A IMPORTÂNCIA DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL NAS ESCOLAS PÚBLICAS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7261947


Marciele Campos Menezes1
Francisca Marta Nascimento de Oliveira Freitas2


RESUMO 

O presente estudo aborda sobre a Importância da alimentação saudável nas escolas públicas, tendo em vista que essa é uma temática de bastante discussão não somente no Brasil, quanto no mundo todo. O objetivo geral do estudo é destacar a relevância da alimentação saudável nas escolas públicas. A abordagem deste estudo foi a qualitativa e quantitativa, e possui caráter bibliográfico, por se tratar de uma revisão bibliográfica. Foram utilizadas as plataformas digitais MedLine, Scielo, Google Acadêmico e PubMed utilizando os seguintes descritores: Importância, Alimentação, Escolas. Com base nestas pesquisas, os artigos foram categorizados de acordo com os objetivos do estudo, e os que não coincidiam com o tema e os objetivos do estudo foram descartados da seleção. Os resultados do estudo enfatizam a dificuldade dos alunos em aceitar alimentos novos na alimentação, muitos desses alimentos rejeitados nunca foram provados pelos alunos, mas os mesmos rejeitam tais verduras e legumes. Conclui-se que é importante destacar que a alimentação saudável deve ser ofertada no ambiente escolar, bem como fora a escola, para isso, é preciso que a escola possa ter contato com os pais dos alunos e alertar sobre o perigo dos produtos industrializados para as crianças, destacando também os benefícios de uma alimentação saudável para o desenvolvimento das crianças.

Palavras-chave: Importância, Alimentação saudável, Escolas.

ABSTRACT

The present study addresses the importance of healthy eating in public schools, given that this is a topic of much discussion not only in Brazil, but throughout the world. The general objective of the study is to highlight the relevance of healthy eating in public schools. The approach of this study was qualitative and quantitative, and has a bibliographic character, as it is a bibliographic review. The digital platforms MedLine, Scielo, Google Scholar and PubMed were used using the following descriptors: Importance, Food, Schools. Based on these surveys, the articles were categorized according to the study objectives, and those that did not coincide with the theme and objectives of the study were excluded from the selection. The results of the study emphasize the students’ difficulty in accepting new foods in their diet, many of these rejected foods were never tasted by the students, but they reject such vegetables. It is concluded that it is important to emphasize that healthy food must be offered in the school environment, as well as outside the school, for this, it is necessary that the school can have contact with the students’ parents and warn about the danger of industrialized products for the children. children, also highlighting the benefits of a healthy diet for children’s development.

Keyword: Importance, Healthy Eating, Schools.

1. INTRODUÇÃO 

A alimentação saudável para Marins, Tancredi e Gemal (2014), é um conjunto de estratégias, provenientes de uma análise dos aspectos que envolvem o alimento, o indivíduo e o meio no qual está inserido, desde a sua ingestão, até o seu entorno, que tem como propósito, a busca pela promoção da saúde através da prática desses procedimentos. 

O ambiente escolar é tido como um espaço fundamental para o desenvolvimento de ações voltadas à uma alimentação saudável equilibrada e principalmente a prática de atividade física. As crianças necessitam discutir os benefícios e os malefícios à sua saúde de suas escolhas de consumo alimentar (BRASIL, 2003). 

A escola também deve inserir no calendário escolar anual a Semana da Alimentação Saudável, que deve contar com participação de pais, responsáveis, professores e alunos, ou seja, toda a comunidade para discussão, e debates acerca dos benefícios da alimentação saudável e os riscos do consumo de alimentos industrializados (BRASIL, 2003). 

A alimentação saudável abrange diversos fatores que vão muito além da quantidade de nutrientes presentes em determinados alimentos, pois fundamenta-se também nas questões culturais, aquisitivas, preferências, restrições alimentares, além de prevenirem a obesidade, diabetes, alergias, subnutrição e desnutrição (LIMA, BEZERRA, 2016; CONTI, 2019). 

