OS BENEFÍCIOS DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL EM PÓS-OPERATÓRIO DE ABDOMINOPLATIA

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NILANE BARBOSA GAMA

Trabalho de Conclusão do Curso de Fisioterapia, Faculdade Uninassau, para obtenção do título de Fisioterapeuta.
Orientador: Prof Francisco Carlos Santos Cerqueira.

DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho primeiramente a DEUS, por ser meu porto seguro e depois a minha família, na qual foram essenciais para que essa jornada chegasse até aqui.
OBRIGADA!

AGRADECIMENTO
Ao meu Deus por me sustentar e renovar a fé para chegar até aqui, pois sem Ele nada seria possível. A minha família por todo apoio.
A minha mãe Lourdes e ao meu pai Nilo, que foram verdadeiros guerreiros em lutar por mim, e sempre muito presentes na minha vida.
As minhas cunhadas Shirley e Sheila, ao meu cunhado Sandro que estiveram comigo nos momentos mais difíceis.
Aos meus amigos Susy, Marcio e Lainy que passaram comigo por todos os desafios de estágio, provas e, sempre motivando um ao outro.
Aos professores, meu mestre e orientador Carlos Cerqueira que me auxiliou com muita paciência e disposição.
Em especial ao meu marido Jerry e a minha filha Maria Luiza, nas quais dividir com eles as etapas da minha vida acadêmica, todas as lutas e dificuldades enfrentadas neste percurso, deixo expresso aqui minha gratidão, carinho e amor por todos.

EPÍGRAFE
NÃO QUE SEJAMOS CAPAZES, POR NÓS, DE PENSAR ALGUMA COISA COMO DE NÓS MESMOS; MAS A NOSSA CAPACIDADE VEM DE DEUS.
CORÍTIOS 3:5

RESUMO

A abdominoplastia consiste no conjunto de técnica cirúrgica para remoção de excesso de tecido adiposo, pele, correção das alterações da região abdominal. Este processo cirúrgico causa alterações na circulação linfática causando edemas e outras modificações. A drenagem linfática manual é uma técnica terapêutica que promove a eliminação de líquidos, toxinas, tratando as alterações vasculares, que aceleram o processo de cicatrização. O objetivo desta pesquisa é mostrar os benefícios da técnica de drenagem linfática manual no pós-operatório de abdominoplastia. A metodologia utilizada foi uma revisão bibliográfica na qual foi coletado informações na base de dados, SCIELO (Scientific Eletronic Library Online), LILACS, PUBMED, GOOGLE ACADEMICO.Como resultado concluiu-se a eficácia da técnica de drenagem linfática manual no pós-operatório de abdominoplastia, a técnica aplicada ajuda a diminuição de edema, hematomas, seroma e consequentemente ajuda no processo de cicatrização e proporciona um resultado satisfatório.

Palavras-chaves: abdominoplastia, pós-operatório, drenagem linfática manual

ABSTRACT

Abdominoplasty consists of a set of surgical techniques for removing excess adipose tissue, skin, correcting changes in the abdominal region. This surgical process causes changes in the lymphatic circulation causing edema and other changes. Manual lymphatic drainage is a therapeutic technique that promotes the elimination of fluids, toxins, treating vascular changes, which speed up the healing process. The objective of this research is to show the benefits of the manual lymphatic drainage technique in the postoperative period of abdominoplasty. The methodology used was a bibliographic review in which information was collected in the database, SCIELO (Scientific Electronic Library Online), LILACS, PUBMED, GOOGLE SCHOLAR. As a result, the efficacy of the manual lymphatic drainage technique in the postoperative period of abdominoplasty is concluded, the applied technique helps to decrease edema, hematomas, seromas and consequently helps in the healing process and provides a satisfactory result.

Keywords: abdominoplasty, postoperative, manual lymphatic drainage.

3. INTRODUÇÃO

O mundo de forma geral impõe um padrão de mulher perfeita, sem rugas, olheiras, gorduras, entre outros padrões, levado por uma era de digitais e artistas que influenciam ainda mais nessa proposta de beleza perfeita e crescente nos procedimentos estéticos e cirúrgicos.

De acordo com uma pesquisa divulgada em dezembro de 2019 pela ISAPS – Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética, no ano de 2018, o Brasil registrou a realização de mais de 1 milhão de cirurgias plásticas, além de 969 mil procedimentos estéticos não cirúrgicos.  Estes números fazem com que o nosso país se torne o campeão entre os países que mais realizam procedimentos estéticos no mundo.

