AUTOMEDICAÇÃO E O USO INDISCRIMINADO DE MEDICAMENTOS DURANTE A PANDEMIA DA COVID 19

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7150791


Autoria de:
Dáfni Thaís Freitas1
Maxsuelle do Nascimento Santos2

1 Acadêmico do Instituto de Ensino Superior de Rio Verde.
2 Professora Mestre do Curso de Direito do Instituto de Ensino Superior de Rio Verde e orientadora da pesquisa.


RESUMO

O objetivo geral foi discutir sobre a automedicação e o uso irracional de medicamentos durante a pandemia da COVID 19. Os padrões de consumo de medicamentos no Brasil chamaram a atenção durante a pandemia de COVID-19. No cerne desta questão está o que é conhecido como “tratamento precoce” ou “kit-covid”: combinações de medicamentos sem evidências científicas sólidas para esse fim, incluindo hidroxicloroquina ou cloroquina, com azitromicina, ivermectina e nitazoxanida Relevante, exceto suplementos de zinco e vitaminas C e D. Quando o ‘tratamento precoce’ e o ‘covid-kit’ são anunciados e seu uso é reforçado nas redes sociais por profissionais médicos, autoridades públicas e sites oficiais do setor de saúde. Portanto, as autoridades de saúde, lideradas pelo Ministério da Saúde, devem fortalecer e promover as medidas conhecidas para controlar efetivamente a doença: vacinação, distanciamento social, uso de máscaras e protocolos de higiene. Mas é igualmente urgente que implementem estratégias para informar a população sobre o uso adequado de medicamentos e implementem medidas regulatórias adequadas para prevenir a automedicação inadequada e promoção de medicamentos para COVID-19 que não sejam tão seguros quanto deveriam e eficácia. A metodologia aplicada para fundamentação desta pesquisa foi de natureza exploratória, do tipo pesquisa bibliográfica analisando artigos publicados em periódicos especializados que tratam sobre o assunto, sendo isto feito em bases de dados específicas, que abordam a temática. Assim, a pesquisa é aplicada quanto à natureza e descritiva, quanto aos objetivos.

Palavras-chave: Medicação. Automedicação. Covid-19.

ABSTRACT

The general objective was to discuss about self-medication and the irrational use of medicines during the COVID 19 pandemic. Drug consumption patterns in Brazil drew attention during the COVID-19 pandemic. At the heart of this issue is what is known as “early treatment” or “covid-kit”: drug combinations without solid scientific evidence for this purpose, including hydroxychloroquine or chloroquine, with azithromycin, ivermectin and nitazoxanide Relevant, except zinc supplements and vitamins C and D. When ‘early treatment’ and ‘covid-kit’ are announced and their use is reinforced on social media by medical professionals, public authorities and official health sector websites. Therefore, health authorities, led by the Ministry of Health, must strengthen and promote known measures to effectively control the disease: vaccination, social distancing, use of masks and hygiene protocols. But it is equally urgent that they implement strategies to inform the population about the proper use of medicines and implement appropriate regulatory measures to prevent inappropriate self-medication and promotion of medicines for COVID-19 that are not as safe and effective as they should be. The methodology applied to support this research was of an exploratory nature, of the bibliographic research type, analyzing articles published in specialized journals that deal with the subject, being this done in specific databases, which address the theme. Thus, the research is applied in terms of nature and descriptive in terms of objectives.

Keywords: Medication. Self-medication. Covid-19.

1 INTRODUÇÃO

Nesse contexto, fica claro que seria errado interpretar a automedicação como um problema atribuído exclusivamente aos consumidores desses medicamentos. São múltiplas as condições e muitos outros atores envolvidos na promoção da prática da automedicação, estimulada pela mídia e autoridades. De qualquer forma, o resultado no Brasil foi uma avalanche de informações, medo e incerteza, levando a um boom sem precedentes no balcão das farmácias.

