DIÁSTASE ABDOMINAL NO PUERPÉRIO: AS IMPLICAÇÕES DA GINASTICA ABDOMINAL HIPOPRESSIVA NO FORTALECIMENTO DO MÚSCULO RETO ABDOMINAL: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA

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Nádia Fabiola Silva Lasmar

Autores:

Nádia Fabiola Silva Lasmar1, Beatriz Alessandra Raimunda Alves do Nascimento1, Kethelen Meneses de Sales1, Rafaela Silva Queiroz1, Denilson da Silva Veras2, Bruna Michele de Oliveira3.

1 Acadêmica Finalista do Curso de Fisioterapia no Centro Universitário Fametro – CEUNIFAMETRO, Manaus/AM.

2 Fisioterapeuta Mestre; Docente no Centro Universitário Fametro – CEUNIFAMETRO, Manaus/AM.

3 Fisioterapeuta Mestre; Docente no Centro Universitário Fametro – CEUNIFAMETRO, Manaus/AM.


RESUMO

Introdução: No período gestacional o crescimento uterino e as alterações hormonais causam a distensão dos músculos abdominais juntamente com uma anteversão pélvica e uma hiperlordose. Esses fatores estão ligados a diminuição na força de tensão destes músculos assim como no surgimento da DMRA, causado pela separação linha alba. Aproximadamente 66% das gestantes tem uma diástase do músculo reto abdominal durante a gestação, a mesma ocorre em sua maior parte no terceiro trimestre da gravidez, onde a um estiramento maior do músculo reto abdominal. Objetivo: O objetivo do presente estudo foi analisar os resultados da ginastica abdominal hipopressiva na redução da diástase do músculo reto abdominal. Métodos: Foi realizado uma revisão integrativa da literatura, utilizando a base de dados: PubMed, SciELO, LILACS, publicados entre os anos de 2011 a 2020. Utilizando os seguintes descritores: diástase, pós-parto, puerpério, hipopressivos, GAH (Ginastica Abdominal Hipopressiva) e seus correspondentes em inglês. Tais estudos encontravam-se na língua inglesa e portuguesa. Resultados: No total foram 25 artigos, no qual 4 artigos que abordavam o tema foram selecionados e demostraram a redução da DMRA com o uso da técnica dos exercícios de ginastica hipopressiva. Conclusão: Desta forma diante do que foi exposto concluímos que a ginastica abdominal hipopressiva tem eficácia na redução da DMRA, trazendo também a melhora do tônus abdominal e fortalecendo essas musculaturas, podendo também ser usada para caráter preventivo.

Palavras-chaves: Diástase, pós-parto, puerpério, hipopressivos, GAH (Ginastica Abdominal Hipopressiva).

ABSTRACT

Introduction: During pregnancy, uterine growth and hormonal changes cause distension of the abdominal muscles together with pelvic anteversion and hyperlordosis. These factors are linked to a decrease in the tension strength of these muscles, as well as to the appearance of DRAM, caused by the linea alba separation. Approximately 66% of pregnant women have a rectus abdominis diastasis during pregnancy, which occurs mostly in the third trimester of pregnancy, where there is a greater stretch of the rectus abdominis muscle. Objective: The aim of the present study was to analyze the results of hypopressive abdominal gymnastics in reducing rectus abdominis diastasis. Methods: An integrative literature review was carried out using the following database: PubMed, SciELO, LILACS, published from 2011 to 2020. Using the following descriptors: diastasis, postpartum, puerperium, hypopressive, GAH (Hypopressive Abdominal Gymnastics) and their English counterparts. Such studies were in English and Portuguese. Results: In total there were 25 articles, in which 4 articles that addressed the topic were selected and demonstrated the reduction of DRAM with the use of the technique of hypopressive gymnastics exercises. Conclusion: In view of the above, we conclude that the hypopressive abdominal gymnastics is effective in reducing DRAM, also bringing an improvement in abdominal tone and strengthening these muscles, and can also be used for preventive purposes.

