O TRABALHO DA ENFERMAGEM NO CUIDADO OBSTÉTRICO

NURSING WORK IN OBSTETRIC CARE

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7154250


Iara Lacerda Silva
AORCID: https://orcid.org/0000-0001-9966-2714
Karina Rodrigues Cunha
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8749-2225
Kelly Cristina Rodrigues Cunha
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1398-3803
Luciano Pereira da Silva
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4553-9184


RESUMO

Estudar sobre o trabalho da enfermagem no cuidado obstétrico é fundamental, pois, diversos aspectos precisam ser acompanhados na saúde da mulher. Destaca-se que o cuidado com saúde da mulher não está ligado apenas ao parto e nascimento de uma criança, está para além, ligado a sexualidade, reprodução, concepção, prevenção de doenças, cuidados no período materno. Levando em consideração as possibilidades de atuação do enfermeiro destaca-se que o objetivo deste trabalho é analisar o trabalho realizado pelo enfermeiro no cuidado obstétrico. Para isso foi realizada uma revisão integrativa da literatura, para a realização da busca de estudos utilizou-se as seguintes bases de dados NCBI/PubMed (National Center for BiotechnologyInformation), SciELO (Scientific Eletronic Lirary Online), Google Acadêmico e Lilacs – Bireme (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde). Para delimitação dos conteúdos foram utilizados critérios de inclusão: artigos disponíveis na integra, em português e inglês, no período de 2015 a 2021 com acesso gratuito e que tivessem pertinência com tema. Neste cenário, foram selecionados após aplicação dos critérios de inclusão e exclusão 10 artigos para serem analisados no presente artigo de revisão. Nestes estudos, percebeu-se que o enfermeiro atua ativamente na promoção da saúde obstétrica, que sua interferência profissional está ligada não apenas ao puerpério, mas, também aos cuidados preventivos e repressivos. Assim, foi possível perceber que a saúde obstétrica requer uma atenção especializada para diagnóstico, tratamento e percepção das necessidades.

Palavras-chave: Saúde; Enfermagem; Obstetrícia; Prevenção.

ABSTRACT

Studying the work of nursing in obstetric care is essential, as several aspects need to be monitored in women’s health. It is noteworthy that women’s health care is not only linked to childbirth and the birth of a child, it is beyond, linked to sexuality, reproduction, conception, disease prevention, care in the maternal period. Taking into account the possibilities of nurses’ performance, it is highlighted that the objective of this work is to analyze the work performed by nurses in obstetric care. For this, an integrative review of the literature was carried out, to carry out the search for studies, the following databases were used: NCBI/PubMed (National Center for BiotechnologyInformation), SciELO (Scientific Electronic Lirary Online), Google Scholar and Lilacs – Bireme ( Latin American and Caribbean Literature on Health Sciences). Inclusion criteria were used to define the content: articles available in full, in Portuguese and English, from 2015 to 2021 with free access and relevant to the theme. In this scenario, 10 articles were selected after applying the inclusion and exclusion criteria to be analyzed in this review article. In these studies, it was noticed that nurses actively work in the promotion of obstetric health, that their professional interference is linked not only to the puerperium, but also to preventive and repressive care. Thus, it was possible to perceive that obstetric health requires specialized attention for diagnosis, treatment and perception of needs.

Keywords: Health; Nursing; Obstetrics; Prevention.

1 INTRODUÇÃO

Um número crescente de publicações enfoca as práticas obstétricas utilizadas no parto normal, expressando a preocupação em modificar o modelo de atenção à mulher e sua família durante o parto, que é entendido como todo o período de trabalho de parto e parto (ALVES et al., 2020).

A gravidez, o parto e o puerpério são uma das práticas humanas mais importantes e altamente motivadoras e enriquecedoras para todos os envolvidos. A gravidez e o parto são fatos sociais que interagem com as experiências reprodutivas de ambos os sexos. É um programa pessoal único, uma prática especial no domínio exclusivo das mulheres e seus parceiros, no entorno de suas famílias e da sociedade (ALVES et al., 2019).

O parto é considerado uma função da mulher e é um processo natural na história humana. Uma das experiências humanas mais importantes do corpo feminino, a gravidez e o parto podem ter desfechos positivos ou negativos que marcam profundamente as experiências futuras. A humanização do cuidado continua sendo um desafio para profissionais de saúde, instituições e sociedade.

