A EFICÁCIA DA GINÁSTICA LABORAL NA PREVENÇAO DE DOENÇAS OCUPACIONAIS NO AMBITO HOSPITALAR: REVISÃO DE LITERATURA

THE EFFECTIVENESS OF LABOR GYMNASTICS IN THE PREVENTION OF OCCUPATIONAL DISEASES IN THE HOSPITAL AREA: LITERATURE REVIEW

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Christiane da Silva Nunes
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Maria Lucia de Oliveira Holanda
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Yanca Alves Bruce
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Klenda Pereira de Oliveira
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Eloisa de Oliveira Araújo

Autores:
Christiane da Silva Nunes1; Maria Lucia de Oliveira Holanda1; Yanca Alves Bruce1
Esp. Klenda Pereira de Oliveira 2
Esp. Eloisa de Oliveira Araújo3

1 Discente do Curso Superior de Fisioterapia do Centro Universitário do Norte – UNINORTE.
2 Docente do Curso Superior de Fisioterapia – UNINORTE.
3 Especialista em Biomecânica pela Universidade do Estado do Amazonas – UEA

Endereço: Av. Joaquim Nabuco, 1232, Centro | Manaus | AM | CEP: 69020-030 | (92) 3212-5000.

Artigo Científico apresentado como requisito para obtenção
do Título de Bacharel em Fisioterapia pelo curso de Fisioterapia do
Centro Universitário do Norte – UNINORTE / SER EDUCACIONAL,


Resumo

A ginastica laboral (GL) atua na prevenção de doenças ocupacionais, assim proporcionando o bem-estar de cada indivíduo através da conscientização postural. Ela é uma técnica que incentiva as práticas corporal e atividade física no ambiente de trabalho, onde são bem aceitas, possibilitando uma melhora na qualidade de vida do homem e assim reduzindo os custos referentes ao afastamento temporário ou permanente dos trabalhadores. Este estudo teve como objetivo avaliar a eficácia da GL na prevenção de doenças ocupacionais no âmbito hospitalar. Trata-se de uma revisão de literatura, foram incluídos artigos científicos nos idiomas português e inglês localizados por meio das bases de dados das plataformas: SciELO, Bireme e Google Acadêmico, dos últimos dez anos. Foram utilizados os seguintes descritores em português e inglês: Fisioterapia do Trabalho – Occupational Physiotherapy; Ginástica Laboral – Labor Gymnastics; Doenças Ocupacionais – Occupational Diseases. O uso da GL como intervenção na qualidade de vida do trabalhador, oferece grande benefícios, como percepção positiva quanto à integração entre os colegas, disposição e bem-estar no ambiente de trabalho. Desta forma, concluímos que a GL torna um ambiente de trabalho mais saudável diminuindo o índice de estresse, DORT, dores, relaxamento e concentração nas atividades diárias. A GL também beneficia empresas e funcionários já que haverá a melhora na produtividade e em nível de problemas ocupacionais. Palavras-chave: Fisioterapia do Trabalho. Ginástica Laboral. Doenças Ocupacionais.

Abstract

Labor gymnastics (GL) acts in the prevention of occupational diseases, thus providing the well-being of everyone through postural awareness. It is a technique that encourages bodily practices and physical activity in the work environment, where they are well accepted, enabling an improvement in man\’s quality of life and thus reducing the costs related to the temporary or permanent removal of workers. This study aimed to evaluate the effectiveness of GL in the prevention of occupational diseases in the hospital. This is a literature review, including scientific articles in Portuguese and English languages located through the databases of the platforms: SciELO, Bireme and Google Scholar, from the last ten years. The following descriptors were used in Portuguese and English: Occupational Physiotherapy – Occupational Physiotherapy; Labor Gymnastics – Labor Gymnastics; Occupational Diseases – Occupational Diseases. The use of GL as an intervention in the worker\’s quality of life offers great benefits, such as a positive perception regarding the integration between colleagues, disposition, and well-being in the work environment. Thus, we conclude that GL makes a healthier work environment by reducing the rate of stress, WMSD, pain, relaxation, and concentration in daily activities. GL also benefits companies and employees as there will be an improvement in productivity and in terms of occupational problems.

