COVID-19 NO PERÍODO GRAVÍDICO-PUERPERAL: UMA VISÃO GERAL

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7271964


Ana Luzia Salustiano1
Monica da Silva Barbosa2
Tâmyssa Simões dos Santos3


RESUMO:  

Introdução: A infecção por corona vírus (COVID-19) é causada pelo novo vírus denominado SARS-CoV-2. O primeiro caso foi relatado em Wuhan, China, em dezembro de 2019, e a doença se espalhou rapidamente pela China e outros países. A infecção geralmente se apresenta como febre e tosse. Objetivo: A presente revisão, uma breve análise da Covid-19 no período gravídico-puerperal e os efeitos da COVID-19 na gravidez. Método: A coleta de dados foi realizada através de artigos publicados nos últimos 05 anos nas bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS); Scientific Electronic Library Online (SciELO). 

Resultados: Foram selecionados 12 artigos, onde a predominância da pesquisa foi no SciELO, a maioria relata o conceito da doença, a importância da assistência de enfermagem e as dificuldades encontradas pelas gestantes com covid-19, vulnerabilidade ao vírus. Conclusão: Conclui-se que gestantes representam um grupo da população com particularidades, principalmente ligadas às suas alterações fisiológicas e imunológicas. A gravidez apresenta características que tornam a gestante mais suscetível a patógenos respiratórios e pneumonias graves. Além disso, a necessidade de proteger o feto representa uma maior responsabilidade com relação à prestação de assistência. Necessário; orientar sobre o repouso, o sono, a nutrição e a hidratação; utilizar medicamentos quando indicados e contraindicar medicamentos que possam ter efeitos teratogênicos ou tóxicos para o feto; monitorar os sinais vitais; oferecer uma atenção obstétrica individualizada e uma abordagem multiprofissional. 

DESCRITORES: COVID-19, SARS-CoVid-2, Gravidez, pré-natal, parto. 

ABSTRACT: 

Introduction: Corona virus infection (COVID-19) is caused by the new virus called SARS-CoV-2. The first case was reported in Wuhan, China, in December 2019, and the disease has spread rapidly across China and other countries. The infection usually presents as fever and cough. Objective: The present review, a brief analysis of Covid19 in the pregnancy-puerperal period and the effects of COVID-19 on pregnancy. Method: Data collection was carried out through articles published in the last 05 years in the following databases: Latin American and Caribbean Literature on Health Sciences (LILACS); Scientific Electronic Library Online (SciELO). 

Results: 12 articles were selected, where the predominance of research was in SciELO, most of them report the concept of the disease, the importance of nursing care and the difficulties encountered by pregnant women with covid-19, vulnerability to the virus. Conclusion: It is concluded that pregnant women represent a population group with particularities, mainly linked to their physiological and immunological changes. Pregnancy has characteristics that make the pregnant woman more susceptible to respiratory pathogens and severe pneumonia. In addition, the need to protect the fetus represents a greater responsibility with regard to the provision of care. Required; guide about rest, sleep, nutrition and hydration; use drugs when indicated and contraindicate drugs that may have teratogenic or toxic effects on the fetus; monitor vital signs; offer individualized obstetric care and a multiprofessional approach. 

DESCRIPTORS: COVID-19, SARS-CoVid-2, Pregnancy, prenatal care, childbirth. 

Introdução 

 A infecção por corona vírus (COVID-19) é causada pelo novo vírus denominado SARS-CoV-2. O primeiro caso foi relatado em Wuhan, China, em dezembro de 2019, e a doença se espalhou rapidamente pela China e outros países. A mobilização mundial de autoridades, órgãos de vigilância e sociedades científicas para o enfrentamento dessa pandemia envolvia claramente e na linha de frente os profissionais de saúde para atuarem nos hospitais existentes e naqueles de campanha, construídos e/ou improvisados especificamente para atendimento aos pacientes com infecções por corona vírus. (OMS,2019) 