O parto humanizado é entendido como um parto respeitoso em que os profissionais de saúde reconhecem o valor desse momento para mãe, pai e filho e se dispõem a ajudar, realizando apenas os procedimentos necessários, em um ambiente agradável onde as mulheres são cercadas de treinamento Profissionais bem treinados e carismáticos e pessoas confiáveis ​​de sua escolha.

Ao considerar o cuidado e o conforto durante o trabalho de parto, não se deve simplificar e considerar apenas o alívio da dor. Cuidar é ver, ver; ouvir, ouvir; observar, perceber; sentir, ter empatia com os outros, poder conviver ou fazer coisas pelos outros. Uma condição necessária para que o conforto ocorra é proporcionar um ambiente propício, no qual a pessoa seja cuidada e se sinta cuidada porque amor, carinho, atenção e amor foram fornecidos/fornecidos e estes serão propícios ao alívio, segurança e bem-estar. sendo.

A assistência obstétrica deve proporcionar um espaço íntimo e acolhedor que permita privacidade e conexão com a cliente, auxiliando na redução do estresse durante o parto. A forma, a cor e a luz do ambiente têm um impacto real no bem-estar e na saúde do paciente. Manter um ambiente tranquilo e promover conforto e relaxamento durante o trabalho de parto são imprescindíveis. Tranquilidade e conforto são necessários para que os fenômenos fisiológicos envolvidos no trabalho de parto ocorram normalmente, como a liberação de ocitocina e endorfinas endógenas, que facilitam um processo normal de trabalho de parto.

O interesse por temas da área da saúde da mulher surgiu durante a graduação em enfermagem, principalmente durante a gestação. A partir dessa experiência, as pessoas passaram a questionar a forma como a unidade hospitalar conduz o processo de assistência ao parto e parto, principalmente no que diz respeito ao conforto proporcionado às gestantes, ao número excessivo de procedimentos realizados e à forma desrespeitosa com que as mulheres são tratadas.

Assim, o objetivo deste trabalho é analisar o trabalho realizado pelo enfermeiro no cuidado obstétrico.

2 MATERIAL E MÉTODOS

O estudo adotou a metodologia de revisão integrativa da literatura para analisar os principais aspectos e problemas identificados, com foco em pesquisas que abordem o trabalho do enfermeiro no cenário obstétrico. Para coletar os dados, buscou-se utilizar as bases de dados SciELO, Lilacs, Google Acadêmico e Repositórios Institucionais, aplicando-se o critério de temporalidade em analisar apenas publicações publicadas entre os anos de 2015 a 2022.

Um dos métodos de pesquisa aplicados é o analítico que leva em consideração os resultados de outros estudos sobre o mesmo tema, e ainda, o método de revisão integrativa, que consiste em elaborar uma tabela comparativa dos resultados de cada artigo selecionado para análise e por fim, estruturar a discussão teórica pautada em resultados e metodologias de pesquisa diferentes, assim podem ser analisados estudos de revisão, práticos e analíticos.

3 RESULTADOS

Identificaram-se no total 25 publicações, após aplicação dos critérios de inclusão, foram exclusas 15 estudos identificados por meio de pesquisas em outras fontes de dados, permanecendo 10 estudos, sendo estes: 1 no PubMed, 5 na SciELO, 3 no Google Acadêmico (G.A), e 1 publicações na Lilacs. Os resultados apresentados acima foram dispostos no Fluxograma 1.

Fluxograma 1: Fluxograma das etapas de inclusão e exclusão dos artigos.

Fonte: Elaboração do autor (2022).

Após a análise dos artigos foram selecionados 10 estudos produções para integrar este artigo de revisão. A Tabela 1 apresenta os textos escolhidos e sua distribuição por autoria, ano de publicação, título, revista e base de dados dos estudos selecionados.

Tabela 1: Estudos selecionados segundo autoria, ano de publicação, título, revista e base de dados dos estudos selecionados.

