aliança Europeia para enxaqueca e cefaleia, 82% dos brasileiros sofrem impacto social das dores (“Enxaqueca tem impacto social na vida de 82% dos brasileiros com a doença – Emais”, [s.d.]).
Existem quatro fases da enxaqueca, mas nem todos passam por todas as fases, variando caso a caso. A primeira fase é chamada de pródromo, e acontece de 24h a 48h horas antes da fase da dor de cabeça, os sintomas premonitórios são mudanças de humor, alterações no sono, alimentação e cansaço excessivo. A segunda fase é chamada de aura e ela pode acontecer antes, durante ou até mesmo depois da dor de cabeça (CHAVES; MELLO; GOMES, 2009).
Existem vários tipos de auras, e as mais comuns são os visuais, motoras e sensitivas. No caso de auras visuais positivas o paciente pode enxergar pontinhos brilhantes, e em auras visuais negativas uma parte da visão pode ser comprometida. A terceira fase é a conhecida por cefaleia, que é a fase da dor de cabeça já instalada, onde essa dor pode ser uni ou bilateral, podendo variar de região. Geralmente é acompanhada de alguns sintomas como fotofobia, fonofobia, enjoos e letargia, podendo durar de 4 até 72 horas (CHAVES; MELLO; GOMES, 2009).
E a quarta e última fase é os pósdromo, onde geralmente já passou a fase da dor de cabeça e fica a sensação de exaustão, acompanhado das mudanças de humor e dificuldade de concentração (CHAVES; MELLO; GOMES, 2009).
As abordagens atuais para o tratamento de enxaqueca, consistem no uso de medicamentos de intervenção imediata ou recurso terapêutico contínuo que pode ser medicamentoso ou não. O tratamento profilático, por via de medicamentos pode-se ser citado a utilização de betabloqueadores e antidepressivos tricíclicos (KRYMCHANTOWSKI; MOREIRA FILHO, 1999a).
A Clostridium Botulinum é uma bactéria anaeróbia conhecida por produzir a toxina botulínica (TB) sendo considerada uma potente toxina, por isso possui uma alta taxa de utilização na medicina e na estética (SPOSITO, 2009).
A toxina botulínica usada no tratamento e na estética é a tipo A, na qual se iniciou em 1981 através de injeção para o tratamento de estrabismo. Já em 1989 houve aprovação do Food and Drug Administration (FDA), agência sanitária dos Estados Unidos para uso terapêutico (BOTOX®, Allergan Inc., Irvine, Califórnia, USA) e em seguida é aprovado a toxina botulínica do tipo B para fins estéticos (SPOSITO, 2009).
OBJETIVOS
2.1 Geral
Associar a toxina botulínica como um tratamento alternativo para enxaqueca.
2.2 Específicos
Realizar uma revisão bibliográfica para contribuição de estudos que apontam um novo tratamento para enxaqueca que podem ser inclusos no sistema público de saúde e nos planos de saúde;
Revisar e apontar as problemáticas que a enxaqueca causa no dia a dia das pessoas, tais como sociais e econômicas;
Descrever as consequências causadas devido ao uso crônico dos medicamentos para o tratamento da enxaqueca.
3. METODOLOGIA
O atual trabalho utiliza a revisão bibliográfica, com objetivo de apresentar estudos e pesquisas que mostram uma alternativa de tratamento para enxaqueca.
Para a efetivação desta revisão bibliográfica foram selecionados artigos publicados através das bases de dados PubMed, Scielo e Google Acadêmico).
As palavras-chaves utilizadas para a pesquisa dos artigos foram:
Enxaqueca, toxina botulínica, dor de cabeça, cefaleia, tratamento com a toxina botulínica e medicamentos para tratamento da enxaqueca
4. DESENVOLVIMENTO
A cefaleia uma das doenças mais antigas datada pela humanidade, tendo seus primeiros registros sido feitos pelos antigos povos egípcios e sumerianos, sendo classificada como primária e secundária. A primária são dores que não possuem causa definida, evidenciada por exames, ou associadas à existência de outras doenças, e a secundária são associadas a outras doenças como por exemplo câncer e tumor (CHAVES; MELLO; GOMES, 2009).
