A IMPORTÂNCIA DO TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO NO DESENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

THE IMPORTANCE OF PHYSIOTHERAPEEUTIC TREATMENT IN THE DEVELOPMENT OF CHILDREN WITH AUTISTIC SPECTRUM DISORDER


CENTRO UNIVERSITÁRIO DO NORTE – UNINORTE
ESCOLA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO SUPERIOR DE FISIOTERAPIA


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Autor:
Geralcy de Souza Nascimento
Orientadora:
Esp. Natalia Gonçalves


DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha esposa Tatiane Mendes da Silva, que tanto me incentivou a concluir o curso de Bacharelado em Fisioterapia, aos meus filhos Sandro Bernardo Marreiro Nascimento, Matheus Henrique Mendes Nascimento e Isabella Valentina Mendes Nascimento. Dedico também à minha mãe Maria Juracy Magalhães de Souza e a todos meus familiares que contribuíram direta ou indiretamente em minha formação acadêmica.

AGRADECIMENTO

Quero agradecer primeiramente a Deus por ter me permitido chegar até aqui.

A minha esposa Tatiane Mendes da Silva por sempre me incentivar e compreender nos momentos difíceis.

Aos meus filhos Sandro Bernardo Marreiro Nascimento, Matheus Henrique Mendes Nascimento, Isabella Valentina Mendes Nascimento que por eles e pra eles é essa conquista.

A minha orientadora Professora Natalia Gonçalves pelo excelente acompanhamento na elaboração do meu trabalho.

A minha mãe Maria Juracy Magalhães de Souza e as minhas Tias Maria de Lourdes Magalhães de Souza, Altina Magalhães de Souza, Antônia Magalhães de Souza e Maria do Livramento Magalhães de Santana e Souza por todo incentivo e ajuda nos momentos difíceis.

Aos meus colegas pelo companheirismo e disponibilidade para me auxiliar em vários momentos.

EPIGRAFE

“Se a Medicina é a ciência que dá anos à vida, a Fisioterapia é a ciência que dá vida aos anos”

NARJARA BALTAZAR

RESUMO

O autismo — nome técnico oficial: Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é uma condição de saúde caracterizada por déficit na comunicação social (socialização e comunicação verbal e não verbal) e comportamento (interesse restrito e movimentos repetitivos). Não há só um, mas muitos subtipos do transtorno. Tão abrangente que se usa o termo “espectro”, pelos vários níveis de suporte que necessitam — há desde pessoas com outras doenças e condições associadas (coocorrências), como deficiência intelectual e epilepsia, até pessoas independentes, com vida comum, algumas nem sabem que são autistas, pois jamais tiveram diagnóstico.

Quando se fala em tratamento de crianças com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é normal o desconhecimento de pais e responsáveis sobre a atuação do profissional de fisioterapia para a evolução clínica dessas crianças e a relevância da fisioterapia para a evolução física desses pequenos, e também a importância da inserção do fisioterapeuta em uma equipe multidisciplinar que irá fazer parte do acompanhamento desde o diagnóstico inicial.

“A criança autista apresenta déficit de comportamento, pelo qual é a consequências de comportamentos sensoriais e motores incomuns e estereotipados, ou seja, estereotipias sensório-motoras, onde se destaca movimentos repetitivos tais como: balanço das mãos, do corpo, necessidade de movimentos motores contínuos (correr, pular, equinismo, movimentos repetitivos dos dedos, entre outros). Essas estereotipias motoras se agregam ao déficit sensorial e a dificuldade na organização e execução dos movimentos corporais, ou seja, dificuldades de planejamento das atividades motoras,”, afirma a Dra. Caroline Nogueira de Carvalho, fisioterapeuta com atuação em autismo infantil.

OBJETIVOS: trabalhar aspectos motores, sensorial, tônus (global e postural), coordenação motora, equilíbrio, lateralidade, noções espaciais, planejamento motor, conhecimento do esquema e a imagem corporal, regular aspectos sensoriais e motoras e engajamento com a equipe multidisciplinar que atende a criança com autismo respeitando as suas individualidades, para poder promover, assim, a formação dos pilares para a evolução social, emocional e intelectual da criança com Transtorno do Espectro Autistas.

Palavras-chaves: Fisioterapia no Autismo, Transtorno do Espectro Autista, Fisioterapia Motora.