No caso da ivermectina, as vendas cresceram significativamente, passando de 44 milhões de reais em 2019 para 409 milhões de reais em 2020, um aumento de 829%19. A farmacêutica norte-americana, responsável pelo desenvolvimento da ivermectina após um aumento nas vendas, apontou que os dados disponíveis até agora não suportam a segurança e eficácia do medicamento contra o COVID-19.

Os padrões de consumo de medicamentos no Brasil chamaram a atenção durante a pandemia de COVID-19. No cerne desta questão está o que é conhecido como “tratamento precoce” ou “kit-covid”: combinações de medicamentos sem evidências científicas sólidas para esse fim, incluindo hidroxicloroquina ou cloroquina, com azitromicina, ivermectina e nitazoxanida Relevante, exceto suplementos de zinco e vitaminas C e D. Quando o ‘tratamento precoce’ e o ‘covid-kit’ são anunciados e seu uso é reforçado nas redes sociais por profissionais médicos, autoridades públicas e sites oficiais do setor de saúde.

Portanto, as autoridades de saúde, lideradas pelo Ministério da Saúde, devem fortalecer e promover as medidas conhecidas para controlar efetivamente a doença: vacinação, distanciamento social, uso de máscaras e protocolos de higiene. Mas é igualmente urgente que implementem estratégias para informar a população sobre o uso adequado de medicamentos e implementem medidas regulatórias adequadas para prevenir a automedicação inadequada e promoção de medicamentos para COVID-19 que não sejam tão seguros quanto deveriam e eficácia. Qual foi o aumento da automedicação e o uso irracional de medicamentos durante a pandemia da covid 19?

O objetivo geral foi discutir sobre a automedicação e o uso irracional de medicamentos durante a pandemia da COVID 19.

2 METODOLOGIA

A metodologia aplicada para fundamentação desta pesquisa foi de natureza exploratória, do tipo pesquisa bibliográfica analisando artigos publicados em periódicos especializados que tratam sobre o assunto, sendo isto feito em bases de dados específicas, que abordam a temática. Assim, a pesquisa é aplicada quanto à natureza e descritiva, quanto aos objetivos.

Dê acordo com Gil (2018), a pesquisa bibliográfica é uma busca apurada em artigos publicados em livros, revistas, sites, jornais, documentários a respeito de um assunto. Ela tem o objetivo de auxiliar o pesquisador no desenvolvimento de sua pesquisa, pois ela irá apresentar e explicar o conhecimento atual sobre o tema selecionado e identificará pesquisas que estão sendo feitas ou foram no passado, dentro do campo e do tema escolhidos.

Considerando a classificação proposta por Gil (2018), pode-se afirmar que “esta proposta é melhor representada por meio de uma pesquisa do tipo exploratória, cujo objetivo é possibilitar um maior conhecimento a respeito do problema, de modo a torná-lo mais claro ou auxiliando na formulação de hipóteses”. No entendimento do autor, o principal objetivo deste tipo de pesquisa pode ser tanto o aprimoramento de idéias, quanto a descoberta de intuições, o que o torna uma opção bastante flexível, gerando, na maioria dos casos, uma pesquisa bibliográfica ou um estudo de caso.

Assim como o estudioso Gil (2018) mostra que a pesquisa é o conjunto de procedimentos sistemáticos, baseado no raciocínio lógico, que tem por objetivo encontrar soluções para problemas propostos, mediante a utilização de métodos científicos, quanto aos objetivos, à pesquisa divide-se em exploratória, descritiva e explicativa. Analisando os objetivos da pesquisa serão utilizadas as pesquisas exploratórias e descritivas.

O ciclo de pesquisa, segundo Gil (2018), compõe-se de três momentos: “fase exploratória da pesquisa, trabalho de campo e tratamento do material.”. Contudo, na pesquisa bibliográfica, não há uma oportunidade de realização física para o trabalho de campo. Logo, pode-se traçar um paralelo com o momento no qual o pesquisador realiza o resgate por meio da base de dados, tendo um contado com o método e com os objetivos claros para guiar o bom andamento da pesquisa.