Segundo Zafra (2012) e Santos et al., (2012), a prática da educação alimentar saudável deve ser baseada em diferentes perspectivas educativas e ajustadas à realidade das crianças, portanto, a Educação Alimentar de qualidade deve considerar a diversidade dos contextos alimentares existentes na região que a escola está inserida, buscando utilizar alimentos típicos de tal localidade, como por exemplo: a Macaxeira e o jerimum, são muito comuns nas regiões norte e nordeste do país, e podem ser utilizada em vários preparos. 

Portanto, é necessário que a criança tenha contato com os mais diversos tipos de alimentos, tendo em vista que cada alimento tem sabores próprios, cores diferentes, sendo primordial essa interação das crianças com esses alimentos, que além de deixarem os pratos mais bonitos e saborosos, fornecem nutrientes cruciais para o desenvolvimento das crianças como especificado no PNAE (RIZZOLO; RECINE; FÁTIMA, 2015). 

Conforme estudos de Campos, Faria, Santos (2010), salienta-se que a escola é um espaço excepcional para o prosseguimento de ações voltadas à melhora do estado nutricional das crianças, pois possui influência direta na construção de hábitos alimentares. 

O objetivo geral do estudo é destacar a importância da alimentação saudável nas escolas públicas. Quanto aos objetivos específicos: descrever as políticas públicas sobre alimentação e nutrição; identificar os benefícios da alimentação saudável nas escolas públicas, pontuar as dificuldades encontradas pra a utilização de alimentos saudáveis na escola. 

A precisão de uma alimentação saudável para as crianças e adolescentes nas escolas públicas, para que os mesmos possam ter um bom rendimento escolar, e evitar futuros problemas de saúde (SILVA; AMPARO SANTOS; SOARES, 2018). Principalmente, tendo em vista que muitas vezes, essas crianças por estarem em situação de vulnerabilidade social, tem contato com uma alimentação equilibrada somente no ambiente escolar (CARMO; GUIZARDI, 2018). 

2. METODOLOGIA 

2.1 Tipo de estudo 

Este estudo trata-se de uma pesquisa exploratória com abordagem qualitativa de levantamento bibliográfico.

2.2 Coleta de dados 

Foram utilizadas as plataformas digitais MedLine, Scielo, Google Acadêmico e PubMed utilizando os seguintes descritores: Importância, Alimentação, Escolas. Através destas pesquisas, os artigos foram separados conforme os objetivos da pesquisa, e os que não se encaixavam com a temática e os objetivos do estudo foram descartados da seleção.

2.3 Análise de dados 

Como critério de inclusão optou-se por escolher artigos com publicação a partir de 2012, entretanto, há obras anteriores a esse período que foram utilizadas por sua relevância ao tema.

Os trabalhos que eram anteriores ao ano de 2012 e que não apresentavam relevância ao tema do estudo foram excluídos da pesquisa. 

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 

3.1 Alimentação saudável e as políticas públicas 

A alimentação saudável está no centro das discussões na comunidade científica devido aos seus inúmero benefícios, e também devido a sua importância contra diversos problemas relacionados ao âmbito da saúde (BIZZO, LEDER, 2015), para isso define-se tal termo como: 

Tradicionalmente o conceito de alimentação saudável foi desenhado com enfoque especifico na dimensão biológica, contudo entende-se que este enfoque é um dos componentes que integram este complexo conceito que, não se restringe, e envolve uma complexidade de outras dimensões como sociais, econômicas, afetivas, comportamentais, antropológicas e ambientais ((RIZZOLO; RECINE; FÁTIMA, 2015, p. 1). 

O Brasil tem conquistado diversos avanços referentes a alimentação saudável, principalmente no ano de 2003, com a II Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, que objetivou a criação de estratégias que retirassem famílias de situações de fome e miséria, além de expor diretrizes a serem anexadas ao Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (LIMA, BEZERRA, 2016; STURION, et al., 2005). 

