FUNCIONALIDADE DE IDOSOS QUE CONVIVEM COM HIV/AIDS

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Dra. Vívian Pinto de Almeida (RJ)

Doutora em Ciências da Reabilitação – UNISUAM; Fisioterapeuta do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle.
PALESTRANTE CONFIRMADA

Contextualização: Chamar a atenção do fisioterapeuta para a perda da funcionalidade de pessoas com HIV/AIDS, principalmente na população idosa, que vêm crescendo nos últimos anos.

Desenvolvimento: Em geral, o diagnóstico do HIV/AIDS em indivíduos idosos é feito após extensas investigações e exclusão de outras doenças. A maior longevidade da população, o não uso de preservativos e a elevação da expectativa de vida proporcionada pela terapia antirretroviral (TARV) estão entre os fatores que podem explicar o aumento da infecção pelo HIV em idosos. Porém, o uso prolongado da terapia está associado a efeitos adversos e complicações metabólicas, neuropsiquiátricas, cognitivas, motoras e funcionais. Outros dados sugerem que, além da fragilidade, a infecção pelo HIV é fator de risco para outras síndromes geriátricas como quedas, incontinência, alterações cognitivas e delirium em idosos com HIV. As perdas cognitivas podem ser leves, moderadas ou graves e estão associadas a menor adesão ao tratamento, limitações para AVD, prejuízos sociais e piora da qualidade de vida. Os mecanismos que explicariam essa associação são: desregulação imune, inflamação crônica, toxicidade gerada pelo uso da TARV, incapacidade cognitiva e comportamentos sociais de risco. A funcionalidade está relacionada à autonomia e à independência para realizar as atividades de vida diária (básicas e instrumentais). Autonomia é a capacidade de tomar decisões por meios próprios e depende do humor e da cognição. Já a independência é a capacidade de realizar atividades cotidianas sem auxílio e depende da mobilidade e da comunicação. O desempenho nas atividades de vida diária pode ser mensurado através de questionários e escalas aplicados ao próprio indivíduo ou ao familiar e/ou cuidador. Questionários comumente utilizados na avaliação das AVD são o Índice de Katz e a escala de Lawton & Brody.

Considerações finais: É de vital importância que o fisioterapeuta consiga avaliar a funcionalidade de idosos que convivem com o HIV para prescrever a melhor conduta terapêutica para recuperação das suas AVD e da qualidade de vida.

Leitura complementar:

Brañas F, Jiménez Z, Sánchez-Conde M, Dronda F, Quirós JCL, Pérez-Elías MJ, Miralles P, Ramírez M, Moreno A, Berenguer J, Moreno S. Frailty and physical function in older HIV-infected adults. Age Ageing. 2017;46(3):522‐526. doi:10.1093/ageing/afx013.

Halloran MO, Boyle C, Kehoe B, Bagkeris E, Mallon P, Post FA, Vera J, Williams I, Anderson J, Winston A, Sachikonye M. Polypharmacy and drug-drug interactions in older and younger people living with HIV: the POPPY study. Antivir Ther. 2019;24(3):193‐201. doi:10.3851/IMP3293.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para manejo da infecção pelo HIV em adultos. 1.ed. Brasília; Ministério da Saúde, 2018.

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