A UTILIZAÇÃO DO TAPING NO TRATAMENTO DE LINFEDEMA EM MULHERES PÓS MASTECTOMIA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

The use of Taping in the treatment of lymphedema in women after mastectomy: a systematic review.

Autores:
Allane Monyse Teles Gasparoti1, Xisto Sena Passos2, Fernanda Dorneles de Morais3

Afiliação dos autores:
Universidade Paulista – UNIP, Instituto de Ciências da Saúde, Goiânia, Goiás, Brasil

Informações dos autores:
1AMTG Graduanda em Fisioterapia na Universidade Paulista (UNIP)

2XSP é Doutor em Medicina Tropical pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Professor Titular do Curso de Biomedicina da Universidade Paulista (UNIP)

3FDM é Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Professora Adjunta do Curso de Fisioterapia da Universidade Paulista (UNIP)

ORCID’s:
1 0000-0003-0433-0982
2 0000-0003-3006-8578
3 0000-0001-5718-5323

Endereço do autor para correspondência: Allane Monyse Teles Gasparoti
Rua 4, nº 246, Esquina com a rua Cesário Silva, Vila América – Cep.: 75.402-671– Inhumas – Goiás
Tel.: 62 984850962, Brasil
Email: allaneteles2626@gmail.com

Este estudo foi realizado na Universidade Paulista (UNIP)

CONTRIBUIÇÕES DOS AUTORES:

Concepção e desenho do estudo: AMTG, FDM, XSP
Análise e interpretação de dados: AMTG
Coleta de dados: AMTG
Redação do artigo: AMTG
Revisão crítica do texto: FDM, XSP
Aprovação final do artigo*: AMTG, FDM, XSP
Análise estatística: não se aplica
Responsabilidade geral pelo estudo: AMTG, FDM, XSP

Resumo
Este estudo teve por objetivo avaliar os efeitos do taping no tratamento de linfedema pós mastectomia. Foi feita uma revisão sistemática da literatura, e as estratégias de busca foram feitas pelos descritores: “linfedema”, “linfedema relacionado a câncer de mama” e “fita atlética, nas bases de dados LILACS, SciELO e PubMed. A busca foi por artigos publicados nos últimos dez anos, em que foram avaliados os efeitos do taping em mulheres com linfedema pós mastectomia. Foram selecionados quatorze artigos, e apesar de em alguns a técnica ter resultados inferiores à outras, no geral, ela se mostrou eficaz, e mesmo naqueles em que ela não foi capaz de reduzir o volume do linfedema, ela melhorou outros sintomas. Foi possível concluir que o taping pode ser um recurso complementar, para a redução do linfedema pós mastectomia, porém são necessários mais estudos que comprovem seus efeitos fisiológicos eficácia.

Palavras-chave: linfedema; linfedema relacionado a câncer de mama; fita atlética.

Abstract
This study aimed to evaluate the effects of elastic bandage in post-mastectomy lymphedema’s treatment. A literature’s systematic review was carried out, and the search strategies were performed by these keywords: “lymphedema”, “lymphedema related to breast cancer” and “athletic tape”, in LILACS, SciELO and PubMed
databases. Had been searched published articles in the last ten years, in which the effects of taping on women with post-mastectomy lymphedema were evaluated.
Fourteen articles had been selected, and although in some the technique had inferior results to others, in general, it proved to be effective, and even in those in which it was not able to reduce the volume of lymphedema, it improved other symptoms. It was possible to conclude that taping can be a complementary resource for the reduction of
lymphedema after mastectomy, however more studies are needed to prove its physiological effects and effectiveness.

Keywords: lymphedema; lymphedema breast cancer; athletic tape.

Introdução
Entre as mulheres, o câncer de mama é o tipo com maior incidência mundial (2,1 milhões)1. A estimativa de novos casos para o ano de 2020, no Brasil, é de 66,2802. Esses dados alarmantes ressaltam a importância do diagnóstico e tratamentos precoces para melhor sobrevida e redução das morbidades3. No entanto, ainda há necessidade de
tratamentos invasivos como a mastectomia, que pode cursar com complicações variáveis, afetando a qualidade de vida das mulheres submetidas ao procedimento4.

Dentre as complicações há o linfedema, sendo definido como situação crônica caracterizada por acúmulo de líquido e proteínas no interstício, devido alteração na circulação linfática5. A incidência pós mastectomia difere-se entre os diversos estudos existentes, mas ocorre em aproximadamente 20% dos casos, sendo então muito importantes tratamentos eficazes para essa condição6.