No ano de 2006, foi criado o SISAN (Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional), elaborado a partir da Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (LOSAN) idealizado para assegurar o direito a uma alimentação adequada e equilibrada, através do elo do mesmo com a sociedade civil, para coadunados, formularem diretrizes, assim como estratégias e planos, afim de, realizar o objetivo apresentado (BRASIL, 2006). 

Em 2007, foi criado o CONSEA (Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional), um órgão que conecta a Presidência da República às políticas públicas e ações adotadas no Brasil relacionadas diretamente a alimentação, e tem como principal objetivo supervisionar as diretrizes e políticas públicas aplicadas (MACHADO et al., 2013). Uma ação do governo federal que merece ser destacada é o PSE (Programa Saúde na Escola) que tem como foco promover, através de visitas de um conjunto de profissionais de diversas áreas tais como Nutricionistas, Assistentes Sociais, professores e pedagogos a promover a instrução do alunos, formação deles no que se refere à prevenção de doenças e promoção de saúde, através de palestras, ações de incentivo, instruções para melhoria da saúde e qualidade de vida deles (BRASIL, 2006).

3.2 A importância da alimentação saudável 

De acordo com Valenga e Camargo (2013), as práticas alimentares saudáveis possibilitam ao organismo humano condições para um melhor estilo de via, e desempenham grande controle sobre a saúde, crescimento e o desenvolvimento dos indivíduos principalmente relacionados a transformações corporais. 

Os autores destacam que as transformações podem ser hormonais e até mesmo as comportamentais que acontecem no período da adolescência exercem efeitos sobre o comportamento alimentar, entusiasmados por uma série de fatores atrelados a autoimagem, mídia, entre outros. 

O ambiente familiar é onde ocorre a primeira influência nos hábitos alimentares e a mais implícita, pela escolha dos alimentos, ou pelo ambiente que oferecem durante o momento das refeições (FIORI et al., 2012).  Gambardella et al. (1999) afirmam que “a família é considerada a primeira instituição que tem influência direta acerca dos hábitos da pessoa à medida que é direcionada pela compra e preparação dos alimentos no ambiente domiciliar, passando dessa forma seus hábitos alimentares ao(s) filho(s)”. 

Ao ingressarem no ambiente escolar, essas crianças tornam-se mais autônomas em relação à escolha doa alimentação, porque passam a ter contato som alimentos diferentes daqueles que já estavam familiarizados em casa, por isso, é importante a orientação para que possam fazer as melhores escolhas alimentares, sempre diversificando os alimentos na mesa (MUNIZ, CARVALHO, 2017). 

Santos (2005) destaca que é crucial estimular as crianças a conhecerem, apreciarem e aceitarem alimentos dos quais não conhecem, para que possam adquirir excelentes práticas alimentares”. O que muitas das vezes os familiares não proporcionam as crianças. A alimentação saudável, quando trabalhada em sala de aula de modo divertido e atraente, tornando-se um fator crucial para conscientizar as crianças e adolescentes do ensino fundamental sobre os benefícios que os alimentos para o desenvolvimento e também na prevenção de doenças (OLIVEIRA; CAVALCANTI; ASSIS, 2012). 

A alimentação escolar, que nas escolas públicas tem relação com o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), além de proporcionar assistência alimentar suplementar aos escolares, promove a inclusão da educação alimentar e nutricional no processo de ensino-aprendizagem, estimulando, dessa forma, o envolvimento da comunidade escolar nesse processo (BRASIL, 2013). 

