ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA NO CONTROLE DA DOR MUSCULOESQUELÉTICA

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Dr. Fábio Souza Cupti (RJ)

Fisioterapeuta da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ e da Universidade Federal Fluminense – UFF; Mestre em Ciências pela UFRJ; Especialização em Eletrotermofototerapia pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE.

Contextualização: Entre as diversas formas de tratamento existentes para controle da dor musculoesquelética, a estimulação elétrica destaca-se como uma opção eficaz que possui diversas vantagens. Sua aplicação mais comum é de modo não invasivo, através de eletrodos transcutâneos, mas também pode ser utilizada através de eletrodos percutâneos, associada a técnicas como dry needling e acupuntura. Os equipamentos são relativamente baratos e apresentam excelente portabilidade, para uso em diferentes cenários de tratamento e ainda possibilitam o auto tratamento sob orientação do fisioterapeuta.

Desenvolvimento: Existem diversas correntes terapêuticas indicadas para o tratamento da dor, que quando adequadamente programadas, conseguem auxiliar significativamente no alívio sintomático da dor. A estimulação elétrica possui poucas contraindicações e não interage com medicamentos. As correntes de melhor custo-benefício são as de baixa frequência, destacando-se especialmente a bifásica simétrica e a bifásica assimétrica, que são comumente utilizadas em equipamentos de TENS. No entanto, há opções de média frequência de eficácia similar, como a interferencial e a aussie. A desvantagem dessas últimas está especialmente no custo mais elevado, além de serem um pouco mais complexas para a utilização. A aussie é uma corrente ainda pouco conhecida pelos profissionais e menos pesquisada em pacientes com dor não experimental.

A escolha do equipamento ideal deve levar em conta o tipo de uso, qualidade da construção, confiabilidade nos parâmetros programados (precisão), interface simples para ajuste dos parâmetros e o custo. Os equipamentos microprocessados devem ser preferidos em relação aos analógicos, que são menos precisos.

Há evidências de eficácia terapêutica na literatura tanto para dor musculoesquelética aguda quanto crônica. Também há pesquisas em diversos tipos de lesões e doenças, que garantem a sua segurança e eficácia. Entretanto, é importante lembrar que a estimulação elétrica é apenas parte do tratamento. Quando bem indicada e aplicada, pode contribuir para a recuperação funcional dos pacientes, permitindo ou facilitando a cinesioterapia e a terapia manual. Deste modo, a estimulação elétrica muitas vezes só tem indicação em uma determinada fase do tratamento, enquanto em determinados casos, pode ser um tratamento mais prolongado.

Os principais mecanismos de ação da técnica são a teoria das comportas e a liberação de opióides endógenos. A escolha dos parâmetros determina qual mecanismo de ação será mais ativado durante o tratamento.

Considerações finais: O mercado oferece diferentes equipamentos de estimulação elétrica voltados para o controle da dor. Cabe ao profissional selecionar o melhor se adequa a suas necessidades e de seus pacientes. Para a maior eficácia da técnica é importante conhecer os diversos modos de aplicação e em alguns casos adaptá-los as preferências do paciente, sempre avaliando e ajustando individualmente o equipamento.

Leitura complementar:

Johnson M, Martinson M. Efficacy of electrical nerve stimulation for chronic musculoskeletal pain: a meta-analysis of randomized controlled trials. Pain. 2007;130(1-2):157-165. doi:10.1016/j.pain.2007.02.007.

Almeida CC, Silva VZMD, Júnior GC, Liebano RE, Durigan JLQ. Transcutaneous electrical nerve stimulation and interferential current demonstrate similar effects in relieving acute and chronic pain: a systematic review with meta-analysis. Braz J Phys Ther. 2018;22(5):347-354.

Johnson MI, Paley CA, Howe TE, Sluka KA. Transcutaneous electrical nerve stimulation for acute pain. Cochrane Database Syst Rev. 2015;(6):CD006142. Published 2015 Jun 15. doi:10.1002/14651858.CD006142.pub3.

Zhu Y, Feng Y, Peng L. Effect of transcutaneous electrical nerve stimulation for pain control after total knee arthroplasty: A systematic review and meta-analysis. J Rehabil Med. 2017;49(9):700-704. doi:10.2340/16501977-2273.

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