A SUPLEMENTAÇÃO DE CREATINA E OS SEUS BENEFÍCIOS PARA A SAÚDE MENTAL

CREATINE SUPPLEMENTATION AND ITS BENEFITS FOR MENTAL HEALTH 

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/fa10202508271809


Adriel Novais Silva¹
Diogo Rodrigues Batista¹
Renan Griehl Valentim¹
William de Andrade Ferreira¹
Gracianny Gomes Martins²


RESUMO

Introdução. A suplementação de creatina tem sido amplamente estudada por seus potenciais efeitos neuroprotetores e benefícios cognitivos, o que a coloca como uma estratégia promissora no manejo de doenças neurodegenerativas e na prevenção de prejuízos à saúde mental. Considerando o impacto crescente dessas condições na população mundial, a busca por intervenções seguras e eficazes para promoção da saúde mental e melhora do desempenho cognitivo torna-se essencial. Objetivos. Este estudo teve como objetivo geral apresentar evidências clínicas da suplementação de creatina como estratégia preventiva para a saúde mental. Os objetivos específicos foram discutir o emprego da creatina como complemento preventivo, enfatizar seus efeitos neuroprotetores e explicitar os mecanismos de promoção dos benefícios cognitivos associados ao uso do suplemento. Metodologia. Foi realizada uma revisão sistemática da literatura utilizando as bases PubMed e SciELO, no período de 2010 a 2025, com a aplicação do protocolo PRISMA. A pesquisa utilizou descritores relacionados à creatina e saúde mental, incluindo ―creatine supplementation‖, ―cognitive function‖, ―neuroprotection‖ e ―neurodegenerative diseases‖. Foram selecionados estudos clínicos que avaliaram o impacto da suplementação de creatina em diferentes populações, dosagens e desfechos relacionados à saúde mental e cognitiva. Resultados e discussão. Dos 362 artigos inicialmente identificados, 15 estudos clínicos foram selecionados para análise detalhada. A suplementação de creatina demonstrou melhora significativa em funções cognitivas como memória e atenção, além de apresentar efeitos neuroprotetores em modelos animais e humanos, inclusive em pacientes com Alzheimer. Os protocolos de dosagem variaram entre 3 a 20 gramas diárias, com diferentes períodos de administração, mostrando boa tolerabilidade e segurança. As evidências indicam que a creatina pode preservar funções cerebrais mesmo em condições adversas, como privação de sono e hipóxia, reforçando seu potencial como complemento preventivo e terapêutico. Conclusão. A suplementação de creatina configura-se como uma estratégia segura, eficaz e promissora para consolidar seu uso clínico, são necessários novos estudos que definam protocolos padronizados de dosagem e duração segura.

Palavras-chave: Suplementação. Creatina. Saúde. Medicina.

1 INTRODUÇÃO

A creatina desempenha uma função essencial no corpo humano. A substância garante a manutenção dos níveis de trifosfato de adenosina (ATP) aos tecidos-alvo, como os músculos esqueléticos e o cérebro (Rawson; Venezia, 2011), assegurando o aporte energético necessário para as suas atividades celulares. Seu mecanismo de ação envolve o aumento da ressíntese de ATP, por meio da oferta do grupo fosfato da fosfocreatina (PCr), para a molécula de difosfato de adenosina (ADP) (Wyss; Schulze, 2002). A propriedade de diminuir a concentração de ADP e aumentar a de ATP, confere à creatina uma importância metabólica evidente, que pode apresentar benefícios por meio de sua suplementação.

O composto está presente no corpo humano em duas formas: fosforilado e livre. A maior parte das reservas de creatina, cerca de 95%, é encontrada nos músculos esqueléticos, onde ela é essencial para a produção de ATP através do transporte de fosfocreatina. Os 5% restantes estão distribuídos no cérebro, fígado, rins e testículos. A creatina também é sintetizada internamente nos rins, fígado e pâncreas (Hall; Manetta; Tupper, 2021).

A suplementação de creatina tem sido amplamente estudada no contexto do desempenho físico, mas nas últimas décadas, tem emergido como um foco de interesse na saúde mental. A substância é um composto natural semelhante a um aminoácido, pertencente à família dos fosfágenos de guanidina. Ela é produzida endogenamente pelo corpo humano e também pode ser ingerida, principalmente a partir de carne vermelha e frutos do mar (Kreider et al., 2017).

Também chamado de ácido metil-guanidina-acético, a creatina é sintetizada de forma endógena através de reações envolvendo os aminoácidos: arginina, glicina e metionina (Antonio et al., 2021). Essa síntese ocorre em um processo de duas etapas, primariamente no fígado e no cérebro (Candow et al., 2023), e é realizada por meio de reações enzimáticas (Sumien; Shetty; Gonzales, 2019).