Autor/AnoTítuloRevista
Base de DadosPudMedSciELOG.ALilacs
ALVES et al., (2020)Enfermagem obstétrica e sua força de trabalho em tempos de Covid-19: relato de experiência das regiões do Brasil.Revista Oficial do Conselho Federal de Enfermagem


01

ALVES et al., (2019)Contribuições da enfermagem obstétrica para as boas práticas no trabalho de parto vaginal.Revista Oficial do Conselho Federal de Enfermagem
01



SILVA (2021)A força de trabalho da enfermagem obstétrica em Belo Horizonte: ênfase na disponibilidade e qualidade para produção do cuidado.Repositório Institucional da UFMG



01
LIMA; SABINO; GOUVEIA (2018)O processo de trabalho de enfermagem obstétrica: reflexão.Revista Enfermagem Obstétrica


01

DUARTE et al., (2019)Tecnologias do cuidado na enfermagem obstétrica: contribuição para o parto e nascimento.Revista Cogitare Enfermagem
01



GRACIO et al., (2020)O cuidado e conforto no trabalho de parto: contribuição do enfermeiro.Revista Brazilian Journal of Health Review

01


OLIVEIRA et al., (2019)Assistência ao parto domiciliar planejado: trajetória profissional e especificidades do cuidado na enfermagem obstétrica.Revista Contexto Enfermagem

01


ROCHA et al., (2016)
A comunicação de más notícias pelo enfermeiro no cenário do cuidado obstétrico.Revista Mineira de Enfermagem




01
SANTOS et al., (2018)Ambiente de trabalho do enfermeiro na divisão de enfermagem materno-infantil de um hospital universitário.Revista de Enfermagem Centro Oeste Mineiro

01
SILVA; GAEDKE (2018)Nursing Activites Score: avaliando a carga de trabalho de enfermagem no cuidado intensivo.Revista Enfermagem Atual
01



Fonte: Elaboração do autor (2022).

4. DISCUSSÃO

No estudo de Alves et al., (2020) o objetivo deste trabalho é analisar as contribuições da enfermagem obstétrica para as boas práticas no trabalho de parto vaginal, pois o parto é um dos aspectos correlacionados à saúde da mulher. Destacou-se que o parto é um evento biológico e natural que é uma experiência única para a mulher e sua família e, portanto, deve ser vivenciado de forma segura, digna e bela. Por outro lado, as práticas de atenção ao parto e nascimento são ações benéficas e protetoras para a vida da mulher e do recém-nascido e certamente impactam diretamente na redução da morbimortalidade materna e neonatal.

Ressalta-se que a prática pode ser vista como negligente ou iatrogênica nos serviços de saúde, pois expõe mulheres e bebês a riscos desnecessários. Este estudo apresentou a realidade assistencial de um sistema único de saúde da região central do país, ao reduzir o número de mulheres atendidas em hospitais de referência do estado de Goiás, e seus benefícios em termos de boas práticas na assistência humanizada ao parto menos exposição a práticas intervencionistas, sem indicação real, quando atendido por paramédicos da maternidade (ALVES et al., 2020).

No estudo de Alves et al., (2019) tratou-se das contribuições da enfermagem obstétrica para as boas práticas no trabalho de parto vaginal, esse tipo de parto é extremamente benéfico para saúde da mulher e do bebê, e por isso precisa ser incentivado pela equipe de saúde, pois, os benefícios a longo prazo são perceptíveis. Um aspecto essencial da enfermagem é facilitar o sentir e o ajudar, esta profissão tem uma perspectiva ampla e objetiva, com foco no desenvolvimento de técnicas e procedimentos e uma visão subjetiva de cuidar do outro baseada na técnica, sensibilidade, criatividade e intuição.

As enfermeiras obstétricas estimulam a participação ativa da mulher, proporcionando estímulo e estímulo durante todo o processo. Acredita-se que quando a mulher supera o medo da dor e ganha força, segundo um dos preceitos do paradigma humanizador da assistência ao parto, ela se acostuma ao seu papel de protagonista na cena do parto. Desta forma, neste estudo com base na fisiologia do parto, demonstrou-se que as enfermeiras obstétricas utilizam diversas técnicas de enfermagem para proporcionar conforto, utilizando condutas que, além de benéficas à mãe, são fundamentais para o desenvolvimento imediato e futuro e a saúde do recém-nascido. Tais como, contato pele a pele, clampeamento oportuno do cordão umbilical, participação dos pares no corte do cordão umbilical, respeito à hora de ouro do recém-nascido e amamentação neste primeiro momento (ALVES et al., 2019).