Em 20 de março de 2020, o Ministério da Saúde (MS), por meio da Portaria 454, declara, em todo o território nacional, o estado de transmissão comunitária da nova corona vírus. No início de abril, gestantes e puérperas passaram a fazer parte de grupos de risco para COVID-19. A infecção geralmente apresenta febre e tosse. (OMS,2020) 

Nesta direção, dados obstétricos revelaram que no Brasil, durante o período de janeiro a agosto de 2020, 5.274 gestantes foram hospitalizadas e 0.9% dessas internações foram relacionadas à Infecção Respiratória Aguda Grave (IRAG), sendo 2.256 confirmadas com COVID-19, dentre elas 135 mortes. Dentre os óbitos estavam mulheres no terceiro trimestre de gestação (56,3%); no segundo trimestre (33,8%); e no primeiro trimestre (4,4%). Foi advertido, ainda, que as gestantes infectadas por SARS-CoV-2 têm maior chance de hospitalização, admissão em unidade de terapia intensiva e ventilação mecânica. (SOARES; VASCONCELOS; MOURA,2022) 

O SARS-CoV-2 pertence à família Coronaviridae, ordem Nidovirales. Os corona vírus são vírus do ácido ribonucleico (RNA) de sentido positivo, não segmentado e envelopado. A família Coronaviridae foi descoberta pela primeira vez em 1965, após crescer em uma cultura traqueal embrionária obtida de um adulto que apresentava um resfriado comum. Depois de anos catalogando diferentes vírus relacionados a doenças humanas e animais, como gastroenterite, hepatite e bronquite, esses vírus foram chamados de corona vírus devido à aparência em forma de coroa de suas projeções superficiais (MATOS et al., 2020). 

Estudos indicam, entre os sintomas mais recorrentes em gestantes com COVID-19: febre, tosse, pneumonia, mialgia, fadiga, dor abdominal e diarreia, e as comorbidades mais comumente associadas sendo o diabetes gestacional, o hipotireoidismo e a hipertensão. Dentre os desfechos encontrados estão: maiores taxas de abortamento, alterações tireoidianas, coagulopatias, préeclâmpsia, eclampsia, síndrome HELLP (hemólise, enzimas hepáticas elevadas, baixa contagem de plaquetas), nascimento por operação cesariana, parto prematuro, necessidade de internação em unidades terapia intensiva (UTI), endometrite e/ou sepse puerperal, falência múltipla de órgãos, sofrimento e/ou baixo peso fetal, pneumonia e outras condições neonatais severas, asfixia e morte materna e perinatal. Assim, gestantes infectadas pelo novo Corona vírus possuem risco aumentado de resultados adversos quando comparadas à população geral. (BRITO, FERREIRA, OLIVEIRA 2022.) 

Tanto o SARS-CoV quanto o MERS-CoV foram associados a maiores taxas de letalidade e a complicações mais graves durante a gravidez. No entanto, existem relatórios limitados sobre o impacto da COVID19 durante a gravidez. Como resultado, os efeitos potenciais sobre os desfechos fetais e neonatais não são claros, e mais estudos são urgentemente necessários no que diz respeito ao manejo de mulheres grávidas com COVID-19. (CARVALHO; KLOPPEL; VIEIRA,2021) 

 Quatro tipos de corona vírus foram identificados (α, β, gama e delta). São classificados de acordo com seu tropismo e patogenicidade. Os vírus β apresentam grande patogenicidade; eles causam pneumonia e SARS e foram responsáveis pelos surtos de SARS-CoV e MERS-CoV (LOPES et al., 2020) 

 Por outro lado, os vírus α geralmente se apresentam como infecções leves as moderadas do trato respiratório superior. O recémidentificado SARS-CoV-2 apresenta similaridade entre 20 e sessenta por cento com o MERS-CoV e similaridade entre quarenta e cinco e noventa por cento com o SARS-CoV. No entanto, também apresenta grande semelhança com o genoma dos corona vírus encontrados em morcegos (96%) (TONNI et al., 2020). 

