REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7140649
Autor:
Guilherme Henrique Barbosa Esteves
Orientadora
Iara Maria Pires Perez
1. TEMA
Recuperação de paciente após cirurgia bariátrica.
2. ÁREA DE CONCENTRAÇÃO
Enfermagem na Saúde Publica
3. PROBLEMA
Que papel o enfermeiro exerce na recuperação do paciente após a cirurgia bariátrica?
4. HIPÓTESE
Como parte integrante da equipe multiprofissional, o enfermeiro está presente durante o período perioperatório, buscando acompanhar as mudanças tecnológico-científicas, aprofundando os conhecimentos adquiridos, a fim de ser mais eficaz no cuidado ao paciente cirúrgico. Um desses tipos de ação é representado pela ação educativa do enfermeiro e do paciente, para estimular o desenvolvimento de novas atitudes e estratégias, diante de um problema de saúde específico.
O enfermeiro é responsável por orientar e direcionar toda a sua equipe durante a cirurgia, e ao realizar a educação complementar que garanta uma assistência de qualidade aos clientes, este especialista está envolvido em todo o processo, etapas do tratamento, fase pré-cirúrgica, internação de pacientes; internação, terapia intensiva, enfermagem e procedimentos assistenciais; e após a alta do paciente.
5. JUSTIFICATIVA
A obesidade é definida como uma desordem metabólica de predisposição genética, alimentada pela exposição a fatores sociais, culturais, ambientais e econômicos, que estão ligados a outros fatores como idade, sexo, raça e sedentarismo. Manifestada como uma doença crônica, hoje está associada a uma epidemia global, responsável pela morte prematura por uma série de doenças concomitantes, principalmente as de origem cardíaca e diabetes (GARRIDO, 2003).
Atualmente, a cirurgia bariátrica tornou-se um importante tratamento para perda de peso e o desenvolvimento de doenças relacionadas à obesidade. No Brasil, as melhorias nos procedimentos cirúrgicos e a popularização da cirurgia estimularam o aumento do número de atendimentos de enfermeiros nesta clientela. Do ponto de vista dos especialistas, esse tema é de grande valia, pois a conscientização, treinamento e treinamento das equipes sobre a importância do enfermeiro durante a cirurgia bariátrica podem ajudar os pacientes a se recuperarem mais rapidamente, tanto durante a cirurgia quanto após a cirurgia, de forma mais rápida e eficaz. Nesse sentido, o enfermeiro estará apto a realizar a assistência de enfermagem de forma consciente e adequada.
Quanto à comunidade, é muito importante, pois é onde acontece o atendimento contínuo ao paciente cirúrgico, que também precisa receber atendimento psicológico familiar, pois a maioria dos cirurgiões sofre de alguma forma de psicopatologia. Portanto, seu objetivo é contribuir para o aprofundamento do conhecimento na área de enfermagem, principalmente em relação aos cuidados de enfermagem que proporcionarão uma vida melhor aos cirurgiões bariátricos.
6. OBJETIVOS
6.1 Objetivos Gerais
Analisar a partir de uma revisão bibliográfica o papel da enfermagem na recuperação do paciente após a cirurgia bariátrica.
6.2 Objetivos Específicos
◉ Descrever como se dá a recuperação dos pacientes após a cirurgia
◉ Identificar quais são os principais cuidados exigidos dos enfermeiros no pré e pós-bariátrica.
◉ Verificar quais as ações realizadas pela equipe de enfermagem.
7. METODOLOGIA
Tratou-se de uma revisão bibliográfica, retrospectiva e descritiva, buscando a autenticidade do conteúdo em Bases de Dados em Ciências da Saúde, sendo elas: SCIELO, BVS e PubMed. O conteúdo baseado na assistência de enfermagem no pós-operatório de cirurgia bariátrica será pesquisado a partir de um período de 10 anos. Os descritores utilizados foram: cirurgia bariátrica; enfermagem; recuperação.
