RISCOS DA UTILIZAÇÃO INDISCRIMINADA DE FÁRMACOS UTILIZADOS NO AUXÍLIO DO EMAGRECIMENTO

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.6629765


Autora:
Joicielly Ferreira Lima1
Orientadora:
Maria Eduarda Fonseca2


RESUMO

Resumo: é possível compreender que a obesidade é considerada, atualmente, um dos principais problemas de saúde pública, muitas das vezes é ocasionada em adolescentes e crianças. Os principais tratamentos terapêuticos disponíveis para combater a obesidade são o tratamento dietético, a base indispensável da terapia, a educação e a modificação do comportamento, aumento da atividade física, luta contra o sedentarismo e a terapia farmacológica. Objetivo: a pesquisa tem como objetivo geral compreender os efeitos adversos ao organismo das pessoas que se submetem a terapia medicamentosa para emagrecer. Metodologia: trata-se de uma revisão de literatura foram incluídos artigos científicos originais, publicados no período de 2010 a 2020, sendo consideradas elegíveis as publicações com foco predominantemente quantitativo. Foram excluídos os estudos com métodos exclusivamente qualitativos, revisões não sistemáticas, ensaios teóricos, protocolos de pesquisa, estudos de intervenção e de diagnóstico, e artigos metodológicos. Resultados: após a análise dos artigos, percebeu-se a importância do acompanhamento de um profissional da saúde para o uso correto de medicamentos e quando se trata de fármacos para emagrecimento esse processo se torna ainda mais necessário. Conclusão: ademais, o importante acima de tudo é entender que as pessoas com excesso de peso ou obesas devem ter claro que a perda de gordura corporal deve ser por saúde e não por aparência física.

Palavras-chave: Uso indiscriminado de medicamentos; Fármacos; Emagrecimento.

ABSTRACT

It is possible to understand that obesity is currently considered one of the main public health problems, often caused in adolescents and children. The main therapeutic treatments available to combat obesity are dietary treatment, the indispensable basis of therapy, education and behavior modification, increased physical activity, the fight against sedentary lifestyle and pharmacological therapy. Objective: the general objective of the research is to understand the adverse effects on the body of people who undergo drug therapy to lose weight. Methodology: this is a literature review, original scientific articles were included, published between 2010 and 2020, with publications with a predominantly quantitative focus being considered eligible. Studies with exclusively qualitative methods, non-systematic reviews, theoretical essays, research protocols, intervention and diagnostic studies, and methodological articles were excluded. Results: after analyzing the articles, it was realized the importance of monitoring a health professional for the correct use of medicines and when it comes to drugs for weight loss, this process becomes even more necessary. Conclusion: moreover, the important thing above all is to understand that overweight or obese people should be clear that body fat loss should be for health and not for physical appearance.

Keywords: Indiscriminate use of drugs; Drugs; Slimming.

1. INTRODUÇÃO

Os medicamentos que podem ser indicados para o emagrecimento normalmente atuam aumentando o metabolismo e a queima de gordura, reduzindo a absorção de gordura no intestino e diminuindo o apetite e a retenção de líquidos. Mais sempre é necessário abordar que, mesmo que os remédios sejam eficazes, é preciso que além de acompanhamento médico a pessoa pratique atividades físicas (DUARTE, 2018).

Segundo Duarte (2018), ainda alguns medicamentos para emagrecer são procurados com mais frequências sendo eles: A sibutramina  ela atua mexendo em alguns neurotransmissores como serotonina, noradrenalina e dopamina, e com isso, reduzindo o apetite, o saxenda é um remédio para emagrecer aprovado pela Anvisa em 2016. Seu princípio ativo, a liraglutina, é a mesma do remédio Victoza, usado para tratar o diabetes. 

Para tanto, as contribuições da pesquisa para a sociedade acadêmica e em geral, são os novos conceitos e características de qualidade de vida e ainda fatores que pode ser associado a doenças pelo o uso desses medicamentos, Contudo, muitas vezes, a vontade de emagrecer decorre apenas do incômodo estético, e a dificuldade para controlar a rotina alimentar faz com que as pessoas decidam pelo uso de medicamentos para facilitar a tarefa.

