Autores:
Raquel Fernanda Nascimento Cabral¹, Denílson da Silva veras², Beni Ramon Lima de Oliveira³, Luiza Ingrid Cavalcante de Araújo⁴, Nicole Coimbra Simonetti de Souza⁵
¹Acadêmica Finalista do Curso de Fisioterapia da Faculdade Metropolitana de Manaus – FAMETRO, Manaus/AM.
²Graduado em Fisioterapia/UNIP, residente em fisioterapia em terapia intensiva neonatal/UFAM, Mestrado em ciências da saúde/UFAM
³Acadêmico Finalista do Curso de Fisioterapia da Faculdade Metropolitana de Manaus – FAMETRO, Manaus/AM.
⁴Acadêmica Finalista do Curso de Fisioterapia da Faculdade Metropolitana de Manaus – FAMETRO, Manaus/AM.
⁵Acadêmica Finalista do Curso de Fisioterapia da Faculdade Metropolitana de Manaus – FAMETRO, Manaus/AM.
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho primeiramente а Deus, por ser essencial em minha vida, autor do meu destino, que me dá força e coragem para atingir meus objetivos, em especial meus avós e a minha mãe por estarem sempre ao meu lado me apoiando nesta jornada, não mediram esforços para que eu chegasse até esta etapa de minha vida, in memoriam meu avô Pedro Paulo Rodrigues Silva.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus por ter me dado saúde e forças para concluir este trabalho. No decorrer desta luta algumas pessoas estiveram ao meu lado me estimulando para que buscasse minha vitória e conquistasse o meu sonho. Agradeço aos meus avós que me incentivaram, me forneceram apoio, compreensão e estímulos em todos os momentos em minha formação. Agradeço a minha mãe pelo incentivo e apoio. Agradeço ao meu orientador Prof. Me. Denilson Veras pela disponibilidade e incentivo que foram fundamentais para realização e prosseguir este estudo. Saliento o apoio incondicional prestado, a forma interessada, extraordinária e pertinente, como acompanhou a realização deste trabalho. As críticas construtivas, as discussões e reflexões foram fundamentais ao longo de todo o percurso, não posso esquecer a grande contribuição para o nosso crescimento como excelentes profissionais, desde os tempos de sala de aula. Aos poucos amigos e colegas que sempre torceram por mim e me apoiaram no decorrer da faculdade. A todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu muito obrigada!
RESUMO
Introdução: A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) acarreta prejuízos na mecânica pulmonar e musculatura periférica que contém a presença de obstrução ou limitação crônica de fluxo aéreo, de caráter fixo ou parcialmente reversível, com sintomas de tosse, produção de escarros, dispneia e a diminuição da capacidade aeróbica muscular esquelética. Estão relacionados com alterações fisiopatológicas de base, graus variáveis de bronquite crônica e enfisema pulmonar. Os quais levam a resposta inflamatória anormal dos pulmões, à inalação de partículas, e gases tóxicos, como a fumaça de cigarro e outros fatores ambientais. Objetivo: Relatar a relevância do exercício aeróbico e exercício de forca na eficácia da reabilitação pulmonar, na execução de exercícios para o fortalecimento muscular, na respiração e na qualidade de vida. Metodologia: Foi realizada uma revisão sistemática nas bases de dados SCIELO, PUBMED, Revistas e Teses relativos aos anos de 2010 a 2020, utilizando os descritores: Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, adultos portadores, capacidade pulmonar total, capacidade inspiratória, capacidade residual funcional, ventilação voluntária máxima, melhora da capacidade funcional, qualidade de vida desempenho físico funcional, status funcional, indivíduos e seus correspondente em inglês. Resultados Esperados: A importância dos exercícios aeróbicos e de força para o tratamento da doença pulmonar obstrutiva crônica trará resultados para o portador no desempenho em atividades de vida diária, na melhora da relação na ventilação-perfusão (VQ) e aumento de força muscular.
Palavras chaves: Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, adultos portadores, capacidade pulmonar total, capacidade inspiratória, qualidade de vida.