A partir disso, vêm surgindo várias formas de tratamento, como o uso do taping. Esta técnica, iniciada pelo Dr. Kenso Kase, em 1973, utiliza o taping e promove a descongestão de líquido nos tecidos e aumenta a circulação sanguínea e linfática7.

Nessa perspectiva, o objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos do taping no tratamento de linfedema em mulheres submetidas ao procedimento de mastectomia.

Metodologia
Este estudo constituiu-se de revisão sistemática da literatura utilizando o método PRISMA. Para a obtenção dos resumos a serem analisados, utilizaram-se os descritores linfedema, linfedema relacionado a câncer de mama e fita atlética e seus respectivos termos em inglês na Biblioteca Virtual de Saúde, nas bases de dados LILACS (Literatura
em Ciências da Saúde) e SciELO (Scientific Eletronic Library Online), e no site do National Center for Biotecnology Information (NCBI), na base de dados PubMed. A pesquisa compreendeu o período de dezembro de 2019 a setembro de 2020.

Os critérios de inclusão foram estudos de casos clínicos randomizados, estudos de caso e estudos piloto, escritos em inglês e português, publicados nos últimos 10 anos, que avaliaram os efeitos do taping no linfedema em mulheres pós mastectomia devido câncer de mama. Os critérios de exclusão foram: estudos de revisão bibliográfica, monografias, livros, trabalhos de conclusão de curso, trabalhos relacionados a outro tipo de câncer e/ou que não seja em mulheres, que não contribuam com informações satisfatórias sobre o tema abordado, e que não se encaixem no intervalo dos anos previamente determinado.

Um total de 19.671 artigos foram encontrados através da busca com os descritores nas bases de dados. Destes, 10.547 foram excluídos por não se enquadrarem no limite de anos predeterminado e 9.081 foram excluídos baseados no título, por não abordarem o assunto procurado. Os 43 restantes para análise detalhada foram
comparados nas bases de dados para verificar quais publicações estavam repetidas, e destes, 17 foram excluídos por duplicidade. Os 26 restantes passaram por leitura do resumo ou texto completo, quando o resumo não continha informações sobre as abordagens metodológicas e objetivos, no qual 12 foram excluídos através dos critérios
de exclusão, 10 por não usarem taping no tratamento, e 2 por serem artigos de revisão. Assim, ao final, 14 artigos foram selecionados para o desenvolvimento desta revisão.

Resultados
Através do processo de seleção, 14 artigos foram incluídos nesta revisão (Figura 1), compreendendo um número total de 553 pacientes. Os estudos foram publicados entre 2010 e 2020 e o tamanho da amostra variou de 1 a 150 pacientes. Todas as 5 mulheres incluídas nos estudos foram diagnosticadas com câncer de mama e apresentaram linfedema pós mastectomia. O período de intervenção variou de 3 dias a 2 meses (Tabela 1).

Discussão
Dentre os estudos analisados, alguns apresentaram o taping como benéfico7–14 , outros demonstraram o tratamento como eficaz, porém com efeitos inferiores quando comparado à outras técnicas15,16 e alguns mostraram que ele não tem efeito significativo na redução do volume do linfedema17–20. Essa controvérsia pode ser explicada por metodologia variada entre os estudos, amostra muito pequena7,8,10,14,20 e ausência de cálculo de significância estatística7,10,20.

Quanto à avaliação do volume, a maioria mensurou com fita métrica8,9,20,10 – 14,16,18,19, sendo muito utilizada na prática clínica, por ser de baixo custo e prática aplicação21. Porém, foram mensuradas regiões diferentes, em posições diferentes, e alguns deles calcularam o volume pela fórmula tronco de cone a partir desses dados de circunferência9,13,16,19. Outros fizeram a medição com o instrumento Optoelectronic Perometer 400 T7,15,17. Porém, a maioria dos estudos não classificaram a fase que se encontrava o linfedema a ser tratado, e como a variação dessas formas clínicas determinam a intensidade do edema linfático22, acredita-se que essa variação tenha uma influência maior que a forma de medida.

Embora tenha que ser melhor investigado, alguns autores indicam que a técnica pode apresentar benefícios secundários como como a melhora na textura do tecido20, na amplitude de movimento (ADM) do membro18, na funcionalidade e sensação de maior segurança19.