Complicações maternas e fetais foram documentadas em epidemias anteriores causadas por outro corona vírus, nomeadamente a síndrome respiratória aguda grave (SARS) a síndrome respiratória do Médio Oriente (MERS).  Além disso, alguns autores sugerem que as mulheres grávidas são mais vulneráveis a agentes respiratórios infecciosos do que a população em geral e podem responder ao COVID-19 com uma “tempestade de citocinas”, que pode levar a morbidade grave. Assim, por precaução, a gravidez e o puerpério passaram a ser consideradas situações de alto risco para o adoecimento grave do COVID-19 (WERNER et al., 2020). 

 No Brasil, por exemplo, país com altas taxas de mortalidade materna quando comparado com países desenvolvidos, 124 gestantes ou puérperas morreram por COVID-19 até 18 de junho de 2020 representando uma taxa de mortalidade de 12%, cifra que atualmente supera o número total de mortes maternas relacionadas ao COVID-19 relatadas no resto do mundo. 

Esses dados sugerem um agravamento das más condições preexistentes do pré-natal, tal como visto em algumas poucas séries de casos de COVID-19 na gravidez. A série clínica geralmente incluía menos de 13 casos cada, e todos relataram gravidez principalmente no terceiro trimestre, demonstrando uma falta de conhecimento da infecção durante o primeiro e segundo trimestres. Quando estes estudos foram analisados em conjunto, identificou-se que as manifestações clínicas se desenvolveram geralmente após as 32 semanas de gestação. Devido aos poucos casos avaliados nas primeiras idades gestacionais, as manifestações clínicas costumam ser observadas próximo ao pré-termo tardio e no momento do parto. A cesariana foi o modo de parto preferido por motivos não descritos, potencialmente porque as pacientes estavam recebendo oxigenoterapia na maioria dos casos. No entanto, o peso ao nascer era geralmente normal nesses estudos (POMAR et al., 2020). 

Uma solução hidroalcoólica deve estar disponível para as mães que vêm à sala de espera, distância interpessoal de mais de um metro deve ser mantida e nenhum acompanhante é permitido, a menos que a mãe não seja autossuficiente. Além disso, a sala deve ser ventilada a cada 10 minutos e todas as superfícies e itens devem ser desinfetados. (JUNIOR et al., 2020). 

Se uma mãe sintomática estiver presente na sala de espera, ela deve usar máscara cirúrgica e ser avaliado o mais rápido possível. Além disso, ventilar e desinfetar a sala de espera é obrigatório. Se a mãe for assintomática, o uso de máscara cirúrgica é considerado desnecessário, a menos que sintomas respiratórios estejam presentes nos cuidadores de saúde; entretanto, a higiene adequada das mãos deve ser observada antes e depois de cada exame individual. Se o estado geral da mãe estiver estável, ela será aconselhada a observar um período de isolamento de 14 dias, e nos testes positivos para SARS-CoV-2, um acompanhamento clínico e ultrassonográfico será planejado a cada 4 a 6 semanas em diante. Se sua condição geral for instável ou ruim, a mãe será admitida em um centro de cuidados terciários de referência (VIEIRA et al., 2020). 

Sobre os aspectos obstétricos da infecção COVID-19, é necessário considerar que ela é uma doença recente, não havendo conhecimento específico acerca do assunto para a elaboração de protocolos assistenciais. Em decorrência disso, várias orientações baseiam-se na comparação com infecções causadas por outros vírus (SARS-CoV, MERS-CoV e H1N1); portanto, tudo o que existe de evidências atualmente está sujeito a modificações a partir de novas descobertas. 