ABSTRACT

Autism – official technical name: Autism Spectrum Disorder (ASD) is a health condition characterized by deficits in social communication (socialization and verbal and non-verbal communication) and behavior (restricted interest and repetitive movements). There is not just one, but many subtypes of the disorder. So comprehensive that the term \”spectrum\” is used, due to the various levels of support they need – there are people with other diseases and associated conditions (co-occurrences), such as intellectual disability and epilepsy, to independent people, with ordinary lives, some do not even know that they are autistic, as they have never been diagnosed.

When talking about the treatment of children with Autism Spectrum Disorder (ASD) it is normal that parents and guardians are not aware of the role of the physiotherapy professional for the clinical evolution of these children and the relevance of physiotherapy for the physical evolution of these little ones, and also the importance of including the physiotherapist in a multidisciplinary team that will be part of the follow-up from the initial diagnosis.

\”The autistic child has a behavioral deficit, which is the consequence of unusual and stereotyped sensory and motor behaviors, that is, sensory-motor stereotypies, which highlights repetitive movements such as: hand and body balance, need for motor movements continuous (running, jumping, riding, repetitive finger movements, among others). These motor stereotypies are added to the sensory deficit and the difficulty in organizing and executing body movements, that is, difficulties in planning motor activities,” says Dr. Caroline Nogueira de Carvalho, a physical therapist working in childhood autism.

OBJECTIVES: to work motor, sensory, tonus (global and postural) aspects, motor coordination, balance, laterality, spatial notions, motor planning, knowledge of the scheme and body image, regulate sensory and motor aspects and engagement with the multidisciplinary team that works with child with autism respecting their individualities, in order to promote, thus, the formation of the pillars for the social, emotional and intellectual evolution of the child with Autistic Spectrum Disorder.

Keywords: Physiotherapy in Autism, Autistic Spectrum Disorder, Motor Physiotherapy.

1 INTRODUÇÃO

O autismo nome técnico oficial: Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é uma condição de saúde caracterizada por déficit na comunicação social (socialização e comunicação verbalizada e não verbalizada) e comportamento (interesse restrito e movimentos repetitivos). Não há só um, mas muitos subtipos do transtorno. Tão abrangente que se usa o termo “espectro”, pelos vários níveis de suporte que necessitam — há desde pessoas com outras doenças e outros aspectos associadas, como deficiência intelectual e epilepsia, até pessoas independentes, com uma vida comum “normal”, algumas nem sabem que são autistas, pois jamais tiveram diagnóstico (ACORDE São Carlos, 2020).

Quando se fala em tratamento de crianças com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é normal o desconhecimento de pais e responsáveis sobre a atuação do profissional de fisioterapia para a evolução clínica dessas crianças e a relevância da fisioterapia para a evolução física desses pequenos, e também a importância da inserção do fisioterapeuta em uma equipe multidisciplinar que irá fazer parte do acompanhamento desde o diagnóstico inicial (CARVALHO, 2020).

“A criança autista apresenta déficit de comportamento, pelo qual é a consequências de comportamentos sensoriais e motores incomuns e estereotipados, ou seja, estereotipias sensório-motoras, onde se destaca movimentos repetitivos tais como: balanço das mãos, do corpo, necessidade de movimentos motores contínuos (correr, pular, equinismo, movimentos repetitivos dos dedos, entre outros). Essas estereotipias motoras se agregam ao déficit sensorial e a dificuldade na organização e execução dos movimentos corporais, ou seja, dificuldades de planejamento das atividades motoras,”, afirma a Dra. Caroline Nogueira de Carvalho, fisioterapeuta com atuação em autismo infantil (CARVALHO, 2020).

Tendo como partida que todo processo cognitivo é o resultado de um desenvolvimento motor razoável, se torna essencial a intervenção do profissional de fisioterapia para o tratamento de sucesso com crianças autistas. É de fundamental importância que o profissional de fisioterapia se integre a uma equipe multidisciplinar que acompanhará essa criança, tendo em vista que nos anos de vida iniciais a criança não possua um diagnóstico clinico definitivo, somente a suspeita, na fase inicial a atuação do fisioterapeuta é extrema relevância para o desenvolvimento motor da criança (GRAÇA, 2020).