Silva (2019), afirma que, é importante que os remédios sejam tomados com acompanhamento de um profissional, mais além disso, também a atividade física seja acompanhada por um profissional de educação física, principalmente se a pessoa tiver obesidade mórbida ou for muito sedentária, pois alguns tipos de exercícios podem prejudicar as articulações, modificando a qualidade de vida das pessoas.

Dessa maneira, a pesquisa tem como objetivo principal, entender os efeitos colaterais prejudiciais ao organismo das pessoas que se submete a terapia medicamentosa para emagrecer. Sabendo que, esses efeitos podem prejudicar a qualidade de vida das pessoas modificando até mesmo suas atividades diárias.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Histórico e riscos causados pelo uso de remédios para emagrecer

Segundo Tavares (2010), a obesidade é considerada, atualmente, um dos principais problemas de saúde pública, constituindo-se em epidemia mundial responsável por aumento substancial da morbimortalidade e com isso impondo consequência na qualidade de vida das pessoas.  Eliminar alguns alimentos pode revelar sensibilidades do organismo. No entanto, não há uma correlação clinica garantida entre esses alimentos e aqueles que agravam os sintomas de doenças autoimunes. 

O excesso de peso tem diversas causas, entre elas má alimentação, sedentarismo, questões emocionais, fatores genéticos e alterações hormonais e metabólicas. Por isso, é muito importante que a pessoa que deseja emagrecer com saúde tenha um acompanhamento multidisciplinar, feito por profissionais como médico, nutricionista, psicólogo, profissional de educação física etc. (SILVA, 2019).

Tavares et al. (2010), ainda afirma que, muito embora também é possível observar que o crescimento da obesidade se dar pela concentração das populações no meio urbano e à diminuição do esforço físico e, consequentemente, do gasto energético no trabalho e na rotina diária e à crescente industrialização dos alimentos.

Hernandes (2010), ainda afirma que, nesse ponto de vista, as doenças crônicas degenerativas e o alto consumo de alimentos processados industrialmente, principalmente aquele de caixas ricos em gorduras saturadas, açúcares e altamente calóricos têm assumido um aumento do número de casos de obesidade e doenças relacionadas.

Outros fatores associados ao ganho excessivo de peso são as mudanças em alguns momentos da vida (ex.: casamento, viuvez, separação), determinadas situações de violência, fatores psicológicos (como o estresse, a ansiedade, a depressão e a compulsão alimentar), alguns tratamentos medicamentosos (psicofármacos e corticoides), a suspensão do hábito de fumar, o consumo excessivo de álcool e a redução drástica de atividade física. (TAVARES, et al, 2010, p. 65).

No entanto, a comida está se tornando cada vez mais importante no processo de aumento das taxas de obesidade. Isso se deve às mudanças em nosso estilo de vida, que estão mudando a maneira como as pessoas se alimentam. Essas são mudanças relativamente novas que estão ocorrendo em diferentes partes do mundo.

Nesse sentido, as pessoas preferem medicamentos que tem como indicações mais rapidez de emagrecimento, causando com isso diversos riscos para a saúde. Esses remédios, se não forem usados com cautela, podem causar dependência e, por isso, um acompanhamento médico se faz necessário.

Segundo Frazão (2020), os remédios para emagrecer possuem diversos risco para a saúde, principalmente quando são utilizados sem indicação médica ou de forma diferente da indicada pelo médico. Essas características é porque quando são utilizados de forma irregular ou de maneira exagerada podem resultar em dependência química, efeito sanfona e efeitos colaterais indesejados, como alterações gastrointestinais, insônia e alterações cardíacas, por exemplo.

Segundo o autor Frazão (2020), ainda além disso, pode-se observar que outros perigos do uso indevido dos remédios para emagrecer são vistos por especialistas como, sensação de boca seca, ansiedade, depressão, prisão de ventre ou diarreia, alteração da frequência cardíaca, hipertensão pulmonar, acidente Vascular Cerebral (AVC), dentre outras consequências.

