FISIOTERAPIA AQUÁTICA NO TRATAMENTO DE CRIANÇAS COM ENCEFALOPATIA CRÔNICA NÃO PROGRESSIVA DA INFÂNCIA (ECNPI): REVISÃO DE LITERATURA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.6611756


Autores:
Keiciane Pereira de Menezes1
Lucas de Souza Reis2
Orientadora:
Thaiana Bezerra Duarte3


RESUMO

Introdução: A Encefalopatia Crônica não Progressiva da Infância é caracterizada principalmente pela disfunção motora, acompanhada de outras desordens, como retardo mental, defeitos sensoriais e epilepsia. A Fisioterapia Aquática, tem objetivo de melhorar a espasticidade, melhora a intervenções terapêuticas dos padrões dos movimentos, prevenir deformidades, aliviando a dor, obtendo a redução de espasmos musculares, benefícios na Amplitude de Movimento, melhoria da coordenação motora. Objetivo: Investigar a eficácia no tratamento de Fisioterapia Aquática em Pacientes com Encefalopatia Crônica não Progressiva da Infância. Método: Trata-se de uma Revisão de Literatura, com busca realizadas: Pubmed, Scielo, Brieme, PEDro, com um Sistema Online de Busca.  Resultados: Foram incluídos, no total de 6 estudos, dentre os artigos selecionados nesta pesquisa verificou-se em ambiente aquático, o alívio da dor, melhora da Amplitude de Movimento, fortalecimento muscular, coordenação, postura e equilíbrio. Conclusão: A Fisioterapia Aquática em Pacientes com Encefalopatia Crônica não Progressiva da Infância, se mostrou eficaz na melhora no tratamento no efeitos da hidroterapia na dor, no aumento da mobilidade articular e força muscular, na melhora da funcionalidade e do equilíbrio e no aumento do condicionamento físico.

Palavras-chave: Ensaios Clínicos, Hidroterapia, Espasticidade, Encefalopatia Crônica não Progressiva da Infância (ECNPI).

ABSTRACT

Background: Chronic Non-Progressive Childhood Encephalopathy is mainly characterized by motor dysfunction, accompanied by other disorders such as mental retardation, sensory defects and epilepsy. Aquatic Physiotherapy aims to improve spasticity, improve therapeutic interventions of movement patterns, prevent deformities, relieving pain, obtaining reduction of muscle spasms, benefits in Range of Motion, improvement of motor coordination. Pourpose: To investigate the effectiveness in the treatment of Aquatic Physiotherapy in Patients with Chronic Non-Progressive Childhood Encephalopathy. Methods: This is a Literature Review, with searches performed: Pubmed, Scielo, Brieme, PEDro, with an Online Search System. Results: A total of 6 studies were included, among the articles selected in this research, pain relief, improvement in Range of Motion, muscle strengthening, coordination, posture and balance were found in an aquatic environment.Conclusion: Aquatic Physiotherapy in Patients with Chronic Non-Progressive Childhood Encephalopathy has been shown to be effective in improving the treatment of the effects of hydrotherapy on pain, increasing joint mobility and muscle strength, improving functionality and balance and increasing physical conditioning.

Keywords: Assay Clínico, Hydrotherapy, Spasticity, Chronic Non-Progressive Childhood Encephalopathy (CNPCE).

1. INTRODUÇÃO

Na atualidade, o termo Encefalopatia Crônica Não Progressiva da Infância (ECNPI) na substituição do termo Paralisia Cerebral, segundo Silva et al. (2017) é definida como qualquer desordem caracterizada por alteração na estrutura e função do corpo, por distúrbios motores de caráter não progressivo, pelos quais se manifestam em um cérebro em desenvolvimento.

Segundo Silva et al. (2017) é definida como distúrbios crônicos não progressivos que é gerado a decorrência de uma lesão durante o desenvolvimento fetal ou infantil, abordado como comprometimentos sensório-motores que afetam a coordenação dos movimentos até disfunções de ações básicas do ser humano, como a fala, respiração e deglutição.

A ECNPI é caracterizada principalmente pela disfunção motora, contudo, ela é frequentemente acompanhada de outras desordens, como o retardo mental, defeitos sensoriais e epilepsia (MILLER; CLARK, 1998).