ABSTRACT
Introduction: Chronic obstructive pulmonary disease (COPD) causes damage to pulmonary mechanics and peripheral muscles that contain the presence of obstruction or airflow limitation, fixed or partially reversible, with symptoms of coughing, sputum production, dyspnea and reduced aerobic capacity skeletal muscle. Related to underlying pathophysiological changes, chronic bronchitis variables and pulmonary emphysema. These lead to an abnormal inflammatory response in the lungs, inhalation of particulates, and toxic gases such as cigarette smoke and other environmental factors. Objective: Report the relevance of aerobic exercise and strength exercise in the effectiveness of pulmonary rehabilitation, in the execution of exercises for muscle strengthening, breathing and quality of life. Methodology: A systematic review was carried out in the SCIELO, PUBMED, Journals and Theses databases for the years 2010 to 2020, using the descriptors: Chronic Obstructive Pulmonary Disease, carrier adults, total lung capacity, inspiratory capacity, functional residual capacity, maximum voluntary ventilation , improvement in functional capacity, quality of life, functional physical performance, functional status, individuals and their English counterparts. Expected Results: The importance of aerobic and strength exercises for the treatment of chronic obstructive pulmonary disease will bring results for the patient in terms of performance in activities of daily living, improving the ventilation-perfusion (VQ) relationship and increasing muscle strength.
Keywords: Chronic Obstructive Pulmonary Disease, carrier adults, total lung capacity, inspiratory capacity, quality of life.
INTRODUÇÃO
Segundo Oliveira GS et al (2018). A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é caracterizada pela inflamação crônica dos pulmões. A mesma produz modificações nos brônquios (bronquite crônica), destruição do parênquima pulmonar (enfisema pulmonar), redução da elasticidade pulmonar, inadequada relação ventilação/perfusão e hiperinsuflação pulmonar. Tais alterações contribuem para a limitação do fluxo aéreo nos pulmões, com a consequência na piora da qualidade de vida, perdas funcionais e alterações psicológicas.
Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2019). O tabagismo é o principal fator de risco para DPOC. Seu início é lento, mas pode evoluir de modo mais rápido levando a incapacidade por insuficiência respiratória e óbito. A poluição ambiental como as queimadas de lavouras e uso de lenha para cozinhar, como o fogão a lenha e a deficiência da enzima alfa 1 podem ocasionar a DPOC. É uma causa não muito frequente em indivíduos não fumantes.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2019). 210 milhões de pessoas no mundo tem DPOC e a estimativa é de que a doença se torne a terceira principal causa de morte por volta do ano até 2030. A maioria das informações sobre prevalência, morbidade e mortalidade relacionadas à DPOC provém de países desenvolvidos, mas sabe-se que quase 90% das mortes por DPOC ocorrem em países pobres ou emergentes. Segundo Oliveira GS et al (2018). As complicações da DPOC não se limitam ao sistema respiratório. As repercussões são evidentes no âmbito sistêmico, como por exemplo, nos membros inferiores e superiores, pode ocorrer a perda da massa e força muscular que, aliada à fadiga e dispneia, resultam em limitações nas atividades de vida diária (AVD). Assim, o portador da doença passa a necessitar do auxílio de outras pessoas para a realização de atividades rotineiras executadas de forma independente no passado. Em consequência, a sensação de tristeza, sentimento de culpa e insatisfação com a vida, influenciam no surgimento da ansiedade e depressão.
Para Barbirato A, (2019). Os objetivos fisioterapêuticos para o portador de DPOC está na reabilitação pulmonar no qual consiste em um programa de treinamento físico mediante exercícios aeróbicos, treino de resistência, manejo de sintomas e ganho de tolerância após os esforços físicos do paciente com DPOC. A força muscular dos membros periféricos é significativamente reduzida nos portadores. O treinamento de resistência aumenta a força muscular periférica, a resistência muscular e a resistência de corpo inteiro em pacientes com DPOC em comparação com indivíduos normais. O papel da reabilitação na redução da dispneia, no aumento do desempenho no exercício, na redução na frequência de crises e melhora da qualidade de vida. O programa de reabilitação pulmonar, com exercícios físicos, contribui para a redução da doença e posterior internação.