Keywords: Occupational Physiotherapy. Labor gymnastics. Occupational Diseases.

1. INTRODUÇÃO

A ginástica laboral (GL) atua na prevenção de doenças ocupacionais, assim proporcionando o bem-estar de cada indivíduo através da conscientização postural (LIMA, 2018). Ela é uma técnica que incentiva as práticas corporal e atividade física no ambiente de trabalho, onde são bem aceitas, possibilitando uma melhora na qualidade de vida do homem e assim reduzindo os custos referentes ao afastamento temporário ou permanente dos trabalhadores (SANTOS et al., 2020).

Desta forma a GL é constituída através de exercícios específicos, como alongamentos, fortalecimento muscular, coordenação motora e relaxamento. Levando a sua praticabilidade antes de se iniciar as tarefas diárias, denominada ginastica preparatória, no intervalo do expediente, a ginastica compensatória, e no fim do expediente, a ginastica laboral relaxante (SAMPAIO; OLIVEIRA, 2008). Sendo essa a opção mais viável para auxiliar nessas doenças ocupacionais. (SERRA; PIMENTA & QUEMELO, 2014). Portanto seu objetivo principal é proporcionar uma melhoria do condicionamento físico, tornando-se uma forte aliada no combate aos agravos ocupacionais nos locais de trabalho (SANTOS et al., 2020).

As doenças do trabalho, também chamadas de “mesopatias” ou “moléstias profissionais atípicas”, são aquelas desencadeadas em função de condições especiais a qual o trabalho é realizado e com ele se relacionam diretamente (MONTEIRO & BERTAGNI 2017). Por outro lado, a Lesão por Esforço Repetitivo (LER) e Distúrbios Osteomusculares relacionados ao trabalhado (DORT), se caracterizam por lesões de músculos, tendões, fáscias, nervos, entre outros, com sintomas de dor, parestesia, sensação de peso etc.

É de aparecimento insidioso, e sua etiologia é multifatorial e complexa, envolvendo aspectos biomecânicos, cognitivos, sensoriais, afetivos e psicossociais e fatores relacionados às condições e à organização do trabalho (ZAVARIZZI; ALENCAR, 2018). No entanto, segundo (DA SILVA ET al.,2014), as queixas mais comumente das LER/DORT, geralmente são dores na região lombar, cervicais e pernas.

A realidade dos hospitais brasileiros traz a sobrecarga e a exigência por produtividade como fator estressante para seus funcionários, embora a exaustão de maneira geral ocorra em muitos destes trabalhadores, a uma necessidade de um plano de intervenção que possibilite uma melhor qualidade de vida do trabalhador e umas das formas de intervenções mais utilizadas no Brasil é a GL como método preventivo e terapêutico em distúrbios físicos e emocionais (WALSH, 2014).

Diante do aumento das disfunções musculoesqueléticas, buscamos a necessidade de avaliar a eficácia da GL na prevenção de doenças ocupacionais no âmbito hospitalar. Dessa forma, verifica-se: a GL tem gerado resultados esperados na prevenção de doenças ocupacionais? Contudo, foram traçados os seguintes objetivos específicos: avaliar a importância da aplicabilidade da GL, abordar as doenças ocupacionais que mais tem incidência no mesmo e analisar a eficácia ou resultados da GL nas prevenções de doenças ocupacionais. Levando- se em consideração que a GL é apresentada como uma proposta de busca de resultados e desenvolvimento em vários setores trabalhistas, a questão central deste trabalho é relacionar se realmente a GL tem resultados positivos na prevenção relacionada à DORT, levando sua aceitação a outros setores.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

Trata-se de uma revisão de literatura, onde inclui artigos científicos nos idiomas português e inglês, nas bases de dados das plataformas: Scielo (Scientific Eletronic Library Online), Bireme e Google Acadêmico. Foram usados os seguintes descritores em português e inglês: Fisioterapia do Trabalho – Occupational Physiotherapy; Ginástica Laboral – Labor Gymnastics; Doenças Ocupacionais – Occupational Diseases. A busca foi conduzida no intuito de avaliar os benefícios da ginástica laboral na prevenção de doenças ocupacionais no âmbito hospitalar.