As infecções causadas por SARS-CoV e MERS-CoV foram limitadas regionalmente, mas os poucos casos obstétricos publicados apontam a necessidade de suporte avançado de vida para as gestantes com grave comprometimento do prognóstico materno. Todos realçam a importância dos cuidados com a dispersão do vírus (HOLANDA et al., 2020). Diante dessa problemática o estudo tem como pergunta norteadora: Como é dada a assistência de enfermagem a pacientes gravidas acometidas pelo Covid-19? Diante desta realidade, o presente estudo tem como objetivo, relatar a importância da assistência de enfermagem a pacientes gravidas e puérperas acometidas pelo vírus Covid-19. 

Metodologia 

O presente estudo trata-se de uma pesquisa de revisão integrativa da leitura, que é a base que sustenta a pesquisa cientifica e ampara os caminhos para pesquisas futuras. Em busca de respostas para o seguinte tema: Covid-19 no período gravídico-puerperal: uma visão geral a estratégia PICO (P- pessoas/ I – intervenção/ C- comparação/ O- outcome = resultado esperado) é utilizada para auxiliar na construção de uma pergunta de pesquisa e a busca de evidencias, assim, nesta pesquisa utilizou-se a seguinte estratégia: Covid-19 na gravidez, I- Atuação da assistência de enfermagem; uma visão geral dos obstetras. O levantamento dos dados necessários para a composição do mesmo foi realizado pelos bancos de dados: Scientific Electronic Library Online (SCIELO),), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e PubMed utilizando os descrit covid-19 no período gravídicopuerperal, Covid -19 na gravidez uma visão geral, Gravidez e Corona vírus 2019 (COVID-19): o que os obstetras precisam saber COVID19: Um Novo Desafio para a Cardiopatia na Gravidez. 

Após as pesquisas no banco de dados descrito, foram estabelecidos o sistema de exclusão e inclusão, sendo utilizados artigos nacionais e internacionais, buscando como foco a assistência de enfermagem em gestantes acometidas pelo vírus Covid-19, foram descartados artigos que não respondessem à pergunta norteadora, buscando os artigos mais atualizados possível, num período de 2019 a 2022. 

Com o propósito de realizar o maior número de cruzamentos, a figura abaixo, apresenta o procedimento de escolhas dos artigos, com base de dados utilizada, quantidades de artigos encontrados, quantidade de artigos selecionados e por fim, quantidade de artigos utilizados após o procedimento de exclusão e inclusão. Todos os artigos utilizados respondiam ao tema norteador, compondo adequadamente o estudo. 

Figura 1- Seleção de artigos por técnica de busca nas bases de dados, Brasil 2022. 

Figura 1 – Fluxograma para composição da amostra para revisão integrativa Fonte: Dados da Pesquisa (2022). 