Keywords: Diastasis, postpartum, puerperium, hypopressive, GAH (Hypopressive Abdominal Gymnastics).

INTRODUÇÃO

Segundo Kisner, Colby (2016), A diástase do reto abdominal é definida como o afastamento dos feixes musculares que são divididos pela linha alba. A causa deste afastamento ainda é desconhecida, todavia esta alteração compromete os músculos do reto abdominal. Quando este afastamento é maior que 2 cm de largura é considerado clinicamente relevante.

De acordo com Baracho (2018), na gravidez acontece a distensão dos músculos do reto abdominal que torna a parede abdominal e o peritônio, flácidos, as vísceras voltam pouco a pouco para sua posição de origem. No pós-parto pode-se apresentar uma diástase dos músculos reto abdominal. A parede abdominal é composta por pele, tecido subcutâneo, fáscia e peritônio. Foi mensurada a diástase do reto abdominal com o uso de um paquímetro e foi constato que o restabelecimento da tonicidade dessa musculatura acontece 6 semanas após o parto, a mesma é lenta e muitas vezes imperfeita.

Para Rett et al., (2013), no período gestacional o crescimento uterino e as alterações hormonais causam a distensão dos músculos abdominais juntamente com uma anteversão pélvica e uma hiperlordose. Esses fatores estão ligados a diminuição na força de tensão destes músculos assim como no surgimento da DMRA, causado pela separação linha alba.

Segundo Luna et al., (2012), aproximadamente 66% das gestante tem uma diástase do músculo reto abdominal durante a gestação, a mesma ocorre em sua maior parte no terceiro trimestre da gravidez, onde a um estiramento maior do músculo reto abdominal. A DMRA é mais frequente na região umbilical, com incidência de 52% dos casos, a supraumbilical é de 36% e a infraumbilical 11% dos casos. A diástase pode ser fisiológica e depois de algum tempo sumir ou pode ser patológica permanecendo ao longo da vida mulher se não houver um tratamento, surgindo na gravidez ou durante o parto da gestante.

Conforme Benjamin et al., (2018), a diástase de 2,2-2,3 é considerada clinicamente relevante podendo ser classificada como patológica. Por conta dessa diástase do músculo reto abdominal podem acontecer diversas complicações no corpo da parturiente, como a instabilidade lombo-pélvica, incontinência e dores na lombar.

De acordo com Pitangui et al., (2016), Existem diferentes formas de avaliar e diagnosticar uma DMRA, as mais comuns são por meio do método de polpas digitais e o paquímetro. O método polpas digitais é facilmente executado feito da seguinte maneira: o avaliador encaixa os dedos na linha alba com profundidade e faz a verificação do espaço entre os músculos do reto abdominal. A avaliação do paquímetro tem maior probabilidade de ser exata por se tratar de um medidor de diâmetros e espessuras, promovendo assim medidas mais concretas ao avaliador.

Segundo a Associação Brasileira de Fisioterapia em Saúde da Mulher (2019), o especialista em fisioterapia na saúde da mulher tem total importância na atuação no decorrer de todo o ciclo vital feminino, promovendo a saúde para essas mulheres, atuando tanto na prevenção como em tratamentos de diferentes problemas com maior prevalência em mulheres. Sendo uma área de especialidade reconhecida pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional – COFFITO (Resolução n° 401/2011).

A ginástica abdominal hipopressiva vem ganhando espaço no tratamento conservador da DMRA mas ainda é pouco conhecida e utilizada. Diante desse contexto mencionado aqui, espera-se que este trabalho possa contribuir trazendo informações sobre a técnica que será abordada, tanto no meio acadêmico e profissional como para a sociedade em geral. Sendo assim o objetivo do presente estudo foi analisar os resultados da ginastica abdominal hipopressiva na redução da diástase do músculo reto abdominal.

