Autores:
Lucas da Silva Barros de Queiroz*,
Nathally Bezerra Azeredo*,
Igor Macedo Tavares Correia**
*Graduados em Fisioterapia no Instituto Brasileiro de Medicina de Reabilitação;
**Mestre em Ciências da Reabilitação e Docente do Instituto Brasileiro de Medicina de Reabilitação.
Resumo
Introdução: A cervicalgia refere-se a dores na região do pescoço (coluna cervical), especialmente na parte posterior, podendo abranger ombros e, em casos mais graves, irradiar para todo o membro superior. É uma patologia multifatorial, podendo ser aguda ou crônica. A tecnologia está cada vez mais presente no dia a dia da população, crianças estão tendo contato com celulares cada vez mais cedo e devido ao avanço da globalização, a exposição tecnológica aumentou exponencialmente, aliado a maior necessidade de uso da mesma. Partindo dessas afirmativas, este estudo teve como objetivo, a partir de revisão literária, identificar se há relação entre elas: a cervicalgia e o uso de dispositivos eletrônicos. Métodos: Foi utilizada a plataforma PubMed com as palavras-chave: “neck pain”, “text neck” e “smartphone”, e inclusos estudos entre 2011 e 2021. Conclusão: Não há um consenso na literatura sobre a relação de causa e efeito entre o uso de eletrônicos e a cervicalgia, prevalecendo assim a hipótese nula.
Palavras-chave: dor cervical; dor no pescoço; celular.
Abstract
Introduction: Neck pain refers to pain in the neck region (cervical spine), especially in the posterior part, which may cover the shoulders and, in more severe cases, radiate to the entire upper limb. It is a multifactorial pathology, which can be acute or chronic. Technology is increasingly present in the daily lives of the population, children are having contact with cell phones earlier and due to the advance of globalization, technological exposure has increased exponentially, allied to the greater need to use it. Based on these statements, this study aimed, from a literary review, to identify whether there is a relationship between them: neck pain and the use of electronic devices. Methods: The PubMed platform was used with the keywords: \”neck pain\”, \”text neck\” and \”smartphone\”, and studies between 2011 and 2021 were included. Conclusion: There is no consensus in the literature on the cause and effect relationship between the use of electronics and neck pain, thus prevailing the null hypothesis.
Key words: neck pain; text neck; smartphone.
Introdução
A cervicalgia refere-se a dores na região do pescoço (coluna cervical), especialmente na parte posterior, podendo abranger ombros e, em casos mais graves, irradiar para todo o membro superior. É uma patologia multifatorial, podendo ser aguda ou crônica. Os sintomas também podem variar, podendo ser relatados desde uma sensação de cansaço até mesmo alteração de sensibilidade. Além dos sintomas físicos propriamente ditos, pode provocar isolamento social, afastamento do trabalho e sintomas psicológicos, como depressão, podendo acometer cerca de 30% da população adulta em algum momento e sendo mais incidente no sexo feminino [1].
Tal condição muito se é estudada na população adulta, mas há pouca evidência em crianças e adolescentes. Contudo, sabe-se que quanto mais cedo e mais frequente essa condição se manifesta, mais chances ela tem de cronificar na idade adulta, prejudicando sua qualidade de vida [2].
Com o avanço tecnológico, a globalização se expandiu ainda mais, com isso, o uso da tecnologia se tornou ainda mais recorrente e necessário [3], sendo esse cenário exacerbado devido ao isolamento social provocado pela pandemia do novo Corona vírus, onde adultos passaram a trabalhar em home office, crianças e adolescentes estudando online, conforme noticiado pela mídia, aumentando o tempo de tela e a sustentação da posição sentada, além do estresse que o cenário provoca, podendo influenciar o sistema musculoesquelético. Aparelhos celulares, acompanhando o avanço tecnológico, estão cada vez mais sofisticados, permitindo o usuário praticidade e leveza para o dia a dia, podendo realizar desde empréstimos até compras online, tudo na palma da mão. Contudo, essa sofisticação muitas vezes é sinônimo de modelos menores e mais finos, e apesar da modernização, persiste a problemática do teclado estar no mesmo espaço da tela, forçando o usuário adotar uma posição ainda mais fletida para melhor utilizar o aparelho [4-6].
