A IMPORTÂNCIA DA FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA NO MANEJO DE PACIENTES APÓS A COVID-19

Autores:
Lara Cristina Vieira Palhares¹; Iasmim Pires Peixoto Bezerra²

¹Graduanda em Fisioterapia, Centro Universo Goiânia, Goiânia, Goiás.
²Graduanda em Fisioterapia, Centro Universo Goiânia, Goiânia, Goiás.
laraapalhares@hotmail.com


RESUMO

O papel da fisioterapia é fundamental, seja no ambiente hospitalar ou no ambulatorial, uma vez que o processo de reabilitação é primordial para a recuperação do paciente com COVID-19. Assim, o presente estudo tem como objetivo geral compreender a relevância da fisioterapia respiratória após a COVID-19. Ademais, salienta-se que a pesquisa é tipo bibliográfica contando com o auxílio de sites como ScieLo, LILACS e MEDLINE, elaborada a partir de artigos científicos publicados entre os anos de 2020 a 2021. A título de resultados, verificou-se que a prescrição fisioterápica mais comum consiste em exercícios aeróbicos leves, treinamento de força, treinamento respiratório fazendo uso de manobras e de equipamentos que podem ser comprados pelo próprio paciente. Diante disso, concluiu-se que a fisioterapia é essencial durante a jornada hospitalar e domiciliar do paciente com COVID-19, sendo necessário um plano voltado para a reabilitação de acordo com sintomatologia do indivíduo e seu histórico pessoal.

PALAVRAS-CHAVE: COVID-19. Fisioterapia. Respiratória.

ÁREA TEMÁTICA: Fisioterapia.

INTRODUÇÃO

Em 11 de março de 2020 a Organização Mundial da Saúde declarou alerta de pandemia por conta da disseminação da nova cepa do coronavírus (SARS-CoV-2), que recebeu o nome de coronavírus 2019 (COVID-19). Este vírus se espalhou pela China e, inicialmente, foi identificado como causador de uma “pneumonia de etiologia desconhecida”. Desse modo, o COVID-19 se espalhou mundialmente, acarretando um estado de calamidade global para a saúde pública (ARBILLAGA et al., 2020).

Com os estudos incansáveis sobre a nova mutação viral, descobriu-se que o novo coronavírus pode causar pneumonia do tipo viral, além de hipoxia e falta de ar. No caso da hipóxia, percebe-se a necessidade de utilização de oxigênio prolongado e dessaturação ao esforço. Em pacientes mais graves pode ocorrer disfunção de múltiplos órgãos e imobilidade ao leito, bem como, baixa ingestão de alimentos por conta de vômitos ou náuseas, levando a perda da massa muscular e consequentemente da força juntamente com a sarcopenia (BORGES et al., 2020).

Diante desse panorama, é importante destacar que o presente estudo tem como objetivo geral compreender a relevância da fisioterapia respiratória após a COVID-19. Já os objetivos específicos são os de analisar os principais impactos da doença no sistema respiratório humano, identificar as principais condutas fisioterápicas relacionadas ao tratamento do paciente com COVID-19 e, por fim, compreender as principais prescrições fisioterápicas para o tratamento domiciliar do paciente após COVID-19.

Além disso, salienta-se que a pesquisa é tipo bibliográfica contando com o auxílio de sites como ScieLo, LILACS e MEDLINE, elaborada a partir de artigos científicos publicados entre os anos de 2020 a 2021. De acordo com a literatura analisada, nota-se que a prescrição fisioterápica mais comum consiste em exercícios aeróbicos leves, treinamento de força, treinamento respiratório fazendo uso de manobras e de equipamentos que podem ser comprados pelo próprio paciente. Diante disso, concluiu-se que a fisioterapia é essencial durante a jornada hospitalar e domiciliar do paciente com COVID-19, sendo necessário um plano voltado para a reabilitação de acordo com sintomatologia do indivíduo e seu histórico pessoal.