O objetivo da intervenção do profissional de fisioterapia é trabalhar os seguintes aspectos: trabalhar aspectos motores, sensorial, tônus (global e postural), coordenação motora, equilíbrio, lateralidade, noções espaciais, planejamento motor, conhecimento do esquema e a imagem corporal, regular aspectos sensoriais e motoras e engajamento com a equipe multidisciplinar que atende a criança com autismo respeitando as suas individualidades, para poder promover, assim, a formação dos pilares para a evolução social, emocional e intelectual da criança com Transtorno do Espectro Autistas.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Transtorno do Espectro Autista – TEA.

O Autismo é um transtorno ainda desconhecido, e influencia diretamente o desenvolvimento neutro-psicomotor de toda criança, manifestando-se no início da infância. Demonstrando algumas de suas características peculiares, geralmente, nos três primeiros anos de vida da criança, onde o seu diagnóstico concreto se fecha aos três ou quatro anos de idade no máximo, dependendo do grau da doença, e continua durante todas as fases do crescimento e desenvolvimento da criança autista. O Transtorno do Espectro Autista age em três pontos principais: interação social, comunicação e linguagem (SEGURA et al., 2011).

Asperger, em 1944, descreve a doença como um transtorno que, além de tornar deficitária comunicação, linguagem e convivência social, também interfere o desenvolvimento psiconeurológico. Não é uma simples doença, transtorno ou deficiência, mas a soma de um conjunto de variações chamado de “Espectro do Autismo”, tendo relação com várias síndromes, com variadas características. A partir deste ponto, vários especialistas denominaram tal doença como Síndrome de Asperger (SEGURA et al., 2011). Pelo simples fato de não ser possível ser diagnosticado durante a gravidez, aparecendo alguns aspectos na fase do recém-nascido, com comportamentos atípicos observados em uma criança como o desenvolvimento normal. Outros aparecem a partir de dezoito meses aproximadamente após o nascimento, devido o aparecimento das características típicas do autismo. Estudiosos afirmam que, para se reverter alguns dos aspectos do autismo, é fundamental que ela seja identificada e diagnosticada antes dos sete anos de idade, porém, só é possível fechar o diagnóstico 3 ou 4 anos de idade, pois a criança já possui maturação neurológica a nível neuropsicomotor aceitável (BRAMBILLA et al., 2003; MÜLLER et al., 2011). A predominância do autismo varia entre 4 a 13/10.000, ocupando o terceiro lugar entre os distúrbios de desenvolvimento infantil, ficando à frente das mal‑ formações congênitas e da Síndrome de Down. Esses estudos epidemiológicos mostraram que há uma maior predominância de Autismo em meninos do que em meninas, com médias relatadas de cerca de 3,5 a 4,0 meninos para cada menina. Uma das melhores explicações para o fato é que o Transtorno do Espectro Autista é uma condição genética ligada ao cromossomo X, tornado os homens mais vulneráveis. A maioria dos estudos encontrados na literatura relacionados ao tratamento de crianças com TEA cita somente a intervenção de psicólogos, terapeutas ocupacionais e profissionais de musicalidade, esquecendo a repercussão motora que a doença pode trazer, com quadros hipotônicos e eixos desorganizados, o que ocasionará, na primeira fase da vida da criança, um atraso bastante significativo em seu desenvolvimento neuro-psicomotor. Poucos artigos relatam sobre essas intervenções, colocando-os, de forma secundária, em artigos da língua inglesa e espanhola. O presente estudo propõe avaliar sistematicamente a importância de uma intervenção do fisioterapeuta em relação a parte motora em crianças com o diagnóstico de Autismo, com o objetivo de informar a profissionais, estudantes, pais e pessoas que tenham interesse sobre o tema.

2.2 Habilidades Motoras

O Fisioterapeuta irá atuar diretamente nas funções primordiais para a vida da criança e adolescente diagnosticada com o Transtorno do Espectro Autista; e até mesmo entre os adultos. É de suma importância ressaltar que, o quanto antes a intervenção fisioterapêutica iniciar, as chances de uma evolução bem-sucedida de existir são extremantes grandes. No caso das habilidades motoras, a fisioterapia atua em aspectos básicos, como andar, sentar, ficar de pé, jogar, rolar, tocar objetos, engatinhar e a locomoção de maneira geral.