Por isso, é preciso ficar atento ao sobrepeso e obesidade, pois, diante de novos cenários, fatores que preocupam a saúde pública no país, mas tomar drogas para emagrecer não resolverá o problema, além disso, mais da metade da população adulta brasileira tem hoje excesso de peso, o que aumenta a prevalência de doenças crônicas associadas à obesidade, como diabetes e hipertensão. (CASCIO, 2017). E muita gente também se preocupa com isso, buscando um peso mais saudável. Porém, algumas pessoas não seguem o caminho correto, que é a mudança de hábitos alimentares e prática de atividade física, escolhendo remédios para emagrecer como uma solução rápida.

Cunha (2019) afirma que, muitos desses medicamentos, vendidos sem controle, contém substâncias e medicamentos para emagrecimento como a sibutramina e anfetamina sem constar no rótulo. Muitas vezes, contém doses elevadas, excedendo a dose máxima permitida diariamente.

Nesse sentido, a diminuição da procura medica causa mais doenças em pessoas que se medicam sem orientações medicas. Frazão (2019), afirma que, os remédios para emagrecer são eficazes, uma vez que podem atuar inibindo o apetite, promovendo a sensação de saciedade ou não absorvendo a gordura que for ingerida.

No entanto para que a perda de peso seja eficaz a longo prazo é importante que o remédio seja usado de acordo com a recomendação do médico, caso contrário há maior risco de dependência química e efeito sanfona, por exemplo. Esses efeitos fazem com que as pessoas entrem em uma tremenda depressão causada por a não satisfação de seu próprio corpo. Os medicamentos auxiliam no emagrecimento porque diminuem o apetite ou aumentam a sensação de saciedade. Porém, eles só podem ser usados com indicação médica, mesmo porque podem agir de maneira diferente em cada pessoa. (CUNHA, 2019).

A função do farmacêutico vai além de apenas entregar os medicamentos. Além de orientar o paciente sobre o uso correto dos medicamentos, os farmacêuticos prestam outros serviços diretamente à população: verificação da pressão arterial; aferição de taxas de glicose e de gordura no sangue (colesterol etc.); aconselhamentos aos portadores de doenças, como diabetes, hipertensão arterial e outras. (JUNIOR, 2017).

O excesso de peso tem diversas causas, entre elas má alimentação, sedentarismo, questões emocionais, fatores genéticos e alterações hormonais e metabólicas. Por isso, é muito importante que a pessoa que deseja emagrecer com saúde tenha um acompanhamento multidisciplinar, feito por profissionais como médico, nutricionista, psicólogo, profissional de educação física etc. (SILVA, 2019). Contudo, compreende-se que, as atividades físicas são de suma importância para ter mais saúde e deve ser praticada regularmente por todas as pessoas que querem emagrecer e também por quem não tem esse objetivo.

2.2 Hipocondria e os riscos dos medicamentos para emagrecer

Segundo Quaresma (2015), a hipocondria é uma patologia grave e que está, muitas vezes, associada a outras patologias de nível psíquico, como os transtornos obsessivos compulsivos e pânico e que se manifesta na crença exagerada por parte do paciente de que está acometido por alguma ou várias enfermidades (s) graves; levando-o ao medo, também exagerado, de chegar a óbito.

Nessa percepção Aquino (2018) salienta que, a hipocondria é um tipo de psicopatologia que se caracteriza pela preocupação constante, exagerada e até desmedida com a saúde e que, muitas vezes, se associa ao uso de medicamentos, ocasionando dependência, e que pode levar a níveis mais graves de intoxicação, com risco de morte, em alguns casos. Nesse contexto, é necessário que os profissionais ligados à saúde estejam atentos, a fim de identificar possíveis casos e orientá-los, para que busquem ajuda; sendo esta a relevância do tema.

Em sua dissertação de mestrado, Quaresma (2015) analisou a percepção dos médicos quanto aos pacientes hipocondríacos no ambulatório de um hospital universitário de Florianópolis. Em sua pesquisa, realizou entrevistas estruturadas e semiestruturadas com esses médicos e descobriu ser o transtorno de maior incidência na instituição justamente o poliqueixoso, que está diretamente ligado à hipocondria.