METODOLOGIA

No estudo científico é muito importante que o pesquisador saiba identificar sua pesquisa de acordo com as classificações propostas nos trabalhos científicos. Esta pesquisa em relação à abordagem, é classificada como qualitativa. Gil (2008) esclarece que a pesquisa qualitativa pode ser conceituada como a abordagem de pesquisa utilizada com o objetivo de compreender os motivos e os comportamentos dos fenômenos. Além do mais, em relação a natureza esta pesquisa pode ser classificada como básica, De acordo com Gil (2008), a pesquisa básica é também compreendida como pesquisa pura ou mesmo pesquisa fundamental e se caracteriza por ser aquela com foco na melhoria das teorias científicas existentes.

Já em relação ao objetivo a esta pesquisa pode ser classificada como exploratória. Gil (2008) bem destaca que a pesquisa exploratória tem como principal finalidade o preenchimento de lacunas que eventualmente podem aparecer durante a execução de um estudo e por este motivo também é denominada de estudo exploratório. Por fim, quanto aos procedimentos esta pesquisa pode ser classificada como pesquisa de levantamento. Conforme Gil (2008), a pesquisa de levantamento é construída a partir da seleção de uma amostra significativa do universo amostral com principal objetivo de apresentar informações a respeito do comportamento, das crenças e das opiniões.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A COVID-19 é uma patologia que pode atingir o endotélio vascular, bem como, o sistema respiratório do paciente. Diante de sua gravidade, é necessário que se tenham protocolos bem estabelecidos, capazes de considerar o estado de saúde do indivíduo como um todo. A patologia em questão também pode ocasionar a falência múltipla dos órgãos, levando a síndrome do desconforto respiratório agudo, não estando associada, somente, pacientes com comorbidades (ARBILLAGA et al., 2020).

A propagação do vírus se dá através de gotículas respiratórias encontradas em superfícies contaminantes. Assim, é transmitido a todos os indivíduos susceptíveis e que não fazem uso dos equipamentos de proteção, tais como álcool e máscara do tipo pff2. A COVID-19 ocasionou inúmeras dificuldades ao sistema de saúde, principalmente quando se trata da importância do treinamento dos profissionais de saúde, com destaque para os Fisioterapeutas, diante da necessidade destes profissionais realizarem a atuação diante de todas as competências técnicas referentes às estratégias de controle de infecções (TRIVIÑO et al., 2021).

A Fisioterapia assume um papel importante durante as fases de tratamento de pacientes sintomáticos do novo coronavírus, especialmente durante o suporte de indivíduos que necessitam de apoio ventilatório com o uso de ventiladores mecânicos ou máscaras de venturi. Com isso, entende-se que o Fisioterapeuta atua diretamente na evolução do paciente, bem como, no controle e desmame do ventilador mecânico levando a extubação no paciente crítico. Estudos indicam que a ventilação não invasiva é a mais utilizada, no entanto, não é uma técnica considerada eficaz no contexto hospital, especialmente se o paciente necessitar de um longo período de tempo, no qual a intubação juntamente a ventilação mecânica invasiva (VMI) é a mais utilizada (ARBILLAGA et al., 2020).

O uso do CPAP auxilia na melhoria da saturação de oxigênio do paciente e no que diz respeito às manobras de desobstrução das vias aéreas e aspirações, tem-se que elas são consideradas de alto risco, assim, os profissionais evitam utilizá-las empregando em casos de extrema necessidade quando o paciente não consegue expelir. Sobre o posicionamento do paciente no leito é necessário adota a sedestação ou decúbito lateral, alterando os decúbitos de duas em duas horas para evitar o surgimento de úlceras de pressão. O Fisioterapeuta pode efetuar a avaliação da pressão proporcionada no manguito endotraqueal (25-30 cmH2O) favorecendo o uso de inaladores secos e de circuito fechado (CONFORME et al., 2021).

