FATORES DE RISCOS PARA CORREDORES AMADORES E PROFISSIONAIS E SUAS INFLUÊNCIAS NA PERFORMANCE DO ATLETA NA PRÁTICA ESPORTIVA: REVISÃO DE LITERATURA

RISK FACTORS FOR AMATEUR AND PROFESSIONAL RUNNERS AND THEIR INFLUENCE ON ATHLETE PERFORMANCE IN SPORTS PRACTICE: A LITERATURE REVIEW

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202511181205


Antônio Alves Cavalcante Júnior
Thais Alessandra Sampaio Freire
Jéssica Farias Macedo


Resumo

Introdução: A corrida é uma das modalidades esportivas mais praticadas no mundo, porém, o aumento da sua popularidade está associado também ao crescimento da incidência de lesões, que podem comprometer a performance esportiva e a saúde dos praticantes. Objetivo: identificar os principais fatores de risco que influenciam a performance de corredores amadores e profissionais, bem como analisar suas implicações para a prevenção de lesões. Materiais e método: Revisão de literatura baseada em artigos publicados nos últimos dez anos, coletados em bases de dados como PubMed, Scielo, ScienceDirect e e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Foram incluídos estudos que abordam fatores intrínsecos e extrínsecos associados a lesões em corredores. Foram excluídos estudos envolvendo atletas com mais de 60 anos e modalidades distintas da corrida. Resultados: A análise evidenciou que fatores intrínsecos, como histórico de lesões, idade, sexo, índice de massa corporal elevado e alterações biomecânicas, associam-se a maior risco de lesões. Entre os fatores extrínsecos, destacam-se alto volume e intensidade de treino, tipo de calçado, superfície de corrida e falhas no planejamento do treinamento. Esses fatores impactam diretamente a performance esportiva, comprometendo tanto corredores amadores quanto profissionais. Conclusão: O risco de lesões em corredores está relacionado à interação entre fatores intrínsecos e extrínsecos. Identificar tais fatores é fundamental para orientar estratégias de prevenção, favorecendo melhor desempenho e longevidade esportiva.

Palavras-chave: Corrida. Lesões em corredores. Fatores de risco na corrida. Fisioterapia esportiva.

Abstract

Background: Running is one of the most practiced sports worldwide; however, its popularity has also been linked to an increased incidence of injuries, which may compromise athletic performance and health. Pourpose: To identify the main risk factors that influence the performance of amateur and professional runners and analyze their implications for injury prevention. Methods: A literature review was conducted using articles published in the last ten years, retrieved from PubMed, Scielo, ScienceDirect, and Google Scholar databases. Studies addressing intrinsic and extrinsic factors associated with running injuries were included, while those involving athletes over 60 years old and other sports modalities were excluded. Results: Findings indicate that intrinsic factors such as injury history, age, sex, high body mass index, and biomechanical alterations are strongly associated with injury risk. Extrinsic factors such as high training volume and intensity, footwear type, running surface, and inadequate training planning also contribute significantly. These factors directly impact sports performance, affecting both amateur and professional runners. Conclusion: The risk of injuries in runners is linked to the interaction of intrinsic and extrinsic factors. Identifying these factors is essential to guide preventive strategies, improving performance and sports longevity.

Keywords: Running. Runner injuries. Running risk factors. Sports physiotherapy.

1  INTRODUÇÃO

Os fatores de risco para lesões na corrida estão relacionados principalmente ao tempo de exposição e às cargas de treinamento. Lesões por alto volume ocorrem quando os tecidos são submetidos a esforços repetitivos acima de sua capacidade de suporte. É essencial avaliar o tempo de corrida em relação ao tempo de recuperação necessário. As cargas externas envolvem distância, duração e intensidade, enquanto as internas referem-se às respostas fisiológicas, como frequência cardíaca e esforço percebido. A carga interna influencia diretamente o condicionamento e o desempenho. Portanto, ambas devem ser consideradas no planejamento de treinos e reabilitação para prevenir lesões (Barton CJ, 2016).