Descobriu a autora que a maior parte dos pacientes está entre 41 e 50 anos e é em sua maioria composta de mulheres. Também percebeu que grande parte dos pacientes foi identificada como depressiva por seus médicos e tratada segundo este diagnóstico.

Para a autora, até o séc. XIX, a hipocondria foi tida como uma doença de caráter imaginário ou do sistema nervoso; de forma que se tratava com “antiespasmódicos (ópio), fortificantes, e até, escalda-pés, lavagens e exercícios físicos” (QUARESMA, 2015, p.78); de forma que apenas muito recentemente se descobriu sua ligação com questões como ansiedade e transtornos obsessivos compulsivos, como se afirmar em supra.

Tudo isso pode ser ocasionado por situações de trauma na infância, ausência de afetividade nesse período ou até por históricos familiares de tratamento de doenças graves, culminando com a morte do parente. Esse problema grave pode ocasionar o uso irracional de medicamentos, que, por sua vez, pode levar a intoxicações e interações medicamentosas negativas para a saúde do paciente, que acredita estar enfermo. (TREBIEN, 2011; FERNANDES, CEMBRANELLI, 2015, p. 88).

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, 2020, p.66), “define automedicação como sendo o ato de tomar remédio por conta própria, é o uso de medicamento sem prescrição, orientação ou acompanhamento do farmacêutico”, tornando-se um fenômeno recorrente, e possui causas na facilidade de acesso aos medicamentos, e na falta de conhecimento sobre seus riscos, podendo levar a sérias complicações de saúde.

O ato de se automedicar é um fenômeno potencialmente prejudicial à saúde individual e coletiva, pois nenhum medicamento é inócuo a saúde. O uso inadequado de substâncias e até mesmo drogas consideradas simples pela população, como os medicamentos de venda livre, tais como analgésicos, podem acarretar diversas consequências, como: Reações de hipersensibilidade, resistência bacteriana, estímulo para a produção de anticorpos sem a devida necessidade, dependência do medicamento sem a precisão real, hemorragias digestivas, dentre outros. Além disso, o alívio momentâneo dos sintomas pode mascarar a doença de base, podendo está se agravar (MUSIAL et al. 2017).

“Os sintomas mais comuns que resultam no ato de automedicação são infecção respiratória alta, dor de cabeça e dispepsia/má digestão” (MUSIAL et al. 2017 p. 5-8).

O farmacêutico tem papel fundamental na etapa de orientação da população para o uso correto de medicamentos. Além de serem especializados para atuar em diversas áreas como, por exemplo, na farmacologia, em hospitais, em laboratórios de análises clínicas nas farmácias e drogarias eles são os responsáveis pela orientação e dispensação segura (SILVA, 2018).

O trabalho da atenção farmacêutica junto a população no momento da dispensação do medicamento é de grande relevância, pois é nesse momento em que o paciente vai receber as orientações sobre como usar o medicamento, a dose correta, o tempo de tratamento, riscos ou benefícios, ou dependendo do caso sendo orientados a procurar uma unidade de saúde. (CRF-SP, 2010. p. 51)

Segundo a Organização Panamericana de Saúde (OPAS, 2004 citado por Projeto: Farmácia Estabelecimento de saúde Conselho Regional de Farmácia de São Paulo, 2010, p. 9) todos os países, independentemente de seu grau de desenvolvimento, precisam de meios para assegurar o uso racional e custo-efetividade dos medicamentos. Nesse sentido, os farmacêuticos podem desempenhar um papel-chave no atendimento das necessidades do indivíduo e da sociedade. Portanto, fica evidente a necessidade de desestimular a prática da automedicação, é preciso conscientizar a população sobre os riscos, desde propagandas públicas à educação escolar.

2.2.1. Automedicação

É necessário divulgações ou campanhas informativas e conscientizadas da população quanto aos ricos da automedicação, incentivando a procurar um médico a partir do primeiro sintoma. É preciso também um melhor auxílio de saúde e fiscalização dos medicamentos, sendo assim existirá mais pessoas conscientizadas dos problemas que a automedicação pode nos trazer, evitando menos problemas e transtornos piores a saúde, podendo evitar casos mais graves como a morte. (LOYOLA et al., 2015).