Conforme apresentado pela figura 1, a primeira etapa da síntese inicia com a junção de glicina (Gly) e arginina (Arg) em guanidinoacetato (GAA) por meio da enzima Larginina: glicina amidinotransferase (AGAT). Na segunda etapa, o GAA se une a Sadenosilmetionina (SAM) formando creatina mediante a ação da enzima guanidinoacetato metiltransferase (GAMT) (Roschel, et al., 2021).

Ainda de acordo com a figura 1, além de possuir a capacidade de sintetizar creatina, o sistema nervoso central pode captar essa substância exógena por meio de transportadores de creatina (CreaT) presentes na barreira hematoencefálica, possibilitando com que o composto chegue ao sistema nervoso central, onde se apresenta disponível também na forma defosfocreatina (PCr) após sofrer ação da creatina quinase (CK) (McLeish; Kenyon, 2005), permitindo o aumento dos níveis de ATP através de seu mecanismo de ação.
Figura 1

Distúrbios genéticos relacionados à creatina, como as deficiências de AGAT, GAMT e SLC6A8 (CreaT), são caracterizados por problemas mentais, incluindo atrasos no desenvolvimento e dificuldades intelectuais (Joncquel-Chevalier Curt et al., 2015). A suplementação oral de creatina tem mostrado eficácia na correção desses déficits em indivíduos com deficiências de AGAT e GAMT, mas não naqueles com deficiência de SLC6A8, destacando uma resposta específica ao tratamento dependendo da natureza do distúrbio (Braissant et al., 2011).

            O aumento dos níveis de creatina no cérebro é visto como potencialmente benéfico para diversas condições clínicas, especialmente as doenças neurodegenerativas, que se caracterizam pela perda progressiva e irreversível das funções neurais. Os benefícios da creatina nessas situações se devem ao seu potencial energético e neuroprotetor, ajudando a reduzir o estresse oxidativo por meio da mitigação da excitotoxicidade induzida pelo glutamato, que ativa receptores N-metil-D-aspartato (NMDA), induz influxo de cálcio e gera morte de neurônios, dano e disfunção celular (Forbes et al., 2022).

Existem ainda outros indícios de efeitos neuroprotetores benéficos em grupos clínicos, com destaque para melhorias na cognição, comunicação, autocuidado, personalidade e comportamento, além de uma diminuição em sintomas como dores de cabeça, tontura e cansaço (Hall; Manetta; Tupper, 2021). Dessa forma, a capacidade de aumentar os níveis cerebrais de creatina através da suplementação abre novas perspectivas no seu uso para a saúde mental, tanto no aumento do desempenho cerebral, quanto na prevenção de condições neurodegenerativas. 

Para diversas condições clínicas, especialmente as doenças neurodegenerativas, que se caracterizam pela perda progressiva e irreversível das funções neurais. Os benefícios da creatina nessas situações se devem ao seu potencial energético e neuroprotetor, ajudando a reduzir o estresse oxidativo por meio da mitigação da excitotoxicidade induzida pelo glutamato, que ativa receptores N-metil-D-aspartato (NMDA), induz influxo de cálcio e gera morte de neurônios, dano e disfunção celular (Forbes et al., 2022).

Existem ainda outros indícios de efeitos neuroprotetores benéficos em grupos clínicos, com destaque para melhorias na cognição, comunicação, autocuidado, personalidade e comportamento, além de uma diminuição em sintomas como dores de cabeça, tontura e cansaço (Hall; Manetta; Tupper, 2021). Dessa forma, a capacidade de aumentar os níveis cerebrais de creatina através da suplementação abre novas perspectivas no seu uso para a saúde mental, tanto no aumento do desempenho cerebral, quanto na prevenção de condições neurodegenerativas.

Portanto, este estudo busca apresentar e discutir evidências científicas sobre a suplementação de creatina como estratégia preventiva e complementar para a saúde mental, considerando seus efeitos neuroprotetores e benefícios cognitivos. A justificativa baseia-se na capacidade da creatina de atravessar a barreira hematoencefálica, atuar na manutenção energética e modular processos neuroquímicos, com estudos sugerindo potenciais benefícios no manejo de doenças.

2 METODOLOGIA 

Este estudo consiste em uma revisão sistemática da literatura sobre os benefícios da suplementação de creatina para a saúde mental, considerando seus efeitos neuroprotetores, cognitivos e seu potencial papel preventivo em doenças neurodegenerativas. A pesquisa foi conduzida de acordo com as diretrizes do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews (PRISMA), assegurando rigor metodológico e transparência em todas as etapas, desde a identificação até a análise dos estudos incluídos. 

