TREPANAÇÃO: TÉCNICA QUE CONSISTE EM FURAR O CRÂNIO DO PACIENTE PARA CURAR DOENÇAS MENTAIS

A neurociência evolui da água para o vinho… Se antes procedimentos eram feitos sem anestesia e embasamento científico hoje, são feitos com toda maestria, técnica e total preocupação com o bem estar do paciente.

Temos procedimentos tão sofisticados de cirurgia cerebral que foi possível que um paciente tocasse violão enquanto passava por um procedimento cirúrgico.

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Crânio do período neolítico com trepanação (Foto: Natural History Museum)

Mas afinal, o que é trepanação?

Trepanação vem do grego: trupanon = broca, e nada mais é do que uma intervenção cirúrgica que consiste em fazer uma perfuração no crânio com um trépano, tipo de broca neurocirúrgica. Na antiguidade, ela era praticada com fins religiosos e/ou místicos como exorcismo e até terapêuticos para o tratamento de doenças mentais como epilepsia por exemplo.

Há evidências da presença de trepanação desde o período mesolítico e em quase todas as culturas antigas encontram-se cadáveres com sinais de trepanação, se tornando o mais velho procedimento cirúrgico conhecido.

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Gravura de 1525 mostrando a trepanação (Foto: Peter Treveris/Heironymus von Braunschweig)

Os indícios arqueológicos mostram que nos registros mais antigos eram usadas pedras pontudas e lâminas de obsidiana para fazer a perfuração do crânio, e posteriormente, na era do bronze, quando os humanos aprenderam a manipular metais, já eram utilizados, bisturis e serras primitivas. Mas, somente em 400 a.C. que o pai da medicina Hipócrates, escreveu um tratado sobre o cérebro e revelou mais detalhes sobre a trepanação. Hoje, na medicina atual, a trepanação ainda é usada, mas somente com a finalidade terapêutica e respeitando todos os tratados éticos e protocolos cirúrgicos.


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Sobre a autora

Alana Farias é professora, doutoranda em neurociências e fundadora do Neuro-In, um grupo de consultoria e pesquisa, especializado em ciências cognitivas e comportamento humano. Para conhecer mais do seu trabalho siga-a no Instagram em @neuro.in e no site: http://neuroin.com.br/