REGISTRO DOI: 7257841
Raquel Mourisca Rabelo1
Ana Joyce Andrade Afonso1
Blenda Lanessa Marques Coelho1
Caio Brígido de Oliveira1
Chayandra Sabino Custódio1
Fabríolo José Gomes da Frota Filho1
Livia Carvalho de Queiroz Rocha1
Walter Brito Martins1
Yanka Linhares Prado Carneiro1
Palavras-Chave: obesidade, bariátrica, by-pass
Introdução: A obesidade é definida pela Organização Mundial da Saúde como acúmulo anormal ou excessivo de gordura corporal. Atualmente, apresenta caráter epidêmico e, nesse contexto, a cirurgia bariátrica pode ser considerada o método mais efetivo na perda de peso a longo prazo. Na maioria dos casos, utiliza-se algum tipo de by-pass gástrico (BG), que é uma cirurgia capaz de tratar a obesidade e de melhorar doenças crônicas associadas. Entretanto, o BG pode gerar complicações agudas, como fístulas e hemorragias, ou tardias, como obstrução do canal alimentar e deficiências nutricionais. Objetivo do Trabalho: Discutir acerca das complicações associadas ao BG. Relato: Paciente, feminino, 33 anos, portadora de obesidade sem melhora em tratamento clínico, apresentava comorbidades de asma, DRGE e dislipidemia. Seu IMC pré- operatório era 39,8 kg/m². Foi submetida a BG em Y-de-Roux por videolaparoscopia em 2002 e evoluiu sem complicações, sendo orientada a manter uso contínuo de polivitamínico e reposição oral de vitamina B12. Após o primeiro mês, iniciou dieta semissólida e relatou dificuldade na adaptação alimentar, principalmente com carnes. No retorno de 6 meses, ainda referia impedimento com alimentos sólidos e uso inadequado da suplementação vitamínica, apresentando quadro de anemia ferropriva, tendo como provável causa a redução da absorção de ferro pela dieta. Em 2004, apresentou quadro de dor abdominal epigástrica e mesogástrica recorrente, em cólica, sem irradiação e com alívio temporário por analgésicos, realizando endoscopia e ultrassonografia que foram normais. O raio x de abdome evidenciou dilatação de alça delgada em hipocôndrio esquerdo. Paciente foi submetida à laparoscopia, a qual diagnosticou e desfez uma brida que angulava a alça. Evoluiu bem, apresentando IMC de 21,09 kg/m², porém a intolerância à sólidos permanecia, realizando-se endoscopia que mostrou migração do anel de silicone para luz gástrica, o qual foi retirado em outra sessão endoscópica, melhorando a tolerância alimentar. Atualmente, a paciente está assintomática e com IMC de 26,17 kg/m². Resultados: O BG em Y-de-Roux consiste na incisão do estômago junto ao esôfago, formando a alça biliopancreática e a alimentar. Realizou-se incisão no jejuno, que se ligou, por anel de silicone, à porção menor do estômago, formando nova passagem do alimento. No caso, foi observado surgimento de brida, que uniu segmentos do intestino e ocasionou angulação de alça, resultando em oclusão alimentar. Além disso, o anel intragástrico deslocou-se para a luz gástrica, causando os sintomas obstrutivos. Realizou-se remoção endoscópica do anel, com posterior retirada de bridas e aderências no coto gástrico. Conclusão: As complicações relacionadas ao BG podem manifestar-se com quadro clínico de obstrução intestinal, tendo como etiologias as bridas pós cirúrgicas e o deslocamento do anel de silicone. O tratamento consiste na remoção das aderências e retirada do anel, como descrito no caso.
Referências:
1. FILHO, M et al. Anemia e obesidade: um paradoxo da transição nutricional brasileira. São Paulo, 2008
2. ELIAS, A et. Al. Derivações gástricas em Y-de-roux com anel de silicone para o tratamento da obesidade: Estudo das complicações relacionadas com anel. ABCD Arq Bras Cir Dig, ;24(4):290-295, 2011.
1Discentes do curso de Medicina do Centro Universitário INTA – Sobral (UNINTA)