METODOLOGIA
Para construção desta pesquisa, foi realizado um levantamento bibliográfico, acerca dos assuntos mencionados, baseados em literatura de estudos em forma de livros, revistas especializadas, pesquisas eletrônicas e pesquisas escritas, e também em eventos científicos. Trata-se de uma pesquisa de revisão integrativa da literatura que se utilizou como método o tipo hipotético dedutivo com objetivo descritivo de natureza quantitativa não experimental.
Para elaboração desta pesquisa obteve-se como construção dos seguintes critérios de inclusão: artigos publicados a partir de 2010 a 2020 publicados na língua portuguesa e inglesa, indexados em revistas especializadas. Para aperfeiçoar está pesquisa foi elaborado o PICO, a questão PICO foi, P: ADULT/ Pulmonary Disease, Chronic Obstructive, I: Aerobic Exercises, Strength Exercise. Total Lung Capacity, Inspiratory Capacity, Functional Residual Capacity, Maximal Voluntary Ventilation, Physical Functional Performance e Functional Status. C: No Intervention. O: Quality of Life Individuals, Improvement of functional capacity. Os termos foram combinados entre si através do operador “AND”. “NOT” e “OR”. Como critérios de exclusão: artigos que não retratassem sobre os efeitos da Fisioterapia somado a orientação a família e/ou cuidador; artigos que não estivessem disponíveis integralmente, artigos estrangeiros que não fossem na língua inglesa. Assim a construção geral da pesquisa ocorreu de agosto de 2020 a dezembro de 2020.
O presente estudo foi realizado por meio de uma revisão de literatura com busca de dados disponíveis nas bases dispostas na internet como: SciELO, PubMed, revistas especializadas, livros publicados e teses. Os arquivos utilizados estavam em PDF ou no Word e os artigos foram pesquisados, salvos e separados de acordo os descritores citados, para garantir assim que todos os artigos encontrados estivessem de acordo com o assunto da pesquisa.
Na busca foram encontrados 67 artigos. Desses, 46 foram excluídos após a leitura do título e 10 foram excluídos a partir da leitura dos resumos. Diante disso, 11 artigos foram selecionados para esta revisão referente a anatomia e fisiologia, fisiopatologia da DPOC.
Foram incluídos artigos que abordassem sobre os benefícios do exercício aeróbico na melhora da capacidade funcional em indivíduos portadores de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). Publicado no período de 2010 a 2020 e excluídos aqueles indisponíveis na íntegra, estudos de baixa qualidade metodológica, duplicatas e que não abordassem o tema propostos ou aqueles publicados antes do ano 2010. Assim seguindo os critérios de inclusão e exclusão foram selecionados 31 artigos que contemplaram o desenho metodológico.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com Ferreira et al, (2013). A doença pulmonar obstrutiva crônica é uma doença heterogênea com diferentes apresentações clinicas, sendo caracterizada pela presença de obstrução crônica de fluxo aéreo das vias pulmonares, geralmente progressiva e, parcialmente reversível. É evitável em sua fase inicial e tratável em todas as etapas. Associa-se uma resposta inflamatória anormal das vias á inalação de gases tóxicos ou partículas nocivas, causada, sobretudo, pelo tabagismo. A DPOC não é uma doença que compromete somente as vias aéreas, mas também todo o corpo, através das manifestações sistêmicas da inflamação da DPOC.