3.3 Os desafios da alimentação saudável nas escolas públicas 

O quadro 1 mostra que segundo Brasil (2013, p.12) e Brasil (2009), na ótica pedagógica, para que o procedimento de educação alimentar seja eficaz e obtenha os resultados esperados, algumas ponderações precisam ser feitas para intensificar a integração da alimentação escolar na prática cotidiana no ambiente escolar: 

Quadro 1: Ações para a integração a alimentação escolar

ITEMAÇÕES
AA alimentação escolar, deve estar inserida em todos os dias letivos na escola com qualidade e adequação nutricional, conforme direito constitucional do estudante e obrigação do poder público, por si só representa uma estratégia pedagógica eficiente para trazer a evidência todos os infinitos assuntos e temas que o ato de alimentar-se fomenta. 
BAs temáticas e os debates sobre alimentação devem garantir que todas as dimensões dessa ação humana sejam abordadas: a dimensão econômica, social, cultural, religiosa, psicológica, pedagógica, nutricional, artística, gastronômica, entre outras, dinamizando as ações do currículo vivido;
CEmbora não seja tão simples como parece ser, é importante que o tema alimentação componha o projeto pedagógico das escolas, direcionando atividades transdisciplinares entre os docentes e demais profissionais na escola, promovendo atividades integradoras da ação escolar e atividades fora da escola que ampliem a percepção e a leitura desse tema por parte dos estudantes; 
DAs práticas de educação alimentar não são apenas as pedagógicas que acontecem em sala de aula. Essa educação deve acontecer nos vários níveis da política e em vários âmbitos dos sistemas de ensino. 
Fonte: Adaptado de Brasil (2013, p.12) e Brasil (2009)

Infelizmente muitas escolas públicas não utilizam a educação nutricional com seus alunos, o que dificulta a compreensão dos mesmos para que conheçam a importância dos alimentos saudáveis e possam diminuir o consumo de alimentos industrializados

O quadro 2 mostra os principais autores que destacam as dificuldades e desafios enfrentadas pelas escolas em oferecer aos seus alunos uma alimentação saudável.

Quadro 2: Artigos que abordam as dificuldades e desafios acerca da alimentação saudável nas escolas

REFERENCIA ANORESULTADOS
BENTO; ESTEVES; FRANÇA2015O grupo de responsáveis pelas crianças da Creche tem uma noção do que é uma alimentação saudável, no entanto, esta não é refletida em seus discursos, que evidenciam uma prática alimentar inadequada. Identificou-se dificuldades para a obtenção de uma alimentação saudável através das respostas focadas em recursos financeiros, falta de tempo e hábito alimentar.
SANTOS2020Visto que, o comportamento alimentar de uma criança reflete nos processos de crescimento e desenvolvimento em todos os aspectos. Com a devida atenção e cuidados pode-se promover uma maior expectativa de vida do adulto futuro. Entretanto, muitas escolas ainda sentem dificuldades em relação a aceitação dos alunos em relação aos alimentos saudáveis, tais como verduras e legumes.
JESUS2016Após a execução do plano de ação espera-se que a médio e longo prazo escolas se adaptem com a merenda adequada para os alunos, evitando possíveis complicações a saúde. Como resultados serão possíveis uma melhor qualidade de vida, e um ensino aprendizado satisfatório para os alunos. Isso proporcionará a queda na incidência de agravos como a obesidade, diabetes mellitus, desnutrição e baixo peso desses alunos. Quanto as dificuldades explanadas no estudo destaca-se a resistência dos alunos em comerem certos legumes e verduras como tomate, cenoura, beterraba, couve e batata.
CESAR et al.,2018Nos EUA o estigma de programa para crianças carentes é elencado como barreira de adesão ao NSLP, visto que apenas os alunos desfavorecidos economicamente recebem as refeições gratuitas, porém no Brasil mesmo com atendimento universal gratuito, a adesão encontrada também é baixa. Assim, mesmo com os avanços ao longo da existência desses programas, ainda existem desafios para que o fornecimento de refeições saudáveis atinja seu público alvo. 
ISSA et al.,2014Os resultados evidenciam o não cumprimento dos cardápios formulados para a alimentação escolar e inadequações às recomendações nutricionais do PNAE. Revelou-se a necessidade de ajustes aos cardápios para atender metas estabelecidas pelas políticas públicas, considerando as especificidades do público alvo, a fim de garantir o adequado aporte nutricional nas diferentes faixas etárias.
Fonte: Elaborada pela autora (2022)