A pressão causada pelo excesso de líquido nos receptores sensoriais na pele pode causar a dor20, portanto, alguns estudos avaliaram a diferença na sensação dolorosa após intervenção com o taping comparado à outras técnicas9,11,13. Tantawy et al.11, compararam o taping com a braçadeira elástica, e verificaram a redução álgica após as duas formas de tratamento pelo SPADI (p<0,05), mas no EORTC QLQ-C30, houve resposta positiva, no quesito dor, somente no grupo que recebeu taping (p>0,05). Acredita-se que essa divergência nos resultados, deve-se ao motivo de que no SPADI foram abordados os níveis de dor e incapacidade juntos, enquanto no EORTC QLQ-C30, a avaliação de dor foi apresentada separadamente.

Pekyavas et al.13 não encontraram diferenças significativas na redução da dor entre os grupos que utilizaram a terapia complexa descongestiva com ou sem associação do taping com o enfaixamento contensivo (p>0,05), é provável que essa homogeneidade ocorreu pelo curto tempo de intervenção. Em outro estudo, Pajero et al.9 ao avaliar a dor de forma subjetiva, verificaram que o grupo tratado com taping apresentou melhores resultados (p=0,005) comparado ao grupo tratado com braçadeira elástica (p=0,458)9 . Apesar da divergência de resultados entre os estudos, a descompressão dos receptores mecânicos e dolorosos causada pelo taping, justifica sua eficácia na redução da dor.

Quanto à ADM, alguns estudos comprovaram que ela pode ser aumentada com o uso do taping9,12,15,18. Todos utilizaram goniômetro para avaliar, porém houve variação das articulações avaliadas, fato que dificultou a comparação entre os resultados.

Hassan Ismail verificou que o ganho da ADM foi melhor no grupo tratado com taping do que com o uso de braçadeira elástica18. Já Taradaj et al.15, mostraram que a ADM após o uso de bandagens multicamadas, é melhor que após taping. Outro estudo realizado com 76 nadadores, corroboram estes resultados ao demonstrar aumento da ADM de ombro em todos os participantes após a intervenção com taping23. Provavelmente, a técnica aumenta a mobilidade, devido à inibição dos receptores neurais, que por sua vez inibem a sensação dolorosa18 .

Vários estudos9,11,13–18 comparavam e/ou associavam o uso do taping com a braçadeira ou bandagem compressivas, em quatro estudos9,11,13,14 o uso do taping bandagem apresentou melhores resultados, enquanto nos outros15–18 , não foi possível observar o mesmo efeito. Apesar desses resultados, o taping é composto por um material de algodão, resistente à água, hipoalergênico e termoadesivo, com espessura, peso e propriedade elástica similar à pele24, sendo então mais prático, confortável e com melhor adaptação pelos pacientes.

Os exercícios, através das contrações musculares, estimulam o funcionamento do sistema linfático23. Então, pode-se inferir que quando se faz o tratamento com o taping, associado a esses exercícios, os benefícios associam-se e potencializam-se. Acerca disso, Panchik et al.25 realizaram uma revisão de literatura sobre efeitos dos exercícios em pacientes com linfedema secundário ao câncer de mama, e 46% dos estudos obtiveram resultados positivos com os exercícios, e os outros 54% indicaram resultado neutro. Porém sem o exercício, houve exacerbação dos sintomas do linfedema, e isso ressalta a importância da associação dos exercícios no tratamento.

A fita foi aplicada com tensão entre 5-25% em cinco artigos analisados7,8,12,17,26 , e em seis8,11–13,17,20 a aplicação foi em forma de leque, contrariando o recomendado por Bosman27, que recomendou aplicação sem tensão e com tiras simples, mas de acordo com o artigo, esta requer mais experiência, então acredita-se que este tenha sido o motivo de optarem pela aplicação em leque. Portanto, talvez se estes estudos tivessem aplicado a fita em forma simples e sem tensão, teriam melhores resultados.

Algo interessante no estudo de Smykla et al.17 , é que no grupo placebo em que foram aplicadas fitas sem efeitos terapêuticos, também houve uma redução importante 8 no volume do membro. Isso pode acontecer pois com aplicação de qualquer fita, sempre haverá entrada de um efeito mecânico na região27.

Conclusão
O taping pode ser um recurso fisioterapêutico benéfico, na terapia complementar, para a redução do linfedema secundário ao câncer de mama. No entanto, observa-se a necessidade de informações mais acuradas relacionadas ao estágio do linfedema, a forma de aplicação, o tempo de utilização da fita e período de acompanhamento do
recurso. Portanto, necessitam-se de mais estudos que comprovem seus efeitos fisiológicos e eficácia, como melhor qualidade metodológica que amplie o poder amostral, melhore o método avaliativo utilizado, diferencie o estágio do linfedema, a técnica de aplicação da fita como o formato da faixa, a forma de aplicação, a tensão exercida e o tempo de utilização.