A pesquisa pode ser classificada sob três aspectos: quanto aos objetivos, quanto à abordagem do problema e quanto aos procedimentos. No tocante aos seus objetivos, a pesquisa que gerou este texto caracterizou-se como sendo de natureza exploratória e descritiva. As pesquisas exploratórias têm por fim “[…] mostrar mais contexto com o problema, tornando o assim mais explícito ou construindo hipóteses, sendo assim estas pesquisas têm como o grande objetivo aprimorar as ideias.” (GIL, 2018 p. 45).

3 AUTOMEDICAÇÃO

A automedicação é uma forma de autocuidado em saúde, definida como a aquisição ou consumo de medicamentos sem consulta ao médico, seja para diagnóstico, prescrição ou acompanhamento do tratamento (SANTOS; DAMASCENO; SOUTO, 2019). Em muitos casos, os medicamentos são fornecidos por outras pessoas (geralmente parentes ou amigos) que têm medicamentos e conhecimento sobre o uso de medicamentos, ou tomam emprestadas receitas antigas para comprar novos medicamentos sem consulta médica para descobrir se os princípios ativos são adequados para a doença.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza a autoadministração como forma de amenizar o sistema público de saúde, desde que forneça aos consumidores orientações adequadas. Porém, nem sempre essa prática é segura, pois pode estar relacionada a autodiagnósticos equivocados, atrasos nas visitas, reações adversas, interações medicamentosas perigosas, dosagens incorretas, escolha incorreta de métodos de tratamento e ocultação de doenças e riscos graves, além de poder causar dependência e abuso (MENDES, et al, 2021).

Na sociedade moderna, como obter o consumo passou a ser o objetivo principal de um bem-estar satisfatório, as pessoas estão cada vez menos dependentes da tecnologia de tratamento diagnóstico e acreditam que um bom nível de saúde pode ser alcançado, visto que o consumo é algo inerente ao ser humano. Embora as drogas não sejam divorciadas dessa característica social, há uma conexão entre as mudanças sociais e os fenômenos de consumo (SANTOS; DAMASCENO; SOUTO, 2019).

Para garantir o uso racional dos medicamentos e o acesso gratuito o Brasil tem feito diversos investimentos na área da saúde, melhorando a infraestrutura na atenção primária com a Saúde a família e a assistência farmacêutica (ARRAIS et al., 2016).

A população brasileira utiliza com frequência medicamentos sem prescrição médica para tratar sintomas comuns de gripe e tosses, dores de garganta, cefaleia, dores musculares e febre, prisão de ventre, aftas, azias, assaduras, entre outros. Segundo Oliveira e Silva (2015), mais de um terço da população tem um acesso precário a medicamentos essenciais e cerca de 50% dos fármacos receitados são dispensados ou vendidos inadequadamente.

Todo esse panorama leva em consideração que os medicamentos são ferramentas essenciais no desenvolvimento das ações de saúde. Além de suas dimensões éticas primordiais, a representatividade econômica desses insumos é elevada, tanto no que tange aos seus aspectos diretos (gastos com as aquisições) quanto indiretos (redução das perdas econômicas por incapacidade produtiva, temporários ou definitivos, associados à morbimortalidades) afirmam Vieira (2009); Mota et al. (2012). No Brasil, o aumento significativo do gasto com medicamentos, nos últimos anos, vem sendo objeto de preocupação, para os gestores públicos de saúde, observando que o gasto governamental em 2007 foi 3,2 vezes o de 2002, cuja participação dos medicamentos no gasto total do Ministério da Saúde aumentou de 5,4% em 2002 para 10,7% em 2007 (FERNANDES, 2018, p. 20).

Os brasileiros que procuram uma unidade de saúde têm sempre em mente as grandes filas de espera e horas aguardando um atendimento, e quando são atendidos reclamam que não são corretamente examinados pelo médico, que nem ao menos são tocados. A grande insatisfação com a qualidade dos atendimentos médicos, também acontecem na rede particular de saúde, onde a consulta é resumida basicamente em ouvir os sintomas e prescrever o medicamento que melhor se enquadra para melhorar um determinado sintoma (MACEDO et al., 2016).