No quadro observa-se as dificuldade dos alunos em aceitar alimentos novos na alimentação, muitos desses alimentos rejeitados nunca foram provados pelos alunos, mas os mesmos rejeitam tais verduras e legumes. Assim também são apontadas as dificuldades do cumprimento em relação ao cumprimento das recomendações nutricionais do PNAE, em relação ao planejamento do cardápio oferecido aos estudantes.

3.4  Os perigos dos alimentos industrializados para as crianças 

Os alimentos industrializados geralmente são cheios de açúcar, gorduras, conservantes, sódio, substâncias que contribuem com o desenvolvimento de hábitos alimentares nada saudáveis, o que se estende até a vida adulta, levando ao surgimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), tais como: obesidade, diabetes e hipertensão arterial (SPINELLI; SOUZA, 2019; CARVALHO, 2016). 

A obesidade pode ter início ou se agravar na adolescência, pois nesse período muitos fatores parecem interferir na vida dos adolescentes como no consumo alimentar, valores socioculturais, imagem corporal, grupo social, renda familiar, alimentos consumidos fora de casa, aumento do consumo de alimentos altamente energéticos (BEZERRA, 2019), influência exercida pela mídia e grupo de convívio, distância entre a casa, escola e trabalho, disponibilidade e facilidade de preparo dos alimentos, além de instabilidade emocional (DISHCHEKENIAN et al., 2011). 

No estudo de Silva (2019), as categorias de aditivos mais encontradas em alimentos infantis foram os aromatizantes (98%), corantes (67%) e os acidulantes (55%). Os aromatizantes apresentam papel fundamental nas características sensoriais como aroma e sabor. O sabor tem influência direta do aroma, consistindo em atributos que irão estabelecer a aceitação do produto pelo consumidor (HONORATO, 2013). 

Os emulsificantes têm como finalidade homogeneizar a água com a gordura, porém a ingestão inapropriada desse aditivo pode gerar doenças cardiovasculares, aterosclerose, dislipidemias (CONTE, 2016). 

Com relação aos realçadores de sabor, o glutamato monossódico está presente em grande parte dos alimentos industrializados e sua utilização possui relação com obesidade, diabetes, hiperatividade e TDHA (SANTOS, 2019). Além do mais, sua utilização a longo prazo pode gerar doença de Alzheimer e Parkinson (HOCAVEN, 2012). O edulcorante aspartame também está associado à doença de Alzheimer e Parkinson (SANTOS, 2019).

Estudo de Albuquerque et al (2014) destaca que bebidas com sabor de frutas (79,7%); refrigerantes (74,5%); açúcar e outros adoçantes não calóricos (60,3%); outras bebidas (57,3%); produtos lácteos não adoçados (51,1%); néctares (49,7%); e produtos lácteos adoçados (45,6%). 

Os produtos embutidos como apresuntados, conservas, salsichas, apresentam cerca de (79,0%), biscoitos recheados (74,0%), bolos industrializados (94,0%), batatas fritas (73,0%) (SANTOS et al., 2021).

Apesar de os aditivos alimentares serem submetidos a uma avaliação de segurança e de eficácia tecnológica previamente à autorização de uso, a abordagem mundialmente aceita e utilizada na avaliação de segurança possui diversas limitações, tais como: a dificuldade na transposição de dados toxicológicos obtidos em estudos com animais para humanos e a dificuldade de previsão da variabilidade interindividual. Ademais, novos estudos têm sugerido que estas substâncias podem causar reações adversas não identificadas na avaliação de segurança, incluindo reações de alergia, intolerâncias alimentares e hiperatividade (…) (ALBUQUERQUE et al., 2014, p.12).

