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Dr. Thiago da Silva Rocha Paz (RJ)
Professor Substituto da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ; Doutorando e Mestre EEFD/UFRJ; Membro da Câmara Técnica de Fisioterapia Traumato-ortopédica CREFITO 2; Membro Diretoria regional RJ ABRAFITO; Membro Diretoria nacional ABRAFIN; Membro GEDOPA/UFRJ.
PALESTRANTE CONFIRMADO
Contextualização: A dor é uma condição presente na vida de muitas pessoas. Muito comum em consultórios e clínicas, dentro da Fisioterapia Traumato-ortopédica e Neurofuncional, todos os dias chegam inúmeros casos de pacientes que têm como queixa principal alguma dor. O modelo biomédico associa dor a uma lesão em alguma estrutura, buscando então diagnosticar qual tecido apresenta esse comprometimento, e costumeiramente com um olhar pontual, para a região da dor. A área de investigação se resume à área de queixa. Mas será que esse olhar é o mais assertivo?
Desenvolvimento: O modelo biopsicossocial, presente na Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), aborda uma interligação de componentes sociais e psicológicos como variáveis a serem consideradas na avaliação de indivíduos com dor. Esse conceito traz um olhar atento para aspectos, muitas das vezes, negligenciados dentro do modelo biomédico. E vai além. Não mais considera a necessidade da existência de uma lesão específica, como causa de dor. Dentro desse raciocínio, o conceito de cadeias surge como uma possibilidade interessante a ser considerada.
Todavia, para ficar mais claro o entendimento, vale exemplificar. Quando na existência de uma dor no joelho, como queixa principal do paciente ao subir/descer escadas e ao sentar-se, quais regiões deveríamos avaliar? Apenas o joelho? E por quê? As duas atividades relatadas como situações que levam à dor, não demandam biomecanicamente, apenas dos joelhos, mas também exigem mobilidade dos tornozelos, quadris e coluna lombar, por exemplo. Dentro desse cenário, deve ser avaliada a mobilidade dessas articulações e investigar possíveis tensões musculares nos grupamentos envolvidos. E ao detectar alterações, como uma diminuição de ADM de dorsiflexão, tensão alterada em região poplítea e de panturrilha, diminuição de ADM de coxofemoral, deve ser considerado intervir nessas regiões, buscando melhorar a mobilidade, reavaliando assim, dentro das atividades relatadas.
Considerações finais: Vale a reflexão de que talvez o joelho não seja a causa da dor, e sim uma região que está sofrendo uma demanda mecânica maior, a partir de déficits de mobilidade de articulações adjacentes. Esse raciocínio pode ser extrapolado para outras regiões do corpo.
Leitura complementar:
World Health Organization. How to use the ICF: A practical manual for using the International Classification of Functioning, Disability and Health (ICF). Exposure draft for comment. October 2013. Geneva: WHO. Disponível em: https://www.who.int/classifications/drafticfpracticalmanual.pdf
Wijma AJ, van Wilgen CP, Meeus M, Nijs J. Clinical biopsychosocial physiotherapy assessment of patients with chronic pain: The first step in pain neuroscience education. Physiother Theory Pract. 2016;32(5):368‐384. doi:10.1080/09593985.2016.1194651.
Lima YL, Ferreira VMLM, de Paula Lima PO, Bezerra MA, de Oliveira RR, Almeida GPL. The
association of ankle dorsiflexion and dynamic knee valgus: A systematic review and meta-analysis. Phys Ther Sport. 2018;29:61‐69. doi:10.1016/j.ptsp.2017.07.003.