Quanto mais cedo a criança for diagnosticada e iniciar o tratamento, melhor será o resultando final, pois a fisioterapia consegue prevenir com mais facilidade os movimentos compensatórios, podendo assim fazer o planejamento das intervenções terapêuticas dos padrões dos movimentos e podendo prevenir deformidades, podendo assim garantir que o paciente aprenda a utilizar suas próprias limitações para conseguir realizar suas atividades diárias, podendo melhorar cada vez mais a qualidade de vida.

De acordo com a Associação Brasileira de Paralisia Cerebral (2012), a ECNPI é regida pelo entendimento de quatro tipos de alterações, classificadas como espástica (quadriplégica, hemiplégica, diplégica), discinética, atáxia, hipotônica e/ ou mista, que são: desordens motoras, deficiências associadas, distribuição anatômica e achados de neuroimagem, etiologia e tempo de lesão, em destaque as anormalidades do tônus muscular analisadas em exames, desordens de movimentos identificados na inspeção, presença ou ausência de alterações musculoesqueléticas, alterações sensoriais, presença de convulsões, déficit visual e/ou auditivo com alteração de comportamento e déficits cognitivos.

A hidroterapia é considerada um recurso fisioterapêutico que utiliza os efeitos físicos, fisiológicos e cinesiológicos, advindos da imersão do corpo em piscina aquecida com recurso auxiliar da reabilitação ou prevenção de alterações funcionais (CAROMANO; CANDELORO/2001).

Segundo Dull et al. (2000) o ambiente aquático possui características consideráveis em relação a reabilitação desses pacientes com ECNPI, a terapia proporciona melhor sustentação corpórea e estabilidade na realização de determinados movimentos a qual a criança não consegue executar em solo. Os efeitos da terapia incluem o alívio da dor e redução dos espasmos musculares, benefícios a amplitude de movimento (ADM) do paciente, fortalecimento muscular, melhoria ou manutenção do equilíbrio e melhoria da coordenação motora, além de proporcionar melhora na circulação sanguínea do paciente.

A importância da hidroterapia na reabilitação de pacientes neurológicos é plena quando a água é aquecida em uma temperatura agradável ao paciente. Segundo Ruoti et al. (2000), a adaptação mental envolve o reconhecimento dessas duas força atuantes sobre o corpo na água: empuxo e gravidade. São citadas fortes e moderadas evidências para efeitos positivos da hidroterapia na dor, no aumento da mobilidade articular e força muscular, na melhora da funcionalidade e do equilíbrio e no aumento do condicionamento físico (CARREGARO; TOLEDO, 2008)

Diante da proporção alta de terapias e métodos de tratamentos para crianças com ECNPI, o tratamento aquático apresenta fundamentações complementares das propriedades benéficas da água para esse paciente. Métodos com aplicações em pacientes com ECNPI em piscina clínica com a utilização de métodos Watsu e Halliwick no tratamentos, e materiais de auxílio clinico aquático, buscando no tratamento complementar da terapêutica aquática, sua importância para manter ou contribuir na qualidade de vida dos pacientes abordados são importantes.

É importante analisar os benefícios complementares no tratamento fisioterapêutico aquático da espasticidade nos pacientes com ECNPI em piscina clínica e suas propriedades, sabendo que apenas o tratamento isolado não tem efeito completo, buscando visualizar, na prática, as mudanças benéficas da terapia no paciente, estimulando a neuroplasticidade do indivíduo a favor de manter a qualidade de vida e prioridades diante suas necessidades básicas de vida.

Esse artigo tem como objetivo primário, mostrar os benefícios complementares no tratamento fisioterapêutico aquático da espasticidade nos pacientes com ECNPI. Os objetivos secundários são, investigar a importância dos recursos da água na hora da terapia no paciente, visualizar o relaxamento muscular, observar o aumento de ADM nos pacientes com a terapêutica, visualizar o desenvolvimento dos recursos evitando contraturas fixas ou deformidades ósseas junto a terapêutica.

2. MATERIAIS E MÉTODO

Trata-se de uma revisão de literatura, cuja pesquisa foi feita nas bases de dados Pubmed, Scielo, Brieme, PEDro, utilizando-se as palavras chaves Hidroterapia, Encefalopatia Crônica Não Progressiva da Infância, Ensaios Clínicos e Espasticidade, nos idiomas português e inglês, período da busca foi em Abril de 2022.

Este estudo trata-se de uma revisão de literatura que tem como pergunta: “Há eficácia no tratamento de Fisioterapia Aquática em Pacientes em Encefalopatia Crônica Não Progressiva da Infância?”