Referências

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Tabela 1. Estudos sobre a utilização do taping no tratamento do linfedema segundo autor, tipo de estudo, principais resultados e conclusão.

AutorTipo de estudonMetodologiaResultadosConclusão
Tantawy et al.11Estudo
controlado
randomizado
66Amostra: G1: (n=33), receberam taping 2
dias por semana e G2: (n=33), braçadeira
elástica 15 a 18 horas por dia, por 3
semanas, com pressão entre 20 e 60mmHg.
Avaliação: circunferência, força de preensão
manual, questionários sobre índice de dor e
incapacidade no ombro (SPADI) e de
qualidade de vida.
No G1, houve melhora significativa (p<0,05) em todos os itens. No G2 a soma da circunferência dos membros diminuiu significantemente (p<0,05), mas não houve melhora significativa nos outros itens (p>0,05)O taping
apresentou-se
como melhor
recurso ao ser
comparado com a
braçadeira elástica.
Martins et al.19Estudo clínico não randomizado24Amostra: as mulheres receberam taping e
permaneceram com ele por 3 a 4 dias.
Avaliação: distúrbios na pele, relato de
tolerância, volume calculado pela fórmula
tronco de cone a partir da circunferência do
membro e funcionalidade do membro.
Nenhuma teve lesões cutâneas ou hipertermia e 4,2% tiveram descamação da pele e hiperemia. A maioria (70,8%) se sentiram seguras com o tratamento. Todas apresentaram melhora na funcionalidade do membro superior (p<0,05), porém nenhuma diferença volumétrica (p>0,05).A técnica
apresentou-se
segura e tolerável,
com melhoras na
funcionalidade,
mas sem alteração
volumétrica.
Smykla et al.17Estudo piloto
randomizado
65Amostra: G1: (n=20), receberam taping, G2:
(n=22), bandagem sem efeito terapêutico
(emplastos cirúrgicos colados iguais à
bandagem elástica) e G3: (n=23), bandagens
de múltiplas camadas. Foram feitos cuidados
com a pele, compressão pneumática
(45min), DLM (1h) e aplicação de taping,
ou bandagens sem efeitos terapêuticos, ou
de múltiplas camadas, 3 vezes na semana
durante 1 mês. Avaliação: Perômetro
optoeletrônico e computador.
Na redução do linfedema no G1 e G2
houve a mesma significância estatística
(p=0,002), mas foi melhor no G3
(p=0,000001).
O taping pareceu
ser ineficaz na
redução do
linfedema.
Pajero et al.9Estudo randomizado,
ensaio controlado
cruzado.
30Amostra: G1: (n=15), tratadas com taping e
depois com braçadeira elástica e G2: (n=15),
ordem invertida. As intervenções duraram 4
semanas, com 4 semanas de intervalo entre
elas. Avaliação: volume relativo do
linfedema calculado pela fórmula tronco de
cone a partir da circunferência do membro.
ADM’s em 5 movimentos do membro
superior e sensação de conforto
(questionário com 4 perguntas), dor, aperto,
peso e consistência (por escala descritiva
verbal com classificação de 0 a 5).
Houve maior redução do volume com taping (-5,7%), comparado à braçadeira (-3,4%) (p<0,001). A ADM melhorou nos 5 movimentos com taping (p<0,05), mas não com braçadeira (p>0,05). O taping foi visto como mais confortável que a braçadeira elástica nos 4 itens avaliados (p<0,001). Sintomas de dor, aperto, peso e consistência foram mais reduzidos com o taping em comparação com a compressão (p<0,05).O taping se
mostrou mais
eficaz que a
braçadeira elástica.
Lubinska et al.10Estudo de caso01Amostra: a paciente recebeu DLM e taping
uma vez por semana, durante 2 meses.
Avaliação: o linfedema foi medido com fita
métrica na posição sentada, em metacarpo,
punho, meio do antebraço, cotovelo e meio
do braço.
Houve redução do linfedema em todos os
locais, exceto em metacarpo.
O taping pode ser
um método
alternativo em
relação à CDT.
Porém requer mais
pesquisas.
Tantawy8Estudo piloto07Amostra: foi aplicado taping duas vezes por
semana, por 3 semanas. Avaliação:
circunferências dos membros.
As circunferências dos membros melhoraram significativamente (p<0,05).Taping é uma
técnica eficaz na redução de
linfedema pós
mastectomia.
Finnerty et