No estudo de Silva (2021) tratou-se da força de trabalho da enfermagem obstétrica em Belo Horizonte: ênfase na disponibilidade e qualidade para produção do cuidado, neste estudo abre-se um perspectiva para além do cuidado no período da maternidade, pois, apresentou-se a enfermagem pela perspectiva da saúde mental da mulher, levando em consideração a necessidade de realização de consultas de rotina, compreensão do quadro clínico, a necessidade de uma intervenção interdisciplinar voltada à manutenção da saúde.

Na enfermagem obstétrica, a maternidade é uma temática bastante presente, por outro lado, a mulher precisa ser compreendida e também tratada para além dos cuidados maternos, a enfermagem obstétrica está intrinsecamente ligada ao período de gravidez, porém, a saúde mental, a necessidade de conscientização das mudanças na rotina e na vida, o cuidado que se requer uma criança, são critérios que precisam ser estudados por enfermeiros, nesse sentido, este estudo concluiu que a enfermagem obstétrica precisa ser ativa, disponível, acessível, apresentar um serviço de qualidade que avalie a mulher em sua complexidade para além do período de puerpério (SILVA, 2021).

No estudo de Lima, Sabino e Gouveia (2018), tratou-se sobre o processo de trabalho de enfermagem obstétrica uma reflexão, isso porque o processo de trabalho é a modificação consciente e consciente dos produtos pelo ser humano para superar os obstáculos à sobrevivência, produzindo serviços específicos, de acordo com as dificuldades e conveniências. O trabalho sanitário leva à produção de produtos imateriais, pois isso é feito por realizações desenvolvidas de diversas formas por profissionais com conhecimentos específicos.

Assim como as equipes multidisciplinares, as equipes de enfermagem são subdivididas técnica e socialmente, e o trabalho da enfermagem é organizado por hierarquia, disciplina e autoritarismo. O trabalho em saúde é um trabalho indispensável na vida do ser humano, e o desenvolvimento das atividades é para ajudar a saúde dos clientes. Em termos de saúde, o processo de trabalho e a relação de trabalho são preferencialmente harmoniosos, pois o produto e a ajuda ao cliente, devido ao processo de adoecimento, e mesmo em termos de promoção da saúde, na maioria das vezes em estado de fragilidade, o ideal é um bom relacionamento, com a colaboração da equipe ocorre (LIMA; SABINO; GOUVEIA, 2018).

No estudo de Duarte et al., (2019), tratou sobre as tecnologias do cuidado na enfermagem obstétrica: contribuição para o parto e nascimento, a centralidade do cuidado à mulher é uma premissa descrita nas melhores evidências científicas, e além de ser pautada pela política pública de saúde, a enfermeira obstétrica deve reafirmar o respeito à fisiologia do trabalho de parto por meio de sua prática de enfermagem, por meio do uso de terapias não farmacológicas e não métodos invasivos como banhos de aspersão, massagens, bolas suíças, bancos meia-lua, cavalgadas, aromaterapia, musicoterapia, movimentos livres e/ou caminhadas, penumbra e ambientes íntimos.

As técnicas de enfermagem aqui descritas ajudam a promover o parto respeitoso, papel que beneficia as mulheres. Portanto, pode-se concluir que as técnicas utilizadas pelas maternidades no campo do trabalho de parto e parto podem beneficiar a autonomia da mulher durante o parto, porém, devem ser oferecidas a cada mulher como uma opção de cuidado e não como uma prática obrigatória por a necessidade de orientações e esclarecimentos sobre a participação ativa das mães no parto desde o pré-natal. Não há dúvidas de que a prática da enfermeira obstétrica permeia a valorização de sua autonomia, mostrando sua importância na garantia do uso da prática de enfermagem centrada nas necessidades da mulher (DUARTE et al., 2019).

No estudo de Gracio et al., (2020) trataram sobre o cuidado e conforto no trabalho de parto: contribuição do enfermeiro. Trata sobre a comunicação de más notícias pelo enfermeiro no cenário do cuidado obstétrico. Refletindo sobre o contexto geral dos temas apresentados para este trabalho, buscamos ampliar o conhecimento sobre assistência ao parto e conforto. Utilizando abordagens não farmacológicas para o alívio da dor, esta revisão bibliográfica possibilita compreender a importância da inserção do cuidado na assistência ao parto, por meio de trabalhos sobre cuidado e conforto produzidos no Brasil.