METODOLOGIA

O presente estudo trata-se de uma revisão integrativa da literatura, utilizando a base de dados: Serviço de U.S. National Libraryof Medicine (PubMed), Scientific Electronic Library Online (SciELO), Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), publicados entre os anos de 2011 a 2020. Foi realizada uma busca de julho a setembro de 2021, Utilizando os seguintes descritores: diástase, pós-parto, puerpério, hipopressivos, GAH (Ginastica Abdominal Hipopressiva) e seus correspondentes em inglês. Tais estudos encontravam-se na língua inglesa e portuguesa.

A busca dos artigos resultou em: 03 artigos no LILACS, 06 artigos no PUBMED, 16 artigos no SCIELO. Os Critérios de Inclusão utilizados foram: Estudos sobre mulheres com diástase patológica, estudos sobre a ginastica abdominal hipopressiva, revisões sistemáticas, e o tempo de publicação (2011 a 2020). E foram critérios de exclusão estudos com diástase maiores que 5cm na qual só poderão ser corrigidas por meio de intervenção cirúrgica, revisões bibliográficas e publicações de anos anteriores a 2010. Seguindo os critérios de inclusão e exclusão foram selecionados 4 artigos que contemplaram o desenho metodológico proposto.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

Franchi e Rahmeier (2016), produziram um estudo no qual mostrou o uso da ginastica hipopressiva nas 48 horas do pós-parto onde foi apresentada uma redução da diástase no músculo reto abdominal. O perímetro abdominal apresentava 93 cm no primeiro dia e no segundo dia 91,5 cm após o de execução da técnica GAH apresentando uma redução de 1,5 cm. O estudo também cita que foi possível observar alterações de diferentes comportamentos entre as parturientes. Mostrando assim que a ginastica é uma técnica de fácil execução e apresenta um custo baixo, podendo assim ajudar no pós-parto imediato prevenindo complicações para as parturientes atuando precocemente nessas patologias muitas vezes adquiridas na gravidez. Corroborando com o presente estudo Urbano et al., (2019), declara que ginastica abdominal hipopressiva vem sendo utilizada para fortalecer a musculatura abdominal no pós-parto onde a parturiente muitas vezes se encontra com alterações por conta da gravidez, esta técnica ajuda na melhora da postura e sistêmica, auxiliando na ativação muscular do diafragma, produzindo uma menor pressão intratorácica e intra-abdominal promovendo a redução das mesmas e auxiliando no tratamento da diástase.

De acordo com Santos (2013), foi feito um estudo no qual avaliaram em uma análise eletromiográfica da musculatura abdominal onde foi demostrado que a ginastica abdominal hipopressiva trabalha na ativação da musculatura abdominal, em especial nos músculos do transverso do abdômen e oblíquo interno e os músculos do assoalho pélvico. E que existe um baixo percentual de ativação do RA, variando de 5,44% a 9,77% entre as posturas, pode indicar uma fraca relação entre a GAH e a ativação desse músculo, além do baixo sinergismo entre o RA e os demais músculos avaliados

Em um estudo feito por Silveira e Pontes (2019), após atendimentos com o uso da ginastica abdominal hipopressiva apresentou-se uma diminuição tanto da medida subcostal como da cintura abdominal. Mostrando que os exercícios hipopressivos são contribuintes para o tratamento da linha subcostal ajudando na tonicidade abdominal das mulheres. O estudo também constatou que os exercício hipopressivos atuam na diástase melhorando o tônus abdominal, a ginastica abdominal hipopressiva produz uma ativação direta dos músculos do transverso do abdômen fortalecendo a cintura abdominal e estabilizando a coluna. Essa redução de pressão causa ativação de fibras musculares alcançando a tonificação. Um dos benefícios desta técnica é alcançar a normalização das tensões intrínsecas das estruturas antagonistas dos músculos esqueléticos.