Os critérios de inclusão para a pesquisa foram: ensaios clínicos randomizados ou não, estudos experimentais ou observacionais. Foram considerados critérios de exclusão: artigos não disponíveis na íntegra, artigos científicos publicados anteriormente ao ano 2010. As sínteses dos artigos foram descritas por meio de tabelas para apresentação dos resultados, por meio de estatística descritiva.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para viabilizar os resultados foi realizada uma pesquisa de finalidade básica, com objetivo descritivo e exploratório, com estratégica qualitativa e abordagem de métodos e coletas de dados. Visando assim analisar as publicações relacionadas com a ginástica laboral e doenças ocupacionais em um âmbito hospitalar. As pesquisas foram realizadas no período de Março a Maio de 2021, onde foram selecionados artigos do ano de 2010 a 2020, a coleta de dados procedeu-se através de diversas plataformas, como demonstra a Figura 1.

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Fonte: Próprio Autor

Nesta pesquisa foram encontrados 50 artigos científicos das referidas plataformas, onde foram analisados títulos e resumos com intuito de selecioná-los de acordo com os critérios de inclusão e exclusão, após a filtragem, foram selecionados 6 artigos para discussão deste presente trabalho, conforme descrito na Tabela 1.

Tabela 1. Resultados da pesquisa

AUTOR/ANOTÍTULOOBJETIVOCONCLUSÃO
FERRACINE & VALENTE (2010)Presença de sintomas musculoesqueléticos e efeitos da ginástica laboral em funcionários do setor administrativo de um hospital público.Avaliar a presença de sintomas musculoesqueléticos e os efeitos de um programa de grupo laboral (GL) em funcionários do setor administrativo do hospital Santa Casa de Misericórdia de São José do Rio Preto.O programa de grupo laboral onde foram realizados exercícios de alongamento, voltados aos grupos musculares mais requisitados na atividade profissional, identificados através de questionários que oram aplicados durante o estudo, apresentaram resultados significativos na redução da dor musculoesquelética, durante e após a jornada de trabalho, não devendo, entretanto, ser adotado como único método preventivo e de promoção da saúde no trabalho.
WALSH, APARECIDA, ET. AL (2014)Percepção dos servidores de um Hospital de Clínicas sobre os efeitos da Ginástica LaboralPromover a saúde, corrigir os vícios posturais, reduzir o absenteísmo e a procura ambulatorial, melhorar a condição física geral, prevenir doenças ocupacionais, controlar a dor musculoesquelética, aumentar o ânimo e a disposição para o trabalho, melhorar o condicionamento orgânico geral, prover a consciência corporal, ampliar o relacionamento interpessoal, prevenir a fadiga muscular e melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores.Conclui-se que os dados indicam a percepção positiva dos efeitos da GL pelos trabalhadores, identificando que esta parece ter trazido grande contribuição, não apenas no que se refere aos aspectos físicos, mas também psicossociais e relacionais. Deve se observar que as estratégias de saúde do trabalhador devem ser mais amplas do que somente a aplicação da GL.
DUARTE, GONÇALVES, ET. AL. (2017)O Impacto de um programa de ginástica laboral mensurado através de um questionário nórdico de sintomasAvaliar o impacto de um Programa de Ginástica Laboral através do Questionário Nórdico de Sintomas OsteomuscularesA prática de ginástica laboral composta por Exercícios de alongamento, massagens e relaxamento no posto de trabalho dos profissionais tende a proporcionar mudanças significativas na melhoria da saúde em geral, sendo necessária a integração entre os profissionais que executam a GL e os supervisores.