De acordo com Domingues et al. (2017) apud Silva Filho et al. (2020), a automedicação acontece quando se seleciona e utiliza medicamentos que possam agir sobre determinadas doenças, sem o devido acompanhamento profissional habilitado para tanto. Esse comportamento pode trazer, de acordo com os autores, sérios riscos para a saúde dessa pessoa, sendo que especialmente os idosos são os que mais utilizam medicamentos de maneira inadequada.

Ainda, segundo Rossi et al. (2011) apud Lima e Alvim (2019), a automedicação é uma prática que está cada vez mais comum no mundo todo, mesmo nos países desenvolvidos e muito disso se deve à publicidade, que influencia a prática, além, obviamente, dos problemas relacionados ao sistema de saúde e a própria facilidade em se adquirir medicamentos. De acordo com os autores, nesses casos, a própria pessoa doente adquire o medicamento ou alguém que esteja a cargo dela, porque acredita que poderá resolver o problema; ocorre que a automedicação é uma prática arriscada, que pode fazer mal à saúde, e não bem.

Conforme Rossi et al. (2011) apud Lima e Alvim (2019), ainda, em um estudo realizado acerca da famosa “farmácia caseira”, descobriu-se que pelo menos em 97% dos lares visitados, havia medicamentos estocados, variando de 1 (um) até 20 (vinte) itens. Ora, medicamentos possuem prazo de validade e reações adversas; de modo que não podem ser utilizados de forma aleatória e sem prescrição. De acordo com Rossi et al. (2011) apud Lima e Alvim (2019), na pesquisa supramencionada verificou-se que dos medicamentos que se encontravam estocados, pelos 25% (vinte e cinco por cento) estavam vencidos e mesmo assim ainda eram utilizados e outros 55% (cinquenta e cinco por cento) foram comprados sem prescrição de um médico. Para os autores, essa prática pode agravar a saúde, ao invés de curar e é preciso alertar a população sobre os riscos a ela relacionados.

Para Barros et al. (2019), apud Silva Filho et al. (2020), muitos pacientes deixam o tratamento quando sentem melhora em relação aos sintomas de determinada enfermidade, sem terminarem o tratamento; e se automedicam quando sentem sintomas semelhantes. Também é comum que essas pessoas indiquem os medicamentos que lhe foram favoráveis a parentes, vizinhos e amigos. Os antibióticos estariam, segundo os autores, entre os medicamentos mais utilizados nesse processo de automedicação, especialmente dentre os idosos.

2.3 Medidas preventivas ao uso dos medicamentos para emagrecer

Segundo Silva (2019), é importante destacar que muitas das vezes as pessoas que utilizam esses medicamentos devem sempre procurar um profissional da saúde para o consumo correto do mesmo.  Segundo Leal (2019), em uma situação de extrema importância como esta, é fundamental o papel desse profissional, no sentido de orientar as pessoas que buscam tais medicamentos, a não o consumirem de forma indiscriminada, uma vez que os mesmos possuem riscos associados; tema que será tratado mais adiante.

Afinal, o farmacêutico, de acordo com Brandão et al., (2016), apud Leal (2019), é o profissional da saúde que, muitas vezes, acaba sendo o único a ter contato com essa mulher, antes de ela consumir o medicamento. É ele também que responderá aos questionamentos acerca da utilização desse medicamento, cabendo-lhe a responsabilidade de alertar essas pessoas sobre o fato de se tratar de um medicamento emergencial, que deve ser utilizado como tal, emergencialmente, e não como se fosse um método anticoncepcional convencional.

De acordo com Soterio (2016) e Barbosa (2017), apud Leal et al., (2019, p. 2):

O farmacêutico é o profissional da saúde mais indicado para a orientação quanto ao uso de medicamentos, desempenhando assim seu papel na sociedade com um serviço de qualidade com acompanhamento e orientação farmacêutica, que auxilia na diminuição dos índices de automedicação, evitando o uso de doses e medicamentos inadequados. É importante ressaltar que a atenção farmacêutica foi determinada pelo Conselho Nacional de Saúde na resolução 338/2004 como “um conjunto de ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde, tanto individual como coletivo, tendo o medicamento como.