A fase que a criança entra para a escola é determinante e primordial para se trabalhar os aspectos motores. Correr, pular e jogar é importante para o bem-estar de qualquer pessoa e pode sê-lo para a criança autista, pois, além de desenvolver a função motora, também é responsável pela interação social da criança com seus colegas de sala. A fisioterapia tem um papel fundamental nesse aspecto com a orientação de exercícios fundamentais para os movimentos da criança.

Rosa Neto et al. (2010 apud SOARES e CAVALCANTE NETO, 2015) afirmam 17 que o comportamento motor é um processo sequencial, que tem relação direta com a idade do indivíduo, a biologia e as condições ambientais, fatores esses que são essenciais para as mudanças sociais, intelectuais e emocionais.

Tani et al. (2010 apud SOARES e CAVALCANTE NETO, 2015) a interação do indivíduo com o meio é de suma importância para o aperfeiçoamento de suas habilidades motoras, especificamente é na infância que o ser humano começa o aprimoramento de suas habilidades motoras básicas, possibilitando assim um vasto domínio de seu corpo com diferentes atividades.

2.3 Atuação Fisioterapêutica no Autismo: o método Bobaht.

Dentre vários métodos de intervenção voltados para o melhor desenvolvimento da criança autista, muitos profissionais de fisioterapia utilizam o método Bobath, responsável por resultados satisfatórios. É relevante salientar que essa técnica não surgiu para a intervenção no autismo, ela foi desenvolvida para tratamento de casos de derrames cerebrais e paralisias infantis. Além de esse método poder ser empregado em crianças e adultos.

O fisioterapeuta utiliza o método Bobath para atuar nos detalhes indispensáveis na vida da criança autista. O trabalho no aspecto da coordenação é uma das atribiuções. Além disso, a adaptação do corpo a uma postura (física) mais saudável é o ponto-chave da técnica Bobath. Ela é responsável por:

  • Aumentar o controle postural;
  • Simetria do esquema corpóreo;
  • Trabalhar as posturas;
  • Alongamentos;
  • Aumentar/diminuir o tônus muscular;
  • Estimular as extensões de cabeça, tronco e quadril em crianças hipotônicas;
  • Estimular a ação de proteção e equilíbrio;
  • Trabalhar as rotações todos os planos e eixos do tronco.

É importante salientar que cada caso é único, portanto os resultados virão de forma distinta. A criança autista pode ter uma vida melhor quando as intervenções são realizadas por profissionais multidisciplinares e o acompanhamento dos pais. O autista é uma pessoa especial que merece atenção tanto da equipe multidisciplinar que os cercam quanto dos pais ou responsáveis, proporcionando a ela as melhores condições possíveis para que possam assim levar uma vida quase normal.

2.4 Alteração do Tônus Muscular.

Em crianças com TEA, muitas vezes, é difícil avaliar o tônus isoladamente. Em 50% dos casos é possível observar Hipotonia moderada podendo assim provocar alterações da coluna vertebral (escoliose) na fase da puberdade. Mas algumas dessas crianças podem também apresentar hipertensão ou alternância das duas variedades de tônus (GESCHWIND, 2013, SACREY et al., 2014).

O autor explica que o equilíbrio/desequilíbrio, tônus muscular, variações ou bloqueios da criança traduzirão a sua maneira de ser, emoções, vivências psíquicas, além de participarem como instrumento na comunicação não verbalizada. A atitude dos pais ou responsáveis pela criança contribui de forma relevante no desenvolvimento da criança, desde a gestação, quando se observa um aumento relevantes dos medos, muitas das vezes, sem motivo aparente, da ansiedade, depressão, enfim, vários sentimentos somados que irão refletir posteriormente, no desenvolvimento dos aspectos: psicológico, intelectual, afetivo e psicomotor da criança. Existindo, portanto, uma forma de comunicação contínua, um diálogo corporal entre pais/responsáveis e filhos, na esfera da qual as alterações tônicas irão acompanhar não somente apenas cada tipo de afeto, mas também irá acompanhar cada fato da consciência. Seguindo essa abordagem observamos então, que as aptidões motoras, intelectuais e afetivas que permitem à criança estabelecer ligação com o mundo como um todo estão subordinadas à sua carga tônica pessoal, a qual é, por sua vez, edificada por estimulações que lhe são proporcionadas pelas pessoas lhe impõem no meio em que convive. Será pelo entendimento de diferentes experiências que a criança terá possibilidade de criar a base para o desenvolvimento de sua independência e autonomia corporal e sua maturidade socioemocional.