No pós covid é indicado que os pacientes que apresentam tosse produtiva realizem manobras que promovam a higiene brônquica, na quais o indivíduo deve conseguir expelir por conta própria. É fundamental que o profissional saiba utilizá-las, não sendo indicada a manobra de recrutamento em escala (PEEP incremental). Quando o paciente receba alta, ocorre a fadiga relacionada à doença junto com a falta de ar, havendo problemas de tolerância ao exercício ou diminuição da capacidade de atividades diárias que são semelhantes à fadiga e dificuldades cognitivas. A prescrição consiste em exercícios aeróbicos leve, como a caminhada, corrida, natação com baixa intensidade, treinamento de força, treinamento respiratório fazendo uso de manobras e de equipamentos que podem ser comprados pelo paciente, como o respiron. Destaca-se que todo e qualquer exercício deve ser realizado com a presença do profissional especializado, sendo importante ocorrer os ajustes nos treinos durante o ritmo respiratório, tração de músculos respiratórios e treinamento de expectoração (TRIVIÑO et al., 2021).

Após a alta hospitalar, as intervenções realizadas pelo Fisioterapeuta devem focar nas dificuldades de realização de atividades diárias do paciente, ou seja, é recomendado o uso de dispositivos auxiliares e estratégias promovendo a melhoria da respiração. É necessário, ainda, o treinamento de exercícios de caráter específicos auxiliando desempenho respiratório e motor, nesse caso, os Fisioterapeutas domiciliares são essenciais para os serviços de reabilitação (BORGES et al., 2020).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As sequelas causadas pelo COVID-19 dependem diretamente da gravidade do paciente, considerando que se trata de uma doença “nova” e que pode acarretar sequelas desconhecidas cientificamente. As principais complicações são relacionadas ao sistema respiratório do indivíduo e a reabilitação pós covid é fundamental para que o paciente se recupere, pois os sintomas como fraqueza e diminuição da capacidade pulmonar são disfunções comuns que levam a limitações importantes. A fraqueza é por conta das disfunções cardíacas e pulmonares, juntamente com a atrofia muscular por causa da imobilização no leito.

A reabilitação pós covid possui efeito extremamente benéfico durante o estágio de recuperação da patologia, incluindo melhora da função respiratória, resistência, reinserção do paciente nas suas atividades de vida diária. O Fisioterapeuta possui um papel importante durante a jornada hospitalar e domiciliar do paciente com COVID-19, sendo necessário um plano voltado para a reabilitação de acordo com sintomatologia do indivíduo e seu histórico pessoal, a reabilitação é primordial para que haja a recuperação do sistema respiratório como um todo.

PRINCIPAIS REFERÊNCIAS

ARBILLAGA, Ane et al. Fisioterapia respiratoria en el manejo del paciente con COVID-19: recomendaciones generales. Sociedad Española de Neumología y Cirugía Torácica, 2020. Disponível em: https://www.cofpv.org/doc/cajita/FISIOTERAPIA_RESPIRATORIA_PACIENTE_COVID-19.pdf. Acesso em: 24 jun. 2021.

BORGES, Daniel Lago et al. Posição prona no tratamento da insuficiência respiratória aguda na COVID-19. ASSOBRAFIR Ciência, v. 11, n. Suplemento 1, p. 111-120, 2020. Disponível em: https://www.assobrafirciencia.org/article/doi/10.47066/2177-9333.AC20.covid19.011. Acesso em: 22 jun. 2021.

CONFORME, John Jairo Vásquez et al. Impacto de la fisioterapia respiratoria en pacientes adultos mayores post Covid. Recimundo, v. 5, n. 2, p. 222-229, 2021. Disponível em: https://www.recimundo.com/~recimund/index.php/es/article/view/1071. Acesso em: 22 jun. 2021.

GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. Ediitora Atlas SA, 2008.

TRIVIÑO, Ana Rosa Iglesias et al. El papel de la fisioterapia respiratoria en pacientes con Covid-19. Revista Sanitaria de Investigación, v. 2, n. 6, p. 20, 2021. Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=7963986. Acesso em: 24 jun. 2021.