al.20
Estudo clínico não randomizado10Amostra: O taping foi aplicado
semanalmente, no tórax ou região mamária,
pelo período de três semanas. Avaliação:
circunferência da parede torácica com fita
métrica, semanalmente. Os relatos das
pacientes foram registrados em um
questionário.
Foi difícil estabelecer mudanças na
circunferência, mas houve melhoras na
textura do tecido. Os questionários
indicaram o taping como confortável, mas
havia preocupações quanto à capacidade de
realizar higiene diária.
O taping oferece
uma abordagem
adicional para o
tratamento do
linfedema,
particularmente em
áreas mais
desafiadoras.
Taradaj et al.7Relato de caso01Amostra: o tratamento foi feito por 3
semanas. Do 1° ao 4° dia de cada semana,
foram feitas DLM e compressão
pneumática, e no 5° foi aplicado taping e
deixado até o 7° dia de cada semana.
Avaliação: A mensuração foi feita por
Perômetro Optoeletrônico e um computador.
O volume do membro diminuiu 627cm³.
Durante a terapia, houve redução gradual do
volume, mas esse processo foi mais rápido
após o uso de taping: na 1ª semana, após os
4 dias de DLM e compressão pneumática, o
volume reduziu 31cm³ e após os 3 dias com
taping, houve redução de 194cm³. Na 2ª
semana, após os 4 dias de DLM e
compressão, o volume reduziu 51cm³, e
após os 3 dias com taping, 206cm³. Na 3ª
semana, o volume reduziu 40cm³ após os 4
dias de DLM e compressão, e após os 3 dias
de taping, reduziu em 105cm³.
O taping teve efeito
significativo na
redução de
linfedema e acelera
a cura, quando
comparado à DLM
e compressão
pneumática.
Pop et al.12Estudo preliminar randomizado44Amostra: G1: (n=22), receberam taping
aplicado com elevação do membro, de distal
para proximal e G2: grupo controle, (n=22),
aplicação tradicional de proximal para
distal, sem elevação do membro. As fitas
foram aplicadas 3 vezes, a cada 7 dias, por
21 dias. Avaliação: Questionário sobre a
efetividade da terapia, circunferência e força
de preensão dos membros superiores e
medidas da ADM das articulações. As
medidas foram feitas antes de cada
aplicação e no final da terapia
No G1, o tratamento foi avaliado por 10 mulheres como muito bom, por 9 como bom e por 3 como médio. Quatro mulheres do G2 avaliaram como muito bom, 9 como bom e 9 como médio. A redução média relatada de linfedema foi de 55% no G1 e 27% no G2 (p<0,001). A força de preensão melhorou 8 kg no G1 e 5kg no G2 (p<0,001). A melhora na ADM de ombro em ambos foi estaticamente significante (p<0001).Na redução de
linfedema, houve
melhor efeito com
aplicação com o
método usado no
G1. Houve melhora
significativa nos
dois grupos na
mobilidade das
articulações e força
de preensão dos
membros
superiores.
Pekyavas et al.13Estudo
controlado
randomizado
45Amostra: G1: aplicação de CDT; G2:
CDT+taping por baixo da bandagem de
compressão multicamadas e, G3:
CDT+taping sem uso de bandagem de
compressão multicamadas. Foram feitas 5
sessões por semana durante 2 semanas, e o
período controle foi de 1 mês após o
tratamento. Avaliação: Dor, desconforto,
peso, tensão, rigidez, fraqueza e volume
calculado pela fórmula tronco de cone a
partir da circunferência do membro
bilateralmente.
Os sintomas diminuíram nos três grupos (p<0,05). No G1 foi eficaz apenas durante o tratamento (p<0,05). O G2 teve efeito de redução do edema após 10 dias do período de tratamento (p<0,05) e no período controle (p<0,05). O G3 apresentou redução significativa do linfedema (p<0,05).O taping com a
CDT pode ter um melhor efeito na redução de
linfedema, podendo
estimular essa
redução à longo
prazo.
Hassam et al.18Estudo de caso randomizado30Amostra: G1: recebeu tratamento com
fisioterapia padrão e taping. G2: fisioterapia
padrão e braçadeira elástica. O tratamento
ocorreu três vezes por semana, durante 4
semanas. Avaliação: circunferência do membro com linfedema e ADM de ombro
(flexão e abdução).