BEZERRA, COSTA.(2017)Ginastica Laboral como proposta de intervenção e e mental das equipes de enfermagemO objetivo da pesquisa é analisar a saúde física e mental das equipes de enfermagem de um hospital do Interior do Ceará.Os resultados demonstraram que boa parte dos profissionais está acima do peso adequado, o que já seria fator importante para se trabalhar a ginástica com esse público, mas, além disso, observou-se ainda que muitos desses profissionais tinham histórico de Diabetes na família e que não tinha uma prática de atividades regulares o que agrava ainda mais o quadro de saúde desses profissionais. As práticas demonstraram um resultado positivo para esses participantes, que se mostraram satisfeito com os resultados obtidos não só no trabalho como a melhoria das dores e estresse, mas também influenciando as participantes a buscar outras formas de se exercitar, melhorando assim sua qualidade de vida dentro e fora do trabalho.
SANTOS,
ULGUIM, ET. AL (2020)
Mudança nos hábitos de trabalhadores participantes de um programa de ginástica laboralIdentificar possíveis mudanças de hábitos dos trabalhadores com a implantação de um PGL.Conclui se que atividades educativas e de conscientização sobre Promoção da saúde e qualidade de vida dentro e fora do ambiente de trabalho e é importante a alimentação saudável e a pratica regular de
atividade física uma implantação de PGL que aliem a GL em seu formato tradicional a ações educativas em saúde como uma estratégia importante no âmbito de promoção da saúde do trabalhador.
BARBOSA,
MORAES, ET.
AL. (2020)
Benefícios da ginástica laboral no contexto hospitalarIdentificar os benefícios da Ginastica laboral (GL) para os funcionários do Hospital Universitário da Universidade Federal do Vale do São Francisco (HU-UNIVAS), Petrolina/PE em relação a qualidade de vida no trabalho e nível de atividade físicaConcluiu-se que a prática da GL no HU-UNIVAS não proporcionou diferença no índice de qualidade de vida do trabalhador, os quais não levaram em conta o nível de aptidão física e atividade física do praticante, sabendo-se que os efeitos da GL podem ser distintos em diferentes indivíduos. Entretanto, a presente pesquisa obteve resultados esclarecedores, onde na unção assistencial demonstrou uma pior QVT, ator que necessita de novos estudos, e em comparação aos empregados sedentários x muitos ativos, os praticantes de atividade física obtiveram maiores índices de QVT

Fonte: Próprio Autor

4. DISCUSSÃO

Ferracini & Valente (2010), realizou estudo que teve como objetivo avaliar a presença de sintomas musculoesqueléticos e os efeitos de um programa de grupo laboral (GL), Durante o estudo foram aplicados questionários com abordagem de aspecto ergonômico do trabalho e dados pessoais de antes e após o programa com o apoio do profissional fisioterapeuta para esclarecimentos de qualquer dúvida, o estudo foi realizado no próprio ambiente de trabalho com exercício de alongamento direcionado aos grupos musculares mais pontuado na atividade profissional e discernido no questionário, teve como participação 15 funcionários de ambos os sexos onde os mesmo foram informados do livre árbitro e do objetivo do mesmo. No primeiro questionário teve como abordagem dados pessoais, avaliação física, estado geral de saúde e sintomas musculoesqueléticos, já no segundo teve como objetivo aspectos ergonômicos do trabalho.

