ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NO PRÉ E PÓS-OPERATÓRIO NA CARDIOPATIA CONGÊNITA PEDIÁTRICA


FACULDADE METROPOLITANA DE MANAUS
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAMETRO CURSO DE FISIOTERAPIA


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Autor:
MiqueiasPrataDeSouza¹;
Orientador:
DenilsondaSilvaVeras²

1Acadêmico Finalista do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário de Manaus – FAMETRO
2Fisioterapeuta Mestre; Docente do Centro Universitário de Manaus – FAMETRO


RESUMO:

Introdução: As cardiopatias estão entre os mais comuns defeitos congênitos ao nascimento acometendo de 8 a 10 crianças a cada 1.000 nascidos vivos. O presente trabalho trata-se da abordagem fisioterapêutica em pacientes que foram submetidos à cirurgia cardíaca pediátrica devido a cardiopatias congênitas, relatando a atuação do fisioterapeuta e quais são as principais técnicas terapêuticas utilizadas nesses pacientes e os seus resultados. Objetivo: O presente trabalho teve como objetivo reunir e apresentar evidências científicas sobre a atuação do fisioterapeuta no período pré e pós-operatório de cirurgia cardíaca pediátrica, espera-se que os achados desta revisão sejam benéficos no sentido de conscientizar sobre a importância da avaliação e diagnóstico fisioterapêutico. Metodologia: Revisão sistemática de literatura por meio de consulta aos indexadores de pesquisa nas bases de dados eletrônicos: BIREME, SCIELO, GOOGLE SCHOLAR, PUBMED, WEB OF SCIENCE, no período de outubro de 2011 a 2021. Estudo descritivo quantitativo e qualitativo não experimental no método revisão bibliográfica, trata-se de uma revisão bibliográfica, sobre Atuação do Fisioterapeuta na Cardiopatia Congênita Pediátrica, como fonte de coleta para os resultados foram utilizados 15 artigos. Resultados: Avaliando os artigos foi constatado a importância da atuação do fisioterapeuta no pré e pós-operatório de crianças que passaram pela cirurgia cardíaca; a necessidade de o profissional inserir-se em equipes multidisciplinares, e o quanto é essenciais exercícios respiratórios de formas não invasivas, gerando consequentemente diminuição nos leitos. Conclusão: Os dados analisados nesta revisão de integrativa demonstraram que esse estudo observou melhora da função respiratória, funcionamento cognitivo, diminuição da dor, do tempo de permanecia na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e na ventilação mecânica e também melhora na aptidão cardiopulmonar desses pacientes.

Palavras-chave: “Fisioterapia”, “Cardiopatia”, “Respiratória” e “Congênita”.

ABSTRACT

Introduction: Heart diseases are among the most common birth defects, affecting 8 to 10 children per 1,000 live births. The present work is about the physical therapy approach in patients who underwent pediatric cardiac surgery due to congenital heart disease, reporting the role of the physical therapist and the main therapeutic techniques used in these patients and their results. Objective: This study aimed to gather and present scientific evidence on the performance of physical therapists in the pre- and postoperative period of pediatric cardiac surgery. It is expected that the findings of this review are beneficial in raising awareness about the importance of evaluation and physiotherapeutic diagnosis. Methodology: Systematic literature review by consulting search indexers in electronic databases: BIREME, SCIELO, GOOGLE SCHOLAR, PUBMED, WEB OF SCIENCE, from October 2011 to 2021. Non-experimental quantitative and qualitative descriptive study in Method bibliographic review, this is a literature review on Physical Therapist Performance in Pediatric Congenital Heart Disease, as a source of collection for the results, 15 articles were used. Results: Assessing the articles, the importance of the role of the physiotherapist in the pre- and postoperative period of children who underwent cardiac surgery was verified; the need for professionals to be part of multidisciplinary teams, and how essential non-invasive breathing exercises are, consequently generating a reduction in beds. Conclusion: The data analyzed in this integrative review showed that this study observed improvement in respiratory function, cognitive functioning, decrease in pain, length of stay in the Intensive Care Unit (ICU) and in mechanical ventilation, as well as improvement in cardiopulmonary fitness of these patients .