2.5 As Posições e Atitudes.

As crianças com o Transtorno do Espectro Autista são, muitas vezes, bizarras, mal equilibradas e desconfortáveis, isso para um grau mais grave (SA‑ CREY et al., 2014). Ferreira e Thompson (2012) informam que o autista apresenta dificuldade de compreender seu corpo em sua globalidade e em segmentos, assim como seu corpo em movimento.

Quando não se há percepção de partes corpo e sua funções são ignoradas, observar-se movimentos, gestos e ações pouco adaptadas. Quando há prejuízo na organização do esquema corporal também haverá prejuízo no desenvolvimento dos seguintes aspectos: equilíbrio estático, lateralidade, noção de reversibilidade; funções de base primordiais na aquisição da autonomia e aprendizagens cognitivas.

2.6 A marcha

Um aspecto muito importante, pois estão intima‑ mente ligados à sua funcionalidade, os movimentos sincronizados durante a caminhada podem estar ausentes ou serem precários. A marcha a pé (sem deformidade ou doença neurológica) pode ocorrer em 19% dos casos (SANTOS; FERNAN‑ DES, 2012, SALIMI; JUNQUEIRAII, 2013). Cifuentes (2010) realizou estudos de transtornos de desenvolvimento motor nos primeiros meses de vida, analisando o sentar, o engatinhar, o ficar em pé e o andar. Encontrou, já nesta fase, padrões de assimetria de movimento, alguns reflexos ainda não inibidos na idade apropriada em desenvolvi‑ mento, enquanto outros não apareceram quando deveriam, como os reflexos de proteção ao cair, atraso no desenvolvimento dos estágios de caminhar e posicionamento anormal de marcha. Essas normalidades foram atribuídas à retenção anormal do reflexo primitivo, devido a um sistema neural imaturo. Fernandes (2013) relata que crianças com diagnóstico tardio de transtorno autista apresentaram problemas no padrão motor da marcha, em que utilizavam a ponta dos pés para tal, mostraram também uma postura assimétrica do braço durante a caminhada e anomalias no movimento geral. Os autores sugerem que o movimento anormal do braço pode estar relacionado com o controle do equilíbrio, sugerindo, assim, um envolvimento do cerebelo, devido ao seu papel na coordenação motora e controle de balanço.

2.7 Atraso no desenvolvimento psicomotor.

Há um atraso na aquisição dos movimentos naturais (descer escadas com movimentos alternados) e dificuldades de aquisições de habilidades motoras finas (vestir e despir, desenho e escrita, dificuldades na condução do índice do polegar). Isso tem um im‑Rev. Eletrôn. Atualiza Saúde | Salvador, v. 3, n. 3, p. 76-83, jan./jun. 2016. A importância da fisioterapia motora no acompanhamento de crianças autistas pacto negativo nas funções das atividades da vida diária, complicando até a prática de um esporte um pouco mais complexo (GESCHWIND, 2013; SA‑ CREY et al., 2014; ROSA NETO et al., 2013).

2.8 Estímulos a habilidades de forma precoce.

Em algumas crianças, essas competências motoras muito específicas são incomuns de desenvolver (SACREY et al., 2014). Segundo Levin (2000), o esquema corporal é o que se pode dizer ou representar acerca do próprio corpo. A representação que temos do mesmo é da ordem do evolutivo, do temporal. Dentro do esquema corporal, encontram‑se noções de proprioceptividade, interoceptividade e exteroceptividade. No crescimento psicomotor da criança, o esquema corporal será aos poucos construido, ele é passível à apreciação e à comparação com outro, por exemplo, nas medidas de padrões que a criança irá corresponder a cada idade, peso, altura, etc. O esquema corporal é elemento inevitável para a maturação da personalidade da criança. É a representação relativamente global, científica e diferenciada que a criança tem da sua percepção corporal. A organização espaço-temporal é fundamentada nas bases do esquema corporal, sem o qual a criança, não se reconhecendo em si mesma, só muito dificilmente poderia aprender o espaço a envolve. Torna‑se de fundamental necessidade que a criança adquira o domínio corporal, reconhecimento corporal e a passagem para a ação. Na falta dessas habilidades, uma criança, por exemplo, poderá chocar‑se com frequência com os amigos de escola durante simples brincadeiras que envolvam corrida, se machucar quando passar por espaços limitados, sentir dificuldades em atividades de transferência de líquidos de um recipiente para outro ou derramar os líquidos quando for bebê-los. Essas etapas do desenvolvimento do esquema corpóreo abrange o corpo vivido, o conhecimento das partes do corpo, a orientação e a organização espaço-corporal.