As práticas de atenção ao parto e as evidências científicas permitem afirmar que a humanização da assistência ao parto proporciona melhores resultados maternos e perinatais. Notadamente, a ênfase no cuidado e no conforto do trabalho de parto para a mulher e sua família contribui tanto para as mães quanto para os profissionais na prática, ao estimular comportamentos reflexivos e de resgate voltados para a vivência plena do processo de parturição (GRANCIO et al., 2019).

No estudo de Oliveira et al., (2019) tratam sobre a assistência ao parto domiciliar planejado: trajetória profissional e especificidades do cuidado na enfermagem obstétrica. As principais dificuldades encontradas pela equipe de enfermagem durante os partos domiciliares planejados são o desconhecimento da mãe e o preconceito social em relação ao cuidado prestado, gerado pela falta de informação sobre o assunto; estigma e violência obstétrica e falta de formação de profissionais qualificados.

Em relação à enfermagem, percebe-se que um ambiente domiciliar propício à assistência obstétrica e focado na fisiologia do parto permite que a mulher se expresse livremente e vivencie a experiência. É evidente que ainda existem dificuldades com o parto domiciliar, como: dificuldades com profissionais qualificados, falta de ajuda e até mesmo o muitas vezes desconhecimento das puérperas e das equipes de assistência. Nesse sentido, esforços devem ser empreendidos para democratizar o acesso a essa assistência ao parto, tentando proporcionar às mulheres a possibilidade desse local de nascimento por meio do SUS (OLVEIRA et al., 2020).

No estudo de Rocha et al., (2016) tratam sobre a comunicação de más notícias pelo enfermeiro no cenário do cuidado obstétrico. Dar más notícias pode ser uma tarefa assustadora e importante para as equipes médicas. Na obstetrícia, a questão é agravada à medida que a cena representativa da vida atende às expectativas das mulheres, familiares e profissionais afins. Este estudo teve como objetivo fornecer uma análise reflexiva sobre o papel do enfermeiro na transmissão de más notícias em um ambiente de assistência obstétrica. Trata-se de um estudo reflexivo que auxilia no aprofundamento do tema no campo da saúde.

A notícia difícil está imbuída do significado de ser responsável pela resposta de todos os envolvidos, principalmente quando atrelada à presença implacável da morte. Os enfermeiros estudam na academia para auxiliar no processo de parto e recuperação, não para lidar com a perda ou a morte. A troca de mensagens difíceis pode desencadear emoções e impedir que o ouvinte assimile toda a conversa, por isso o tempo de aceitação e preparação é fundamental. Essa comunicação exige que as equipes interajam entre si e com as mulheres e suas famílias. Lacunas na pesquisa científica sugerem que a enfermagem é mensageira de más notícias e proponente desse processo de enfrentamento (ROCHA et al., 2016).

No estudo de Santos et al., (2018) trata-se sobre o ambiente de trabalho do enfermeiro na divisão de enfermagem materno-infantil de um hospital universitário. Como a enfermagem acompanha todo o processo da vida humana, desde o nascimento até a morte e a morte6, a disseminação de más notícias também faz parte dessa equipe. A má notícia em saúde pode ser conceituada como qualquer conhecimento que proporcione um desequilíbrio negativo no destinatário. A divulgação de más notícias é uma tarefa difícil, exigindo um profundo conhecimento de cada característica para escolher como usá-la. O conhecimento é compartilhado pelos enfermeiros e tais decisões são sempre contextuais.

E por fim, o estudo de Silva e Gaedke (2018) tratam sobre Nursing Activites Score: avaliando a carga de trabalho de enfermagem no cuidado intensivo, como a enfermagem acompanha todo o processo da vida humana, desde o nascimento até a morte e a morte6, a disseminação de más notícias também faz parte dessa equipe. A má notícia em saúde pode ser conceituada como qualquer conhecimento que proporcione um desequilíbrio negativo no destinatário. divulgação de más notícias é uma tarefa difícil, exigindo um profundo conhecimento de cada característica para escolher “como usá-la. O conhecimento é compartilhado pelos enfermeiros e tais decisões são sempre contextuais”.