Keywords: \”Physiotherapy\”, \”Cardiopathy\”, \”Respiratory\” and \”Congenital\”

1. INTRODUÇÃO

As cardiopatias congênitas consideradas uma doença cardíaca com anormalidade na função e na estrutura cardiocirculatória presentes desde o nascimento, têm uma causa multifatorial. Alguns fatores de risco são o histórico familiar, doenças maternas como diabetes, uso de drogas, infecções, alterações do tecido conjuntivo, síndrome de Down ou de Turner. A condição de gravidade nas cardiopatias congênitas está relacionada à falência das resistências pulmonares e ao fechamento do canal arterial (BARBOSA, 2012).

Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), as CCs acometem cerca de 8 a 10 crianças a cada 1000 nascidas vivas. Em relação ao quesito mortalidade, o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde indica que a cada 100 mil nascidas vivas, 107 crianças vêm a óbito por conta desta patologia, o que se refere a 8% desta população.

Aproximadamente 30% dos pacientes têm defeitos cardíacos graves que exigem a correção cirúrgica precoce. Devido a elevada incidência de comprometimento cardíaco, preconiza-se que todas as crianças, mesmo as assintomáticas, sejam submetidas a exames, como ecocardiograma, durante os primeiros seis meses de vida. O diagnóstico de cardiopatia congênita deve ser precoce, para que se possa identificar a necessidade do tratamento cirúrgico já no início. Além disso, viabiliza o acompanhamento de possíveis atrasos no desenvolvimento e detecção de patologias associadas (HOEPERS etal., 2013).

Dentre as cardiopatias mais comuns destacam-se as cianóticas e não cianóticas.

A Tetralogia de Fallot, estenose valvar pulmonar, transposição dos grandes vasos ou das grandes artérias (TGA), persistência do canal arterial (PCA), coartacão da aorta, comunicação interatrial (CIA) ou interventricular (CIV) estão entre as doenças congênitas mais comuns que necessitam de correção cirúrgica (SILVA etal., 2011).

Nas intervenções cirúrgicas destacam-se alguns métodos mais utilizados para a correção de cardiopatias congênitas, como o método Blalock- taussig. A cirurgia cardíaca pediátrica é um evento de extrema importância na vida desses pacientes, e em seguida por desconfortos físicos e psicológicos, que podem ser acentuados pelas atividades, como exercícios de virar, tossir, respirar profundamente, deambular e o uso dos equipamentos hospitalares necessários, cateteres e tubos torácicos invasivos (STAVESKI etal., 2018).

As intervenções cirúrgicas cardíacas trazem uma serie de complicações a criança, principalmente alterações de âmbito respiratório. Essas complicações estão associadas a má condição das funções pulmonares e cardíacas no pré-operatório, a circulação extracorpórea prolongada e ao grau elevado de sedação. Nessa circunstância, constantemente, tais crianças apresentam desequilíbrio na mecânica respiratória. Os aumentos na pressão da artéria pulmonar e no fluxo sanguíneo do pulmão correlacionam-se a diminuição da sua complacência e ao aumento da resistência das vias aéreas. Visto isso, variações 14 em dados cardiorrespiratórios são notáveis, bem como a manifestação de sinais de desconforto respiratório, definidos, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, como aumento da frequência respiratória, esforço ou excursão torácica inadequada, diminuição dos sons respiratórios periféricos, gemidos respiratórios ou falta de ar, diminuição do nível de consciência ou da resposta dolorosa, redução dos tônus musculares ou presença de cianose (ASSUMPCAO etal., 2013).

As complicações pulmonares pós-cirurgia cardíaca pediátrica observadas no estudo de Felcar et al.[5] foram: atelectasia, pneumonia, derrame pleural, pneumotórax, quilotórax, hipertensão pulmonar, hemorragia pulmonar e paralisia diafragmática, sendo que as duas primeiras alterações foram mais frequentes.

Nesse aspecto, entra o profissional fisioterapeuta que está habilitado a prevenir, minimizar e reverter possíveis disfunções respiratórias e sequelas motoras. E para isso atua antecipadamente e seguidamente à cirurgia de cardiopatia congênita (SANTOS et al., 2019).