A seleção dos artigos da revisão de literatura se limitou aos critérios inclusivos, ensaios clínicos ou estudos experimentais ou transversais, hidroterapia e Encefalopatia Crônica Não Progressiva da Infância. Os critérios de exclusão foram os artigos publicados anteriormente no ano de 1996, ou/e que não trouxessem desfechos referentes aos efeitos na água.

3. RESULTADOS

O fluxograma (figura 1) aborda sobre os 37 estudos identificados nas bases de dados e as suas 9 exclusões por estudos duplicados. Após isso os estudos selecionados para a leitura de título e resumo foram 28 estudos com suas devidas exclusão de artigos, 4 artigos de revisão sistemática, 5 anteriores ao ano de 1996, 8 de desfechos não referentes aos efeitos do tratamento na água. Após a exclusão foram selecionados 11 estudos para leitura na íntegra, e foram excluídos 5 estudos restando os 6 estudos incluídos na revisão de literatura.

FIGURA 1 –  FLUXOGRAMA DO ESTUDO

A Tabela 1 aborda sobre os 6 estudos inclusivos nesta revisão e seus autores, especificando sobre a idade das crianças que foram submetidas aos tratamentos fisioterapêuticos aquáticos, o tempo de tratamento que passaram, os protocolos aplicados por cada autor e seus devidos resultados e conclusões diante seus estudos.

TABELA 1 – CARACTERÍSTICAS DOS ARTIGOS SELECIONADOS NESSA REVISÃO

AUTOR/ANOAMOSTRA/ IDADETEMPO DE TRATAMENTOPROTOCOLO DE TRATAMENTORESULTADOS E CONCLUSÕES
CALCAGNO et al., 20065 crianças entre 7 anos a 10 anos.Foram realizadas cinco sessões de hidroterapia, sendo uma sessão por semana, com duração de 30 min.O teste foi administrado em lugar apropriado para o tratamento, que se constituiu de técnicas de alongamento, em MMSS e MMII, para os músculos tríceps Sural, isquiotibiais, quadríceps e mobilização de tornozelo, além de alongamentos dos músculos flexores de membros superiores.Os resultados desse estudo, permitem concluir que as atividades aquáticas são indicadas para a ECNPI. Podendo assim, melhorar a coordenação, equilíbrio, ADV, flexibilidade.
BONOMO LM et al., 20077 crianças, sendo, entre 2 anos e 6 anos.Ao todo foram realizadas 20 sessões, 2 vezes por semana, com duração de 40 minutos cada sessão, em piscina aquecida a 33-34 °C.Relaxamento com o método Bad Ragaz passivo; Mobilização Articular; Mobilização ativa funcional de tronco de membros superiores e mãos; Marcha Lateral e frontal.Os resultados obtidos nesse estudo foi que a Hidroterapia, como instrumento terapêutico pode ser eficaz na aquisição e melhora da capacidade funcional de crianças ECNPI, no entanto, sem a modificação no grau da espasticidade avaliado pela Escala de Ashworth Modificada.
CHRYSAGIS N,  et al., 20095 crianças, entre 6 anos a 12 anos.30 sessões de 60 minutos, 5 vezes por semana durante 6 semanasTerapia aquática na amplitude de movimento e espasticidade; Exercícios aeróbicos; Alongamentos; Fortalecimento para extensores de joelho, flexores de quadril, dorsiflexores.Os Resultados obtidos nesse estudo foi que, os exercícios aquáticos em pacientes com ECNPI é de forma positiva sobre a reabilitação dos sujeitos da pesquisa.
THORPE et al., 20057 crianças, entre 6 anos e 13 anos.Durante 5 meses, 3 vezes na semana durante 35 min.Hidrocinesioterapia; Watsu para treino de mobilidade; Alongamentos; Controle respiratório.Os resultados mostram que a hidroterapia promove a melhora da mobilidade funcional, da velocidade da marcha e da função motora em crianças com ECNPI.
SILVA, et al., 20174 crianças de 3 a 9 anos.10 sessões 2 vezes por semana.Foi realizado protocolo com ênfase em relaxamento, alongamento e fortalecimento de tronco e membros inferiores e atividades que incentivam o caminhar, sentar e levantar.A hidroterapia interferiu de forma positiva sobre a reabilitação dos sujeitos da pesquisa, melhorando a extensibilidade muscular e membros inferiores em crianças com ECNPI.
FURTADO, et al.20154 crianças, entre 5 anos a 7 anos.15 sessões 3 vezes por semana.Foi realizado exercícios de relaxamento muscular; mehora de ADM; Reeducação de músculos paralisados;  A eficácia de exercícios em ambiente aquático foi observada na diminuição da dor, no aumento da mobilidade articular e força muscular, na melhora da funcionalidade e equilíbrio, e no aumento do condicionamento físico, consequentemente no aumento da segurança e confiança do indivíduo com ECNPI.