Para a seleção dos artigos serão utilizados como critério de inclusão os seguintes estudos: estudos originais que indicavam a recuperação em pacientes, por parte da enfermagem, que realizaram cirurgia bariátrica, realizadas do ano de 2011 até 2022. Serão excluídos artigos não relacionados ao tema.
Para a iniciação da seleção dos artigos, foi realizado análise dos títulos, seguida da análise de resumos e pôr fim a leitura integral dos estudos para verificar os critérios de elegibilidade.
8. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
8.1 Obesidade
A obesidade é resultado do acúmulo de gordura no organismo e, por sua interação com diversos distúrbios metabólicos, pode ser prejudicial à saúde. Pode-se dizer que é um mundo misto, pois suas causas estão relacionadas a questões biológicas, históricas, ambientais, econômicas, sociais, culturais e políticas. Lidar com esta doença é um dos mais perigosos em algumas doenças crônicas, como doenças cardíacas e diabetes (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012).
Em (GARRIDO 2003), a obesidade, também chamada de “obesidade”, é considerada uma condição grave, associada a um procedimento cirúrgico, devido a uma qualidade de vida muito ruim, devido à alta frequência de doenças relacionadas; redução da expectativa de vida e aumento do risco de insucesso de terapias consecutivas (perda de peso e recaída), baseadas em dieta, medicação, psicoterapia e exercícios.
A obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo excesso de gordura corporal, que atinge mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo. Está diretamente relacionado ao surgimento de doenças como diabetes tipo II, hipertensão arterial, dislipidemias, doenças cardíacas, doenças respiratórias e muitos outros tipos de câncer. A obesidade é uma etiologia multifatorial que engloba os fatores naturais, comportamentais, psicológicos, endócrinos e genéticos e é um importante desvio da crescente dieta nutricional no Brasil e no mundo (ARAÚJO et al. 2010).
Após a obesidade, uma pessoa desenvolve muitas outras patologias chamadas comorbidades. Essa condição comórbida é definida como uma condição patológica causada e exacerbada pela dificuldade de controle e pela presença de excesso de peso e ausência de perda de peso. Há estudos que mostram que a obesidade e a mortalidade relacionada à obesidade são 12 vezes maiores em homens mais velhos obesos (FRANKE, 2012).
Segundo o (MINISTERIO DA SAÚDE 2006), o panorama mundial e brasileiro das doenças crônicas infecciosas tem sido identificado como um novo desafio de saúde pública e neste contexto há muita discussão sobre pessoas com sobrepeso e obesidade, considerando a combinação de comprometimento orgânico que a doença pode causar. A disseminação da doença está aumentando rapidamente no mundo, em adultos, adolescentes e crianças, onde, em 2002, estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicavam que existem mais de um bilhão de adultos com excesso de peso.
Relatórios de (NONINO-BORGES, BORGES E SANTOS 2006) estimam que mais de 115 milhões de pessoas sofrem de problemas relacionados à obesidade em países em desenvolvimento. Nos países de alta renda, conforme relatado, a obesidade afeta principalmente os menos favorecidos, enquanto nos países em desenvolvimento, o aumento aumenta com os maiores rendimentos pagos.
A obesidade também contribui para a carga de doenças crônicas e incapacidades. Os resultados de saúde variam de condições de osteoartrite, desconforto respiratório, doença arterial coronariana, pressão alta, distúrbios mentais a problemas do sistema de saúde de alto custo, conforme relatado em um estudo publicado pelo (DEPARTAMENTO DE SAÚDE 2004).
O diagnóstico do estado nutricional envolve várias etapas, a saber: antropométrica, dietética, exame clínico, laboratorial e psiquiátrico, com o objetivo de realizar as intervenções diagnósticas e diagnósticas necessárias. Como as condições nutricionais podem ser expressas por medidas corporais, um dos métodos mais utilizados para avaliar o estado nutricional é a antropometria, que envolve a medição do tamanho corporal (BRASIL, 2004).