Logo, o fisioterapeuta tem sido solicitado na equipe multidisciplinar em saúde de alguns serviços, nos períodos pré e pós-operatório, para melhorar o quadro clínico do paciente, prevenir e recuperar complicações pulmonares, auxiliar na reabilitação social, reduzir os efeitos deletérios provenientes da cirurgia e da restrição ao leito. Ainda, há indícios de que a atuação do fisioterapeuta em pacientes que passam por cirurgia cardíaca diminua o tempo de permanência desses no centro de terapia intensiva (CTI), auxilie na deambulação o mais precoce possível e reduza o tempo de internação hospitalar (SILVA et al.,2011).

A fisioterapia respiratória é indicada e indispensável no Pré e Pós- operatório de tais cirurgias e os exercícios respiratórios são um ponto chave no tratamento e prevenção.

No pré-operatório utiliza técnicas de reexpansão pulmonar e estimulação muscular respiratória. O treinamento pré-operatório é necessário porque o conhecimento dos exercícios a serem realizados no pós-operatório lhes proporcionará um re-treinamento muscular, permitindo a execução imediata e rápida adaptação aos exercícios respiratórios após a intervenção. As técnicas de fisioterapia utilizadas no pós-operatório incluem: vibrações e pressões na parede torácica, hiperinsuflação manual, manobras de reexpansão torácica, higiene das vias aéreas, bem como mobilização e aceleração do fluxo expiratório (ARRATIBEL; ALCAIDE, 2011).

METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão bibliográfica, sobre “Atuação do Fisioterapeuta na Cardiopatia Congênita Pediátrica”, como fonte de coleta para os resultados foram utilizados 15 artigos que se mostraram indispensáveis para a construção dessa revisão, relacionados a avaliação e diagnóstico com datação entre 2011 a 2021 na língua portuguesa e inglesa. As buscas basearam-se nos principais indexadores científicos: BIREME, SCIELO, GOOGLE SCHOLAR, PUBMED, WEB OF SCIENCE. Foram utilizados os descritores: Pré e Pós-operatório, Doença Cardíaca Congênita, Fisioterapia e Criança / Postoperative, Congenital Heart Disease Phisiotherapy Children.

Foram utilizados os seguintes critérios de inclusão: artigos originais, artigos completos disponíveis eletronicamente, trabalhos que apresentaram contexto desejável e que estiveram de acordo com os objetivos do trabalho, revisões sistemáticas e estudos transversais. Foram excluídos artigos de natureza observacional, estudos não disponíveis eletronicamente, artigos que não foram pesquisados nos periódicos indexados e revisões de literatura.

Para as buscas se utilizou os descritores: “Cardiopatia”, “Congênita”, “Fisioterapeuta”, operadores lógicos booleanos: “AND”, “OR” e “NOT”. Foram selecionados para a leitura dos resumos, artigos que nomeavam os descritores, e após a leitura de seus resumos aqueles mais relevantes foram selecionados para leitura completa.

RESULTADOS:

Foram encontrados 16 artigos, sendo 8 na SCIELO, 6 no Google Scholar, 1 da PubMed, 1 da Web of Science. Entretanto, 14 estudos constaram em duas bases de dados, totalizando 15 artigos selecionados. Nenhum estudo foi encontrado na BIREME. Em relação aos idiomas, 2 foi escrito na língua espanhola, 1 escrito em inglês e 12 em português.

Figura2: Fluxograma sistemático da revisão desse estudo.

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Tabela1: Resultados da Revisão de Literatura