Houve melhora significativa de ADM de ombro no G1 em relação ao G2, porém o nível do edema reduziu mais no G2 comparado ao G1 (p<0,05).O taping
apresentou
resultados mais
positivos no ganho
de ADM de ombro,
mas não na redução
do linfedema
comparado à
braçadeira elástica.
Taradaj et al.15Estudo de caso randomizado70Amostra: G1: (n=22), receberam aplicação
de taping, DLM e compressão pneumática,
G2: (n=23), bandagem sem efeito
terapêutico, compressão pneumática e
DLM, G3: (n=25), tratamento padrão
(DLM, compressão pneumática e bandagem
multicamada). O tratamento foi feito 3 vezes
por semana, durante 4 semanas. Avaliação:
tamanho do membro, força de preensão e
ADM.
Houve redução no tamanho (G1:
p=0,000118, G2: p=0,000114, G3:
p=0,000002), aumento na preensão (G1
p=0,0034, G2 p=0,0038 e G3 p=0,0002).
Quanto às melhoras na ADM de ombro:
flexão (G1: p=0,00028, G2: p=0,00016 e
G3: p=0,000004), abdução (G1: p=0,00022
G2: p=0,00034 e G3: 0,00006), flexão
horizontal(G1: p=0,00431; G2: p=0,00566,
G3: p=0,00078), extensão horizontal (G1:
p=0,00478, G2: p=0,00412, G3: p=0,00082)
e cotovelo: flexão (G1: p=0,00467, G2:
p=0,02011, G3: p=0,00112).
O taping é um
método eficaz para
reduzir linfedema
pós tratamento de
câncer de mama.
Porém o uso
tradicional de
multicamadas
mostrou melhores
resultados.
Torres Lacomba16Ensaio clínico
randomizado
150Amostra: as mulheres foram divididas em
cinco grupos (n=30). Todas receberam
tratamento com CDT, a diferença foi o tipo
de bandagem ou atadura utilizadas
(multicamadas, multicamadas simplificada,
ataduras coesivas, bandagem adesiva e
taping). A intervenção foi por 3 semanas.
Avaliação: Percentual de excesso de volume
calculado pela fórmula tronco de cone a
partir da circunferência do membro,
sintomas de peso, tensão e conforto da fita.
Houve redução do volume em todas (P<0,001), mas as mais eficazes foram as multicamadas simplificadas (uma camada de bandagem de algodão inelástica e uma de bandagem elástica) (59,5%,) e as ataduras coesivas (46,3%). As ataduras/fitas com a menor diferença foram o taping (4,9%,) e a adesiva (21,7%). Em todas houve redução dos sintomas, sem diferenças entre elas (P<0,001). O taping foi percebido como o mais confortável e a multicamada como menos confortável (P<0,001).As bandagens
multicamadas
simplificadas
parecem ser mais
eficazes e mais
confortáveis que as
multicamadas. O
taping parece ser o
menos eficaz.
Melgaard14Estudo piloto
controlado randomizado
10Amostra: G1: receberam CDT e ataduras
compressivas de baixa elasticidade 5 dias
por semana. G2: CDT e taping 2 vezes por
semana. Ambos por 4 semanas. Após as
intervenções, receberam tratamento com braçadeira elástica. Avaliação:
circunferência nas articulações
metacarpofalangeanas, punho, 8 e 15cm
acima do punho, cotovelo, 10cm acima do cotovelo e deltóide, qualidade de vida com
entrevista, custos e ambiente de trabalho
através de entrevista com os fisioterapeutas.
Na redução de circunferência do membro, ambos tiveram poucos resultados (p>0,05), exceto na medida de punho e cotovelo no G2 (p<0,05). Quanto à qualidade de vida, algumas relataram o taping como confortável, outras reclamaram que as ataduras compressivas não permitiam o uso de roupas habituais e o tratamento com elas era longo. O custo do tratamento no G1 foi de € 1059,75 e no G2 € 432,86. Os fisioterapeutas relataram que o tratamento com bandagem era mais prático e rápido.A CDT com
taping pode ser
uma alternativa à
CDT com atadura
inelástica. O
efeito na
circunferência foi comparável e os outros itens avaliados foram melhores com o taping.
G1: grupo 1; G2: grupo 2; G3: grupo 3; n: número de participantes no estudo; p: significância estatística; DLM: drenagem
linfática manual; AVD’s: atividades de vida diária; ADM: amplitude de movimento; CDT: terapia complexa descongestiva.


Figura 1. Fluxograma das etapas metodológicas empregadas na revisão.
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