Segundo Junior I, et al (2020). Nos pacientes com DPOC, a gravidade da enfermidade e o prognóstico não são determinados exclusivamente pelas alterações da função pulmonar. Em indivíduos com doença leve ou moderada, a capacidade de exercício e as atividades de vida diária são frequentemente alteradas, causando um impacto negativo na qualidade de vida. Dessa forma, além do tratamento farmacológico utilizado para melhorar a dispneia, a função pulmonar e reduzir o número de exacerbações, o PRP tem sido preconizado como uma estratégia não farmacológica a ser implementada e nesse grupo de pacientes exacerbadores se mostrou muito mais benéfico quando comparado com a magnitude do benefício nos pacientes de fenótipo não exacerbador. A dispneia é certamente o principal sintoma e o mais limitador nessa enfermidade, principalmente quando os pacientes desempenham as atividades do dia a dia ou durante o exercício físico. Esse sintoma costuma melhorar de maneira significativa com o treinamento físico aeróbico. Menos ventilação pulmonar na isocarga e também no consumo de oxigênio, expressando menos hiperinsuflação, não explicaria totalmente a melhora obtida.
Tratamento não conservador da DPOC
Segundo Oliveira GS et al (2018). A reabilitação pulmonar é realizada através de exercícios físicos e respiratórios com objetivo de aumentar a resistência muscular, a capacidade respiratória e as trocas gasosas, resultando em diminuição da fadiga muscular. Alguns exercícios físicos não conservadores são o treinamento de endurance para melhora do condicionamento cardiorrespiratório, treinamento intervalado e treinamento de força para MMII e MMSS. Observaram melhora na qualidade de vida dos portadores da DPOC submetidos ao programa de reabilitação pulmonar. A orientação nutricional é de relevância, pois os pacientes podem desenvolver anorexia. O exercício físico deve ser prescrito, conjuntamente às orientações nutricionais, para otimização dos ganhos de massa muscular magra e subsequentemente melhora de força muscular.
Organização geral de um programa de reabilitação respiratória
De acordo com António C et al, (2010). A duração mínima do período de treino ainda não foi suficientemente investigada4. A ACCP/AACVPR recomenda a duração de 6-12 semanas. Até há pouco tempo considerava-se a dispneia um sintoma limitador; atualmente acredita-se que a exposição a níveis de dispneia superiores ao habitual em ambiente seguro aumenta teoricamente a autoeficácia para lidar com o sintoma, bem como o seu limiar de percepção. O ideal é que todas as sessões se realizem com acompanhamento do fisioterapeuta, mas duas sessões acompanhadas e uma sessão no domicílio também é aceitável. Para ajustar a intensidade de exercício deve ter-se em consideração: quantidade de trabalho externo (W), consumo de O2 (VO2), frequência cardíaca (FC), nível de dispneia (escala de Borg). Atualmente recomenda -se que o treino seja efetuado abaixo da FC máxima que o doente apresentou na P6MM; no entanto, não existe ainda consenso nem evidência cientifica sólidaO valor-alvo de intensidade inicial corresponde ao limiar metabólico mínimo (VO2q) no doente descondicionado a 40% do valor de referência do VO2 máximo. Apesar de se recomendar treino de intensidade elevada e constante, os doentes com dificuldade em mantê-la (limitados pela dispneia ou fadiga dos membros inferiores) podem realizar treinos intervalados (curtos períodos de intensidade elevada alternando com períodos de repouso ou intensidade mais reduzida, de forma a permitir a recuperação). Quanto ao tipo de exercícios, podem realizar exercício aeróbico, exercício de força e exercício dos músculos respiratórios. O exercício aeróbico engloba o treino dos membros inferiores com cicloergómetro, tapete, stepou caminhadas e dos membros superiores, sobretudo da cintura escapular. O treino dos membros superiores exige maior trabalho cardiovascular, está mais associado à dispneia e visa incrementar as AVD. Este treino pode ser realizado com apoio utilizando um cicloergómetro de braço, ou sem apoio através de pesos, bastões bandas ou elásticos. O treino contra a gravidade parece ser mais eficaz, pela semelhança com a AVD. Apesar de aparentemente não aumentar a tolerância ao exercício, parece ter um efeito positivo na musculatura respiratória, recomendando-se treino de força com resistência inspiratória alta, com poucas repetições e de endurance resistência inspiratória baixa a moderada 15 a 30 minutos.