Autor, anoObjetivoTipo de EstudoMétodosPrincipais achados
SANTOS et al. (2019)Realizar uma revisão acerca da atuação fisioterapêutica no pós- operatório de cardiopatias congênitas.Revisão integrativa.Coleta de dados, avaliação, análise e interpretação dos dados coletados e construção do manuscrito.A fisioterapia pode intervir de maneira precisa prevenindo complicações, principalmente após cirurgias, resultando em uma melhora na qualidade de vida e bem-estar social
MEDEIROS et al. (2019)Avaliar a funcionalidade de crianças no pósoperatório cardíaco em unidade de terapia intensiva.Estudo observacional de caráter transversal prospectivo.A caracterização da amostra foi transcrita para uma ficha de avaliação e a funcionalidade foi avaliada através da aplicação da Functional Status Scale (FSS) Pediátrica pelos pesquisadores responsáveis.Observou-se prevalência de pacientes pediátricos com estado funcional adequado, sendo que os domínios com maior comprometimento foram “estado respiratório” e “alimentação”.
TORRESRAMUCHO et al. (2019)Determinar os fatores associados à sobrevida no primeiro ano de vida em neonatos com cardiopatia congênita grave tratados em um hospital nacional no Peru.Pesquisa observacional analítica com um corte retrospectivoO método de KaplanMeier e o teste de LogRank foram utilizados na análise de sobrevida. Análises brutas e ajustadas foram realizadas usando modelos de regressão de Cox.O principal fator que favorece a sobrevivência é o diagnóstico pré-natal, com os fatores que diminuem a presença de cardiopatia cianótica e presença de alguma anomalia congênita extracardíaca.
JUNIOR et al. (2016)Compreender as práticas da equipe multiprofissional no cuidado postural da criança cardiopata na unidade de terapia intensiva.Estudo descritivo de cunho qualitativo.Observação participante para descrever a experiência/vivência dos profissionais de saúde sobre o posicionamento no leito de crianças cardiopatas, consistente na, inserção do pesquisador, no território, no caso, na UTI pediátrica, por um período, para que pudesse observar as produções daquele cotidiano.Importa compreender o que a criança transmite e tentar atender às suas necessidades como pessoa e não só como paciente.
BELO et al. (2016)Caracterizar o perfil da criança portadora de cardiopatia congênita atendida em um hospital de referência no Estado do Paraná, Brasil.Pesquisa documental retrospectiva.Para, caracterização da amostra, foram observados, além da faixa etária, aspectos físicos, como peso, altura e índice de massa corporal, tempo de internação em unidade de terapia intensiva (UTI) e permanência com cateter venoso central (CVC).A criança portadora de cardiopatia congênita está, geralmente, abaixo do peso ideal, permanece internada em UTI por cerca de 16 dias, utiliza o acesso por meio do CVC em 70% do tempo e a maior parte delas.
LAFEVER et al. (2016) Analisar as características e a evolução da ventilação mecânica não invasiva (VNI) no pós-operatório de cirurgia cardíaca em crianças. Estudo observacional retrospectivo. A avaliação incluía todas as crianças que necessitaram de VNI após cirurgia cardíaca em uma unidade de terapia intensiva pediátrica (UTIP) de um único centro. A VNI está associada a uma menor necessidade de ventilação mecânica invasiva. A pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP) foi a modalidade mais comum e o “tubo nasofaríngeo” foi a interface mais comum no estudo, embora, nos últimos anos, o uso da pressão positiva contínua em dois níveis nas vias aéreas (BIPAP) e cânula nasal tenha aumentado significativamente.
CORDEIRO et al. (2016)Correlacionar o tempo de ventilação mecânica invasiva (VMI) sobre a força muscular periférica em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca.Estudo transversal prospectivo.Os pacientes foram avaliados no período pré-operatório em relação a sua força muscular periférica através da escala da Medical Research Council (MRC).Observou-se que o maior tempo de VMI ocasionou redução da força muscular periférica de pacientes submetidos à cirurgia cardíaca.
CRUZ et al. (2013)Descrever o desenvolvimento motor de crianças de 0 a 18 meses de idade com cardiopatia congênitaEstudo descritivo, transversal e quantitativo.Utilizou-se o instrumento de avaliação padronizado Alberta Infant Motor Scale (AIMS).Constatou-se que as crianças no pré- operatório, obtiveram uma média da pontuação da escala AIMS maior em relação às crianças no avaliadas pós operatório.