Em 2008, o quiroprático americano Dean L. Fishman inspirado ao examinar e diagnosticar um jovem de dezessete anos, criou o termo “text neck”, onde sugere essa relação de causalidade entre o uso de eletrônicos e a cervicalgia. Contudo, tal relação virou uma espécie de crença popular, onde leigos e até profissionais de diversas áreas afirmam essa existência, enquanto a ciência carece de estudos embasando esta afirmação, fica contraditório a rejeição ou confirmação da hipótese nula [7-8].
Este trabalho tem como objetivo investigar, através de revisão de literatura, se há relação entre a dor cervical e o uso de dispositivos móveis.
Métodos
Para esta revisão, foi usada a plataforma PubMed com as palavras-chave: “neck pain”, “text neck” e “smartphone”, além das plataformas DeCS e MeSH, para achados dos descritivos em ciências da saúde e outros termos de entrada (“entry terms”). A busca foi realizada no mês de abril de 2021.
Foram inclusos estudos entre 2011 e 2021 que abordavam diretamente esta hipótese de causalidade entre cervicalgia e o uso de dispositivos móveis, e exclusos estudos que abordavam outros temas como sintomatologia dos membros superiores, degeneração discal ou a amostragem do estudo era muito pequena. Foram encontrados 32 artigos e a partir de uma leitura ampla de todos, foram selecionados 6 para a revisão de literatura.
Resultados
Autor, periódico e ano | Título | Objetivos e métodos | Resultados |
Leena Korpinen, Rauno Paakkonen; International Journal of Occupational Safety and Ergonomics (JOSE) 2011 | Physical symptoms in young adults and their use of different computers and mobile phones | Analisar a associação de sintomas físicos em jovens adultos (≤ 30 anos) e o uso de equipamentos eletrônicos. Foi enviado um questionário, afim de coletar informações demográficas, uso de tecnologia no lazer e no trabalho, e sobre sintomas físicos, a 15.000 finlandeses entre 18 e 65 anos. Foram obtidas 6121 respostas e inclusos 1563 pessoas com ≤ 30 anos. | Muitas vezes havia relação entre o uso de computadores para lazer com a manifestação de sintomas físicos. Em alguns casos, a exaustão no trabalho também figurou correlacionada com presença de sintomas. |
Meziat Filho et al., Journal of Back and Musculoskeletal Rehabilitation, 2016 | Association between home posture habits and neck pain in High School adolescents | Investigar a prevalência de dor no pescoço e associação com hábitos de postura domiciliar em adolescentes. 1102 estudantes responderam a um questionário sobre presença e frequência de dores no pescoço, se esta já o impossibilitou de realizar suas atividades, suas posturas mais usuais e quanto tempo dispendia usando alguns dispositivos. | Não foi encontrada relação entre o uso de dispositivos eletrônicos com a presença de dor cervical. |
Ewa Gustafsson, et al., Applied Ergonomics, 2017 | Texting on mobile phones and musculoskeletal disorders in young adults: A five-year cohort study | Identificar se as mensagens de texto em telefones celulares são fatores de risco para distúrbios musculoesqueléticos no pescoço e extremidades superiores em adultos jovens. Foi enviado a 20 mil jovens suecos entre 20-24 anos informações sobre o estudo e participação voluntária numa carta-convite. 7125 pessoas responderam um questionário na web autorrelatado no início do estudo e com acompanhamento de 1 e 5 anos, chegando a 2724 pessoas após os 5 anos | Houve potenciais associações entre os distúrbios musculoesqueléticos e o envio de mensagens de texto em telefones celulares, em curto prazo. Porém não houve associações no longo prazo (5 anos). |
Damasceno, et al., European Spine Journal, 2018 | Text neck and neck pain in 18–21-year-old young adults | Investigar se há associação entre dores no pescoço em jovens adultos e o uso de smartphone. Um questionário autorrelatado com questões sóciodemográficas e antroprométricas, tempo dispendido no telefone celular, deficiências visuais e preocupação com a postura foi respondido por 150 jovens de 18-21 de uma escola pública do Rio de Janeiro. Também foi avaliado a presença e frequência de dores cervicais. As imagens dos participantes foram avaliadas de forma subjetiva por fisioterapeutas experientes na área musculoesquelética. | Não houve associação entre a postura cervical e a presença e frequência de dor cervical, avaliada tanto pela autopercepção quanto pelo julgamento de fisioterapeutas. |