Segundo o Sistema Nacional de Informações Tóxico Farmacológicas, o Brasil está entre os dez maiores consumidores de fármacos, sendo que 28,45% deles, são responsáveis por grande parte das intoxicações. Apesar dos MIPs (Medicamentos isentos de Prescrição Médica), serem fármacos que apresentam razoável segurança, podem ocasionar efeitos colaterais, interações farmacológicas ou reações alérgicas, por isso sua dispensação deve ser feita sob orientação do farmacêutico (MACEDO et al., 2016).

A facilidade de acesso da população aos fármacos, para alívio de alguma doença, e pela ausência de conhecimento faz com que a população seja seguidora do uso de fármacos sem prescrição, por isso a automedicação responsável não é prática comum no Brasil (SILVA et al., 2016).

3.1. USO INDISCRIMINADO DE MEDICAMENTOS DURANTE A PANDEMIA DA COVID 19.

Com base em dados anteriores, Sádio, et al. (2021) mostraram que, em sua pesquisa de prevalência de automedicação para a prevenção da infecção por SARS-CoV-2, 34% dos participantes usavam medicamentos de venda livre. Desses medicamentos, a vitamina C representou 26,6%, cloroquina/hidroxicloroquina 2,0% e azitromicina 12%.

As vendas desses medicamentos cresceram significativamente, com vendas de ivermectina passando de R$ 44 milhões em 2019 para R$ 409 milhões em 2020 e prescrições de hidroxicloroquina e cloroquina de R$ 55 milhões em 2019 As vendas de azitromicina aumentaram 30,8% em 2020, com 12 milhões caixas vendidas em 2019 e vendas contínuas de mais de 160.000 caixas em 2020, de acordo com o Sistema Nacional de Controle de Produtos Regulamentados (SNGPC).

Esses dados sugerem que o aumento do consumo dos referidos medicamentos e o consequente uso irracional acarretam problemas como automedicação, resistência bacteriana e reações adversas (MELO JR, et al., 2021).

A hidroxicloroquina/cloroquina, medicamento usado no tratamento da malária, foi considerada uma possível indicação para o tratamento da síndrome respiratória aguda grave (SARS) em 2003 devido à sua eficácia contra a replicação viral em estudos in vitro, mas a pesquisa ainda não está completa. Esses estudos foram retomados com a epidemia do novo coronavírus, no entanto, não produziram resultados conclusivos para essa indicação. Por falta de evidência científica, o uso de hidroxicloroquina/cloroquina para tratar ou prevenir a COVID-19 leva ao uso inadequado e possíveis efeitos adversos (PAUMGARTTEN, et al, 2020).

Segundo Paumgartten, et al. (2020), devido à estreita margem de segurança desses antimaláricos, o uso inadequado pode levar à retinopatia e perda irreversível da visão, além disso, o uso prolongado e/ou overdose estão associados a distúrbios da condução cardíaca, hipotensão, cardiomiopatia, parada cardíaca súbita e morte. Através de uma busca na base de dados de farmacovigilância francesa, Gérard, et al. (2020) relataram que 85,8% dos casos de reações adversas cardíacas relatados durante a pandemia foram associados ao uso de hidroxicloroquina, sugerindo que o medicamento é cardiotóxico.

Ainda em estudo por Gérard, et al. (2020) Metade dos 85,8% acima são usados ​​em combinação com hidroxicloroquina/cloroquina e azitromicina, portanto, além de ser usado sozinho, hidroxicloroquina/cloroquina também é usado em combinação com azitromicina. Segundo Gonçalves, et al. (2020) Essa associação em um estudo indicou títulos virais negativos, mas até agora a eficácia e a segurança percebidas das intervenções COVID-19 foram inconclusivas.

A azitromicina tem cardiotoxicidade semelhante à hidroxicloroquina/cloroquina, ambas prolongando o intervalo QT cardíaco, portanto o risco é exacerbado com o uso concomitante (TELBISZA et al. 2021). Isso foi confirmado por Kelly, et al. (2020) em seu estudo não mostraram melhora clínica significativa em pacientes tratados com hidroxicloroquina/cloroquina combinada com azitromicina, além disso, esses pacientes apresentaram maior prolongamento do intervalo QT em comparação aos pacientes não tratados.