GONÇALVES et al. (2012)Reunir informações e apresentar as principais diretrizes relacionadas à prescrição de exercícios resistidos em cardiopatas.Revisão sistemática.A pesquisa realizada originou um total de 804 artigos, os quais inicialmente tiveram seus resumos analisados para identificação daqueles que atendessem aos critérios de inclusão desta revisão.O treinamento resistido é uma modalidade de exercício importante para a população cardiopata, pois, mostrou-se eficiente para aumentar a força muscular de membros superiores e inferiores.
COELHO et al. (2012) Descrever os efeitos dos apoios do método fisioterapêutico de Reequilíbrio- Tóraco Abdominal (RTA) em parâmetros cardiorrespiratórios, e desconforto respiratório de lactentes com
acianóticas
Estudo Randomizado. Foram avaliados cegamente segundo parâmetros cardiorrespiratórios (frequência, cardíaca- fc, frequência respiratória- fr e saturação periférica de oxigênio- SpO2) pelos sinais de desconforto respiratório
JOHNSTON et al. (2012)Orientar os fisioterapeutas sobre algumas intervenções de prevenção / tratamento de fisioterapia respiratória, no processo de reabilitação de pacientes pediátricos e neonatais em unidade de terapia intensiva em ventilação pulmonar mecânica e até 12 horas após a extubação. Recomendação tipo protocolo. Utilizaram o método de pesquisa científica PICO e classificou as informações por grau de recomendação (em A, B, C ou D) pelo método Oxford Centre A atuação do fisioterapeuta nessas áreas é mais ampla, com necessidade da elaboração continuada de outras recomendações para orientação de sua prática clínica com a finalidade de melhorar a segurança ao usuário.
SILVA et al. (2011)Reunir evidências científicas sobre a atuação do fisioterapeuta nos períodos pré, peri e pós- operatório de cirurgia cardíaca em crianças.Revisão sistemática.Avaliação através de um escore de risco preditor de mortalidade ajustado para cirurgia de cardiopatias congênitas (RACHS-1).O fisioterapeuta deve inserir-se nas equipes multidisciplinares para atuar em todas as fases da cirurgia cardíaca pediátrica, para evitar as complicações às quais a criança está exposta, seja para produzir evidências científicas
FRUTOS et al. (2011)Avaliar a eficácia da fisioterapia respiratória pré e pós-operatória na prevenção de complicações pulmonares após cirurgia cardíaca pediátrica, comparando- a com o desempenho apenas da fisioterapia pósoperatória.Estudo experimental prospectivo.Seleção da população do estudo: aleatoriamente entre os prontuários de crianças que vieram para a unidade de cirurgia cardíaca da Universidade H. 12 de outubro a ser operado por cardiopatia congênita de 2 a 6 anos.Exercício e qualidade de vida através de testes validados, tanto no grupo controle como no grupo intervenção.
INOUE et al. (2011)Prestar assistência para estes, tanto no período préoperatório quanto no pós-operatório, buscando o aperfeiçoamento de suas manobras, técnicas e intervenções para contribuir com a melhora da qualidade de vida destes indivíduos.Revisão simplificada.Foi realizada uma revisão com diferentes elementos abordando aspectos clínicos e cirúrgicos, bem como a atuação da fisioterapia diante de pacientes com cardiopatias congênitas.O fisioterapeuta como membro desta equipe, deve buscar o aperfeiçoamento constante de suas técnicas para contribuir com a otimização com cuidados destes pacientes.
ROLIM et al. (2011)Analisar, ao início e ao término do teste de respiração espontânea (TRE) no modo de pressão de suporte ventilatório (PSV), o comportamento das variáveis hemodinâmicas, hemogasométricas e respiratórias em pacientes cardiopatas.Ensaio clínico, qualiquantitativo.Para mensuração da força muscular inspiratória e da mecânica respiratória, avaliou-se antes do TRE: pressão inspiratória inicial e inspiratória máxima, resistência das vias aéreas, complacência estática e dinâmica seguida da avaliaçãoPercebeu-se que a maior parte dos pacientes cardiopatas submetidos ao TRE utilizando PSV manteve-se em estabilidade hemodinâmica, hemogasométrica e respiratória.
Fonte: Compilação do Autor, 2021.