Segundo Silva (2019), a alta dosagem de medicamentos pode ser acidental, por desconhecimento ou proposital. No primeiro caso, pode ocorrer se o paciente confundir a quantidade indicada; o segundo se dá quando a pessoa acha que pode se automedicar, mas não sabe a dosagem necessária; o terceiro ocorre em tentativas de suicídio. Seja qual for o caso, é grave e é preciso buscar ajuda imediatamente após a identificação dos sintomas.

Por isso, Silva (2019), aborda que, identificar os sintomas de uma possível intoxicação por remédios é essencial para prestar o socorro o mais rápido possível, tendo em vista que, principalmente quando se trata de crianças e idosos, cuja saúde é mais delicada. Alguns sintomas são imediatos, enquanto outros podem aparecer dias depois da ingestão da substância.

De forma geral, a intoxicação medicamentosa apresenta estes sintomas: sudorese, diarreia, vômito, tontura, palpitação, mudança brusca de comportamento, aumento da salivação e sedação. (RIBEIRO, et al. 2012).

A participação do farmacêutico na equipe multiprofissional tem sido de suma importância nos últimos anos, e a sua proximidade da sociedade em geral reforça a implementação de programas aliadas ao combate à hipertensão, sendo assim, como local de realização a própria farmácia e a aplicação de uma nova prática. (RIBEIRO, et al. 2012).

3. METODOLOGIA

A pesquisa que foi utilizada é a revisão de literatura a mesma é uma pesquisa qualitativa e descritiva onde serão como referência diversos autores da área na enfermagem. Para tanto, serão consultados trabalhos acadêmicos, artigos científicos, leis, sites da internet e livros diversos, sendo uma pesquisa com abordagem sistema e embasada em conteúdo mais recentes. 

Foram incluídos artigos científicos originais, publicados no período de 2010 a 2020, sendo consideradas elegíveis as publicações com foco predominantemente quantitativo. Foram excluídos os estudos com métodos exclusivamente qualitativos, revisões não sistemáticas, ensaios teóricos, protocolos de pesquisa, estudos de intervenção e de diagnóstico, e artigos metodológicos.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

            O uso indiscriminado de medicamentos para emagrecer pode ser prejudicial à saúde do paciente, a grande maioria desses pacientes que precisa de administrar os seus medicamentos quando se sentem melhor e acabam aumentando as doses dos medicamentos quando volta a sentir novamente os sintomas (ROCHA et al., 2018).

Por isso, o autor Rocha et al. (2018), ainda salienta que, o cuidado do profissional farmacêutico proporciona um conjunto de ações juntamente com o paciente, assim o conhecimento esclarece dúvidas relacionadas ao uso do medicamento, o profissional também orienta e faz acompanhamento farmacológico dos pacientes, sempre à procura de resultados positivos do tratamento por meio de resolução de problemas apresentados.

 No Brasil para que o medicamento possa ser comercializado, precisa ter uma autorização com registro junto ao MS (ministério da saúde), o qual só é concedido após comprovação científica de sua eficácia e segurança (BRASIL, 1976). A bula é documento legal e oficial sanitário que contém todas as informações pertinentes ao medicamento e são orientadoras aos pacientes e profissionais da saúde (BRASIL. 2009).

O uso off label é definido pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) como:

“O uso em situações divergentes da bula de um medicamento registrado na ANVISA. Pode incluir diferenças na indicação, faixa etária/peso, dose, frequência, apresentação ou via de administração” Mesmo diante de normas proibitivas da publicidade e prescrição de medicamentos fora dos limites de autorização da ANVISA, o lobby das indústrias farmacêuticas não permite a criminalização da prática de prescrição off label, portanto, não saindo da esfera do ilícito administrativo (BRASIL, 2009, p. 66).

Segundo Heinen (2011), a indústria farmacêutica tem um marketing excelente são responsáveis por inúmeras prescrições e consumo de medicamentos sem eficácia estabelecida ou desvinculada ao que contem na bula dos fármacos. O esforço de controle de desempenho em marketing envolve passos importantes, como a avaliação do grau de flexibilidade e competitividade de uma empresa, antes os desafios ambientais, concorrência e outros. Compreende, também, uma análise do desempenho de produtos e serviços, bem como do esforço de distribuição e comunicação.