As enxaquecas também conhecidas como migrâneas, são um dos tipos mais comuns de cefaleia, classificadas como cefaleia do tipo primária, que é a mais abrangente na população, sendo uma doença complexa que acomete milhões de pessoas, não se atendo somente a dor de cabeça mais também a outros sintomas, podendo ser desencadeada por situações do cotidiano como o estresse, esforço excessivo, calor intenso, odores fortes, alterações no sono. E outros fatores como alimentação, genética, ciclo menstrual e até mesmo a postura. (SILVA et al., 2019).
A enxaqueca tem predominância em indivíduos adultos, porém cerca de 3% a 10% das crianças podem ser atingidas, indiferentemente do sexo delas, após a fase da puberdade a prevalência aumenta para o sexo feminino. De acordo com os dados do Protocolo Nacional para Diagnóstico e Manejo das Cefaleias nas Unidades de Urgência do Brasil – 2018, é estimado a prevalência em mulheres de 22% e em homens de 9% (SILVA et al., 2019).
O comitê de classificação de cefaleias da International Headache Society, classifica a migrânea ou enxaqueca em subtipos, por causa das diferentes formas que a enxaqueca pode se apresentar. (PESCADOR RUSCHEL; DE JESUS, 2022).
Sendo os principais, a enxaqueca sem aura, conhecida antigamente como enxaqueca comum, que é uma crise de cefaleia recorrente que pode durar de 4 até 72 horas. Caracteristicamente é uma dor unilateral, pulsátil, que varia a intensidade, de moderada a grave, podendo ser agravada por atividades físicas rotineiras, frequentemente associada a fotofobia, fonofobia e náuseas (PESCADOR RUSCHEL; DE JESUS, 2022).
A enxaqueca com aura, denominada antigamente como enxaqueca clássica, onde seus sintomas são resultantes de um mal funcionamento no córtex ou tronco cerebral, podendo durar até 60 minutos. Geralmente seguidos por sintomas característicos de cefaleia como na enxaqueca anterior (CHAVES; MELLO; GOMES, 2009a).
Durante a crise, tipicamente os sintomas são associados a auras visuais que apresentam uma disfunção na visão, auras motoras que causam alterações neurológicas que podem paralisar um lado do corpo e as auras sensitivas que são as mais raras, podendo causar alteração na sensibilidade da pele em uma região do corpo (CHAVES; MELLO; GOMES, 2009ª).
E outro subtipo é a enxaqueca crônica, quando a dor de cabeça ocorre repetidas vezes em um mês por mais de três meses, e apresenta um quadro típico de enxaqueca por no mínimo 8 dias no mês (PESCADOR RUSCHEL; DE JESUS, 2022).
A enxaqueca pode gerar complicações, que podem ser subdivididas como, status migrainosus, que é uma crise de enxaqueca que pode durar mais de 72 horas, deixando o “enxaquecoso” em um estado bastante debilitado (PESCADOR RUSCHEL; DE JESUS, 2022).
A aura persistente sem infarto é uma condição rara, onde os sintomas da aura persistem por uma semana ou mais, sem comprovação de infarto em exame de imagem (PESCADOR RUSCHEL; DE JESUS, 2022).
E como o infarto migranoso, que se refere aos sintomas da aura que persistem durante um ataque típico de enxaqueca, podendo levar a uma circunstância médica caracterizada pelo bloqueio do fluxo sanguíneo no cérebro, uma isquemia cerebral (PESCADOR RUSCHEL; DE JESUS, 2022).
4.1 Fisiopatologia da enxaqueca
Tendo sua fisiopatologia ainda não inteiramente conhecida, a enxaqueca pode causar crises de cefaleia que cessam e recomeçam em determinados intervalos, de forma intensa ou moderada, com características particulares. As enxaquecas caracterizam-se por serem distúrbios bioletroquímicos cerebrais, que podem ter uma predisposição genética, sendo manifestadas por fatores externos ou internos (KRYMCHANTOWSKI; MOREIRA FILHO, 1999b).
Atualmente as principais hipóteses do surgimento e das manifestações da enxaqueca envolvem a teoria da depressão alastrante cortical de leão que é uma alteração eletrofisiológica caracterizada por uma onda que se propaga, uma despolarização neural e glial que predomina em regiões occipitais, explicando assim os sintomas da aura (PESCADOR RUSCHEL; DE JESUS, 2022).
