FISIOTERAPIA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: A TRANSCENDÊNCIA DA INCLUSÃO DO FISIOTERAPEUTA NO CAMPO DE EMERGÊNCIA E URGÊNCIA

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Juliana Brasil Garcia

Autores:
Juliana Brasil Garcia¹ Paloma da Silva Cruz² Denilson da Silva Veras³

¹ Graduanda do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário FAMETRO, Manaus/AM
² Graduanda do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário FAMETRO, Manaus/AM
³ Mestre em ciências da saúde- UFAM; Especialista em fisioterapia em terapia intensiva neonatal; Docente no
Centro Universitário FAMETRO, Manaus/AM.


RESUMO

A Fisioterapia construiu no decorrer dos tempos uma formação profissional que possibilitou a quem precisa dela, uma qualidade de vida mais adequada, utilizando-se da prevenção e tratamento através de conhecimento técnico-científico e recursos tecnológicos em sua atuação no setor de urgência e emergência, em especial a sua inclusão nas Unidades Terapias Intensivas – UTI. Foi lançada e normalizada há algumas décadas no Brasil, desde então ao longo dos anos foram surgindo várias especialidades em relação à essa profissão, dentre elas surgiu a Fisioterapia em Unidade Terapia Intensiva, mais conhecida como UTI. Objetivo: O objetivo deste estudo foi reconhecer na literatura e notar a transcendência da inclusão do Fisioterapeuta no campo de urgência e emergência na UTI. Metodologia: O projeto utilizou-se da pesquisa descritiva efetivando-se em uma revisão sistemática em bases de dados da SCIELO (Scientific Eletronic Library Online), PUBMED, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Google Acadêmico, LILACS, Periódicos Capes e PEBMED. Inseridos estudos na língua portuguesa e também inglesa nos últimos dez anos. Resultados Esperados: Nos resultados obtidos, concluiu-se que o papel do fisioterapeuta tem grande relevância no campo de urgência e emergência da UTI e que sua atuação e seus conhecimentos técnico-científicos configura diretamente no auxílio de tratamento e prevenção das patologias circulatórias, cardiopulmonares e musculares, possibilitando a diminuição de possíveis complicações clínicas, a permanência de longo tempo na internação e reduzindo os custos hospitalares.

Palavras-chave: Unidade de Terapia Intensiva; Inclusão; Emergência; Urgência.

ABSTRACT

Physiotherapy has built over time a professional training that has enabled those who need it, a more adequate quality of life, using prevention and treatment through technical-scientific knowledge and technological resources in its work in the urgency and emergency sector, in particular its inclusion in the Intensive Care Units – ICU. It was launched and normalized a few decades ago in Brazil, since then over the years several specialties have emerged in relation to this profession, among them Physiotherapy in the Intensive Care Unit, better known as ICU. Objective: The aim of this study was to recognize in the literature and note the importance of including the Physiotherapist in the field of urgency and emergency in the ICU. Methodology: The project used descriptive research, carrying out a systematic review in databases from SCIELO (Scientific Electronic Library Online), PUBMED, Virtual Health Library (VHL), Academic Google, LILACS, Capes Periodicals and PEBMED. Included studies in Portuguese and English in the last ten years. Expected Results: In the results obtained, it was concluded that the role of the physiotherapist has great relevance in the field of urgency and emergency of the ICU and that their performance and their technical-scientific knowledge directly help in the treatment and prevention of circulatory, cardiopulmonary and muscle pathologies, enabling the reduction of possible clinical complications, the long stay in hospital and reducing hospital costs.

Keywords: Intensive Care Unit; Inclusion; Emergency; Urgency.

INTRODUÇÃO

A emergência e urgência é um local de acesso onde o paciente se apresenta em estado crítico ou teoricamente crítico. (Neves CAB, 2006). Durante algum tempo, o fisioterapeuta foi bastante prestativo para assistência em uma equipe de emergência e urgência, no entanto, atualmente, ele é um membro de muita importância e eficácia de uma equipe multidisciplinar. (Cordeiro ALL, 2014).