Durante a aplicação do questionário observou se que 73,3% dos entrevistados relataram quadro álgico (dor) musculoesquelético, sendo que 86,6% sentiam dor após a jornada de trabalho e 80% durante ela. Após a prática da GL, houve uma queda nas porcentagens de 86,6% para 46,6% após o trabalho, porém 60% continuaram apresentando dor durante o mesmo. Contudo as regiões de mais teve prevalência de dor musculoesquelético foi o ombro/braço e coluna lombar (86,6%) e no punho/ mão (33,3%). Após o programa de GL, todos os participantes relataram melhora do bem-estar diário e melhora da relação interpessoal. Portanto vale ressaltar que 46,6% praticaram exercícios físicos com maior frequência. A pesquisa identificou uma melhora significativa nas vivencias e orientações difundidas durante a GL de 86,6% na melhorar da qualidade de vida e cerca de 80% dos participantes expandiram os conhecimentos obtidos durante o programa (FERRACINE & VALENTE, 2010). Ressaltamos que o presente estudo foi executado no setor onde os funcionários efetuavam preenchimento manual e informativo de guias de procedimentos, associada ao atendimento telefônico executada quase exclusivamente sentado com jornada de trabalho de oito horas diárias, com intervalo de duas horas para almoço, sendo os membros superiores mais utilizados (80%).

Os resultados indicaram a percepção positiva dos efeitos da GL com relação a todos os itens avaliados. Quanto aos benefícios emocionais, pode-se destacar percepção na melhora do humor, diminuição do estresse e melhora da saúde. Identificando também percepção positiva quanto à integração entre os colegas, disposição e bem-estar no ambiente de trabalho. Quanto aos benefícios de ordem física, como: diminuição das dores, relaxamento e concentração nas atividades diárias após atividades alternadas como fortalecimento, relaxamento, massagem e atividades lúdicas recreativas diversas, observou melhora na qualidade de vida, aumento da flexibilidade e nível de satisfação dos participantes 16. Em pesquisa realizada com 30 funcionários da linha de produção e oficina de uma indústria metalúrgica automobilística em Piracicaba, São Paulo, verificou-se que a GL pode ter contribuído para melhorar a qualidade de vida, principalmente na dimensão do estado geral da saúde (WALSH, APARECIDA, ET. AL 2014).

Foi feita uma pesquisa com 40 funcionárias de serviços gerais de uma Universidade Paranaense na faixa etária de 30 a 45 anos numa duração de 6 meses foi observada diminuição da dor, melhora da qualidade de vida em relação às condições de trabalho, do relacionamento interpessoal e do estado de humor. Em outra pesquisa realizada sobre as queixas de 24 trabalhadores de teleatendimento em uma empresa de plano de saúde em Belo Horizonte, foram constatados efeitos benéficos sobre a saúde dos trabalhadores, diminuindo os relatos de cansaço e estresse, aumentando a disposição para o trabalho e a interação entre os colegas, além da diminuição de queixas. Os estudos avaliaram alterações positivas no percentual da gordura, e na pressão arterial, diminuição em dores musculares melhoria nos testes; diminuição em doenças e diminuição em estresse e melhora de humor, motivação para fazer exercícios fora da empresa, relaxamento e melhora da saúde. Outros autores também consideram as melhoras promovidas pela GL nesses aspectos. Iniciativas que contemplem essas características tendem a abarcar um conjunto maior de benefícios para os profissionais, tornando-os o agente principal da mudança de hábitos.

O presente estudo tem por objetivo avaliar o impacto da ginastica laboral mensurado através do questionário nórdico de sintomas. Foi quantificada melhora de 26% na integração social entre os profissionais, assim como um decréscimo de 77,5% na prevalência de sintomas osteomusculares durante a jornada de trabalho (DUARTE, GONÇALVES, ET. al. 2017).

Assim conclui-se que a prática da GL composta por exercícios de alongamentos, massagens e relaxamento no posto de trabalho dos profissionais tende a proporcionar a eles mudanças significativas na melhoria da qualidade de vida e saúde.