Nos casos da enxaqueca sem aura, os indícios são de que a depressão cortical pode ocorrer em áreas onde a despolarização não pode ser percebida conscientemente, pois não recebem estímulos conscientes como por exemplo o cerebelo (PESCADOR RUSCHEL; DE JESUS, 2022).
Outra teoria que vem sendo constantemente debatida é a do sistema trigeminovascular e os vasos correspondentes (fibras simpáticas), e é notória que tem suas causas relacionadas a tensão, tração ou expansão das artérias intracranianas e/ou extracranianas, inflamação de nervos cranianos espinhais, espasmos e traumatismo dos músculos (KRYMCHANTOWSKI; MOREIRA FILHO, 1999a).
4.2 Fases da enxaqueca
De acordo com a Liga de Cefaleia de Marília (2007), a enxaqueca apresenta um quadro clínico que pode ser dividido em quatro fases: (SPECIALI; FLEMING; FORTINI, 2016) e (CHAVES; MELLO; GOMES, 2009b).
A primeira delas é a fase premonitória, denominada como pródromo, nessa fase os primeiros sintomas da enxaqueca envolvem dificuldade de concentração, fraqueza muscular, rigidez no pescoço, sonolência, mudanças emocionais como euforia, depressão e alterações na alimentação. Acredita-se que o hipotálamo possa estar associado ao início de uma crise de migrânea, pois nessa fase são iniciados os primeiros estímulos em algumas regiões do encéfalo, principalmente na região do hipotálamo, resultando nos primeiros sintomas da enxaqueca. O hipotálamo é responsável por várias funções que regulam a homeostase no corpo, como por exemplo o domínio das emoções, ajustamento do sono e regulação do apetite, podendo originar esses sintomas premonitórios, que podem durar até 2 dias (SPECIALI; FLEMING; FORTINI, 2016) e (CHAVES; MELLO; GOMES, 2009b).
Na fase da aura surgem os sintomas neurológicos positivos e negativos, podendo acometer até 25% das pessoas, e pode ocorrer sem estar acompanhado da fase da cefaleia. O sintoma neurológico mais comum é a aura visual, quando positivas apresentam os escotomas cintilantes, conhecidos como pontinhos brilhantes na periferia da visão do indivíduo, já nas auras visuais negativas pode-se perder parcialmente ou completamente a visão, também existem as auras sensitivas e motoras, no caso da primeira, habitualmente o “enxaquecoso” começa a sentir um formigamento (sintomas positivos) que logo da sequência a um adormecimento das áreas afetadas, causando uma falta de sensibilidade nessas regiões (sintomas negativos). A aura motora caracteriza-se por apresentar uma paralisia cerebral em um lado do corpo ou do rosto, o queixoso também pode alegar a sensação de peso em uma ou mais regiões do corpo (CHAVES; MELLO; GOMES, 2009b).
Na terceira fase, denominada como cefaleia é manifestada a dor de cabeça, que pode ocorrer em um lado da cabeça ou uma região dela, e ir se espalhando até se tornar bilateral, essa dor geralmente é pulsátil e sua intensidade varia de moderada a intensa. Além disso outros sintomas podem ser associados a essa fase como náuseas, vômitos, tonturas, visão turva e osmofobia que se refere a sensibilidade aumentada a odores (CHAVES; MELLO; GOMES, 2009b).
Após o desaparecimento da dor de cabeça, o “enxaquecoso” apresenta sintomas como irritabilidade, cansaço e dificuldade de concentração, entretanto, a outros que apresentam sintomas contrários, e expressam alivio pelo fim da dor e até certa euforia (CHAVES; MELLO; GOMES, 2009b).
4.3 Tratamento farmacológico
Atualmente a enxaqueca pode ser tratada com algumas classes de medicamentos, as principais delas são os betabloqueadores e os antidepressivos tricíclicos. Os fármacos dessas classes geralmente são utilizados nos tratamentos de outras doenças, como no caso da amitriptilina, que é um antidepressivo que além de tratar a depressão também atua no combate a enxaqueca (KRYMCHANTOWSKI; MOREIRA FILHO, 1999).
Essas classes de medicamentos são usadas no tratamento preventivo da enxaqueca, quando a incidência das crises aumenta, ocorrendo em uma média de duas a três vezes no mesmo mês (MARTINS; SÁ; BARROS, 2013).