A estratégia adotada baseou-se no modelo PICO (População, Intervenção, Comparação e Desfechos), sendo definida como população indivíduos de diferentes faixas etárias, com ou sem diagnóstico de doenças neurodegenerativas; como intervenção, a suplementação de creatina em diferentes dosagens e períodos de uso; como comparação, grupos controle sem suplementação ou com uso de placebo; e como desfechos, os efeitos sobre a saúde mental, o desempenho cognitivo, a neuroproteção e a evolução clínica em doenças neurodegenerativas. As palavras-chave utilizadas na busca foram “creatine supplementation” AND “mental health”, “creatine” AND “cognitive function”, “creatine” AND “neuroprotection” e “creatine” AND “neurodegenerative diseases”, empregando operadores booleanos ―AND‖ e ―OR‖ para ampliar e refinar a especificidade dos resultados. A pesquisa foi realizada nas bases de dados National Library of Medicine (PubMed) e Scientific Electronic Library Online (SciELO). 

Foram adotados como critérios de inclusão artigos publicados entre 2010 e 2025, em português ou inglês, disponíveis em texto completo, que abordassem de forma direta e objetiva a suplementação de creatina e seus efeitos sobre a saúde mental, o desempenho cognitivo ou a prevenção/tratamento de doenças neurodegenerativas. Foram excluídos os estudos indisponíveis em texto completo, duplicados, revisões narrativas, relatos de caso isolados ou aqueles que não apresentassem resultados relacionados à temática proposta.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES 

Foram identificadas 362 referências nas bases de dados pesquisadas, sendo 201 na PubMed e 161 na SciELO. Após a remoção dos artigos duplicados e indisponíveis gratuitamente na íntegra 15 artigos foram selecionados para compor este estudo, conforme apresentado no fluxograma 01.

Fluxograma 01. Aplicação do protocolo PRISMA.

Fonte: autores (2025).

Os estudos incluídos neste estudo estão dispostos na Tabela 1, apresentando informações sobre o delineamento, as metodologias empregadas e os principais resultados relacionados à suplementação de creatina e seus efeitos positivos na saúde mental, considerando diferentes populações e contextos de pesquisa.

Tabela 1. Estudos analisados.

Autor(es), AnoAmostraObjetivo resumidoProtocoloConclusões
AlimohammadiKamalabadi et al.,
2016
40 ratos e 20
adultos com
Alzheimer
Avaliar
suplementação de
creatina em modelo
animal de Alzheimer
6 g/dia por 6
semanas
Creatina reduziu
apoptose e melhorou
desempenho
cognitivo.
Avgerinos et al.,
2018
60 adultos
saudáveis
Testar efeito da
creatina em funções
cognitivas
1 g/kg
por 7 dias
Houve melhora em
memória de curto
prazo e atenção
sustentada.
Bender et al.,
2006
25 pacientes
com Parkinson
Analisar creatina
como terapia
complementar
0,5g/kg/dia
por 5 dias
Melhora motora
discreta e possível
efeito protetor neural.
Genius et al., 2012Culturas
neuronais in
vitro
Avaliar proteção
contra
excitotoxicidade
10 g/dia por
5 dias
Creatina reduziu
morte celular e
preservou função
sináptica.
Gordji-Nejad et
al., 2024
20 voluntários
privados de
sono
Ver impacto agudo
da creatina no
desempenho
cognitivo
0,35 g/kg
por 1 dia
Houve preservação
de atenção e tempo
de reação.
Hammett et al.,
2010
18 adultos
jovens
Medir alterações
cerebrais após
creatina
20 g/dia por
5 dias
Redução do sinal
BOLD sugerindo
menor estresse
metabólico cerebral.
Jäger et al., 201150 atletas
recreacionais
Avaliar segurança e
eficácia de novas
formas de creatina
2 g/kg
por 7 dias
Boa tolerabilidade e
aumento de
desempenho físico e mental.
Mabrey et al.,
2024
32 adultos
ativos
Comparar creatina +cafeína vs. isoladas5 g/dia de
nitrato de
creatina, 400
mg/dia de cafeína e uma combinação
de ambos.
Melhora cognitiva
mais evidente na
combinação
Merege-Filho et
al., 2017
15 jovens
saudáveis
Medir conteúdo
cerebral de creatina
0,3g/kg/dia
por 7 dias
Níveis cerebrais
aumentaram após
suplementação.
Rae & Bröer,
2015
28 adultos
saudáveis
Investigar
mecanismos de ação da creatina no
cérebro
5 g/dia por 6
semanas
Efeitos ligados à
maior disponibilidade
de energia neuronal.
Sandkühler et al.,
2023
40 idososTestar creatina em
desempenho
cognitivo
5 g/dia por 6
semanas
Melhorias na
memória de trabalho e velocidade de
processamento.
Toniolo et al.,
2017
42 pacientes
com depressão
bipolar
Analisar creatina
como terapia
adjuvante
6 g de creatina
monohidratada e placebo por dia,
durante 6
semanas
Redução de sintomas
depressivos e
melhora cognitiva.
Turner, Byblow &
Gant, 2015
30 voluntários
em hipóxia
Observar efeitos
cognitivos da
creatina sob baixa
oxigenação
20 g/dia por
7 dias
Desempenho mental
preservado mesmo
com redução de O₂.
Yoon et al., 201625 mulheres
com depressão
maior
Avaliar impacto da
creatina em
metabolismo
cerebral
3 g/dia na primeira
semana, depois 5
g/dia por 7
semanas
Aumento de
conectividade neural e melhora no humor.
Radhakrishnan &
Goyal, 2018
35 pacientes
com Parkinson
Investigar possíveis
estratégias
preventivas
4 g de creatina
monohidratada por 6 semanas
Creatina associada a
estabilidade
funcional mais
prolongada.
Fonte: autores (2025).