2.9 As estereotipias.

Temos que levá-las em consideração, pois impactam nas relações sociais. Elas respondem à necessidade de expressar emoções através do movimento, acompanhadas por uma busca da sensação de relaxamento e prazer. Podem variar e evoluir na mesma criança e, em última instância, são capazes de agir negativa‑ mente sobre o musculoesquelético (GESCHWIND, 2013; SACREY et al., 2014; PFEIFFER et al., 2013). Levin (2000) informa que os movimentos estereotipados apresentados pelas crianças autistas podem ser chamados de movimentos autísticos, uma vez que não se dirigem a ninguém. O movimento, ao não passar por outro registro, não se separou. Ele sugere que uma das possíveis vias de entrada no tratamento dessas crianças é por meio desses movimentos estereotipados.

3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Fluxograma de identificação e seleção dos artigos para revisão de literatura sobre os benefícios do método laser terapia no pé diabético.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A intervenção Fisioterapêutica em crianças com transtorno do espectro autista promove ganhos importantes e significativos nos seguintes aspectos: desenvolvimento motor; desenvolvimento físico e o desenvolvimento social. Além dos fatores associados à criança, os fatores ambientais podem influenciar drasticamente no seu desenvolvimento, entre esses fatores está a idade em que a criança começa a frequentar ambientes sociais, as habilidades dos pais em lidar com a situação. Estes fatores estão relacionados à família e, portanto, a intervenção fisioterapêutica deve oferecer apoio e orientação familiar à família de crianças com TEA, a fim de reforçar seu desenvolvimento. As noções espacial e temporal são bases para o desenvolvimento motor, cognitivo e social. No entanto, para que essas noções se desenvolvam é necessário que a percepção corporal esteja integrada. Uma vez que a comunidade científica se preocupa em encontrar meios para diagnosticar o TEA precocemente, acaba-se por se atentar às observações das características motoras no período lactente e, desse modo, poucas pesquisas são direcionadas às crianças com TEA no período escolar. No entanto, uma vez que o meio escolar se configura num ambiente em que grande parcela do desenvolvimento integral e afetivo da criança ocorre, além do fato de as crianças encontrarem-se dispostas a diversas formas relacionais com o seu corpo, justifica-se a necessidade de aprimoramento em estudos

De acordo com estudos, foi observado que o idoso com pé diabético tem muita dificuldade na sua locomoção devida as perdas funcionais, principalmente dos membros inferiores (pernas).

De acordo com a Organização Mundial De Saúde, o pé Diabético está entre as complicações mais frequentes e as suas consequências podem ser traumáticas para a vida de um indivíduo, seja ela feridas crônicas, infecções e até mesmo uma amputação do membro inferior (pernas).

Em termos de resultados, verificou-se que o fisioterapeuta atuando na prevenção, reabilitação e orientação foi de suma importância no tratamento do pé diabético. A utilização do laser como terapia de baixa potência foi expressiva e teve um ótimo resultado no processo de cicatrização da lesão causada por essa patologia.

Na pesquisa realizada, não foram encontrados artigos e outros dados que contra indicasse o tratamento apresentado.

Tabela 1 aspectos e atividades a serem desenvolvidas nas intervenções

Aspectos a serem trabalhadosAtividades realizadas
Motricidade FinaJogos de encaixe, separação de blocos por cores e formas, desenho, pintura e pinçar pequenos objetos.
Motricidade GlobalCircuito motor com obstáculos (banco, elástico, corda, bola, cones etc.) jogos com bolas e bambolês.
EquilíbrioTrabalhar diferentes mudanças de posições, utilizando vários materiais (auxiliares ou não), jogos para auxilio ou aprendizagem de trocas de nível (subir e descer, correr e parar)
Esquema CorporalBrincadeiras em frente ao espelho, aspectos de relacionamentos (monitor, pais e amigos ) brincadeiras lúdicas cantadas, atividades com papel, tinta e figuras geométricas etc.
Orientação EspacialJogos de quebra cabeça e encaixe simples e aumentando o nível gradualmente, manuseio de vários materiais e classifica-los como: grande ou pequeno, grosso ou fino, mole ou duro.
Orientação CorporalEstimular a verbalização com composição de frases, conversar, cantar, brincadeiras com música (ritmo), palmas, bater o pé e parar.
LateralidadeJogos de encaixe, arremesso, jogo com bolas, saci-pererê, circuitos, máscara, binóculo, olho mágico.