Resultados 

Quadro 1 – Trajetória metodológicas de pesquisa nas bases de dados SciELO

Autores Base de dados/ Ano de publicação Objetivo Método  Resultados alcançados 
MATOS et., al.  SciELO 2020  Analisar os discursos acerca do cuidado produzido por enfermeiros que atuavam em Serviços Ambulatoriais Especializados em Síndromes Gripais em quatro instituições públicas de Rio De Janeiro-RJ Pesquisa exploratória descritiva  Necessário fundamentar e teorizar uma prática clínica de enfermagem a partir de questões epistemológicas da profissão, de forma que o enfermeiro perceba sua relevância no contexto de cuidado. 
LOPES et., al.  SciELO 2020 Identificar a percepção das Gravidas acometidas pelo vírus do covid-19. Estudo quantitativo  Há muitos fatores que favorecem o mito de que a mãe infectada pelo vírus pode passar a doença para o bebê ainda na barriga: Nenhum estudo comprovou ser possível a chamada transmissão vertical, que é quando uma doença é transmitida da mãe para o bebê ainda na barriga. As infecções de recém-nascidos registradas parecem ter ocorrido após o nascimento, durante o manejo do bebê.
WERNER et., al.   SciELO 2020Analisar a atuação de profissionais de saúde em Gravidas e puérperas acometidas pelo vírus. Estudo quantitativoNecessidade de promoção da saúde da mulher gravida, não somente os investimentos em formação em saúde, como também na melhoria das condições de trabalho nos serviços públicos de saúde 
TONNI et al., SciELO 2020Características de personalidade e adesão ao tratamento em gravidas e puérperas portadores do vírus. Estudo quantitativo Uma solução hidroalcoólica deve estar disponível para as mães que vêm à sala de espera, a distância interpessoal de mais de um metro deve ser mantida e nenhum acompanhante é permitido, a menos que a mãe não seja autossuficiente.  
POMAR et., al.  SciELO 2020Analisar como a equipe de enfermagem atua no enfrentamento do vírus covid-19 no cotidiano de gravidas e puérperas  DissertaçãoDesafio de transformar o que está escrito em realidade, um trabalho que requer Liderança, paciência, persistência, e muita resiliência, aplicando uma ferramenta que pode possibilitar a integração das ações em redes, contribuindo para nortear os gestores e profissionais de saúde para dois grandes desafios 
JUNIOR et., al.  SciELO 2020 Identificar e analisar a produção científica acerca do comportamento e conhecimento sobre covid-19 na gravidez Revisão integrativaDesenvolvimento de pesquisas que investiguem o comportamento e o conhecimento sobre covid-19 na gravidez contribuindo, assim, para o desenvolvimento de políticas públicas e práticas de saúde que garantam o aperfeiçoamento do cuidado em relação à saúde e bem-estar das gravidas e puérperas. 
VIEIRA et. al.,  SciELO 2020Avaliar a qualidade de vida de gravidas e puérperas Estudo descritivo, quantitativo de corte transversal com amostra de conveniência e aleatória composta por 120 sujeitos. Estudo quantitativoObservamos que a pandemia afetou a saúde mental das gestantes, com presença de ansiedade materna moderada ou grave. Preocupa-se que o aumento da ansiedade materna observado no estudo estava relacionado principalmente à confiança na autoproteção contra a covid-19, bem como relacionado a dúvidas quanto à presença de acompanhante durante o parto e a segurança da amamentação. 
HOLANDA et., al.  SciELO 2020 Avaliar o conhecimento e as atitudes sobre civid-19 e gravidez em visão geral em gravidas e puérperas, bem como caracterizar a amostra segundo variáveis socioeconômicas e demográficas, tempo de diagnóstico, sintomatologia depressiva, presença ou ausência de comorbidades e capacidade funcionalEstudo quantitativofalta de conhecimento favorece o desenvolvimento de atitudes negativas face à covid-19 na gravidez o que pode contribuir para o aumento da suscetibilidade do vírus  
SOARES; VASCONCELOS; MOURASciELO 2022Neste sentido o estudo teve como objetivo analisar as estratégias, os desafios e os enfrentamentos dos profissionais de enfermagem que trabalhavam nas emergências obstétricas no contexto da pandemia de COVID-19.Estudo exploratório descritivo, qualitativo Participaram da pesquisa nove profissionais, sendo 05 enfermeiros e 04 técnicos de enfermagem. Os turnos de trabalho dos participantes foram variados, ou seja, 05 trabalhadores do período noturno e quatro do dia. Os participantes da pesquisa tinham idades entre 30 e 58 anos, sendo sete mulheres e dois homens. Quanto ao estado civil, 06 eram casados e três solteiros. O tempo de experiência profissional na unidade de emergência variou entre 03 e 26 anos. Todos os enfermeiros possuíam especialização, exerciam carga horária de trabalho acima de 36 horas semanais e relataram ter participado de algum treinamento presencial ou online sobre temas associados à pandemia COVID-19 
BRITO, FERREIRA, OLIVEIRALILACS 2022De acordo com os artigos selecionados e revisados, as boas práticas de higiene, bem como a precoce dos casos suspeitos são ações de suma importância a serem adotados pela equipe de enfermagem, diminuindo os desfechos mais graves pós-infecção. Revisão integrativa Identificar, na literatura, os cuidados de enfermagem no período gestacional, no contexto pandêmico. E expor aos leitores, a importância dele, visando prevenir a forma grave da doença e seus desfechos, evitando assim, a ocorrência de morbimortalidade. 
CARVALHO; KLOPPEL; VIEIRAMEDLINE 2022Descrever o papel do enfermeiro na realização de consultas pré-natal durante a pandemia no âmbito da Atenção Primaria a Saúde.Estudo  descritivo Como resultado, os efeitos potenciais sobre os desfechos fetais e neonatais não são claros, e mais estudos são urgentemente necessários no que diz respeito ao manejo de mulheres grávidas com COVID-19. 
SOARES; VASCONCELOS; MOURAMEDLINE 2021 Identificar, a partir das evidências presentes na literatura, os impactos da COVID-19 na saúde mental de mulheres grávidas. Revisão Integrativa Os estudos que compuseram a amostra foram publicados entre os meses de abril e dezembro de 2020 e nos 10 estudos incluídos, a depressão e a ansiedade são apontados como fatores impactantes na saúde das gestantes, tendo como elementos contribuintes o medo da COVID-19, estresse e preocupações associadas à pandemia. 
Fonte: Dados da Pesquisa (2020).