Alguns medicamentos podem interferir na efetividade do tratamento preventivo, como os analgésicos, o excesso de ergotamina, que é um alcaloide, que chega ao Brasil através da Diidroergotamina que combinada com outros fármacos como a dipirona e cafeína tratam as crises de enxaqueca, anticoncepcional do tipo oral e drogas vasodilatadoras (“Ergotamina”, [s.d.]) e (MARTINS; SÁ; BARROS, 2013).
Os antidepressivos têm suas classificações através das suas propriedades farmacológicas e estrutura química. Os antidepressivos utilizados no tratamento profilático da enxaqueca são os tricíclicos, que possuem uma estrutura cíclica (anéis benzênicos), como a amitriptilina e nortriptilina, sendo esses respectivamente os mais utilizados. Esses medicamentos agem através da recaptação da serotonina e noradrenalina, e suas ações antienxaquecosas não estão atreladas à ação antidepressiva (MARTINS; SÁ; BARROS, 2013) e (MORENO; MORENO; SOARES, 1999).
Os antidepressivos tricíclicos desde o século XX começaram a ser referenciados como opções para tratamentos de psicose, oscilação de humor e até de dores crônicas, como por exemplo a enxaqueca (FERNANDES et al., 2006).
Os tricíclicos têm sua eficácia após serem administrados por via oral, e tem o seu efeito terapêutico de duas a quatro semanas e após a metabolização que, ocorre no fígado, tem seu tempo de duração em torno de um a três dias. O seu efeito no organismo ocorre após o bloqueio a ação de aminas biogênicas, (por exemplo: noradrenalina e serotonina que agem como neurotransmissores, atuando funções essenciais no corpo humano, sendo elas: atividade cerebral, resposta imune, regulação de temperatura etc.), por terminações nervosas que competem pelo sítio de ligação da proteína transportadora e tem ação nos muscarínicos da acetilcolina, receptores de histamina e serotonina. (FERNANDES et al., 2006).
A pessoa que é acometida pela enxaqueca tem níveis mais baixos de serotonina e esses níveis são ainda mais baixos durante as crises, os antidepressivos inibem a recaptação sináptica da serotonina e com isso o “enxaquecoso” fica com uma concentração maior de serotonina circulante no organismo fazendo com que as crises de enxaqueca diminuam (KRYMCHANTOWSKI; MOREIRA FILHO, 1999).
Por ser uma opção de tratamento para as dores crônicas, que geralmente tem um período de duração longo, os antidepressivos tricíclicos, podem causar muitos efeitos colaterais no paciente que faz o seu uso contínuo, como visão turva, vertigem, constipação intestinal, retenção urinária, depressão respiratória, xerostomia (boca seca) e alguns casos mais raros convulsões, hiponatremia da síndrome de secreção inadequada do hormônio antidiurético, quando altos níveis de um hormônio fazem o corpo reter água e modificações de função hepática (FERNANDES et al., 2006) e (MORENO; MORENO; SOARES, 1999).
A superdosagem dos antidepressivos tricíclicos, que podem resultar na intoxicação, gera um percentual significativo de internações hospitalares, isso ocorre devido à sua toxicidade cardíaca e neurológica (COSTA et al., 2001).
A intoxicação pode ser caracterizada por sonolência leve, confusão mental, dilatação da pupila, convulsões e até alucinações. E o seu tratamento baseia-se no esvaziamento gástrico, através da lavagem, para que aja a diminuição da absorção do fármaco e também no aumento da eliminação, através de uma pasta de carvão ativado e a estimulação catágica que acelera a defecação (MORENO; MORENO; SOARES, 1999).
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o uso racional de medicamentos está atrelado a necessidade de cada paciente, visando a prescrição adequada para cada indivíduo. Essa prescrição detém de alguns parâmetros que estão ligados a sua importância e eficácia, como: a dosagem utilizada, a sua forma farmacêutica, e tempo de tratamento, a qualidade e o preço dos medicamentos, além da orientação do profissional da saúde e responsabilidade do uso correto da terapia farmacológica.