Nazi Derakhshanrad, et al., European Spine Journal, 2020 | Neck pain associated with smartphone overuse: cross‐sectional report of a cohort study among office workers | Investigar dor cervical e deficiências neuropsicológicas em funcionários de escritório usuários de smartphones. Foram convidados 1626 trabalhadores de escritório, adultos com ≥ 18 anos e com ≥ 4 anos de uso do smartphone, exclusos aqueles com história de fratura cervical (traumático ou patológico), anomalias congênitas sintomáticas na coluna cervical e aqueles que não queriam participar do estudo, ficando 1602 adultos para a amostra. Colhidos informações demográficas, separados o grupo com autorrelato de dor sustentada no pescoço e avaliada dependência do smartphone e nível de atividade física. | Uso excessivo de smartphone aumentam 6x as chances de dor no pescoço em trabalhadores de escritório, estando associado não somente a queixas somáticas, mas também a sofrimento psicológico, como ansiedade. |
Igor Correia, et al., Spine, 2021 | Association between text neck and neck pain in adults | Investigar a associação de dores cervicais e o ângulo de flexão cervical durante o uso de smartphone. Foram incluídos indivíduos que possuíssem smartphone e idade entre 18-65 anos; 582 voluntários responderam a um questionário que visava coletar dados sociodemográficos e antropométricos, além da frequência de uso do smartphone, dores cervicais, fatores psicossociais e atividade física. Foram realizadas fotografias nas posições de pé e sentado com uso do inclinômetro CROM para aferição da angulação da região cervical durante o uso do smartphone. | Não houve associação entre a prevalência, a frequência e a intensidade de dores no pescoço em adultos com o uso do smartphone. |
Discussão
Nazi Derakhshanrad et al. (2020) conduziram um estudo de coorte entre maio de 2018 e julho de 2019 para analisar o efeito do uso excessivo de smartphones na dor cervical numa população de 1626 trabalhadores de escritório, sendo exclusos aqueles com história de fratura (traumática ou patológica) e anomalias congênitas sintomáticas na coluna cervical. Coletaram dados demográficos (idade, sexo, nível de escolaridade, experiência de trabalho e índice de massa corporal (IMC)), e avaliaram o uso excessivo de celulares, a realização de atividade física, sintomas cervicais autorrelatados e as deficiências do comportamento psicológico. Neste estudo, 20% dos participantes (± 325) usavam excessivamente o celular, e estes tinham maior prevalência de dor no pescoço em relação aqueles que não usavam, encontrou-se maior presença de dor no público feminino, sendo mais frequente conforme mais novo e maior nível educacional, presença de distúrbios psicológicos aumentaram a prevalência de dor, em contrapartida, presença de atividade física vigorosa, diminuiu.
Em 2002, Leena Korpinen et al. enviaram um questionário a 15.000 finlandeses entre 18 e 65 anos. Obtiveram 6121 respostas e incluíram pessoas que tinham ≤ 30 anos, dessa forma, ficando com uma amostra de 1563 participantes com idade média de 24 anos. Foi questionado sobre: dor (frequência e local); uso e frequência do uso de tecnologias (desktop, laptop, celulares, entre outros), além de diferenciarem a frequência do uso para lazer e trabalho; sintomas mentais, dentre eles: desordem do sono, estresse e ansiedade; exaustão no trabalho e dependência química; e situações de medo no último ano.
Encontraram o uso de telefone celular diariamente no lazer em mais de 90% dos jovens adultos, enquanto 42% usava diariamente no trabalho. Já o uso de computadores desktop era mais alto no trabalho do que no lazer (59% – 31% para mulheres / 57% – 46% para homens). Cerca de 833 pessoas (53%) tinha dor, dormência ou dores no pescoço com bastante frequência ou mais frequentemente, sendo mais prevalente no público feminino (65%: 34%). Os dados apresentaram associação entre o uso de computadores e sintomas físicos no pescoço em ambos os públicos e a não ocupação e o esgotamento no trabalho também figuraram no cenário relacional.
Ney Meziat Filho et al. realizaram um estudo transversal com uma população de 1102 alunos (515 homens e 587 mulheres, com idade média de 16 anos) de uma escola estadual do ensino médio da cidade do Rio de Janeiro entre agosto de 2012 e junho de 2013. Através de um questionário autoaplicável, foram coletadas informações demográficas; acerca de dor cervical (presença, frequência (sendo separados em crônicos e agudos) e medida tomada); hábitos de posturas domésticas (ao ver TV, por exemplo), além do tempo gasto no uso de tecnologias; frequência de atividade física e tabagismo.