No tocante objetivo, foi visto que estes foram direcionados ao covid-19 na gravidez. O mais predominante foi o estudo de abordagem quantitativa, as revistas mais utilizadas foram as Revistas Brasileira. 

Os resultados alcançados diferenciar-se de acordo com o objetivo de cada artigo, grande parte faz menção a como o covid-19 se apresenta na gravidez, e como a enfermagem pode auxiliar nas orientações dos pacientes, e sobre os aspectos funcional e as características da doença. Com isso, definiram-se dois eixos: Eixo 

1: Covid-19 no período gravídico-puerperal uma visão geral. Eixo
2: efeitos da COVID-19 na gravidez.

Ao analisar os 12 artigos notou- se que a maioria deles foram publicados no ano de 2020, tive uma publicação, a base de dados mais utilizados foi o SciELO com 8 artigos. 

A estratégia de busca desta revisão possibilitou a obtenção de doze artigos, como apresentado no fluxograma, após leitura dos resumos e análise relacionado com a questão norteadora e objetivo, pode-se, então, elaborar uma síntese da revisão integrativa, com as variáveis: título do artigo, tipo de estudo, periódico/base de dados e ano; autores; e desfecho relacionado com o objetivo da pesquisa. Estes foram lidos na íntegra para compor a presente revisão na análise e discussão dos resultados. Segue abaixo o quadro com a síntese dos artigos que tiveram relação e relevância para discussão. 

Quando cruzamos, notamos que as quantidades de trabalhos publicados eram poucos para o desenvolvimento do estudo, desta forma, buscamos artigos em áreas específicas e cruzamos utilizando a mesma base de dados. 

Discursão 

EIXO 1: Covid-19 no período gravídico-puerperal uma visão geral 

De com HOLANDA et al (2020), ainda existe um tabu quando ao assunto obstétricos e COVID-19. É necessário considerar que ela é uma doença recente, não havendo conhecimento específico acerca do assunto para a elaboração de protocolos assistência. 

Complicações maternas e fetais foram documentadas em epidemias anteriores causadas por outra corona vírus, nomeadamente a síndrome respiratória aguda grave (SARS) e a síndrome respiratória do Médio Oriente (MERS). (HOLANDA et al., 2020)  

 Segundo estudo de TONNI et al., (2020) por outro lado, os vírus α geralmente se apresentam como infecções leves as moderadas do trato respiratório superior. O recém-identificado SARS-CoV-2 apresenta similaridade entre 20 e sessenta por cento com o MERSCoV e similaridade entre quarenta e cinco e noventa por cento com o SARS-CoV. No entanto, também apresenta grande semelhança com o genoma da corona vírus encontrados em morcegos (96%). 