Fonte – António C, et al (2010). Exercício de treino dos membros superiores com pesos
Segundo Ortega et al, (2010). Os efeitos do treinamento aeróbio isolado com treinamento combinado possuem grandes resultados sendo metade combinado e metade exercício aeróbio, durante 12 semanas. Os resultados foram apresentados com a melhora significativa no teste de caminhada (shuttle walk test) sem melhora significativa do VO2max no grupo de treinamento de força. A melhora significativa do VO2max foi encontrada nos pacientes que fizeram o treinamento aeróbio isolado. Houve melhora significativa da força muscular para todos os grupos musculares no grupo de treinamento aeróbico, com exceção do quadríceps, não houve melhora da força muscular periférica para o grupo de treinamento aeróbio. Ambos os treinamentos aprimoraram a qualidade de vida de maneira semelhante.
Escala de Borg
A escala de Borg é um dos instrumentos mais utilizados para a avaliação da percepção de esforço, sendo definida como as alterações decorrentes do exercício físico nos sistemas cardiovascular, nervoso, muscular e pulmonar. De acordo com tal escala, a intensidade do exercício, a frequência cardíaca e o consumo de oxigênio crescem linearmente. SANTOS C; SANTOS, ET AL, 2014.
Segundo Camargo L et al, (2010). TC6: foram realizados dois TC6, com intervalo de 30 min entre cada um, de acordo com o protocolo sugerido pela American Thoracic Society (ATS). Os seguintes parâmetros obtidos antes e após a caminhada no teste com a maior DTC6 foram incluídos: SpO2, FC, aplicação da EAV e da escala de Borg. as escalas que melhor se correlacionaram entre si foram aquelas obtidas ao final do TC6 (Borg e EAV) e as escalas multidimensionais (BDI e SOBQ). Esses achados não são surpreendentes. A escala proposta por Borg e a EAV são úteis para a melhora da dispneia após uma determinada atividade, como um teste de exercício. São instrumentos úteis para a medida em um ponto no tempo.
Teste de função pulmonar
De acordo com Vonbank K et al (2011). Antes do exercício, cada paciente foi submetido a estudos de função pulmonar de rotina. Os valores normais previstos foram derivados dos valores de referência da Sociedade Austríaca de Medicina Pulmonar que está de acordo com as recomendações ERS.
Cada valor representa o melhor de pelo menos três medições. A espirometria e a pletismografia de corpo inteiro foram realizadas com o Autobox DL 6200 (Sensor Medics, Viena, Áustria) e os gases sanguíneos foram medidos com o analisador de gases (modelo ABL 510, Radiometer, Copenhagen, Dinamarca). Os resultados foram expressos em valores absolutos e como porcentagem dos valores previstos. A capacidade máxima de trabalho (Wmax) foi calculada como uma porcentagem do valor previsto dependendo da idade, sexo e superfície corporal. O ECG foi monitorado continuamente durante o TECP. As variáveis medidas em cada etapa e na capacidade máxima de trabalho foram a pressão arterial e a ventilação minuto (VE). O consumo de oxigênio (VO2) e a produção de CO2 (VCO2) foram medidos pelo método respiração a respiração (Sensormedics 2900 Metabolic Measurement Cart). Os parâmetros relevantes para o exercício máximo foram VO2 pico e Wmax.
