ELETROTERMOFOTOTERAPIA EM ONCOLOGIA

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Dra. Laura Rezende (MG)
Fisioterapeuta, Especialista em Fisioterapia Aplicada à Saúde da Mulher pela Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, Mestre e Doutora em Tocoginecologia pela UNICAMP, Pós-doutora pelo Departamento de Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia da Universidade Estadual Paulista \”Júlio de Mesquita Filho\” (UNESP), Docente do Curso de Graduação em Fisioterapia do Centro Universitário das Faculdades Associadas de Ensino de São João da Boa Vista – UNIFAE.

PALESTRANTE CONFIRMADA

Contextualização: O uso de agentes físicos, como recursos de eletrotermofototerapia, para tratamento de disfunções musculoesqueléticas não é um assunto novo na Fisioterapia e seus benefícios são indiscutíveis. No entanto, seu uso no paciente com histórico oncológico sempre foi motivo de intensas discussões entre os profissionais, principalmente por questões de segurança que consequentemente restringem a possibilidade de tratamento destes pacientes. Quando discutimos o uso da corrente elétrica e da fotobiomodulação para modular qualquer resposta biológica precisamos entender seus parâmetros, efeitos no tecido alvo e tecido adjacente, efeito sistêmico e custo-efetividade da aplicação.

Desenvolvimento: A eletroterapia isolada raramente se apresenta como a intervenção mais apropriada e sim, na maioria das vezes, como complemento de um programa de reabilitação, entretanto é um recurso valioso que precisa ser melhor difundido e esclarecido para o uso em pacientes oncológicos. Muitas contra indicações são baseadas na falta de informação nos estudos quanto à segurança da aplicação ou na evidência da atuação. Bem indicada, complicações como dor, linfedema, neuropatia periférica, incontinência urinária e fecal, radiodermite, mucosite, trismo, xerostomia, sarcopenia, estenose vaginal podem ser melhor controladas com o uso de recursos de eletrotermofototerapia. Há grande diversidade de fontes de energia utilizadas (eletromagnética, eletrofísica; etc) sendo que cada uma apresenta uma resposta biológica diferente, portanto, os benefícios fisiológicos e terapêuticos são alcançados em diferentes tecidos. Uma similaridade é que todas afetarão a energia da célula. Novas modalidades de eletroterapia são introduzidas no ambiente clínico com regularidade, mas muitas vezes, eles não são totalmente evidenciados quanto ao seu modo de ação, nem sua eficácia fisiológica e/ou terapêutica.

Considerações finais: Pesquisas básicas e clínicas são essenciais para avaliar essas intervenções antes que a aplicação generalizada seja apropriada, porque ao avaliar a forma de energia que está sendo entregue ao paciente, é possível predizer seu tecido alvo preferencial e, portanto, suas áreas de aplicação potencialmente mais eficazes.

Leitura complementar:
Hamblin MR, Nelson ST, Strahan JR. Photobiomodulation and Cancer: What Is the Truth? Photomed Laser Surg. 2018 May;36(5):241-245. doi: 10.1089/pho.2017.4401.

Rezende L, Lenzi J. Eletrotermofototerapia em Oncologia. 1ª edição. Editora Thieme Revinter. 2020.

Wilson CM, Stanczak JF. Palliative Pain Management Using Transcutaneous Electrical Nerve Stimulation (TENS). Rehabilitation Oncology. 2020 Jan.;38(1): E1-E6. doi: 10.1097/01.REO.0000000000000188