Esse espaço intensivo no ambiente hospitalar institui um segmento de organização da saúde e é uma área destinada a servir ajuda as pessoas em situações graves, com ou sem risco de óbito, sujeitos a solicitações que necessitam de atendimento imediato. (Poccoli A, Werle RW, Kutchak F, Rieder MM, 2013).

A finalidade principal do atendimento fisioterapêutico nesse âmbito hospitalar é dar amparo ágil e eficiente para disfunções cardiorrespiratórias, essencialmente nas primeiras horas, desviando-se, assim, uma possível exacerbação no quadro clínico do paciente, como a necessidade de intubação orotraqueal, utilização de VMI e assim evoluindo para Unidade de Terapia Intensiva (UTI). (Cordeiro AL, Lima TG, 2017).

Entre as suas atribuições, o Fisioterapeuta pode prover atendimento, tratamento precoce de patologias agudas e crônicas, das comorbidades e das complicações funcionais do paciente, raciocinando implicitamente na restrição do tempo de internação, diminuição da mortalidade e dos custos hospitalares. (De Paiva DR, Guimarães VS, Rôla QCS, et al., 2017).

Conforme a Resolução de número 501, estabelecida no dia 26 de dezembro de 2018, no primeiro e único parágrafo no artigo 1º resolve: “Reconhecer a atuação do Fisioterapeuta na assistência à Saúde nas Unidades de Emergência e Urgência, sendo necessário e preconizado que tais profissionais sejam capacitados em Suporte Básico de Vida e, especialmente, em Suporte Avançado de Vida Cardiovascular em Adultos -ACLS. (CREFFITO, 2018)

O Fisioterapeuta Intensivista, apesar de ser vigorosamente relacionado à Fisioterapia Respiratória, encontra-se em atuações diversas em outros ambientes hospitalares, pois além de lidar com pacientes graves ou de riscos, estes setores disponibilizam de atendimento e acompanhamento contínuo com os modos tecnológicos e juntamente com a equipe multidisciplinar. Na contemporaneidade o termo multidisciplinar vem sendo cada vez mais aplicado, visto que integra todos as especialidades e multiplicidades de profissionais que trabalham unidos a fim de oferecer um atendimento mais eficiente. (MENEZES, 2011).

Porém, vale ressaltar que, além disso, a função do Fisioterapeuta é bastante irrepreensível no âmbito de Unidade de Terapia Intensiva, pois seja em cuidados com admissão, avaliação e evolução diária no prontuário; conhecimento na hora de ler exames laboratoriais, radiografias de tórax, tomografias computadorizadas, gasometrias, entre outros exames. (Mastroantonio EM, de Morais Júnior SLA, 2018).

Assim, a Fisioterapia dispõe uma considerável atuação em pacientes que carecem de assistência de suporte ventilatório, porque ela auxilia na condução da VM, desde o preparo e ajuste do ventilador artificial a prótese (TOT ou cânula de TQT) até a evolução do paciente, interrupção e desmame do suporte ventilatório. (Jerre G, Beraldo MA, Silva TdJ, et al., 2007).

Contudo, esse assunto torna-se significativo pela capacidade de inclusão do fisioterapeuta em um espaço pouco explorado. Pois percebe-se que no Brasil, muitos dos hospitais públicos sofrem com a carência de leitos de terapia intensiva, possibilitando que muitos dos pacientes evoluam com a piora do seu quadro clínico, mesmo estando em uma área de emergência, com isso é notável que a figura do fisioterapeuta neste ambiente pode ocasionar uma melhora e uma quebra de pioras no quadro clínico de cada paciente, como: na descompensação respiratória, cardiovascular e músculo-esquelética, trazendo assim, a diminuição da necessidade de internação hospitalar, reduzindo custos hospitalares e reinserindo o paciente precocemente à sociedade. (Young SE, Bothwell JD, Walsh RM, et al.,2016).