A atuação da fisioterapia no pós-operatório de abdominoplastia vem crescendo e muito tem contribuído prevenindo ou tratando as respostas advindas das intervenções cirúrgicas (SANTOS; CÂNDIDO; SILVA, 2013).

Coutinho (2006) Dentre os recursos indicados para possibilitar a melhora na recuperação do ato cirúrgico, está a drenagem linfática manual

A Drenagem Linfática Manual drena os líquidos excedentes que banham as células, mantendo, dessa forma, o equilíbrio hídrico dos espaços intersticiais. A DLM também é responsável pela evacuação dos dejetos provenientes do metabolismo celular e configura-se como uma técnica complexa, representada por um conjunto de manobras muito específicas, que atuam basicamente sobre o sistema linfático superficial, visando drenar o excesso de líquido acumulado no interstício, nos tecidos e dentro dos vasos, através das anastomoses superficiais linfáticas áxilo-axilar e áxilo-inguinal. Leduc (2000 apud AMARAL; SATO; SIMÕES, 2016).

Diante do exposto esse trabalho realizado por meio de revisão bibliográfica tem por finalidade destacar os benefícios da drenagem linfática manual no pós-operatório de abdominoplastia, delimitado a mulheres adultas. Descreve se o processo cirúrgico, a técnica de drenagem e a atuação do fisioterapeuta dermato-funcional no pós-operatório de abdominoplastia.

As informações foram coletadas por meio de bases eletrônicas, site, revistas e artigos científicos e chega-se a conclusão de que é eficaz a aplicação da técnica de DLM em pacientes submetidas a cirurgias plásticas, pois proporciona uma melhor recuperação, diminuição do quadro álgico, melhor cicatrização e minimiza danos.

Este artigo está dividido em cinco capítulos, contendo em seu primeiro a descrição do pós operatório de abdominoplastia; orientações quanto aos cuidados e possíveis danos oriundo deste processo; No segundo trata-se de expor os benefícios provenientes do uso da técnica da DLM no pós cirúrgico; o quarto capítulo propõe o conhecimento da atuação e importância do fisioterapeuta dermato funcional no processo de pós operatório e, por fim a conclusão de todo este artigo.

4. DESENVOLVIMENTO

4.1 PÓS OPERATÓRIO DE ABDOMINOPLASTIA

As principais orientações pós-operatórias são fundamentais na recuperação dos pacientes nos próximos 10 dias. Entretanto, envolvem o controle da dor por meio de analgésicos; a postura (deve-se apoiar com três travesseiros a região posterior das costas, deixando a cabeceira elevada a 30 graus e a posição de joelhos deve ser dobrada com pernas ligeiramente elevadas por três travesseiros – posição de canivete), se for deitar de lado, tomar cuidado para manter os joelhos dobrados e as pernas flexionadas e na postura em pé, parada ou andando, inclinar o tronco para frente em torno de 15°; curativos e drenos; uso do modelador abdominal e da espuma por 30 dias; massagem nas cicatrizes, retorno e retirada dos pontos (15 a 21 dias) (CABRAL, 2011).

Segundo Guirro e Guirro (2002), o pós-cirúrgico de abdominoplastia pode apresentar algumas complicações pós-cirúrgicas locais, sendo as mais comuns: deiscências, hematomas, seromas, infecções na cicatriz cirúrgica, alterações cicatriciais, assimetrias, retrações. Além dessas, pode ocorrer irregularidades na parede abdominal, necrose cutânea gordurosa, desvios laterais do umbigo, elevação dos pelos pubianos.

O edema, segundo Guirro e Guirro (2004), é um acúmulo excessivo de fluidos nos tecidos, sendo altamente benéfico, pois é uma resposta do organismo sinalizando que há indícios sobre a reparação tecidual. Compreende-se que é o acúmulo de líquidos nos espaços intercelulares. Este líquido do edema provém do sangue e é formado essencialmente por água, proteínas, lipoides e sais. Ao examinarmos um caso de edema, devemos levar em consideração dois fatores principais: a extensão da área abrangida e as características locais.

De acordo com Lopes (2006, p. 82-83), no pós-operatório, a DLM “contribui para uma recuperação mais rápida, alivia a pressão provocada pelo edema, facilita o escoamento da linfa, melhora, estimula fibroblastos na mitose das células colágenas e elásticas, remove os resíduos metabólicos etc”

4.2 DRENAGEM LINFATICA MANUAL

A drenagem linfática é uma massagem terapêutica que atua no sistema linfático promovendo a limpeza do organismo através da eliminação de líquidos acumulados no organismo, reabsorvendo as toxinas e consequentemente auxiliando na redução de medidas (FONSECA, et al 2019)

Souza (2009) afirma que a DLM estimula a circulação linfática, elimina toxinas e nutre tecidos, melhora a defesa e a ação anti-inflamatória faz com que o período de recuperação do pós-operatório seja muito mais rápido, evitando longas limitações.