Os psicotrópicos, drogas que agem no sistema nervoso central, produzindo alterações no humor, comportamento e até na cognição, são os medicamentos mais prescritos mundialmente e os estudos apontam cada vez mais o crescimento da sua utilização, por esse motivo é essencial rever a necessidade de cada prescrição para que não haja abusos por parte dos usuários. (PAULISTA, [s.d.]).
Já os betabloqueadores foram constituídos e utilizados pela indústria farmacêutica, inicialmente para doenças cardiovasculares. Na categoria dos medicamentos para enxaqueca, a descoberta dos betabloqueadores foi um acaso.
Em 1960, um médico explorava a ação do Propanolol que é um betabloqueador, em um indivíduo que sofria com problemas cardiovasculares e com enxaqueca, e o paciente alegou uma diminuição na frequência das crises de enxaqueca usando a medicamento, e assim ocasionou o primeiro artigo publicado em 1966 que relata a ação do fármaco na migrânea. Após o ocorrido, os betabloqueadores começaram a fazer parte na dianteira do tratamento para enxaqueca (“Propranolol, Atenolol, Nadolol e outros Betabloqueadores”, [s.d.]).
Esta classe de medicamentos teve sua eficácia clínica na diminuição dos parâmetros da dor comprovadas por diversos estudos. O mecanismo de ação do fármaco tem relação aos sistemas noradrenérgico e serotoninérgicos, tais como: bloqueio de beta-receptores (beta-1 e beta 2) fazendo com que a liberação da noradrenalina seja inibida. Acontece uma obstrução de beta receptores pré-juncionais diminuindo o trabalho de disparo neuronais, subtraindo a síntese de noradrenalina. O revés com um medicamento desta classe não configura o insucesso de todos os betabloqueadores, há possibilidade de ser feita outras investidas com outros componentes da mesma classe. Os efeitos colaterais mais recorrentes são: depressão, impotência sexual, tolerância restringida para atividades físicas, fadiga, vasoconstricção periférica e distúrbio de memórias (KRYMCHANTOWSKI; MOREIRA FILHO, 1999).
Como já mencionado antes, todos medicamentos precisam de uma orientação médica em conjunto com a responsabilidade do paciente sobre uso racional para seu tratamento, é importante saber que as pessoas que possuem crise de enxaqueca diariamente e tratam com o Propanol, podem correr o risco de obter uma superdosagem, caracterizadas pelos seguintes sintomas: insuficiência cardíaca aguda, bradicardia, broncoespasmo e hipotensão. (Cloridrato de Propanolol. [BULA]. São Paulo: Laboratório EMS S/A. Disponível em: https://consultas.anvisa.gov.br/#/bulario/q/?nomeProduto=Cloridrato%20de%20Propranolol).
A ênfase sobre a superdosagem deve ser sempre colocada nos cuidados intensivos em conjunto com os cuidados regulares oferecidos em hospitais. Após a ingestão de qualquer droga potencialmente absorvida, deve-se fazer lavagem gástrica, carvão ativado e laxante
O uso de plasma ou substitutos alternativos de plasma pode tratar o choque e a pressão arterial baixa através do trato gastrointestinal (Cloridrato de Propanolol. [BULA]. São Paulo: Laboratório EMS S/A. Disponível em: https://consultas.anvisa.gov.br/#/bulario/q/?nomeProduto=Cloridrato%20de%20Propranolol).
4.5 Impacto social e econômico da enxaqueca
O indivíduo “enxaquecoso” geralmente não recebe o atendimento de um médico especializado, e com isso é gerado um impacto econômico do ponto de vista de um plano de saúde, com o objetivo também de distinguir a carga da doença obteve-se os seguintes dados: com o diagnóstico da migrânea, 22,0% eram do sexo masculino e 78% do feminino, neste agrupamento o emprego do plano de saúde foi consideravelmente maior se comparado aos pacientes sem enxaqueca para terapias, consultas e exames. No ano o precursor da enxaqueca notou-se 25,5% a mais de despesas resultando em um impacto para o plano de saúde de R$ 2.590.056,73 de custo incremental, queda de produtividade e ausência de trabalho são também impactos sofridos por consequência da enxaqueca, foi notado que 32% dos indivíduos perdem até 30 dias de serviço (PDF DO CAPESESP).