METODOLOGIA

Este artigo trata-se de uma revisão sistemática, com o objetivo de realçar a influência do fisioterapeuta no meio de uma atuação de emergência e urgência na unidade de terapia intensiva. A busca foi fundada em artigos científicos na linguagem português e inglês, publicados entre os anos de 2011 a 2021. Para elaborar essa pesquisa foi necessário fazer a realização PICO, a questão PICO foi: Paciente: Unidade de Terapia Intensiva, Intervenção: Transcendência da inclusão do fisioterapeuta no campo de Emergência e Urgência, Controle: Foram incluídos todos os artigos referentes ao tema abordado, Outcomes: Apresentar a significância e eficácia do Fisioterapeuta em um espaço intensivo.

Foram pesquisadas as bases de dados SCIELO (Scientific Eletronic Library Online), PUBMED, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Google Acadêmico, LILACS, PEBMED, no período de tempo entre agosto a setembro de 2021. Para a formação desta pesquisa foi necessário a elaboração dos seguintes descritores em Ciência e Saúde (Decs): unidade de terapia intensiva, transcendência da inclusão do fisioterapeuta no campo de Emergência e Urgência, e seus equivalentes em inglês, tais descritores poderiam estar no título ou no resumo. Os termos acabaram sendo ajustados entre si através do operador boleano “AND” e “OR”.

A Estratégia de Busca em inglês junto com o operador boleano para realização de artigos científicos específicos foram: Intensive Care Units AND inclusion OR Physical Therapists AND Emergencies OR Urgency.

A busca dos artigos para essa pesquisa resultou em: 11 artigos do site da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), 7 artigos no site do Scielo, 5 artigos no site do Pubmed, 1 artigos no site do Pebmed, 3 artigos no Lillacs, 4 artigos no site do Google Acadêmico. Foram envolvidos neste estudo artigos que pronunciassem acerca da transcendência da inclusão do Fisioterapeuta no campo de emergência e urgência publicados no período de 2011 a 2020 e foram descartados aqueles que eram impossibilitados na íntegra, duplicatas e também aqueles artigos que não falassem a respeito do tema apresentado ou ainda assim aqueles publicados antes de 2011. Conforme os critérios de inclusão e exclusão foram escolhidos 6 artigos que observarão na tabela apresentada.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para o autor Cordeiro André (2017), a emergência é um espaço que o paciente crítico ou parcialmente crítico tem acesso no campo hospitalar. O Fisioterapeuta, por algum tempo foi um auxílio para prestar ajuda à equipe de emergência e urgência, no entanto, nos dias atuais, em algumas áreas a sua presença se faz necessária em meio à equipe. O Fisioterapeuta que trabalha em uma Unidade Intensiva tem como responsabilidade servir assessoria ao paciente, avaliar, distinguir aqueles que possuem maior probabilidade de complicações e grau de funcionalidade, concretizar tratamento das morbidades, proporcionar a saúde e bem-estar social.

Porém Machado Aline et.al., (2017), apresentou um Ensaio Clínico Randomizado expondo que de acordo com a dificuldade clínica, o paciente grave mantém-se por um período durável em Unidade de Terapia Intensiva, evoluindo a existência de inúmeras complexidades provindas da imobilidade. Essa imobilidade duradoura é mórbida, com ágil diminuição da massa muscular e da densidade mineral óssea, desse modo acaba envolvendo outros sistemas do corpo, manifestando dificuldades visíveis já vistas nas primeiras semanas de permanência, o que ajuda para o decréscimo funcional e a declinação da qualidade de vida. Sendo que o avanço da fraqueza muscular difundida é um contratempo que remete cerca de 30% a 60% dos pacientes acometidos em UTIs, sendo capaz de prosseguir em média entre 6 meses até 2 anos após a alta da UTI e, à vista disso, ocasionando impactos na atuação física desses pacientes. Além do mais, pacientes com força muscular periférica diminuída encontram-se em um maior período em VM. Entretanto, essas decorrências patogênicas do imobilismo podem ser revertidas ou apaziguadas pelas funções e atuações do fisioterapeuta.