8.2 Cirurgia Bariátrica
Recentemente, segundo (BARBIELLE e MELO 2012), a cirurgia bariátrica tornou-se um importante tratamento para perda de peso e desenvolvimento de distúrbios relacionados à doença. As pessoas que são selecionadas para cirurgia bariátrica são pacientes com excesso de peso, que não conseguiram emagrecer com outras opções de tratamento, além de apresentarem Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 40kg/m2 ou IMC acima de 35Kg/m2 quando associado a comorbidades, apresentado por (NIBI e OSTI 2014).
No Brasil, os avanços nos procedimentos cirúrgicos e a popularidade da cirurgia estimularam um número crescente de cuidados de enfermagem. Nesse caso, o enfermeiro que participa da equipe multiprofissional no acompanhamento pós-operatório do paciente de gastroplastia atua no local de sono do paciente, no ambiente de ensino e postura. O indicador cirúrgico deve considerar os prós e contras do desempenho de cada paciente. É muito importante buscar acompanhamento regular, a fim de obter os melhores resultados e prevenir possíveis deficiências nutricionais (ROCHA, 2012).
A cirurgia é indicada para pacientes com IMC ≥ 35 com complicações ou ≥ 40 que ainda não responderam ao tratamento médico e às mudanças no estilo de vida. O pré-tratamento é obrigatório por um período de dois anos, excluindo pacientes com IMC ≥ 50 kg/m2. Esse tratamento deve estar de acordo com as diretrizes nacionais e internacionais, aqui simplificadas, com acompanhamento regular por médico especialista. Pacientes submetidos à cirurgia bariátrica devem ser encaminhados a um cirurgião por um endocrinologista e cuidadosamente avaliados antes da cirurgia multidisciplinar (BRASIL, 2017).
A obesidade grau III é uma condição clínica grave associada a alta morbidade e mortalidade, devido a uma série de complicações clínicas. Se os procedimentos diagnósticos adequados forem seguidos, a cirurgia bariátrica torna-se a única intervenção eficaz a longo prazo no tratamento da obesidade grau III. Pacientes com obesidade grave podem ter um aumento na psicopatologia associada. Portanto, o exame clínico cuidadoso e a avaliação psicológica são muito importantes, visando minimizar potenciais complicações após a cirurgia (FANDINO, et al, 2004).
A cirurgia bariátrica é indicada para pacientes obesos que ainda não responderam ao tratamento clínico com medicamentos e mudanças no estilo de vida. A eficácia da cirurgia bariátrica determina uma perda ponderal de 20 a 35% do peso inicial após 2 a 3 anos do procedimento, o que está associado ao desenvolvimento de problemas de obesidade, como diabetes tipo 2 e câncer, além de prolongar o tempo de vida dos pacientes qualidade de vida (BRASIL, 2017).
8.3 O Enfermeiro no Pós-Cirúrgico
Em (FRANKE, 2012), o tratamento cirúrgico da obesidade requer atuação multidisciplinar, e no que se refere à enfermagem, a orientação e o ensino é essencial para garantir uma assistência de qualidade no autocuidado. Os pacientes submetidos à gastroplastia têm seus conceitos atuais, passados e desejam mudar seu futuro a partir da situação clínica relacionada à obesidade. É fortemente influenciado pelo ambiente, suas percepções, hábitos de vida e, mais importante, sua dieta.
A enfermeira existente cuidando de pacientes obesos tem um papel a desempenhar na educação desse paciente. Pacientes obesos têm dificuldade em aderir ao tratamento, apesar de terem um forte desejo de perder peso. Conhecendo esse perfil, o enfermeiro deve planejar e implementar estratégias que possibilitem que paciente e família compartilhem de forma efetiva e promovam o sucesso da cirurgia. Você é responsável, 24 horas por dia, com orientações, cuidados e até apoio para que esse paciente consiga superar as etapas, muitas vezes difíceis e estressantes, para as quais o paciente será encaminhado (NEGRÃO, 2006).