Segundo Ruh (2019), foi realizado um estudo onde foram avaliadas 10 voluntárias, 60% delas apresentavam DMRA patológicas, foi feita a divisão de dois grupos um grupo de controle no qual não houve intervenção da GAH e o grupo de tratamento onde foi realizado com as voluntárias do grupo o uso da técnica hipopressiva. Quando comparada a medida da diástase dos grupos foi verificado que: o grupo de controle apresentou melhora significativa apenas no nível infraumbilical e somente dez dias do pós-parto. Já o grupo tratado apresentou melhora significativa em todos os níveis da diástase e logo após o uso da técnica. Concluíram pelo estudo que a ginastica abdominal hipopressiva no pós-parto imediato acelerou a redução da diástase e auxiliou também na diminuição das dores das parturientes no puerpério imediato. Compatível com o presente estudo santos e Carrilho (2019), demostram através de uma pesquisa que os exercícios hipopressivos vem trazendo inúmeros benefícios quando utilizados no fortalecimentos dos músculos abdominais e dos assoalho pélvico um deles é a redução da diástase. Conclui-se que a ginastica abdominal hipopressiva quando usada no puerpério desde as 48 horas de pós-parto tem benefício na diminuição da DMRA auxiliando também no fortalecimento dos MAP podendo assim também ser utilizada para prevenção.

Os estudos selecionados conforme os critérios de inclusão e exclusão com seus respectivos desfechos estão resumidos conforme a tabela 1.

ANOAUTORESTIPO DE PESQUISARESULTADOS
2016Franchi e RahEstudo de casoHouve redução significativa da DMRA com o uso da ginastica abdominal hipopressiva nas 48 horas do pós parto.
2019RuhEnsaio clinico randomizado controlado.Após a divisão de dois grupos um controle no qual não houve interferência da GAH e um outro onde houve o tratamento da GAH, foi verificado que o grupo controle teve uma melhora na diástase apenas no nível infraumbilical e somente dez dias do pósparto. Já o grupo tratado apresentou melhora significativa em todos os níveis da diástase e logo após o uso da técnica.
2013 SantosEstudo observacional Houve uma melhora significativa dos músculos do transverso do abdômen e oblíquo interno e dos MAP, mostrou-se também uma baixa ativação do musculo RA.
2019Silveira e pontesEstudo quantitativoHouve melhora no tônus abdominal com o uso da ginastica abdominal hipopressiva produzindo ativação direta dos músculos transverso do abdômen, fortalecendo a cinturo abdominal e atuando na redução da diástase.
Tabela 1- Resultados da GAH na redução da diástase.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Desta forma diante do que foi exposto concluímos que a ginastica abdominal hipopressiva tem eficácia na redução da DMRA, trazendo também a melhora do tônus abdominal e fortalecendo essas musculaturas, podendo também ser usada para caráter preventivo. Todavia é importante ressaltar a necessidade de novas pesquisas pois os estudos são limitados para aplicabilidade dessa técnica.

REFERÊNCIAS

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Associação Brasileira de Fisioterapia da Saúde da Mulher. COFFITO, 2019.

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BENJAMIN, D.R.; FRAWLEY, H.J.; SHIELDS, N.; WATER, A.T.; TAYLOR, N.F. Relationship between diastasis of the rectus abdominis muscle (DRAM) and musculoskeletal dysfunctions, pain and quality of life: a systematic review. Elsevier, 2018.

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PITANGUI, A.C.R.; BARBOSA, C.S.; FUKAGAWA, L.K.; GOMES, M.R.A.; LIMA, A.S.; ARAÚJO, R.C. Prevalência da diástase do músculo reto abdominal no puerpério imediato. Saúde em Revista, v.16 (42), 2016.

RETT, M.T.; MELO, L.G.F.; LINHARES. L.D.; MELO, E.P.; OLIVEIRA, T.A. Diástase dos músculos retoabdominais no pós-parto vaginal imediato. Fisioterapia Brasil, v.14 (3), 2013.

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