DISCUSSÃO:

Diante dos resultados obtidos, apresentou-se grande destaque nos artigos a definição de cardiopatia congênita, sendo uma desordem cardíaca que se dá pela má-formação durante odesenvolvimento gestacional impactando diretamente na saúde e no desenvolvimento normal de uma criança. Foi abordado que acomete, entre 8 e 10 a cada mil crianças que nascem vivas, as cardiopatias mais recorrentes são tetralogia de fallot (T4F), estenose pulmonar valvar (EPV), tempo de coagulação ativado (TCA), persistência do canal arterial (PCA), coartação da aorta (CA), comunicação interarterial (CIA) e comunicação interventricular (CIV). (SILVA et al, 2011). Valido ressaltar, que são grandes as estimativas levantadas de que crianças que possuem cardiopatia congênita estão abaixo do peso considerado normal, e ficam na unidade de terapia intensiva (UTI), além da utilização do cateter venoso central.

Enfatiza que em grande parte das unidades de terapia intensiva pediátrica, as crianças são submetidas à cirurgia cardíaca onde a faixa etária das lactantes são as mais prevalentes, se analisara média, a disfunção maior foi relacionada ao estado respiratório, e de alimentação, contudo a funcionalidade motora apresentou maior rendimento. Levando a uma prevalência de pacientes com estado de funcionalidade adequada (MEDEIROS et al, 2019). Entretanto, para determinar os fatores associados à sobrevida no primeiro ano de vida em neonatos, com doenças cardíacas graves congênitas, que foi observado em um hospital nacional no Peru, foram estudadas 160 crianças nascidas entre 2012 e 2015, com o diagnóstico de cardiopatia congênita grave. Foi utilizado para analisar a sobrevivência dos neonatos o método Kaplan – Maeier e o teste Log-Rank, 52, 5 % dos pacientes eram do sexo masculino e apresentava cardiopatia congênita grave, atresia pulmonar foi a mais frequente com 26, 3 % e 37, 7 % dos pacientes morreram, com sobrevida em um ano 63, 3%. Com odiagnóstico pré-natal teve uma grande melhora na sobrevida dos pacientes (HRa 2,93, IC 95%: 1,36-6, 34) (TORRES-RAMUCHO et al., 2019).

Deve-se investigar bem o histórico familiar, pois pode haver uma hereditariedade, talvez gerando uma comunicação por algum canal do corpo, um exemplo é que se uma mãe no qual possui diabetes tiver um filho portador de deslocador de artérias grandes e os filhos de mães que tiveram rubéola no primeiro trimestre, poderão manifestar cardiopatia congênita como EPV, PCA, CIV, CA. (CRUZ et al., 2013).

Pensando na atuação do fisioterapeuta, o objetivo é agregar evidências científicas sobre como funciona a atuação do fisioterapeuta em todas as etapas, antes e após cirurgias cardíacas (SILVA etal, 2011). Dos 15 artigos revisados 8 deles evidenciaram a importância da fisioterapia e algumas técnicas usadas em pacientes com cardiopatia congênita.

Como a atuação do fisioterapeuta especialista nas áreas de terapia intensiva com crianças é recente no Brasil, existem poucos estudos que fala sobre as recomendações necessárias de cuidado com os pacientes nesse meio. Dessa forma, foi elaborada nesse estudo a primeira recomendação brasileira fisioterapêutica. Eles ressaltam recomendações sobre as técnicas de desobstrução das vias aéreas como a avaliação, aumento do fluxo expiratório, hiperinsuflação manual, percussão torácica e a combinação com as técnicas de fisioterapia respiratória. Afirmando nessas perguntas e respostas, que o fisioterapeuta tem um papel fundamental em uma UTI pediátrica e neonatal, trazendo cuidados desde avaliações e prevenções até intervenções de tratamento (JOHNSTON et al., 2012). E tais recomendações são observadas, de forma positiva, em quase todosos artigos. Mostrando assim, que os estudos compartilham do mesmo viés.

No período pré-operatório, o fisioterapeuta além de ajudar em toda parte de ventilação, o diálogo é também de suma importância com os pais ou responsáveis, ajudando-os a entender melhora situação e como o fisioterapeuta é fundamental nesses momentos. (SILVA et al., 2011). Corroborando a isso, a postura dos profissionais, familiares e os cuidadores vai além de um manejo técnico, é necessária sensibilidade ao falar, tocar e olhar. E para isso existe a necessidade de uma seria reflexão crítica construtiva no contexto dos serviços de saúde (JUNIOR; PINTO, 2016).

Dos cinco artigos que averigua as etapas, três deles mostra que no pós-operatório a atuaçãofisioterapêutica é mais recorrente. Além disso, contêm outros três artigos que analisam apenas sobre o pós-operatório.

Dessa maneira, após a cirurgia cardíaca os pacientes são levados para UTI e conectados ao ventilador mecânico, depois de ser feito a extubação foi anotado o tempo de permanência no suporteventilatório e após 12 horas foi reavaliado a força muscular periférica por meio do medical research council (MRC). Foi observada uma correlação negativa entre o tempo de assistência da ventilação mecânica invasiva (VMI) e força muscular periférica final. (CORDEIRO et al., 2016).