De acordo com (SMETHZER, et al. 2011), os cuidados de enfermagem durante a cirurgia de emergência concentram-se em intervenções que visam prevenir ou tratar complicações, pois este é um momento crítico para o paciente, e o monitoramento cuidadoso é essencial para manter as funções vitais do corpo dentro dos limites normais, até o fim da anestesia. Não importa quão pequena seja a cirurgia, o risco de complicações sempre existirá. Prevenir isso, durante a cirurgia, promove uma recuperação mais rápida, economiza tempo, reduz custos, estresse, reduz a dor e aumenta a sobrevida.
No pós-operatório, temos atrasos no retorno às atividades normais, aumento dos custos hospitalares e insatisfação do paciente com esses fatores, existem potenciais efeitos biológicos como taquicardia, hipertensão arterial, distúrbios da alimentação oral, desidratação, aumento da pressão intracraniana e ocular, sangramento de uma ferida cirúrgica devido ao aumento da pressão venosa e estreitamento das veias (POMPEO, et al, 2007). A recuperação da Cirurgia Bariátrica é um processo lento que requer mudanças no estilo de vida para ser bem sucedido. Essas mudanças devem se estender ao ambiente familiar e de trabalho, onde o apoio é fundamental para o sucesso geral do tratamento da obesidade (DUNGAN, 2008).
9. CRONOGRAMA
10. ORÇAMENTO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Manual de diretrizes para o enfretamento da obesidade na saúde suplementar brasileira [recurso eletrônico] / Agência Nacional de Saúde Suplementar. Rio de Janeiro: ANS, 2017.
BRASIL. Ministério da Saúde. Vigilância alimentar e nutricional – SISVAN: orientações básicas para a coleta, processamento, análise de dados e informação em serviços de saúde. Brasília, 2004.FANDINO, J. Et al. Cirurgia bariátrica: aspectos clínico-cirúrgicos e psiquiátricos. Rev. psiquiatr. Rio Gd. Sul vol.26 no.1 Porto Alegre Jan./Apr. 2004.
DUNGAN, S. Part II: returning to work following Bariatric Surgery. AAOHN Journal, v. 56, n. 12, dez. 2008.
FELIX L.G., NÓBREGA M.M.L., FONTES W.D., SOARES M.J.G.O. Analysis from Theory of the Orem Self Care according to Fawcett criteria. Rev Enferm UFPE On Line. 3(2):173-8, 2009.
GARRIDO Júnior. Cirugia da Obesidade. São Paulo: Atheneu, 2003.
NEGRÃO R.J.S., BIANCHI E.R.F. A atuação do enfermeiro na assistência prestada ao paciente submetido à cirurgia bariátrica. Prát Hosp. 8(44):145-8, 2006.
NIBI, F. A.; OSTI, C. Cuidados intensivos no pós-operatório imediato de cirurgia bariátrica. Revista UNINGÁ, Maringá – PR, n.39, p. 149-158 jan./mar. 2014. Disponível em: http://revista.uninga.br/index.php/uninga/article/view/1154/776 Acesso em 17 abr. 2022.
NONINO-BORGES C.B., BORGES R.M., DOS SANTOS J.E. Tratamento clínico da obesidade. Medicina (Ribeirão Preto). 39(2):246-252, 2006. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/381/382>. Acesso em 17 abr. 2022.
POMPEO, D. et al. Atuação do enfermeiro na alta hospitalar: reflexões a partir dos relatos de pacientes. Acta Paulista de Enfermagem, v. 20, n. 3, 2007.
ROCHA, J.C.G. Deficiência de vitamina b12 no pós operatório de cirurgia bariátrica. Jornal Internacional de Nutrologia, v.5, n.2, p. 82-89, mai/ago 2012.
Projeto de pesquisa apresentado a Faculdade Unibrás de Goiás como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em enfermagem, sob a orientação do Profa. Iara Maria Pires Perez.