Por isso é importante que seja realizada a conscientização desde a fase da infância para que as crianças saibam a importância de ingerir alimentos saudáveis ao invés de alimentos industrializados (ALBUQUERQUE et al., 2014).

Estudos de Azad et al., (2017) destaca os efeitos dos edulcorantes para a saúde, tais como: Ganho de peso, efeito cardiometabólico, Alteração na microbiota e desregulação metabólica.

Em relação ao aditivo nitrito de sódio, estudo de Crowe et al (2017), os malefícios estão associados ao desenvolvimento do câncer coloretal e também de câncer de próstata.

O consumo de corantes, especificamente, pode ativar a cascata inflamatória, resultando na indução da permeabilidade intestinal a grandes moléculas antigênicas. Além de reações alérgicas, a permeabilidade intestinal pode levar a doenças autoimunes e distúrbios neurocomportamentais (CROWE et al, 2017, p, 12)

Além disso o consumo de alimentos com corantes podem desencadear rinites alérgicas, além de sérios problemas intestinais para a população (TOLONI et al., 2012).

A figura 1 mostra uma série de problemas que os aditivos alimentares podem causar para as pessoas, quem consomem os alimentos industrializados, tais como refrigerantes, sucos artificiais, bolachas, biscoitos recheados, alimentos embutidos, batatas fritas, sorvetes, margarinas, entre outros alimentos, segundo estudos de Chadad (2014).

Figura 1: Malefícios dos aditivos alimentares ao ser humano

Fonte: Chadad (2014)

A figura 1 mostra que os aditivos alimentares aumentam o consumo calórico, assim como também o peso, adipogênese, adiposidade, elevação das células do sistema inume, ureia, creatinina, bilirrubina, aumento das atividades enzimáticas do fígado e também provoca o estresse oxidativo.

Assim como pode também causar a diminuição da contagem de espermatozoides, assim como anormalidades espermáticas, redução da albumina e da hemoglobina, queda da lipólise. Foi destacado também sobre inflamação no intestino, pois os aditivos alimentares alteram a microbiota intestinal, assim como também pode levar ao câncer de cólon, provoca também alteração do DNA das células renais. Pode causar também tumores linfoides e hematopoiéticos, pode também aumentar a hipoglicemia, assim como pode desencadear gastrite problemas como ulceras (CHADAD, 2014).

4. CONCLUSÃO 

Com base nos estudos que compõem a parte teórica do estudo, mesmo com vários avanços acerca da alimentação saudável nas escolas, muitas instituições de ensino enfrentam diversas dificuldades em relação principalmente a aceitação de vários alimentos por parte dos alunos.

Principalmente pelo fato dos mesmos estarem acostumados com alimentos industrializados tais como refrigerantes, salgadinhos, sanduíches, bolinhos artificiais, sucos, entre outros alimentos que não são saudáveis, e podem levar a diversos problemas de saúde, e até mesmo contribuir para quadros de depressão e obesidade.

Quanto mais variada for a alimentação ofertada, maiores serão os benefícios para a saúde desses estudantes, pois os mesmo terão um alimentação equilibrada e com todos os nutrientes necessários para que durante as aulas o aluno possa ter energia e disposição para acompanhar os conteúdos ministrados pelo professor.

Conclui-se que é importante destacar que a alimentação saudável não deve ser somente no ambiente escolas, para isso, é preciso que a escola possa ter contato com os pais dos alunos e alertar sobre o perigo dos produtos industrializados para as crianças, destacando também os benefícios de uma alimentação saudável para o desenvolvimento das crianças.

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1Graduanda do Curso de Bacharelado em Nutrição do Centro Universitário FAMETRO

2Orientadora do TCC, Mestre em Ciências pela Universidade Federal do Amazonas. Docente do Curso de Bacharelado em Nutrição do Centro Universitário FAMETRO.