Já nas palavras de Piccoli Alana et.al., (2013), a emergência, exclusivamente, integrava em uma unidade de atendimento adequado, principalmente por médicos e enfermeiros qualificados no cuidado da lesão aguda, doenças clínicas agudas ou agravamento de doenças crônicas. Porém, as pessoas que não precisavam ser aprovadas no hospital, mas que mesmo assim solicitavam o tratamento fisioterapêutico eram supramencionadas para o atendimento de Fisioterapia. A autora continua dizendo que a fisioterapia, nessas unidades hospitalares ainda não estar tão estável ou firmada nos modelos organizacionais de gestão. Todavia, nos últimos anos, acompanhando as predisposições internacionais, de preferência, no Reino Unido e na Austrália, a discordância sobre a colocação dos Fisioterapeutas nas Unidades de Emergências tem reconhecido o interrogatório e a investigação dos privilégios e dos espaços de representação desses profissionais.

Paula Regina et al., (2010) diz que a fisioterapia foi regularizada como profissão pelo decreto lei número 938, de 13 de outubro de 1969. Sua finalidade abarca a prática de métodos, ações e de recursos terapêuticos realizados de maneira física aplicados e explicados ao paciente, encontrando-se consciente ou não. É uma das áreas da saúde mais jovens no mercado de trabalho. (Carvalho Lima, et al., 2011).

Noutras palavras, o departamento de emergência faz-se componente do sistema e é a unidade atribuída a disponibilizar assistência aos pacientes com ou sem risco de morte, das quais a saúde precisa de tratamento emergente. (Santos Polliana, 2019).

O Trabalho Fisioterapêutico em Unidades de Terapia Intensiva já está respaldada e procura reduzir prejuízos funcionais, incômodo e diminuição da qualidade de vida e prazo de hospitalização. (Kamdar BB, Combs PM, et al., 2016).

Mas, Rotta Bruna et. al., (2018), relata que a UTI é apontada o campo hospitalar em maior número de gastos. Tendo como exemplo, a Alemanha, que supõe que a UTI seja encarregada por praticamente 20% de todos os custos dessa unidade. Como as precauções intensivas são uma ajuda crucial, os princípios que causam os gastos de UTI têm sido abundantemente estudados. A despesa total por pessoa na UTI, resulta, na maior parte, da gravidade da doença e do tempo de permanência na UTI (TP-UTI).

Lima Paula et. al., (2011), elaborou um estudo descritivo transversal relatando que os recursos fisioterapêuticos no meio hospitalar têm como finalidade impossibilitar as ações negativas da inatividade demorada no leito, incentivar a realização mais rápida as atividades básicas de vida diárias, preservar a sua habilidade funcional, fortalecer a confiança entre a relação paciente e fisioterapeuta, reduzir o impacte psicológico, esquivar-se de problemas pulmonares, potencializar a chance de alta precoce e oferecer princípios para um programa domiciliar.

Barros Juliana (2019), expõe que na maioria das vezes as ajudas de emergência e urgência são buscadas e sinalizadas por pessoas com pedidos que não necessariamente precisam de um tratamento emergencial ou imediato, porém a demora e lentidão no agendamentos de consultas e exames são explicados na carência de profissionais, na conquista de atendimentos mais rápidos, essas pessoas procuram as unidades na expectativa de resolver seus problemas de saúde, no entanto pelo motivo dessa carência, acabam amontoando nesses espaços pacientes que conseguiriam ter suas complicações solucionadas em outro nível de atenção.

ASSOBRAFIR (2013) baseando-se no aumento da dificuldade dos serviços cumpridos presentemente pela Fisioterapia em Terapia Intensiva, no espaço numerosos de acontecimentos clínicos e entradas que transcorrem ao longo período das 24 horas, na melhoria dos informativos clínicos e financeiros, diante de requisitos jurídicos declarou que a Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva necessita do aparecimento do Fisioterapeuta nos CTIs adulto, pediátrico e neonatal, concluindo a carga horária de 24 horas contínua.

Já o Ministério da Saúde mostra na Portaria GM/MS n° 3432 de 12 de agosto de 1998 que para cada 10 leitos ou fração pela parte manhã ou tarde se faz necessário 1 Fisioterapeuta para cada paciente.