Neste estudo, a maioria era insuficientemente ativo ou inativo e relatou 2h ou mais assistindo TV. Mais de 80% relatou 2h ou mais de uso do computador, contudo, somente cerca de 25% trocavam frequentemente de posição ao usar o dispositivo, enquanto 33% mudava frequentemente de posição enquanto assistia TV e não tinham posição preferida. Pacientes crônicos procuraram atendimento médico com mais frequência, tomaram mais medicamentos e faltaram mais aula em relação aos pacientes agudos. Pacientes que relataram outra dor na coluna tiveram maior prevalência de dor cervical. Foi observado, também, um maior impacto social na dor crônica em relação a aguda.
Ewa Gustafsson et al., em 2016, projetaram um estudo longitudinal com jovens adultos suecos com idade entre 20 e 24 anos que durou 5 anos. Os participantes responderam a um questionário sobre sintomas músculo esqueléticas em partes do corpo mencionadas e tempo de duração, a análise foi separada em sim (presença de sintoma) e não (ausência de sintomas). Variáveis demográficas e fatores de confusão que foram colhidos no questionário: idade, sexo, nível de escolaridade concluída, ocupação, como o participante entendia sua saúde, estresse, atividade física/lazer e quanto ao uso de computadores. Os resultados foram de maior prevalência nas dores de curto prazo quando associado o uso de smartphones para envio de mensagens de texto e a cervicalgia, porém esse efeito se perdia no longo prazo.
O estudo transversal de Damasceno et al., em 2018, foi feito com 150 jovens adultos com idade entre 18 e 21 anos, estudantes da escola pública do Rio de Janeiro. Os voluntários responderam a questões sociodemográficas, antropométricas, tempo de tela no smartphone, déficit visual e o quanto se preocupavam com sua postura. Quanto à dor no pescoço foi perguntado se havia sentido dor na última semana e qual a frequência da dor. Os participantes foram fotografados enviando uma mensagem de texto, as fotos foram enviadas para três fisioterapeutas com experiência clínica e foram avaliadas junto ao questionário, sendo definido como pescoço de texto quando unânime ou quando 2 de 3 concordavam. Neste estudo não foi encontrado relação entre a postura, a dor e a frequência.
O estudo transversal de Correia et al., em 2021, sobre a associação do “text neck” e a dor cervical em adultos, contou com 582 voluntários que possuíssem smartphone com idade entre 18 e 65 anos. Os voluntários responderam a um questionário de autorrelato sobre dados sociodemográficos, antropométricos, uso diário de smartphones, presença de problemas visuais, frequência com que se preocupa com a postura, frequência e prevalência da dor no pescoço, intensidade máxima da dor, o impacto da dor no pescoço nas atividades; a dependência de smartphones foi verificada com a Escala de Dependência de Smartphone (SDS) versão curta, através de um questionário psicossocial curto; as variáveis ansiedade, isolamento social e depressão foram avaliadas, nível de atividade física também foi avaliado através da versão abreviada do International Physical Activity Questionnaire (IPAQ), além da qualidade do sono e tabagismo.
Foi utilizado o inclinômetro CROM para medir a angulação de flexão da coluna cervical ao enviar uma mensagem de texto, na posição ortostática e sentada. Tal estudo não encontrou associação entre o “text neck” e dor cervical, ou seja, não necessariamente quem adotava uma postura mais fletida, com grau de inclinação mais acentuado, eram os que relatavam dor.
Todos os autores supracitados usaram métodos bastante similares, como os questionários respondidos pelos participantes onde visavam coletar, dentre outras, informações sociodemográficas e antropométricas; presença, frequência e intensidade de dor cervical, e o quanto tal sintomatologia influenciava em suas rotinas; presença e intensidade de atividade física; com outros métodos únicos como o inclinômetro CROM usado por Correia et al. (2021) e a avaliação fotográfica autorrelatada e avaliada por fisioterapeutas vista no estudo de Damasceno et al. (2018), porém todos com o mesmo objetivo: investigar se há causalidade entre a cervicalgia e o uso de smartphones.
Dentre eles, apenas Nazi Derakhshanrad et al. (2020) encontrou tal relação. Ewa Gustafsson et al. (2017) encontraram possíveis associações a curto prazo, porém, tornou-se inexistente a longo prazo, enquanto os demais autores não encontraram tal associação.
Conclusão
Com base no material estudado, concluímos que a cervicalgia não é causada unicamente pelo gestual mecânico ao usar aparelhos eletrônicos. Não há um consenso na literatura sobre a relação de causa e efeito entre o uso de eletrônicos e a cervicalgia, prevalecendo assim a hipótese nula.
Conflitos de interesse
Não houve conflitos de interesse.
Referências
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