Um estudo promovido pela farmacêutica Novartis com parceria da Aliança Europeia para Enxaqueca e Cefaleia chamado: My Migraine Voice entrevistou e analisou 11.226 pessoas de 31 países, 851 eram brasileiros e dentre esses do Brasil, mais de 50% não conseguiam ficar presentes em eventos sociais, 30% se sentiam incapacitados de fazer exercícios físicos e 56% têm dificuldades em exercer todas suas atividades diárias, incluindo hobbies. entrevista (“Enxaqueca tem impacto social na vida de 82% dos brasileiros com a doença – Emais”, [s.d.]).
No Brasil a enxaqueca é correlacionada com a depressão em 42% dos casos. “Crises de enxaqueca e depressão podem estar relacionadas de maneiras variadas, ambas podem ser causadas por distúrbios químicos cerebrais similares e podem se relacionar a genética” afirma o neurologista Mário Peres, neurologista da Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBC), participante da entrevista (“Enxaqueca tem impacto social na vida de 82% dos brasileiros com a doença – Emais”, [s.d.]).
4.6 Molécula da Toxina Botulínica
A toxina botulínica é produzida pela bactéria gram-positiva anaeróbia Clostridium Botulinum e é considerada uma potente toxina dispondo de uma alta taxa de utilização na medicina e na estética. (SPOSITO, 2009).
A utilização da toxina botulínica tipo A na medicina se iniciou em 1981 através de injeção para o tratamento de estrabismo. Já em 1989 houve aprovação do Food and Drug Administration (FDA), agência sanitária dos Estados Unidos para uso terapêutico (BOTOX®, Allergan Inc., Irvine, Califórnia, USA) e em seguida é aprovado toxina botulínica do tipo B para fins estéticos. (SPOSITO, 2009).
Após a aprovação da toxina, seu uso foi expandindo cada vez mais baseando na sua ação farmacológica proposta, como por exemplo: dolorosas, oftalmológicas, dermatológicas, cosméticas etc. (Tabela 1) (SPOSITO, 2009).
Tabela 1
Aplicações clínicas da Toxina Botulínica tipo A.
(SPOSITO, 2009)
Estrutura da toxina botulínica do tipo A
A toxina possui uma parte ativa que se divide em duas cadeias, a leve e a pesada. A cadeia leve possui atividade catalítica e já a cadeia pesada possui dois domínios, o de translocação e o de ligação. Segue abaixo uma figura tridimensional a toxina (Figura A) (SPOSITO, 2009).
Cadeia leve
Sobre a cadeia leve, é uma parte catalítica, onde seu sítio ativo possui uma parte que contém íons de zinco. Sua função é o impedimento da liberação de neurotransmissores pelo bloqueio de vesículas pré-sinápticas (SPOSITO, 2009).
Cadeia pesada
Já a cadeia pesada é uma estrutura que envolve uma fusão de membrana que envolve a formação de canais iônicos seletivos transmembrânicos de voltagem dependentes. Essa região envolve a ligação apenas a receptores de neurônios na superfície externa dos neurônios colinérgicos periféricos. Com isso, a cadeia pesada é responsável pela ligação dos receptores e sua internalização para dentro dos neurônios, assim ajudando a translocação da cadeia leve para o citoplasma da célula nervosa. Segue abaixo uma representação das cadeias (Figura B) (SPOSITO, 2009).
Figura A
Representação tridimensional da Toxina Botulínica tipo A
(SPOSITO, 2009)
Figura B
Estrutura da dupla cadeia da neurotoxina botulínica.
(SPOSITO, 2009)
A disposição terapêutica da toxina integra proteínas, excipientes e proteínas não tóxicas para serem misturadas e formar um “complexo proteico”. (SPOSITO, 2009).
A formulação resultante se assemelha teoricamente à figura mostrada em 3. Isso ocorre porque a neurotoxina é protegida por um complexo botulínico ativo misturado com a mistura de proteínas. Essas proteínas têm uma função protetora e ajudam a retardar a degradação da toxina (SPOSITO, 2009).
Figura C
Estrutura das preparações terapêuticas da Toxina Botulínica (SPOSITO, 2009)
4.7 Tratamento com a Toxina botulínica
No ano de 1989 foi iniciado o tratamento da espasticidade usando a TB, Neurologistas verificaram a utilidade com potencial da TBA em transtornos neurológicos que envolvia excessivas contrações musculares e a partir disso começou a ser usada para outros tratamentos. (“SciELO – Brasil – Toxina botulínica no tratamento da dor Toxina botulínica no tratamento da dor”, [s.d.]).