As patologias mais agudas na corrida são incomuns e quando ocorrem, geralmente envolvem danos musculares, entorses ou lesões superficiais na pele, como bolhas e escoriações. A corrida tem uma demanda repetitiva, está entre as modalidades esportivas mais cresce no mundo e consequentemente crescem as lesões, especialmente nas regiões lombar e nos membros inferiores. Alguns fatores de riscos em corredores podem ser listados em três categorias: fatores individuais (como idade, sexo, características corporais e predisposição genética), fatores relacionados ao treinamento (incluindo volume de treinos, quilometragem e tipo de calçado utilizado), e fatores ligados à saúde (como histórico de doenças, hábitos como o tabagismo e lesões prévias (Zadpoor, 2015).

As lesões na prática dão corrida apresenta um problema para seus praticantes, mas não só problemas físicos, mas psicológicos, econômicos e sociais, isso impacta em um praticante dá atividade ter uma lesão. Outros parâmetros para avaliar como, como histórico de lesões, histórico no esporte e falhas na condução dos treinamentos (Lacey, 2019).

Fatores intrínsecos, como histórico de lesão nos últimos 12 meses, aumentam o risco para novas fratura, especialmente em corredores diabéticos e atletas do sexo feminino, demonstram o mesmo rico de lesão. Já os fatores de riscos extrínsecos estão relacionados pelo o erro treinamento, como falta de preparação adequa da, altos volumes e intensidades excessivas, que elevam o risco de lesão, com uma maior prevalência em atletas mulheres (Raghunandan, 2021).

Observado aumento de volume e ritmo de corrida, é de se levar em consideração na hora de investigar lesões relacionadas a corrida. Atleta e treinador concordando com esse aumento de volume são contribuintes para um desenvolvimento de lesão, não apresenta evidências significativas de atletas para direcionar se é ritmo ou volume de corrida que são os mentores ao atleta ter uma lesão, o conjunto pode ocasionar uma futura (Daniel Ramskov, et al., 2022).

A corrida é uma das modalidades esportivas mais praticadas e traz inúmeros benefícios à saúde. Entretanto, o aumento do número de praticantes tem sido acompanhado por maior incidência de lesões, muitas vezes relacionadas à sobrecarga, falhas no treinamento e falta de orientação fisioterapêutica. Diante disso, este estudo se justifica pela necessidade de identificar os principais fatores de risco que influenciam a integridade física e o desempenho de corredores amadores e profissionais.

O presente estudo tem como objetivo geral identificar e analisar os principais fatores de risco que influenciam a performance de corredores amadores e profissionais, destacando suas implicações na prevenção de lesões e na melhora do desempenhoesportivo. Busca-se, por meio de uma revisão integrativa da literatura, reunir evidências atualizadas que contribuam para o aprimoramento das práticas fisioterapêuticas e estratégias de treinamento voltadas à saúde e ao rendimento dos atletas.

2  MATERIAIS E MÉTODO

Trata-se de uma revisão de literatura realizada nas bases PubMed, SciELO e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), no período de julho a agosto de 2025. A estratégia de busca incluiu descritores em português e inglês, tais como: “corrida”, “lesões em corredores”, “fatores de risco na corrida”, “fisioterapia esportiva”, “running”, “runner injuries”, “running risk factors” e “sports physiotherapy”, combinados por operadores booleanos quando necessário para garantir abrangência e precisão na recuperação dos estudos relevantes.

Foram incluídos estudos publicados nos últimos 5 anos que abordassem lesões associadas a corrida, fatores psicológicos, fatores sociais e histórico de lesões prévias em corredores. Como critérios de exclusão, foram considerados estudos que envolveram atletas com idade inferior a 60 anos, bem como aqueles que investigassem modalidades esportivas diferentes da corrida, garantindo o foco na população e contexto específicos do estudo.

A coleta dos dados seguiu critérios de padronização e reprodutibilidade, assegurando que os estudos selecionados pudessem ser organizados de forma sistemática e analisados de maneira crítica. Os resultados serão sintetizados em tabelas descritivas, permitindo a identificação dos principais fatores de risco, padrões de lesão e intervenções fisioterapêuticas aplicáveis à prática esportiva de corredores.