BEZERRA, COSTA. (2017) teve como objetivo em sua pesquisa analisar a saúde física e mental das equipes de enfermagem de um hospital, onde a mesma aconteceu em três etapas. Primeira: A coleta de dados onde foi aplicado o questionário de avaliação de qualidade de vida e da saúde; segunda: As práticas de ginástica laboral; terceira: entrevista semiestruturada tomando como base uma pergunta norteadora acerca da satisfação da atividade realizada dentro do ambiente de trabalho. Depois de feita essa análise, constatou-se que as práticas de GL demonstraram um resultado positivo para os participantes os quais se mostraram satisfeitos com os resultados obtidos, fazendo com que os mesmos busquem outras formas de se exercitarem assim melhorando sua qualidade de vida tanto no ambiente de trabalho quanto na sua vida pessoal.

O questionário foi aplicado com 15 trabalhadores e composto por 80 questões no total, contendo perguntas biológicas e sociodemográficas, além de outros pontos, divididos em 4 domínios: 1- Estilo de vida e saúde; 2- Atividade Física; 3- Ambiente ocupacional; 4- Percepção da qualidade de vida. De modo geral, as participantes apresentam escore de qualidade de vida classificado como regular. Isso se relaciona com o fato de as mesmas relatarem, por meio do questionário, baixos índices de disposição para o trabalho ou pelo indicativo do modo como aproveitam a vida. Essas questões podem ter associação com a rotina de trabalho, que ocupa a maior parte do tempo dessas mulheres, visto que, quando questionadas sobre sua capacidade para o trabalho, 09 das participantes consideram-se satisfeitas, em comparação com a questão que retrata as opções de lazer, pela qual se verifica que 06 apresentam pouca ou nenhuma opção.

BARBOSA, MORAES, ET AL, buscou como objetivo a melhora da saúde e prevenção de doenças ocupacionais em funcionários no âmbito hospitalar por meio de um estudo observacional com aplicação de questionários de qualidade de vida no trabalho (QVT) e nível de atividade física e intervenção de prática da ginástica laboral (GL), onde teve como participação 160 funcionário, com idade acima de 18 anos. Sua pesquisa teve duração de 30 semanas, realizadas 3 vezes por semana, com duração de 10 a 15 minutos.

Os resultados apontaram que a função exercida pelo empregado não trouxe resultados positivos quanto ao uso da ginástica laboral na qualidade de vida do trabalhador (QVT). Por outro lado, houve uma diferença significativa quanto à distribuição ao nível de atividade física, indicando um resultado de maiores índices de QVT para os funcionários muito ativos. O conjunto de resultados demonstrou que, os funcionários assistenciais obtiveram pior índice de QVT em relação à área administrativa. (BARBOSA, MORAES, ET AL).

O artigo apresentou estudo sobre uma possível mudança nos hábitos dos trabalhadores um hospital ensino da cidade de Santa Cruz do Sul após a intervenção de um PGL, estruturado com sessões de GL e orientações sobre hábitos saudáveis de prática de atividade física e de alimentação. Os resultados apontam mudanças comportamentais positivas em alguns hábitos desses trabalhadores, com destaque para o aumento do número de profissionais que passaram a praticar uma atividade física regularmente no lazer com acréscimo do tempo semanal dessa prática e, ainda, para a redução do consumo de alimentos embutidos. (SANTOS, ULGUIM, ET. al 2020).

O estudo obteve um resultado positivo, nas atividades físicas leves, à duração dessas atividades e ao incentivo à prática de atividades físicas após o PGL, foram observados em os resultados, mesmo sem diferença estatisticamente significativa, que os trabalhadores avaliados referiram aumento no quesito dedicar algum tempo às atividades diárias como lazer ativo e trabalhos domésticos após 51 sessões de GL, o qual acreditou se justificar pelo mesmo motivo que autores encontraram aumento significativo da atividade de caminhada e da consequente energia consumida no grupo de intervenção em comparação ao grupo controle de trabalhadoras do setor administrativo da Universidade de Teerã19. Quanto ao deslocamento para o trabalho, a presente pesquisa não observou modificações significativas após a intervenção com GL. A maioria dos trabalhadores utiliza o deslocamento passivo para chegar até a instituição, no entanto, sabe-se que os profissionais que fazem uso do deslocamento passivo provavelmente não modificam a forma de deslocamento em virtude da insegurança, da distância e do tempo despendido, mesmo que pesquisas apontem melhor percepção de saúde em trabalhadores que utilizam o deslocamento ativo (a pé/de bicicleta) para ir e vir do trabalho. (SANTOS, ULGUIM, ET. al 2020).