A substância da toxina está adepta ao tratamento estético, isso faz com que a sociedade faça questionamentos para compreender como pode ser possível o uso para fins terapêuticos (AMORIM, 2013).
Para o tratamento da enxaqueca, quando é inserido em músculos destinados na região da cabeça, a toxina botulínica faz com que o mecanismo da dor sofra uma diminuição na liberação dos neurotransmissores (um mensageiro liberado pelos neurônios que envia informações para outras células), dois desses neurotransmissores são: substância P e o glutamato. Também ocorre a limitação da liberação da acetilcolina (responsável pela contração muscular) e com isso impossibilitando o impulso nervoso entre o músculo que está sentindo dor e os neurônios do cérebro. E com esse mecanismo ocorre a atenuação da dor, diminuindo as contrações musculares e a redução das substâncias responsáveis pela promoção da dor, a forma tradicional de aplicação é em 30 pontos distribuídos na região frontal, occipital, temporo-pariental e pescoço, pode diversificar de acordo com o diagnóstico de pessoa para pessoa. (AMORIM, 2013).
As agulhas utilizadas são de tamanho pequeno como as de Injeções Intradérmicas, os volumes utilizados são de 0,1 ml a 0,2 ml por cada ponto de aplicação feita. A terapêutica é utilizada para impedir em um determinado tempo que não haja ocorrências das dores. O efeito costuma durar de 4 meses a 6 meses, com margem de erros para mais ou para menos, dependendo do histórico de crises do paciente. Durante a melhora do tratamento com diminuição das crises frequentes, o paciente deve aproveitar para reprogramar seus hábitos e estilos de vida para que diminua os fatores desencadeantes, distanciando as crises na sua rotina e assim fazendo com que as aplicações sejam mais dilatadas. (AMORIM, 2013).
Pontos da cabeça onde a toxina botulínica pode ser aplicada para o tratamento da enxaqueca.(“PressReader.com – Réplicas de Jornais de Todo o Mundo”, [s.d.])
Nem todos são entendedores no tratamento com toxina botulínica, porém tanto o paciente quanto os familiares podem estar moderadamente antenados sobre algumas questões da terapêutica (AMORIM, 2013).
Umas das questões levantadas por pacientes é se TBA é segura, eficaz e se possui efeitos colaterais, acaba sendo importante o papel do profissional para separar bem esses pontos levantados. Quando administrado por um profissional devidamente competente e habilitado a TBA é sim segura e eficaz. (“Ebook-21-questões-essenciais-sobre-Toxina-Botulínica-na-Neurologia.pdf”, [s.d.]).
Em relação aos efeitos colaterais existe a possibilidade de efeitos adversos que é variável de paciente para paciente sendo boa parte reversível em algumas horas ou dias, alguma das situações adversas que podem ocorrer são: dores, coceira no local da punção, discretos hematomas no local com ênfase nos músculos da face, disfagia (dificuldade para engolir), principalmente para contrações involuntárias, glândulas salivares e face. Em casos mais incomum pode ocorrer: vômitos, náuseas disfagia e hipotonia (tensão muscular reduzida) generalizada. O paciente também precisa ser informado sobre as contraindicações que incluem: gestação, infecções no local da injeção e alergia aos componentes do medicamento como a albumina que é envolvida na molécula da TBA e está presente na clara do ovo. (“Ebook-21-questões-essenciais-sobre-Toxina-Botulínica-na-Neurologia.pdf”, [s.d.]).
Outra questão discutida para quem faz o tratamento é em relação de adicionar outras abordagens terapêuticas com o intuito de otimizar o tratamento e para ter uma verdadeira evolução no seu estado. Não só pode, mas deve combinar. Na enxaqueca é preciso atuar em frentes distintas e a maioria das vezes simultaneamente, cabe mencionar também que o “enxaquecoso” precisa de acompanhamento de todas especialidades médicas que esteja fazendo tratamento e é de suma importância o conhecimento dos profissionais em relação a terapêutica com a TBA. (“Ebook-21-questões-essenciais-sobre-Toxina-Botulínica-na-Neurologia.pdf”, [s.d.]).