De acordo com o autor Alves Frederico et.al., (2018), o crescimento da fisioterapia e o aprimoramento do profissional fisioterapeuta esticaram novas fronteiras e adversidades de trabalho. A vivencia da fisioterapia em um campo de emergência e urgência é uma trajetória nova a seguir e muito se tem a dominar.

A imagem do Fisioterapeuta tem sido cada vez mais usada e notável no espaço das UTIs, nas quais suas funções e ações de tratamento clínico são bem significativas e relevantes para uma boa reabilitação e prevenção da funcionalidade e habilidade dos pacientes. (França Ériko ET, Francimar F, Fernandes P, et al., 2012).

Lopes FM e Brito ES (2009) realizaram um estudo de corte transversal, pronunciando que os fisioterapeutas são qualificados e habilitados a conservar uma relação diretamente com os pacientes inseridos dentro de um ambiente intensivo, no qual a deambulação precoce possui uma função essencial na restauração dos pacientes. Pretendendo lapidar na colaboração fisioterapêutica, é necessário que a humanização esteja presente no cotidiano dos profissionais e pacientes observados na UTI.

Ainda de acordo com as autoras acima, o trabalho do profissional da Fisioterapia não depende exclusivamente da sua capacidade e habilidade de apresentar uma boa técnica, mas também da capacidade de saber se relacionar com pessoas e situações, pois no modo que os pacientes se mostram presentes nas grandes maiorias das vezes, durante o seu atendimento exorbitante, é notório e compreensível que suas questões psicológicas estejam associadas ao seu estado atual.

Os autores Silva e Silveira (2011) destacam que o fisioterapeuta é um dos trabalhadores que tem como principal instrumento as mãos e utiliza o toque no corpo do paciente da forma mais eficaz possível, o que, por tanto não permite que suas intervenções terapêuticas sejam desumanizadas. O atendimento humanizado fornece melhores condições para a reabilitação do indivíduo internado, pois o enfermo atendido sente que é visto de forma individual onde seus sentimentos e doença são respeitados e dessa forma não somente quem está sendo atendido sente esta satisfação, mas também o profissional o que torna a terapia mais agradável, levando a resultados mais rápidos.

O Fisioterapeuta estar compenetrado às imprescindibilidades dos pacientes e de seus acompanhantes, procurando ter um bom vínculo com ambas as partes e realizar as suas ações de maneira responsável, para que haja conforto no período de internação dessas pessoas. (Conceição OTP, Braga SS, 2014).

Ter uma boa relação com o seu paciente pode tornar o seu tratamento mais humanizado e confiante, essas pequenas ações podem mostrar para pessoa um atendimento com outra perspectiva, podemos chamá-lo pelo próprio nome e não pelo número do leito que ele se encontra, olhá-lo nos olhos e demonstrar respeito pelo seu momento, conversar e explicar com antecedência os procedimentos que serão realizados adiante, estar ligado aos gestos não verbais transmitidos pelo paciente, conservar a sua intimidade e confiança, mostrar-se prestativo com as dores e desconforto que lhe for relatado, ajudar na aproximação dele com seus familiares, garantir que ele se torne participativo e colaborativo durante o seu processo de cura, tratando com carinho, respeito e principalmente com ética.( Padilha KG, 2015).

Com a necessidade da regulamentação da atuação dentro do intensivismo, o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO), reconheceu no ano de 2011, a Fisioterapia em Terapia Intensiva como especialidade profissional através da resolução Nº 392 respaldando legalmente a formação e atuação nesta área. (COFFITO, 2011).

Definindo suas práticas na UTI, no mesmo ano, por meio da resolução Nº 402/2011, que designou condições para o trabalho do profissional da Fisioterapia Intensivista ao conhecimento específico e propriedade de causa das seguintes disciplinas e áreas, como o Suporte básico de vida, entretanto não é determinado com exatidão qual seria a sua prática nesse setor. Nesta mesma resolução, há a decisão que os fisioterapeutas precisam manejar e identificar a complexidade das situações que aparecer, e acrescentando outro parágrafo em que explana sobre a atuação fisioterapêutica no suporte VI ou VNI. (COFFITO, 2011).