RESULTADOS
AUTOR | TIPO DE ESTUDO | RESULTADO |
Ferreira; Moreira et al. 2013 | Foram identificadas 259 revisões sistemáticas completas, sendo 42 meta- análises. | A identificação de fatores de risco e da doença em seu estágio inicial, o encaminhamento ágil e adequado para o atendimento especializado e a atenção domiciliar dão à Atenção Básica um caráter essencial para um melhor resultado terapêutico e prognóstico dos casos. |
Junior I, et al. 2020 | Estudo retrospectivo por meio de teste de caminhada dos seis minutos (TC6min) com duração de 12 semanas, três vezes por semana. Sendo 151 pacientes analisados, com 31 obtendo o resultado esperado. | Houve melhora significativa na média da distância percorrida no TC6min em ambos os grupos, sendo a maior mudança observada no grupo exacerbador. Os pacientes com DPOC fenótipo exacerbador apresentaram maior magnitude de resposta ao PRP (36 metros) quando comparados ao não exacerbador, independentemente da gravidade da obstrução do fluxo aéreo, impactando a melhora no prognóstico medido pelo índice BODE. |
António C et al. 2010 | Estudo transversal sendo exercício de treino dos membros superiores com pesos. | A RR apresenta benefícios comprovados e reconhecidos pela comunidade médica, como a redução dos sintomas respiratórios, o aumento da tolerância ao esforço, uma diminuição do número de internamentos e de dias de hospitalização, uma melhoria dos sintomas psicossociais e da qualidade de vida do doente com DPOC. |
Oliveira GS et al 2018. | Revisão de literatura Pubmed, Scielo e Lilacs sendo 9 indivíduos portadores de DPOC. | Os exercícios físicos são eficazes no tratamento e trazem benefícios para a saúde física e mental dos pacientes com DPOC e influenciam de modo positivo na qualidade de vida. Os exercícios ideais são o treinamento de força e os exercícios aeróbicos. |
Ortega et al. 2010 | Foram identificadas 47 revisões sistemáticas, sendo 17 treinamento de força, 16 treinamento de resistência e 14 combinado força/resistência. | Este estudo confirma os efeitos benéficos das três modalidades de treinamento físico (força, resistência ou combinado) sobre a dispneia e a qualidade de vida em pacientes com DPOC. A melhora desses parâmetros persistiu em 3 meses após a intervenção de treinamento. |
Santos C; Santos W, et al. 2014 | Foram identificadas 24 estudo transversal, sendo avaliados a FC materna, análise exploratória da PAM e o nível de percepção de esforço durante o exercício físico aeróbico, até a fadiga voluntária. | A escala de percepção de esforço de Borg é referida como um bom instrumento para a prescrição do treino físico, de modo a não haver evidências que impeça sua utilização em atividades físicas aeróbicas com gestantes |
Camargo L et al. 2010 | Foram identificadas 129 revisões sistemáticas, sendo 79 pacientes com DPOC e 50 foram selecionados nos tratados no ambulatório | As melhores correlações entre os instrumentos foram entre Borg e EAV (rs = 0,79) e BDI e SOBQ (rs = -0,73). Houve boas correlações entre mMRC, BDI e SOBQ com DTC6. Entre os parâmetros espirométricos, a capacidade inspiratória (CI) e CVF tiveram as melhores correlações com DTC6. |
Vonbank K et al. 2011 | Foram identificadas 3 grupos de revisão transversal, com 36 pacientes, sendo 12 treinamento de força, 12 treinamento de resistência e 12 combinação de treinamento de força/treinamento de resistência. | A capacidade de exercício (Wmáx) aumentou significativamente em todos os três grupos de treinamento com aumento do consumo de oxigênio de pico. atingindo significância estatística no grupo TE e no grupo CT. A força muscular (leg press, supino, puxada) melhorou em todos os três grupos de treinamento, com uma melhora maior no ST. |
CONCLUSÃO
A reabilitação respiratória constitui uma parte fundamental do tratamento integrado dos portadores com DPOC seja em fase aguda da doença ou em períodos crônicos. A RR apresenta benefícios comprovados e reconhecidos pela comunidade médica, como a redução dos sintomas respiratórios, o aumento da tolerância ao esforço, uma diminuição do número de internamentos e de dias de hospitalização, uma melhoria dos sintomas psicossociais e da qualidade de vida do portador com DPOC. O programa, independentemente do local onde é realizado, deverá ser adequado a cada portador, planeado e estruturado com data de início e fim, com um número de sessões predefinidas e supervisionadas por um fisioterapeuta. O treino deve englobar exercícios aeróbicos, de força e exercícios combinados para melhorar a musculatura respiratória. No final das sessões o portador deverá ter adquirido um estilo de vida o mais saudável e autónomo possível e manter um “programa” de reabilitação durante toda a evolução da doença.
REFERÊNCIAS
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