É importante enfatizar, que em indivíduos saudáveis o processo de ventilação é realizado pelos músculos inspiratórios de forma ativa e de forma passiva pelo recuo elástico do pulmão e da parede torácica. Não obstante, em situações em que há impossibilidade dessa manutenção, a assistência ventilatória mecânica (AVM) torna-se necessária, sendo essa definida como um suporte ventilatório artificial. (ROLIM et al., 2011).

Portanto, cada vez está sendo utilizado a ventilação mecânica não invasiva (VNI) nos centrosde UTI para casos de cirurgias cardíacas em crianças, tendo uma taxa de sucesso de 85% (LAFEVERet al., 2016). Em vista disso, os três estudos demonstram compartilhar da mesma opinião, validando a necessidade de AVM sendo ela VNI.

A atuação fisioterapêutica vem se modificando e aperfeiçoando técnicas como analisado nesse autor com os apoios do método reequilíbrio-tóraco-abdominal (RTA), que é uma maneira idealizada com a finalidade de melhorar a capacidade dos músculos respiratórios. O estudo utilizado evidenciou resultados positivos contestando a atuação restrita da fisioterapia respiratória que lidava apenas em situações de hipersecreção, infecções pulmonares e atelectasia. Oatendimento fisioterapêutico não justificava em alguns casos pelo fato de suas técnicas convencionais não ajudarem de forma justificativa. Assim, esse método RTA vem mostrando efeitos positivos, que afisioterapia respiratória no manejo de lactantes cardiopatas pode ser essencial (COELHO et al., 2012). Ademais, dois autores analisam a relação da atuação do fisioterapeuta e a diminuição do tempodo paciente no centro de terapia intensiva (CTI). Quando a criança chega ao CTI, o fisioterapeuta ajuda na forma correta do paciente estar no leito, ou seja, mudanças de decúbito, acessos vasculares, dreno e da cânula traqueal, além de ajudar da reversão das atelectasias (SILVA et al, 2011). O papeldo fisioterapeuta, com tais técnicas, é fundamental para promover a diminuição do tempo depermanência na CTI. (SANTOS et al., 2019).

Apesar disso, no estudo desses autores algumas complicações podem aparecer no pós- operatório. Dentre elas, a pneumonia é considerada uma das principais causas de morbilidade e mortalidade em pacientes de pós- operatório e é também considerada uma das causas frequentes de infecção nesse estado, o que leva a participação direta do fisioterapeuta, onde seu objetivo principal é eliminar secreções, melhorando assim a ventilação, diminuindo as resistências respiratórias, corrigindo alterações na ventilação/perfusão e diminuindo a atividade preteolítica das secreções. (FRUTOS et al., 2011).

Outras também, que são os déficits ou alterações pulmonares, diminuição de complacência pulmonar e resistência das vias aérea. Evidentemente, o apoio manual no tórax, vai promover o aumento de saturação de oxigênio. O treinamento de força muscular inspiratória mostrou-se tolerável, e com um bom auxílio no desmame ventilatório. (SANTOS et al., 2019)

Juntamente, para diminuir índices esse autor destaca exercícios resistidos aeróbicos, antes era contraindicado, mais hoje está sendo indicado buscando uma melhor intervenção. (GONÇALVES et al, 2012)

Em suma o conhecimento leva a mudanças e os fisioterapeutas devem buscar melhorias constantes de técnicas que possam otimizar os pacientes, e em conjunto com uma equipe multiprofissional buscar reduzir o atendimento no setor cardiológico pediátrico. (INOUE et al, 2011). Evidenciando assim, que os fisioterapeutas são fundamentais em todas as etapas, a fim melhorar a qualidade de vida do paciente, prevenir e recuperar complicações futuras. (SILVA etal, 2011).

CONCLUSÃO:

Portanto, de acordo com a literatura revisada foi considerado indispensável à atuação do fisioterapeuta em todas as etapas pré e pós-operatória da reabilitação cardiorrespiratória congênita. Sendo que, a fisioterapia vem se aperfeiçoando às novas técnicas para melhor atender aos pacientes, estudo observou melhora da função respiratória, funcionamento cognitivo, diminuição da dor, do tempo de permanecia na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e na ventilação mecânica e também melhora na aptidão cardiopulmonar desses pacientes.

Assim, retratam-se opiniões positivas em relação ao fisioterapeuta na cardiopatia congênita visto que, se torna um membro essencial para uma boa recuperação.

REFERÊNCIAS

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