A azitromicina é um antibiótico pertencente à classe dos macrolídeos, e seu uso no tratamento da COVID-19 pode levar ao uso irracional do medicamento, pois os antimicrobianos são ineficazes para o tratamento de infecções não bacterianas (PAUMGARTTEN, OLIVEIRA, 2020).

O uso indevido de bactérias é o principal motivo do aumento das taxas de resistência bacteriana, o que pode causar grandes prejuízos em uma situação de pandemia, como o surgimento de novas bactérias resistentes a medicamentos e aumento da mortalidade e morbidade. Outra questão associada ao abuso é o risco de envenenamento que pode levar à morte pessoal (LEAL WS et al., 2021).

A ivermectina, um medicamento antiparasitário, não foi aprovada para uso contra a COVID-19, embora tenha demonstrado eficácia na redução da replicação viral in vitro. As vendas no balcão e os preços baixos facilitaram o aumento do consumo durante a pandemia, auxiliando assim a automedicação. Embora a ivermectina tenha uma margem de segurança favorável, o uso irracional da ivermectina não é isento de riscos e pode ser potencializado por interações medicamentosas, além dos riscos de neurotoxicidade e hepatotoxicidade (MOLENTO MB, 2020).

Em uma análise do sistema VigiMed no mês 9 de 2020, foram identificadas 25 RAMs relacionadas à ivermectina, com usuários relatando dor abdominal, tontura, náusea, coceira, diarreia e letargia (MELO JR et al., 2021). O manejo terapêutico da COVID-19 tornou-se um enigma durante a pandemia, levando a um aumento do uso irracional de medicamentos por meio do uso off-label e da automedicação, exigindo claramente estratégias de segurança do paciente.

Portanto, é de extrema importância que os farmacêuticos participem de equipes multidisciplinares para tomar decisões baseadas em evidências científicas, principalmente quando se trata de medicamentos, para incentivar o uso racional de medicamentos. Além disso, a ocorrência de reações adversas destaca a necessidade de ações de farmacovigilância que visem identificar, avaliar, analisar e prevenir reações adversas e problemas relacionados a medicamentos (PRMs) (TRITANY, TRITANY, 2020).

Para auxiliar os médicos, uma equipe multidisciplinar, incluindo farmacêuticos, implementou diretrizes para o uso racional de medicamentos, de acordo com um estudo observacional retrospectivo realizado no Hospital Universitário de Estrasburgo (França) em 2020. Por meio do acompanhamento de pacientes hospitalizados com COVID-19, os farmacêuticos analisaram prescrições que proporcionaram otimização em termos de dose, duração do tratamento, manejo de reações adversas e interações medicamentosas com essas prescrições.

Uma análise das prescrições resultou em 59 intervenções medicamentosas que preveniram problemas relacionados a medicamentos, além disso, foram observadas reduções nas prescrições de azitromicina e hidroxicloroquina durante esse período (GOURIEUX. et al, 2020). Confirmado, Jakaria M et al. (2021) afirmaram que os farmacêuticos são profissionais de saúde especializados na promoção do uso racional de medicamentos.

4 CONCLUSÃO

Até o momento, não há evidências científicas conclusivas para aprovar um regime de tratamento eficaz para o COVID-19. O uso irracional de medicamentos durante uma pandemia pode causar efeitos adversos e causar danos de diversas formas, por isso os medicamentos devem ser usados ​​com responsabilidade e cuidado, sempre respeitando as normas de segurança estabelecidas.

Diante disso, o farmacêutico tem um papel importante na promoção do uso racional de medicamentos, ele deve participar de equipes multidisciplinares, colaborando na tomada de decisões, orientando os pacientes sobre o uso adequado, e conscientizando-os sobre possíveis malefícios. devido ao uso indevido. Portanto, as pesquisas existentes ainda são insuficientes e são necessárias mais evidências para demonstrar a eficácia e a segurança dos medicamentos que podem combater o COVID-19.

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