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Concluímos que a GL torna um ambiente de trabalho mais saudável diminuindo o índice de estresse, DORT, dores, relaxamento e concentração nas atividades diárias. A GL também beneficia empresas e funcionários já que haverá a melhora na produtividade e em nível de problemas ocupacionais.

Finalizamos este trabalho onde foi muito importante para nosso conhecimento, onde nos deu a oportunidade que discutir e conhecer o tema abordado, aprofundando, uma vez visto que a Ginastica Laboral GL deve ser implantada em todas as empresas, com o objetivo de minimizar todas as deficiências possíveis do indivíduo e de seu posto de trabalho, incluindo, além de palestras e dicas sobre qualidade de vida, refletindo diretamente na vida do trabalhador dentro e fora da empresa.

6. REFERÊNCIAS

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  2. BARBOSA, Leonam; MORAES, José. ET, al. Benefícios da ginastica laboral no contexto hospitalar. Revista de Ensino, Ciência e Inovação em Saúde v.1, n. 1 (2020) 28-34.
  3. BEZERRA, Suellen; COSTA, Edmara. Ginastica Laboral como proposta de intervenção e promoção da saúde dos profissionais de enfermagem. Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro Brasileira. Acadêmica de Enfermagem. Educadora.
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  10. MONTEIRO, Antonio Lopes; BERTAGNI, Roberto Fleury de Souza. Acidentes do trabalho e doenças ocupacionais. Saraiva Educação SA, 2017.
  11. MORETTO, Anacléia; CHESANI, Fabíola. Et. Al. Sintomas osteomusculares e qualidade de vida em costureiras do município de Indaial, Santa Catarina. Fisio. Pesqui. Vol.24 no. 2 São Paulo. 2017.
  12. SAMPAIO, Adelar Aparecido; DE OLIVEIRA, João Ricardo Gabriel. A ginástica laboral na promoção da saúde e melhoria da qualidade de vida no trabalho. Caderno de Educação Física e Esporte, v. 7, n. 13, p. 71-79, 2008.
  13. SANTOS, Carine Muniz dos et al. Mudança nos hábitos de participantes de um programa de ginástica laboral. Revista Brasileira de Medicina do Trabalho , v. 18, n. 1, pág. 66-73, 2020.
  14. SERRA, Maysa Venturoso Gongora Buckeridge; PIMENTA, Lorrana Campos; QUEMELO, Paulo Roberto Veiga. Efeitos da ginástica laboral na saúde do trabalhador: uma revisão da literatura. Revista pesquisa em fisioterapia, v. 4, n. 3, 2015.
  15. ULGUIM, Fernanda; RECKZIEGEL, Miriam. Mudança nos hábitos de trabalhadores participantes de um programa de ginástica laboral. Rev. Bras. Med. Trab. 2020;18(1):66-73. Santa Cruz do Sul.
  16. WALSH, Isabel; BERTONCELLO, Dernival; ET. Al. Percepção dos servidores de um Hospital de Clínicas sobre os efeitos da Ginastica Laboral. Re. Família, Ciclos de vida e Saúde no Contexto Social. Vol. 2, núm. 1, 2014. Uberaba.
  17. ZAVARIZZI, Camilla de Paula; ALENCAR, Maria do Carmo Baracho de. Afastamento do trabalho e os percursos terapêuticos de trabalhadores acometidos por LER/Dort. Saúde em Debate, v. 42, p. 113-124, 2018.