A Drenagem Linfática Manual (DLM), como terapia não evasiva, que tem influência direta no sistema imunológico e vascular melhorando o edema, o desconforto do quadro álgico, da congestão tecidual, do retorno precoce da sensibilidade cutânea e principalmente no pós-operatório imediato cuidando da prevenção do edema e da fibrose (SILVA, 2016)

A drenagem linfática manual no pós-operatório possibilita: melhora significativa na textura da pele, diminuição do edema, ausência de nodulações fibróticas no tecido subcutâneo, minimização de possíveis aderências teciduais, auxilia no processo de cicatrização, redução das áreas com hipoestesias, redução de hematomas e equimoses, além de melhorar a circulação venosa e linfática e o tônus muscular (BATISTA; MEJIA, 2015, p. 11).

Dentro das fundamentações gerais sobre a drenagem linfática manual, para a aplicação desse recurso de maneira adequada, deve-se respeitar a anatomia e a fisiologia do sistema linfático, além da integridade dos tecidos superficiais. Para tanto, a drenagem linfática manual precisa ser realizada de forma suave, lenta e rítmica, sem causar dor, danos ou lesões aos tecidos do paciente (TACANI e TACANI, 2008)

4.3 A FISIOTERAPIA DERMATO FUNCIONAL

A fisioterapia dermato-funcional tem sido amplamente recomendada pelos cirurgiões plásticos como forma de tratamento para as cirurgias plásticas. É no pós-operatório que a fisioterapia apresenta sua maior atuação e o planejamento do tratamento é variável e depende das características individuais de cada cirurgia (BORGES, 2010).

A Fisioterapia Dermato-Funcional tem o objetivo de prover a recuperação físico-funcional dos distúrbios endócrino/metabólitos, dermatológicos e musculoesqueléticos (BORGES, 2006).

A fisioterapia dermato-funcional, em conceitos científicos sólidos muito tem contribuído tanto no pré quanto no pós-operatório, prevenindo e/ou tratando as respostas advindas das intervenções cirúrgicas, possibilitando ainda a diminuição da ansiedade pós-operatória (GUIRRO E GUIRRO, 2002).

Segundo Polden e Mantle (2005) o principal objetivo da fisioterapia no pós-operatório é visar à recuperação funcional em curto prazo e sem complicações. O estímulo, a assistência e o maior grau de instrução sobre a execução correta das atividades complementares a serem seguidas só beneficiarão o retorno prévio da função corpórea.

Já para Borges (2010) o tratamento fisioterapêutico no pós-cirúrgico possibilita uma melhora significativa na textura, ausência de nodulações fibróticas no tecido subcutâneo, redução do edema, minimização de possíveis aderências teciduais, bem como maior rapidez na recuperação das áreas hipoestésicas, ou seja, não só possibilita uma redução das prováveis complicações, como também o retorno do paciente mais rapidamente ao exercício por meio do aumento do aporte circulatório e amenizar a angustia e a ansiedade do paciente no período de recuperação.

Os sintomas do pós-operatório podem ser reduzidos pelo atendimento da fisioterapia através da drenagem linfática manual. Pode ser observada a diminuição do edema e hematomas, com o favorecimento da neoformação vascular e nervosa. Ainda mais poderá prevenir ou minimizar a formação de cicatriz hipertrófica ou hipotrófica, retrações e queloides (LEDUC, GUIRRO e GUIRRO apud SOARES LMA et al, 2005).

4.4 ANALISE E DISCUSÃO DOS RESULTADOS

De acordo com Borges (2006), o contato entre o fisioterapeuta e o cirurgião plástico é essencial para promover um resultado cirúrgico bem sucedido necessitando do conhecimento não só do cirurgião como também do fisioterapeuta sobre a técnica da cirurgia e da fisiopatologia do pós-operatório, planejando assim, um tratamento adequado e diminuindo as intercorrências.

A drenagem linfática manual aplicada após a cirurgia pode prevenir complicações, auxiliar na reparação de ferimentos (cicatrização) e minimizar edema, efetivando uma recuperação mais rápida no pós-cirúrgico e dando condição ao paciente de voltar as suas atividades normais em um menor intervalo de tempo. É uma técnica sistematizada, onde os movimentos devem ter uma sequência pré-determinadas. (GODOY E GODOY, 2005).