Imagem 1. Atividades de motricidade fina.

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Imagem 2. Atividades de Motricidade Global (circuitos).

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Imagem 3. Atividades de Equilibro.

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Imagem 4. Orientação Espacial e Corporal.

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Imagem 5. Lateralidade.

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Imagem 6. Hidroterapia.

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Imagem 7. Aspectos sensoriais.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nos artigos sobre o a importância do tratamento fisioterapêutico no desenvolvimento de crianças com transtorno do espectro autista verificou-se que a fisioterapia possui influência extremamente positiva no acompanhamento de crianças portadoras do Transtorno do Espectro Autista – TEA ainda mais quando iniciadas de forma precoce. As técnicas e abordagens fisioterapêuticas trazem benefícios inegáveis e visíveis em diversos aspectos da vida dessas crianças. Os artigos aqui mencionados demonstram com evidencias a importância do fisioterapeuta com acompanhamento dessas crianças, pois é atrás da fisioterapia que iremos conseguir maior independência em suas AVD`S e seu desenvolvimento neuropsicomotor além de melhora na qualidade de vida da criança e de seus familiares.

A Fisioterapia no acompanhamento de crianças autista no processo de inclusão, adaptação ou readaptação e a busca de sua autonomia: recuperação do tônus muscular, estruturação do esquema corporal, a marcha, desenvolvimento psicomotor, estímulos a habilidades de forma precoce, diminuição de estereotipias. A Fisioterapia se agrega à uma equipe multiprofissional composta por Psicólogo, Psicopedagogo, Assistente Social e Fonoaudiólogo no atendimento de crianças autistas, o Fisioterapeuta tem papel fundamental nesse processo, pois, é ele quem ira trabalhar os aspectos cognitivos, motores, estereotipias, coordenação motora e até mesmo os aspectos comportamentais da criança, o que irá favorecer a sua inclusão, adaptação ou readaptação no ambiente como um todo.

6 REFERÊNCIAS

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ANDRADE, Isabella Caroline; CAVALCANTE, Isabelle Dias; DE MELO, Laís Rodrigues; DIAS, Mândala Borges; FONSECA, Nathália Maria; BRAGA, Talita. A importância da detecção dos sinais precoces no Transtorno do Espectro Autista (TEA). Congresso Internacional de Pesquisa, Ensino e Extensão – CIPEEX, p. 1119-1126, 2018. Disponível em: Acesso em: 23 de Agosto de 2018.

CAMPOS, Rodrigo Carneiro de. Transtorno do Espectro Autista – TEA. Sessões Clínicas em Rede, UNIMED -Belo Horizonte, 2019. Disponível em: Acesso em: 02 de Outubro de 2019

CONSOLINE, Nayara de Almeida. Intervenção fisioterapêutica para a melhora da coordenação motora fina em pacientes com autismo. Faculdade de Educação e Meio Ambiente – FAEMA, Ariquemes/RO, 2018. Disponível em: Acesso em: 06 de Agosto de 2019.

MORAIS, Thalita. Perfil do Autista Institucionalizado na Associação de Mães de Autistas de Ariquemes-AMAAR. Faculdade de Educação e Meio Ambiente – FAEMA. Ariquemes/RO, 2017. Disponível em: Acesso em: 06 de Agosto de 2019

RODRIGUES, Emily Flavio; SANTOS, Adriana Tolentin; MAIA, Maria de Fátima de Matos; DIAS, Darthya Souza. Coordenação motora em crianças com Transtorno de Espectro Autista (TEA). Revista Eletrônica Nacional de Educação Física – RENEF, v. 8, n. 11, p. 3-11, 2018. Disponível em: Acesso em: 05 de Março de 2019.