3  RESULTADOS 

Foram identificadas 235 referências nas bases de dados BVS (n=37) e PubMed (n=198), não sendo encontrados estudos na base SciELO. Após a exclusão de 28 artigos duplicados, 207 estudos permaneceram para análise inicial. Desses, 195 foram excluídos, sendo 188 por não apresentarem relação direta com o tema proposto “fatores de risco para corredores amadores e profissionais e suas influências na performance do atleta na prática esportiva” e 7 por não responderem à pergunta norteadora da pesquisa. Assim, 12 artigos foram selecionados para leitura completa, e 7 foram excluídos nessa etapa por não atenderem aos critérios de inclusão. Dessa forma, 5 artigos compuseram a amostra final desta revisão, conforme demonstrado no fluxograma a seguir.

Figura 1 – Síntese dos estudos incluídos na revisão

A síntese dos estudos incluídos na revisão encontra-se no quadro 1.

Quadro 1 – Síntese dos estudos incluídos na revisão

Autores/An oTipo de estudoObjetivo geralSíntese da metodologia utilizadaSíntese dos resultados obtidos
Correia et al., 2024    Revisão sistemática tipo umbrella reviewIdentificar e sintetizar os principais fatores de risco associados a lesões relacionadas à corrida em diferentes populações de corredores.Revisão de revisões sistemáticas em bases internacionais, avaliando variáveis biomecânicas, de treinamento e individuais.Os principais fatores de risco identificados foram volume e intensidade excessivos de treino, histórico prévio de lesões e desequilíbrios biomecânicos.
Van Poppel et al., 2021    Revisão sistemáticaInvestigar fatores de risco para lesões por sobreuso em corredores de curta e longa distância.Revisão de estudos longitudinais e transversais, analisando variáveis antropométricas e de treinamento.O histórico de lesão prévia e o aumento rápido no volume de treino foram os principais preditores de novas lesões.
Dillon et al., 2023      Estudo prospectivoAvaliar fatores associados ao surgimento de lesões em corredores recreacionais.Coorte prospectiva acompanhando corredores durante   um período e prática esportiva, com coleta de dados de volume, ritmo e histórico de lesões.Maior volume semanal de treino, ritmo elevado e histórico de lesões prévias aumentaram o risco de novas lesões musculoesquelética s.
Hollander et al., 2021      Estudo observaciona l transversalAnalisar determinantes multifatoriais relacionados aos locais de lesão em corredores recreacionais lesionados.Avaliação de 550 corredores lesionados com coleta de dados clínicos, antropométricos e de treinamento.As lesões mais comuns ocorreram no joelho e perna, sendo associadas ao aumento de volume e impacto durante a corrida.
Pileggi et al., 2020    Estudo de coorte prospectivoInvestigar a incidência e             os fatores de risco de lesões osteomioarticulares em corredores brasileiros.Coleta prospectiva com acompanhamento de corredores amadores e profissionais por período definido.A incidência de lesões foi maior em corredores com histórico prévio de lesões, alto volume semanal e ausência de fortalecimento.

Os estudos analisados mostram forte consenso de que as lesões em corredores estão principalmente associadas à volume e intensidade excessivos de treino, histórico prévio de lesões, fatores biomecânicos.

As revisões sistemáticas Correia et al., (2024); Willwacher et al. (2022); Van Poppel et al. (2021) destacam esses fatores como os mais relevantes, enquanto os estudos prospectivos e observacionais Dillon et al., (2023); Pileggi et al., (2020); Hollander et al. (2021) confirmam empiricamente essa relação. Pesquisas como a de Ramskov et al. (2022) reforçam o papel da monotonia de carga como agravante, e Rahlf et al. (2023) apontam o uso de modelos preditivos como tendência futura para prevenção de lesões.

Além dos aspectos físicos, Lacey et al. (2023) evidenciam fatores comportamentais muitos corredores subestimam sintomas e adiam o tratamento, o que agrava o quadro. No conjunto, os achados indicam que a prevenção eficaz de lesões na corrida exige uma abordagem multifatorial, integrando controle de carga, fortalecimento, análise biomecânica e educação do corredor sobre percepção e manejo de lesões.

4  DISCUSSÃO

Dos estudos analisados, observou-se que a maioria investigou os principais fatores de risco associados a lesões em corredores. 

Correia et al. (2024), foram analisadas variáveis relacionadas às características da corrida e do treinamento, associadas a fatores de saúde, estilo de vida e aspectos morfológicos e biomecânicos. Os autores observaram que esses elementos exercem influência significativa no aumento do risco de lesões entre corredores. Além disso, verificou-se que o excesso de carga de treino e o histórico prévio de lesões também se destacam como fatores que contribuem de maneira expressiva para a ocorrência de novas lesões.