Assim, foi possível compreende a relevância do trabalho do enfermeiro na saúde obstétrica.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho realizado pelo enfermeiro direcionado à saúde da mulher a gestação precisa ser debatida, e compartilhada entre os profissionais de saúde, principalmente médicos e enfermeiras obstétricas, que coletivamente podem prestar assistência qualificada ao binômio mãe-bebê. As características do processo de enfermagem da categoria enfermagem subsidiam a obstetrícia para as mães desde o início do parto até o final do parto, visando à realização do cuidado humanizado. É dever da enfermeira obstétrica conquistar seu espaço demonstrando sua competência e qualificação no cuidado à mulher, principalmente no trabalho de parto e parto, ressaltando que sua presença não é para substituir o médico, mas para agregar conhecimento a ele, a fim de contribuir com os cuidados adequados.

REFERÊNCIAS

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ALVES, V. H.; SOUZA, K. V.; CARMOS, J. M. A.; MORETTO, V. L.; TEIXEIRA, R. C.; FREITAS, W. M. F.; SOUSA, E. L. C. Enfermagem obstétrica e sua força de trabalho em tempos de Covid-19: relato de experiência das regiões do Brasil. Revista Oficial do Conselho Federal de Enfermagem, v. 11, n. 2, p. 45-67. 2020.

DUARTE, M. R.; ALVES, V. H.; RODRIGUES, D. P.; SOUZA, K. V.; PEREIRA, A. V.; PIMENTEL, M. M. Tecnologias do cuidado na enfermagem obstétrica: contribuição para o parto e nascimento. Revista Cogitare Enfermagem, v. 24, n. 5, p. 1-7. 2019. DOI: 10.5380/ce.v24i0.54164.

GRACIO, A. L. R.; CRACIO, A. L. R.; SILVA, R. A.; SILVA, A. A.; LIMA, C. R.; REIS, D. F. O cuidado e conforto no trabalho de parto e parto: contribuição do enfermeiro. Revista Brazilian Journal of Health Review, v. 3, n. 4, p. 8958-8973. 2020. DOI: 10.34119/bjhrv3n4-141.

LIMA, P. C.; SABINO, K. C. V.; GOUVEIA, M. T. O. O processo de trabalho da enfermagem obstétrica: reflexão. Revista Enfermagem Obstétrica, v. 5, n. 5, p. 34-66.2018.

OLIVEIRA, T. R.; BARBOSA, A. F.; ALVES, V. H.; RODRIGUES, D. P.; DULFE, P. A. M.; MACIEL, V. L. Assistência ao parto domiciliar planejado: trajetória profissional e especificidades do cuidado da enfermagem obstétrica. Revista Contexto Enfermagem, v. 29, n. 4, p. 1-17. 2020. DOI: 10.1590/1980-265X-TCE-2019-0182.

ROCHA, L.; MELO, C.; COSTA, R.; ANDERS, J. C. A comunicação de más notícias pelo enfermeiro no cenário do cuidado obstétrico. Revista Mineira de Enfermagem, v. 20, n. 8, p. 1-5. 2016. DOI: 10.5935/1415-2762.20160051.

SANTOS, J. L. G.; COPELLI, F. H. S.; OLIVEIRA, R. J. T.; MAGALHÃES, A. L. P.; GREGÓRIO, V. R. P.; ERDMANN, A. L. Ambiente de trabalho do enfermeiro na divisão de enfermagem materno-infantil de um hospital universitário. Revista de Enfermagem Centro Oeste Mineiro, v. 8, n. 8, p.1-9. 2018.

SILVA, B. L.; GAEDKE, M. A. Nursing Activites Score: avaliando a carga de trabalho de enfermagem no cuidado intensivo. Revista Enfermagem Atual, v. 89, n. 27, p. 1-19. 2019. DOI: 10.31011/reaid-2019-v.89-n.27-art.380.

SILVA, E. L. A força de trabalho da enfermagem obstétrica em Belo Horizonte: ênfase na disponibilidade e qualidade para produção do cuidado. Repositório Institucional da UFMG, v. 66, n. 55, p. 1-34. 2021.