BORGES (2006) afirma que em grande maioria das intervenções cirúrgicas estéticas ou reparadoras, tem grande necessidade da drenagem linfática manual, por motivo da destruição dos vasos e nervos causados por esses procedimentos, causando edema, dor e diminuição da sensibilidade cutânea, gerando desconforto ao paciente. Com a drenagem linfática manual no pós-operatório imediato há uma melhora tanto do desconforto quanto do quadro álgico.

Em síntese, Navegantes, Corrêa e Santos (2016) consideram a DLM como uma das formas terapêuticas auxiliarem mais eficaz em tratamentos pré e pós-cirúrgicos, uma vez que estimula a reação do organismo às agressões sofridas pela intervenção estética obtendo assim melhores resultados.

O tratamento deve ser iniciado ainda na fase aguda, já que a DLM é um recurso para tratar consequências de alterações vasculares, características da fase inicial quando ocorre o reparo tecidual e o edema.

5. CONCLUSÃO

A cirurgia plástica apresenta um processo na qual há uma modificação no organismo, rompimento de vasos e nervos, causando acumulo de líquidos, tecido cicatricial e dor. A técnica de drenagem linfática manual, realizada no pós-operatório, auxilia na recuperação de pacientes submetidos a este processo, havendo uma eficácia no resultado final, minimizando danos, ajudando na circulação sanguínea e no processo de cicatrização.

Os estudos aqui apresentados mostram a importância do paciente ser submetido a tratamento e cuidados no pós operatório, prevenindo assim de possíveis resultados indesejados.

Imposto que uma das melhores técnicas utilizadas pelo fisioterapeuta nesta fase da abdominoplastia é a drenagem linfática manual, e os resultados são benéficos, trazendo ao paciente um menor tempo de internação, menor risco de produção excessiva de liquido e outros fatores advindos do processo cirúrgico.

A não aplicação ou de forma tardia da drenagem linfática manual, podem causar danos, acumulo tecidual, líquidos, tempo prolongado na recuperação, até mesmo um resultado insatisfatório, é necessário que haja um acompanhamento de um profissional adequado e imediato.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Rev. Feridas, Dr Pedro lozano, Brasil é o país que mais realiza cirurgias plásticas no mundo edição 41,março./abril, 2020

MEJIA, D, A importância da técnica de drenagem linfática manual no tratamento pós-operatório de abdominoplastia. Disponível em: https://portalbiocursos.com.br/. Acesso em 3 de março de 2020.

ZANELLA, A. I; RUCKL, S.; VOLOSZIN, M. A importância da drenagem linfática manual no pós-operatório da abdominoplastia. 2011. Disponível em: http://siaibib01.univali.br/pdf/Betina%20Zanella,%20Suelen%20Ruckl.pdf . Acesso em: 2 de março de 2020

DA SILVA, C.. ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NO PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO DE ABDOMINOPLASTIA. Revista Visão Universitária, 3, dez. 2015. Disponível em: <http://www.visaouniversitaria.com.br/ojs/index.php/home/article/view/66>. Acesso em: 28 Set. 2020

CHI, A., OLIVEIRA A.V.M, RUTH A.C, SCHLEDER J.C; O uso do linfotaping, terapia combinada e drenagem linfática manual sobre a fibrose no pós-operatório de cirurgia plástica de abdome.2016. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-879053. Acesso em: 2 de setembro de 2020.

ARRUDA, J. M. DE; LANZIANI, R.; SILVA, S. M. DA. Atuação fisioterapêutica pós-operatório de abdominoplastia total. Revista Miríade Científica , v. 4, n. 1, 22 ago. 2019.

BATISTA, A.T.D; GARCIA, K.V; COSTA, M.F; COLOMBI, B. M. Drenagem linfática manual histórico, método e eficácia. Revista Maiêutica, Indaial, v. 1, n. 01, p. 35-40, 2017

COUTINHO, M.M; DANTAS, R.B; BORGES, F.S; SILVA, I.C. A importância da atenção fisioterapêutica na minimização do edema nos casos de pós operatório de abdominoplastia associado a lipoaspiração de flancos. Revista fisioterapia ser, Ano 1 – nr 4 – out/nov/dez 2006.

7. LISTA DE FIGURAS E ABREVIATURAS

DLM: DRENAGEM LINFATICA MANUAL