Ao total, foram incluídas nesta revisão 32 crianças entre meninos e meninas, com idade média de 9 anos e 5 meses, utilizando as técnicas de Hidroterapia, Bad Ragaz, Hidrocinesioterapia, Watsu, com um período de tempo 1 mês a 5 meses, com um resultado eficaz positivo no tratamento de Fisioterapia Aquática em Pacientes com Encefalopatia Crônica Não Progressiva da Infância.

4. DISCUSSÃO

Segundo Campion (2000) a Fisioterapia Aquática vem se destacando na reabilitação neurológica por ter melhorias em habilidades motoras e resistência, devido às propriedades físicas da água, a movimentação voluntária e adoção de diversas posturas que podem ser facilitadas e os exercícios de alongamento muscular podem ser realizados com alívio da dor e melhora da funcionalidade. As principais técnicas para o tratamento para crianças com ECNPI encontrados nesta revisão foram: um protocolo com relaxamento no método de Bad Ragaz; Mobilização Articular; Mobilização ativa funcional; Alongamento; Fortalecimento; Terapia aquática na Amplitude de Movimento (ADM) e Espasticidade; Hidrocinesioterapia; Controle respiratório no deslocamento do controle da gravidade. Essas técnicas podem promover os benefícios de melhora da mobilidade funcional, educação motora, redução de dor e principalmente promovendo o maior grau de independência.

O estudo de Biasoli et al. (2006) abordou os efeitos fisiológicos da água que são resultantes do exercício executado e variam de acordo com as temperaturas da mesma, a pressão hidrostática, a duração do tratamento e a intensidade dos exercícios. Outro fator importante é que as reações fisiológicas podem ser modificadas pelas condições da doença de cada paciente. Agra et al. (2014) se atentou em relação a temperatura da água, que segundo Finholdt (2007) a temperatura ideal e não unânime varia de 33ºC a 39ºC, pois ela irá favorecer a terapia aliviando a dor, reduzindo os espasmos, relaxando a musculatura, e facilitando dessa forma a transferência e marcha de pacientes com déficit muscular, explorando exercícios para preparar o paciente a realizar os movimentos em terra.

Os efeitos terapêuticos dos exercícios realizados na água podem trazer ao paciente o alívio do espasmo muscular, manutenção ou até mesmo aumento da amplitude de movimento das articulações, fortalecimento muscular e aumento a tolerância aos exercícios, melhora da circulação, além da manutenção e melhoria do equilíbrio, coordenação e postura, como relatado pelo paciente no estudo de Navarro et al. (2009). Já no estudo de Chrysagis et al. (2009), foram atendidas 5 crianças, entre 6 anos a 12 anos, com um total de 30 sessões de 60 minutos, 5 vezes por semana durante 6 semanas. Resultados obtidos nesse estudo foi que os exercícios aquáticos em pacientes com ECNPI são de forma positiva sobre a reabilitação, podendo melhorar a capacidade funcional dos mesmos.

Silva et al. (2017) realizaram um estudo com 4 crianças com idade entre 3 e 9 anos com diagnóstico de ECPNI, sendo 1 com diparesia espástica, 1 apresentando quadriparesia espástica e as outras 2 com quadriparesia atetóica. O tratamento foi realizado em 10 sessões por 2 vezes na semana. Neste estudo observou-se uma melhora na extensibilidade muscular dos membros inferiores (MMII), porém os autores relatam que não foi percebido uma melhora no alinhamento de tronco dos pacientes. Já Furtado et al. (2015) estudaram 4 crianças, entre 5 anos a 7 anos, 15 sessões 3 vezes por semana verificaram a eficácia de exercícios em ambiente aquático, através da diminuição da dor, no aumento da mobilidade articular e força muscular, na melhora da funcionalidade e equilíbrio, e no aumento do condicionamento físico, consequentemente no aumento da segurança e confiança do indivíduo com ECNPI. Segundo Hutzler et al. (1998) isso é possível pois o ambiente aquático proporciona desenvolvimento social, orientação (espacial e temporal), percepção corporal e diminuição da dor, assim motivando a criança a realizar todos os exercícios com o terapeuta em ambiente aquático com segurança e confiança, sendo assim, o tratamento nesse ambiente se torna mais positivo ao desenvolvimento da criança com ECNPI.