A ocorrência de lesões prévias relacionadas à corrida representa o principal fator de risco para o surgimento de novas lesões em corredores de longa distância, com evidências de qualidade moderada. Em contrapartida, entre corredores de curta distância, lesões anteriores não associadas à corrida mostraram-se mais relevantes, sustentadas por evidências de alta qualidade. Além disso, os autores destacam que variáveis como índice de massa corporal elevado, idade mais avançada, sexo masculino, ausência de experiência prévia na prática da corrida e menor volume de treinamento também demonstraram influência significativa na predisposição a lesões Van Poppel et al. (2021)

No estudo de Dillon et al. (2023), conduzido com uma amostra de 225 corredores, observou-se que 52% dos participantes apresentaram algum tipo de lesão relacionada à corrida. Os autores identificaram que o histórico de lesões no último ano, a menor queda do osso navicular e variáveis cinemáticas associadas aos movimentos do joelho, quadril e pelve estiveram fortemente relacionadas ao aumento da probabilidade de novas lesões. Além disso, verificou-se que o maior volume semanal de treinamento, o ritmo de corrida mais elevado e a presença de lesões musculoesqueléticas prévias contribuíram significativamente para a elevação do risco de lesões entre os corredores avaliados.

Ao analisar variáveis biomecânicas relacionadas à corrida, observou-se que apenas o padrão de pisada e o pico da força de reação vertical do solo apresentaram diferenças significativas entre os tipos de lesão identificados. Constataram que a pisada com o meio do pé esteve associada a maior incidência de lesões no tendão de Aquiles, enquanto a pisada com o antepé se relacionou principalmente a lesões na região posterior da perna. Além disso, verificou-se que o sexo feminino apresentou maior ocorrência de lesões na perna e na região do quadril/virilha, ao passo que o sexo masculino demonstrou maior predisposição a lesões no tendão de Aquiles Hollander et al. (2021)

No estudo de Pileggi et al. (2020), foi demonstrado que o mecanismo de lesão na corrida segue um padrão semelhante ao observado em outras modalidades esportivas, resultando da interação entre fatores intrínsecos e extrínsecos. Os autores acompanharam dezoito corredores amadores, sendo treze do sexo masculino e cinco do sexo feminino, durante um período de 12 meses, com o objetivo de identificar a incidência e os principais fatores associados às lesões osteomioarticulares. Ao final do acompanhamento, verificou-se que metade da amostra (50%) apresentou algum tipo de lesão em membros inferiores, reforçando a elevada prevalência de lesões entre praticantes amadores e a influência multifatorial envolvida nesse processo.

Entre os fatores de risco observados, destacaram-se a redução nos graus de extensão do joelho e flexão plantar, frequência cardíaca de repouso menor e maior velocidade de treino. Após o seguimento, nove corredores apresentaram 22 lesões, incluindo fratura por estresse, lesão de adutores e síndrome da banda iliotibial. Tais achados indicam que a alta frequência de lesões está relacionada à combinação de fatores biomecânicos individuais e variáveis de carga de treinamento.

5  CONCLUSÃO

A revisão de literatura realizada permitiu identificar e analisar os principais fatores de risco associados a lesões em corredores. Entre os achados, destacam-se o aumento do volume e da intensidade do treino, o histórico prévio de lesões, bem como fatores intrínsecos e extrínsecos que influenciam a ocorrência de lesões musculoesqueléticas. O trabalho apresentou os principais fatores de risco tanto para corredores, permitindo compreender as variáveis que contribuem para a ocorrência de lesões e sua distribuição entre os praticantes. Os resultados indicam que a combinação de carga de treino elevada, histórico prévio de lesões e características biomecânicas individuais constitui o conjunto de fatores de risco mais relevante, reforçando a necessidade de estratégias preventivas individualizadas.

REFERÊNCIAS 

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Pileggi, P., Gualano, B., Souza, M., Caparbo, V. F., Pereira, R. M. R., Sá Pinto, A. L., & Lima, F. R. (2010). Incidência e fatores de risco de lesões osteomioarticulares em corredores: um estudo de coorte prospectivo. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, 24(1), 57–64. https://doi.org/10.1590/S1807-55092010000400003

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