Para Silva (2015), fisioterapeuta no ambiente da UTI, é parte integrante da equipe multidisciplinar para o atendimento dos internos severos. O desempenho do profissional é vasto e se faz necessário em diversas ocasiões do intensivo tratamento, em que poderá atender a pacientes em estado crítico que não fazem uso de suporte ventilatório, oferecendo assistência no decorrer do período PO, possibilitando a redução de riscos e complicações motoras e respiratórias; e também prestar atendimento a pacientes difíceis que carecem de apoio ventilatório.

Dessa maneira, a equipe multiprofissional é indispensável, sendo o fisioterapeuta, o profissional especializado para desenvolver exercícios específicos para cada paciente internado na UTI, promovendo o cuidado preventivo e por ventura o tratamento de alguma perda física/motora ou complicações respiratórias que o interno esteja adquirindo no setor hospitalar de terapia intensiva. (LUSTOSA, 2014).

Portanto, pode-se concluir que quanto mais pacientes recebem o atendimento da equipe formada por distintos profissionais, incluindo o profissional da fisioterapia durante sua internação na Unidade de Terapia Intensiva – UTI, menores são os custos hospitalares e melhores são os resultados de prognósticos clínicos. (ROTTA, et. al, 2018).

ANOAUTORNOME DO ESTUDOMÉTODORESULTADOS


2017


André Luiz Cordeiro


Fisioterapia em Unidade de Emergência.




Revisão Sistemática.
Apresentar que o fisioterapeuta opera de todas as técnicas e conhecimentos específicos para mostrar a sua atuação e importância na UTI.



2013



Alana Piccoli

Indicações para Inserção do Profissional Fisioterapeuta em uma Unidade de Emergência.


Estudo Descritivo Prospectivo.
A avaliação foi elaborada por praticamente 570 pacientes, onde 297 desses pacientes calculadamente, era em relação ao gênero feminino na faixa de 63 (±17) anos de idade.




2019




Polliana Radtke dos Santos.



Percepção da equipe multiprofissional sobre o fisioterapeuta na emergência de um hospital do interior do Rio Grande do Sul.





Estudo transversal, descritivo.
Foi realizada uma coleta de informações através de um questionário autoaplicável, no qual durante esse processo resultou em 85% da equipe que concluiu que o profissional da área de fisioterapia pode ser inserido sim na urgência e emergência e que os mesmos tem uma boa relação mediante a eles.



2018



Bruna Peruzzo Rotta


Relação entre a disponibilidade de serviços de fisioterapia e custos de UTI.



Estudo de prevalência observacional.
Analisar o desimpedimento incessante das funções da fisioterapia relacionada com menor tempo de VMI e TP-UT, correlacionado ao tempo padrão de 12 horas por dia. Por fim, o tempo em horas/dias da atuação do fisioterapeuta apresentou-se ser um prognosticador bem significativo dos custos de UTI.



2019



Juliana Cordeiro Monsef de Barros.



A importância do fisioterapeuta integrando a equipe multidisciplinar nas unidades de urgência e emergência.


Revisão bibliográfica integrativa da literatura.
Reconhecer que a atuação do fisioterapeuta no espaço de unidades de urgências e emergências é favorável ao tratamento clínico do paciente, podendo-se assim ter uma diminuição do seu quadro álgico e evitando também uma piora no seu quadro clínico.


2018


Frederico da Silva Alves.

Atuação do fisioterapeuta em urgência e emergência: uma análise de condutas em uma unidade de pronto atendimento.