O estudo de Bonomo et al. (2007) com 7 crianças, sendo, entre 2 anos e 6 anos, realizou 20 sessões, 2 vezes por semana, com duração de 40 minutos cada sessão, em piscina aquecida a 33-34 °C. Os resultados obtidos nesse estudo foi que a Hidroterapia, como instrumento terapêutico pode ser eficaz na aquisição e melhora da capacidade funcional de crianças ECNPI, no entanto, sem a modificação no grau da espasticidade avaliado pela Escala de Ashworth Modificada. De acordo com Patikas et al. (2006) a hidroterapia tem como um dos objetivos, inibir o padrão reflexivo anormal do corpo da criança com ECNPI, com as propriedades da água, buscando normalizar esse padrão fisiológico visando melhorar força, flexibilidade e ADM. Porém a ECNPI infelizmente não possui uma cura, o padrão tônico se mantém fora do ambiente aquático, justificando o estudo de Bonomo et al. (2007) quando é abordado a não modificação no grau de espasticidade avaliado pela Escala de Ashworth Modificada.

Já o estudo de Thorpe et al. (2005) com 7 crianças entre 6 anos e 13 anos, durante 5 meses, 3 vezes na semana durante 35 min. Mostrou que a hidroterapia promove a melhora da mobilidade funcional, da velocidade da marcha e da função motora em crianças com ECNPI, Cardoso et al. (2007), justifica que o tratamento com os princípios físicos da água aquecida inibe padrões anormais que são encontrados nas crianças com ECNPI, assim melhorando equilíbrio, ADM, força e flexibilidade, contribuindo para uma melhor execução da marcha destas crianças fora do ambiente aquático, incluindo a melhora da sua velocidade de execução. O estudo de Calcagno et al. (2006) com 5 crianças entre 7 anos a 10 anos, realizou cinco sessões de hidroterapia, sendo uma sessão por semana, com duração de 30 minutos neste ambiente. Concluiu que as atividades aquáticas são indicadas para a ECNPI, podendo assim, melhorar a coordenação, equilíbrio, atividades de vida diária (ADV) e flexibilidade.

Nesta revisão de literatura foi encontrada uma determinada limitação ao falar sobre a eficácia do tratamento da fisioterapia aquática com crianças com ECNPI, pois muitos estudos apesar de relevantes mostram suas dificuldades em relação ao embasamento da terapia por não possuir um número maior de casos, com os protocolos adequados para o tratamento da espasticidade das crianças submetidas a ele sendo necessários mais estudos que elucidem os efeitos da hidroterapia como forma de tratamento para as crianças com ECNPI.

5. CONCLUSÃO

Cada vez mais percebe-se a importância do fisioterapeuta em possuir um conhecimento, detalhado e atualizado, em relação às suas condutas e objetivos. Através desta revisão de literatura, verificou-se que a Fisioterapia Aquática promove maior flexibilidade e força muscular em paciente com Encefalopatia Crônica Não Progressiva da Infância, pois é possível com a hidroterapia e com uma boa avaliação, traçar um objetivo de tratamento eficaz para que posteriormente a conduta traçada seja satisfatória, e outros tratamentos, obtendo uma melhor independência na realização das atividades de vida diária.

Os exercícios aquáticos podem ser divertidos, motivantes, trazendo mais segurança e confiança para a criança com Encefalopatia Crônica Não Progressiva da Infância, dessa forma auxiliando na adesão a um programa de intervenção terapêutica que possa ter resultados mais concreto com terapias complementares de uma equipe multidisciplinar que acompanha cada criança e suas individualidades.

Conclui-se que o tratamento, quando utilizados em conjunto, permite um maior domínio sobre as competências do desenvolvimento dos pacientes, podendo trazer maiores resultados no direcionamento para um tratamento individualizado e mais eficiente com a Fisioterapia Aquática.

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1 Discente do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário do Norte – UNINORTE.
2 Discente do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário do Norte – UNINORTE.
3 Doutora em Reabilitação e Desempenho Funcional pela Universidade de São Paulo. Mestre em Saúde do Adulto pela Universidade Federal do Maranhão. Docente do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário do Norte – UNINORTE.