No Brasil, por exemplo, país com altas taxas de mortalidade materna quando comparado com países desenvolvidos, 124 gestantes ou puérperas morreram por COVID-19 até 18 de junho de 2020 representando uma taxa de mortalidade de 12%, cifra que atualmente supera o número total de mortes maternas relacionadas ao COVID-19 relatadas no resto do mundo. (TONNI et al., 2020). 

Segundo o estudo de WERNER et al., (2020) mulheres grávidas são mais vulneráveis a agentes respiratórios infecciosos do que a população em geral e podem responder ao COVID-19 com uma “tempestade de citocinas”, que pode levar a morbidade grave. Assim, por precaução, a gravidez e o puerpério passaram a ser consideradas situações de alto risco para o adoecimento grave do COVID-19. 

De acordo Pomar et al., (2020) o Brasil, por exemplo, possui altas taxas de mortalidade materna quando comparado com países desenvolvidos, 124 gestantes ou puérperas morreram por COVID19 até 18 de junho de 2020 representando uma taxa de mortalidade de 12%, que atualmente supera o número total de mortes maternas relacionadas ao COVID-19 relatadas no resto do mundo. 

EIXO 2: Efeitos da COVID-19 na gravidez 

 De acordo com Junior et al., (2020) uma solução hidroalcoólica deve estar disponível para as mães que vêm à sala de espera, distância interpessoal de mais de um metro deve ser mantida e nenhum acompanhante é permitido, a menos que a mãe não seja autossuficiente. Além disso, a sala deve ser ventilada a cada 10 minutos e todas as superfícies e itens devem ser desinfetados. 

Segundo estudo e Junior et al., (2020) se uma mãe sintomática estiver presente na sala de espera, ela deve usar máscara cirúrgica e ser avaliado o mais rápido possível. Além disso, ventilar e desinfetar a sala de espera é obrigatório. 

 De acordo com estudo Vieira et al., (2020). Se a mãe for assintomática, o uso de máscara cirúrgica é considerado desnecessário, a menos que sintomas respiratórios estejam presentes nos cuidadores de saúde; entretanto, a higiene adequada das mãos deve ser observada antes e depois de cada exame individual. Se o estado geral da mãe estiver estável, ela será aconselhada a observar um período de isolamento de 14 dias, e nos testes positivos para SARS-CoV-2, um acompanhamento clínico e ultrassonográfico será planejado a cada 4 a 6 semanas em diante. Se sua condição geral for instável ou ruim, a mãe será admitida em um centro de cuidados terciários de referência (VIEIRA et al., 2020). 

Segundo Holanda et al., (2020) as infecções causadas por SARS-CoV e MERS-CoV foram limitadas regionalmente, mas os poucos casos obstétricos publicados apontam a necessidade de suporte avançado de vida para as gestantes com grave comprometimento do prognóstico materno. Todos realçam a importância dos cuidados com a dispersão do vírus. 

De acordo com estudo de Holanda et al., (2020). Diferentes estratégias de manejo devem ser planejadas para auxiliar as mães na sala de parto. Para mães assintomáticas, as regras gerais descritas acima devem ser seguidas e, dependendo da disponibilidade, os cuidadores de saúde devem usar máscaras cirúrgicas.  

Conclusão 

A enfermagem atua não só no tratamento, mas também na sua prevenção, é de grande importância que a enfermagem conscientize as gestantes e puérperas sobre o controle de infecção, isso será a base para prevenir uma maior disseminação entre mulheres grávidas, combinado com distância social e testes universais em áreas de alta prevalência. Portanto, conclui se que a gravidez é um momento de mudanças, tanto físicas quanto psicológicas, Informações sobre o impacto dessa infecção nessas mudanças são aguardadas com ansiedade pela comunidade médica. A atenção global relacionada à continuidade da pandemia de COVID-19 e à disseminação dessa doença na população vulnerável torna ainda mais importante discutir as peculiaridades dessa infecção em mulheres grávidas. A resposta imune materna provavelmente desempenha um papel importante na fisiopatologia dessa infecção, embora alguns detalhes permaneçam sem solução. Novos estudos com um grande número de casos são necessários para elucidar se o vírus pode ser transmitido verticalmente ao feto e se alguma condição materna pode influenciar isso. Alguns resultados de artigos demonstram que a transmissão vertical é possível, mas bastante incomum.  As complicações relacionadas ao recém-nascido aparentemente estão mais relacionadas aos aspectos da prematuridade do que ao prejuízo causado pelo próprio vírus. Uma vez que as incertezas permanecem sem respostas científicas robustas.  