Atualmente, os protocolos de tratamento para a obesidade são embasados em medidas não farmacológicas como primeira opção, sendo esses, os métodos onde não se utilizam medicamentos na terapêutica, e farmacológicas, onde se faz a inclusão de fórmulas e fármacos (MARTINS et al., 2012).

Uma das principais doenças de pessoas acima do peso é a diabetes. A diabetes é uma das doenças que se manifesta de muitas maneiras e a maioria das vezes de forma agressiva. Por isso, é importante ressaltar que o diabetes pode ser induzido por muitos medicamentos e hormônios, como o ácido nicotínico, propranolol, clonazepam, diuréticos tiazídicos, glicocorticoides, interferon gama, estatinas e outros (SILVA, 2019).

Das terapias em que não se utilizam medicamentos, podem ser citadas as terapias comportamentais direcionadas às mudanças de hábitos alimentares, atividade física, e orientações nutricionais de um profissional para reduzir o consumo de gordura e calorias (MARTINS et al.,2012).

Por outro lado, quando há necessidade de inclusão de medidas farmacológicas, utilizando medicamentos, é tida como uma terapia auxiliar ao tratamento, pois só será usado o fármaco caso não haja resposta no tratamento não farmacológico, sendo os casos de obesidade graus 2 e 3 ou que tenham alguma outra patologia associada a obesidade (COSTA; DUARTE, 2017).

É importante destacar que o tratamento medicamentoso só se justifica em conjunto com orientações nutricionais e mudanças de estilo de vida; que o tratamento farmacológico da obesidade não cura a obesidade, quando descontinuado, ocorre reganho de peso; que os medicamentos anti-obesidade devem ser utilizadas sob supervisão médica contínua; que o tratamento e a escolha medicamentosa é moldada para cada paciente; e que o tratamento deve ser mantido apenas quando considerado seguro e efetivo para o paciente (TAVARES; NUNES; SANTOS, 2017).

De acordo com Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o Brasil tem quatro medicamentos registrados e em uso para o tratamento da obesidade, são eles: cloridrato de lorcasserina, liraglutida, sibutramina e orlistate. Uma boa parte dos medicamentos utilizados para tratar obesidade são drogas sintéticas originadas das anfetaminas que agem diretamente no sistema nervoso central, especificamente sobre o hipotálamo (BRASIL, 2017).

Deve-se ter atenção principalmente no que se refere a automedicação devido a quantidade de efeitos colaterais (COSTA; DUARTE, 2017). Uma variedade de classes de fármacos aprovados para outras indicações tem sido utilizada de forma off label para promover perda de peso em pacientes obesos. Entre esses fármacos, encontram-se anticonvulsivantes, como topiramato, fármacos utilizados no controle de diabetes, como metformina, antidepressivos, como fluoxetina e bupropiona, além de agentes considerados “alternativos”, como sais de cromo, quitosana, alguns fitoterápicos e até mesmo hormônios (SIQUEIRA; FRIGERI, 2018).

5. CONCLUSÃO

O presente trabalho conclui através dos resultados alcançados durante este estudo que não há uma dieta extraordinária que ajude todas as pessoas perderem peso, do ponto de vista geral é importante que se inicie uma dieta com acompanhamento médico, ou de um profissional da saúde. 

Pois, diante destes aspectos as pessoas costumam afirmar que medicamentos dietéticas fazem a pessoa perder peso, isso pode ser verdade no início, mas os medicamentos não ajudam manter o peso, não ensinam como fazer as mudanças necessárias no estilo de vida. A combinação de medicamentos também é um grave problema. Muitas pessoas não sabem que um remédio pode anular o efeito de outro e acabam fazendo combinações inadequadas que podem ocasionar problemas cada vez maiores. Principalmente em pessoas com hipertensão as consequências são maiores.

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1Discente concluinte do curso de Farmácia da Faculdade Facimp Wyden.
²Docente do curso de Farmácia da Faculdade Facimp Wyden. Especialista em Saúde Estética.