A neurociência evolui da água para o vinho… Se antes procedimentos eram feitos sem anestesia e embasamento científico hoje, são feitos com toda maestria, técnica e total preocupação com o bem estar do paciente.
Temos procedimentos tão sofisticados de cirurgia cerebral que foi possível que um paciente tocasse violão enquanto passava por um procedimento cirúrgico.
Mas afinal, o que é trepanação?
Trepanação vem do grego: trupanon = broca, e nada mais é do que uma intervenção cirúrgica que consiste em fazer uma perfuração no crânio com um trépano, tipo de broca neurocirúrgica. Na antiguidade, ela era praticada com fins religiosos e/ou místicos como exorcismo e até terapêuticos para o tratamento de doenças mentais como epilepsia por exemplo.
Há evidências da presença de trepanação desde o período mesolítico e em quase todas as culturas antigas encontram-se cadáveres com sinais de trepanação, se tornando o mais velho procedimento cirúrgico conhecido.
Os indícios arqueológicos mostram que nos registros mais antigos eram usadas pedras pontudas e lâminas de obsidiana para fazer a perfuração do crânio, e posteriormente, na era do bronze, quando os humanos aprenderam a manipular metais, já eram utilizados, bisturis e serras primitivas. Mas, somente em 400 a.C. que o pai da medicina Hipócrates, escreveu um tratado sobre o cérebro e revelou mais detalhes sobre a trepanação. Hoje, na medicina atual, a trepanação ainda é usada, mas somente com a finalidade terapêutica e respeitando todos os tratados éticos e protocolos cirúrgicos.
Sobre a autora
Alana Farias é professora, doutoranda em neurociências e fundadora do Neuro-In, um grupo de consultoria e pesquisa, especializado em ciências cognitivas e comportamento humano. Para conhecer mais do seu trabalho siga-a no Instagram em @neuro.in e no site: http://neuroin.com.br/