Referência 

1. MATOS et . , al.2020 O vírus: história, características e patogenicidade Disponível em:  https://www.scielo.br/j/rbgo/a/h9msdbtTrrGSG7bmN4dN9M Q/?lang=en   Acesso em. 15 Set 202 

2. TONNI et al., 2020 Gravidez e vírus respiratórios disponível em https://www.scielo.br/j/rbgo/a/h9msdbtTrrGSG7bmN4dN9M Q/?lang=en Acesso em 16 Set 2022 

3 LOPES et al., 2020 características e patogenicidade do vírus. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbgo/a/h9msdbtTrrGSG7bmN4dN9M Q/?lang=en  Acesso em 18 set 2022 

4. WERNER et al., 2020 Gravidez e Covid-19 Complicações materno fetais. Disponível em:  https://www.scielo.br/j/rbgo/a/h9msdbtTrrGSG7bmN4dN9MQ/?lang=en Acesso em 24 Set 2022 

5. JUNIOR et al., 2020 Gravidez e cuidados de saúde Disponível em:https://www.scielo.br/j/rbgo/a/h9msdbtTrrGSG7bmN4dN9MQ/?lang=enAcesso em 02 Out 2022 

6. VIEIRA et. al., aspectos obstétricos da infecção COVID-19, Disponível em https://www.scielo.br/j/rbgo/a/h9msdbtTrrGSG7bmN4dN9MQ/?lang=en 

7. HOLANDA et al. Avaliar o conhecimento e as atitudes sobre civid-19 e gravidez em visão geral em gravidas e puérperas. Disponível em: Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia https://www.scielo.br/j/abc/a/FHRcpqd3sjN6v7XgV7CQVBq/? lang=ptAcesso em : 04 Out 2022 

8. AVILA, CARVALHO et al. Covid-19 um desafio para gestante Cardiopata. Disponível em: https://www.scielo.br/j/abc/a/zp8DYmZbYxHFdjVwNSGByPm/?lang=pt Acesso em 05 out 2022 

9. FAVRE G, POMAR L et al. Gravidez e corona vírus 2019 (COVID-19): o que os obstetras precisam saber. Disponível em: http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-58302020000100011&lang=pt Acesso em 06 Out 2022

10. BRITO, FERREIRA, OLIVEIRA Cuidados de enfermagem a gestantes em tempos de pandemia do SARS-COV-2. Disponível em: https://revistas.mpmcomunicacao.com.br/index.php/revista nursing/article/view/2233/2793 Acesso em 10 Out 2022  

11.SOARES;VASCONCELOS;MOURA et al. COVID-19 e as repercussões na saúde mental de gestantes pandemia da COVID 19 .Disponível em: https://www.scielo.br/j/ean/a/VvvpFrtMZRJ9877NbcC9B8c/?lang=pt Acesso em 15 Out 2022 

12.LIMA, QUIRINO, DAMASCENO et al.  Vivência dos profissionais de enfermagem em emergência obstétrica de alto risco. Disponível em: https://revistas.mpmcomunicacao.com.br/index.php/revista nursing/article/view/2233/2793 Acesso em 24 Out 2022 


1, 2Graduandas de Enfermagem do Centro Universitário Mário Pontes Jucá – UMJ. Maceió/AL, Brasil.
3Orientadora