Estudo observacional descritivo
Os tratamentos decorrentes serviram para notar que a presença de um fisioterapeuta especializado perante um Pronto Atendimento de 24hrs é de extrema significância.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo mostrou que a inclusão do Fisioterapeuta diante das unidades de emergência e urgência junto com a Unidade de Terapia Intensiva, é uma das áreas da fisioterapia que vem ganhando cada vez mais o seu espaço e respeito no mercado de trabalho e também em diversos setores. O Fisioterapeuta no campo de emergência e urgência já é uma realidade e a sua presença é de extrema necessidade, no entanto, a sua participação se torna ainda mais relevante no meio de uma equipe multiprofissional, pelo simples fato de que a grande maioria das pessoas que aparecem buscando ajuda em relação a Fisioterapia possuírem diagnósticos cardiorrespiratórios e muitas das vezes necessitam fazer a realização da Ventilação Mecânica e acabam ficam um tempo há mais do que o esperado.

Vale ressaltar que o fisioterapeuta tem o papel fundamental em Urgência e Emergência no que se diz respeito a redução do quadro álgico do paciente e a diminuição da necessidade de internação hospitalar ou no tempo de permanência na UTI.

AGRADECIMENTOS

A Deus, em primeiro lugar, que me ama infinitamente independente de qualquer coisa, Ele que sempre me guiou e abundantemente me abençoou em várias situações que já me aconteceram perante esses 5 anos de curso.

A minha mãe, Adenilde, mas conhecida como “Dona Encrenca”, que também me ama genuinamente e incessantemente, a melhor e a minha principal fonte de inspiração, a maior mestra da minha vida, ela que sempre acreditou em mim, até quando eu não acreditei, ela que desde os meus 7 meses de vida lutou por mim como ninguém nunca já mais lutará, o seu amor e seu caráter me alegram e a sua fé e gentileza me constrangem.

Ao meu pai, Antunes Magno, mas conhecido como o “Seu Garcia”, ele que é o meu único e verdadeiro amor, que sempre está disposto para fazer meus gostos, que nunca me diz não, mas que sempre me dar o que eu preciso e nunca o que eu quero, ele que sempre me ensinou a sorrir mesmo quando tudo parece desmoronar, ele que nunca se deixou a abalar por nada e nem por ninguém, ele que tem uma coragem e ousadia me inspiram e uma humildade e coração bom que me motivam a ser melhor.

Aos meus irmãos, Alana e Jorge, que apesar da raiva que me fazem, sempre me incentivaram e acreditaram (acreditam) em mim, cada um com seu jeito estranho e único de ser, eu amo vocês com tudo o que há em mim.

A minha amiga, Paloma, que esteve comigo nessas últimas semanas, até de madrugada aguentando meus surtos e alergias (hahaha), eu amo você e conte comigo sempre, por mais que eu suma durante um 1 ano (nunca se sabe).

Ao meu professor e orientador, Denilson Veras, que durante esses meses me acompanhou, dando todo suporte e ajuda necessária para construção desse artigo, ele que sempre se manteve calmo e paciente mesmo quando eu chegava 11:10 na faculdade para correção do meu trabalho e fazia ele ficar no térreo comigo analisando o meu artigo, sendo que eu deveria estar em sala de aula 08:00 da manhã. Professor, você é o melhor que existe e nunca se esqueça disso.

A todos os professores do curso de Fisioterapia que passaram pela minha vida acadêmica, meu muito obrigada, através dos seus ensinamentos e conhecimentos vocês me permitiram ter outra visão da fisioterapia e notar o quão lindo e satisfatório é poder atua nessa área.

As pessoas que eu tiver o prazer e a honra de conhecer, me tornar amiga e compartilhar as mesmas expectativas e objetivos: Karolina, Ana Gizele, Geslia, Lídia, Nadia Aline, Patrick, Wenderson, Denilson e Ailson.

A todos os meus amigos que sempre estiveram torcendo por mim.

E por último e mais uma vez, a Deus, que sempre se fez presente, que sempre colocou e coloca pessoas especiais no meu caminho. Aquele que me concede forças para vencer os obstáculos da vida!

Com amor: Juliana Brasil Garcia

REFERÊNCIAS

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  7. Cordeiro AL, Lima TG. Fisioterapia em unidades de emergência: uma revisão sistemática. 2017. DOI: 10.17267/2238-2704rpf.v7i2.1360
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