5. Conclusão
Esse artigo buscou apresentar o impacto da enxaqueca na vida das pessoas no âmbito social e econômico, e com isso foi analisado as vantagens do tratamento com a toxina botulínica em relação aos tratamentos convencionais.
Ao decorrer do trabalho foi possível constatar as principais teorias sobre a fisiopatologia da enxaqueca, incluindo seus subtipos, causas e sintomas.
O tratamento com a toxina botulina apresenta resultados significativos por ser um tratamento cujo efeito dura de 2 a 4 meses, possibilitando que o paciente tenha mais qualidade de vida, além disso o “enxaquecoso” deve otimizar o tratamento com o auxílio de outras abordagens terapêuticas para que o resultado seja efetivo.
6. Referências
BORTOLOTTO, L. A.; CONSOLIM-COLOMBO, F. M. Betabloqueadores adrenérgicos. p. 7, [s.d.].
CHAVES, A. C. P.; MELLO, J. M. DE; GOMES, C. R. DE G. Conhecendo Sobre as Enxaquecas. Saúde e Pesquisa, v. 2, n. 2, p. 265–271, 19 ago. 2009.
Enxaqueca tem impacto social na vida de 82% dos brasileiros com a doença – Emais. Disponível em: <https://emais.estadao.com.br/noticias/bem-estar,enxaqueca-tem-impacto-social-na-vida-de-82-dos-brasileiros,70002831322>. Acesso em: 29 set. 2022.
FERNANDES, G. et al. Impacto das intoxicações por antidepressivos tricíclicos comparados aos depressores do “sistema nervoso central”. p. 5, 2006.
KRYMCHANTOWSKI, A. V.; MOREIRA FILHO, P. F. Atualização no tratamento profilático das enxaquecas. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, v. 57, n. 2B, p. 513–519, jun. 1999a.
KRYMCHANTOWSKI, A. V.; MOREIRA FILHO, P. F. Atualização no tratamento profilático das enxaquecas. Arquivos de Neuropsiquiatria, v. 57, p. 513–519, jun. 1999b.
SILVA, M. DE S. et al. Internações por enxaqueca: olhar epidemiológico sob população economicamente ativa no Brasil. Jornal Memorial da Medicina, v. 1, n. 2, p. 57–65, 2019.
SPOSITO, M. M. DE M. Toxina Botulínica do Tipo A: mecanismo de ação. Acta Fisiátrica, v. 16, n. 1, p. 25–37, 9 mar. 2009.
Cloridrato de Propanolol.[BULA]. São Paulo: Laboratório SEM S/A. Dísponível em: https://consultas.anvisa.gov.br/#/bulario/q/?nomeProduto=Cloridrato%20de%20Propranolol Acesso em: 1 nov. 2022.
COSTA, J. et al. [Cardiac effects of acute poisoning with tricyclic antidepressants: systematic review of the literature. Part I]. Revista Portuguesa De Cardiologia: Orgao Oficial Da Sociedade Portuguesa De Cardiologia = Portuguese Journal of Cardiology: An Official Journal of the Portuguese Society of Cardiology, v. 20, n. 6, p. 671–678, jun. 2001.
Ergotamina. Disponível em: <https://www.scielo.org.mx/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0187-47052004000900007>. Acesso em: 31 out. 2022.
KRYMCHANTOWSKI, A. V.; MOREIRA FILHO, P. F. Atualização no tratamento profilático das enxaquecas. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, v. 57, n. 2B, p. 513–519, jun. 1999.
MARTINS, M. I. O.; SÁ, T. S. DE; BARROS, L. F. O. Avaliação do Tratamento da Enxaqueca: Uma Abordagem Literária. Saúde e Pesquisa, v. 6, n. 3, 12 dez. 2013.
MORENO, R. A.; MORENO, D. H.; SOARES, M. B. DE M. Psicofarmacologia de antidepressivos. Brazilian Journal of Psychiatry, v. 21, p. 24–40, maio 1999.
PAULISTA, B. O Uso De Antidepressivos e Ansiolíticos: Uma Revisão Narrativa da Produção Brasileira. p. 20, [s.d.].
Propranolol, Atenolol, Nadolol e outros Betabloqueadores. Disponível em: <https://www.enxaqueca.com.br/propranolol/>. Acesso em: 1 nov. 2022.