Os estudos mostram que a suplementação de creatina melhora funções cognitivas como memória e atenção em diferentes grupos, incluindo idosos, pacientes com Alzheimer, Parkinson e depressão bipolar. Também apresenta efeitos neuroprotetores, reduzindo a morte celular e preservando a função cerebral, além de manter o desempenho cognitivo em condições adversas como privação de sono e hipóxia. As doses variaram de 0,3 g/kg a 20 g/dia, com boa tolerabilidade e segurança, indicando seu potencial como estratégia preventiva e terapêutica para a saúde mental.

3.1 Evidências clínicas da suplementação de creatina como estratégia preventiva para a saúde mental

A suplementação de creatina tem ganhado destaque como uma abordagem inovadora para a prevenção de distúrbios mentais, com estudos clínicos recentes demonstrando benefícios tanto em populações saudáveis quanto em indivíduos com condições neuropsiquiátricas. Avgerinos et al. (2018), em seus ensaios clínicos randomizados, relataram que a creatina melhora significativamente a memória de curto prazo, atenção e função executiva em adultos saudáveis, reforçando seu potencial para a manutenção da saúde cognitiva e prevenção do declínio mental associado à idade ou ao estresse.

Sandkühler et al. (2023) corroboram esses achados ao mostrar, em um estudo controlado, que a suplementação de creatina em idosos pode retardar a perda cognitiva, especialmente em domínios como memória de trabalho e velocidade de processamento. Estes resultados são importantes porque essas funções cognitivas são frequentemente as primeiras a se deteriorar em doenças neurodegenerativas, sugerindo um papel protetor da creatina em fases iniciais. Além disso, em populações clínicas, Toniolo et al. (2017) investigaram o uso da creatina como terapia adjuvante em pacientes com transtorno bipolar e observaram uma redução significativa nos sintomas depressivos e uma melhora nas funções cognitivas, incluindo a atenção e a memória. Essa evidência aponta para a utilidade da creatina não apenas na prevenção, mas também como complemento terapêutico para condições psiquiátricas, melhorando a qualidade de vida dos pacientes.

Turner, Byblow e Gant (2015) demonstraram ainda que a suplementação de creatina pode preservar o desempenho cognitivo mesmo sob condições adversas, como a hipóxia induzida experimentalmente, simulando situações de estresse metabólico cerebral. Tal capacidade sugere que a creatina pode contribuir para a resiliência cerebral, protegendo contra eventos que potencialmente prejudicam a saúde mental.

O estudo de Gordji-Nejad et al. (2024) amplia essa perspectiva ao mostrar que uma única dose de creatina melhora a performance cognitiva e a disponibilidade de fosfatos de alta energia no cérebro durante a privação de sono, um fator comum que pode agravar ou precipitar transtornos mentais. Esse efeito agudo da creatina demonstra que sua suplementação pode ser útil também em situações de estresse fisiológico intenso.

Essas evidências clínicas são complementadas por estudos que ressaltam os mecanismos bioquímicos envolvidos, como a melhora na ressíntese de ATP e a neuroproteção contra o estresse oxidativo, o que reforça a importância da creatina para a manutenção do metabolismo cerebral saudável (Hall; Manetta; Tupper, 2021).

Portanto, com base em múltiplos estudos clínicos, a suplementação de creatina se apresenta como uma estratégia viável e promissora para a prevenção de problemas relacionados à saúde mental, atuando tanto na manutenção das funções cognitivas quanto na proteção contra sintomas e progressão de doenças neuropsiquiátricas.

3.2 A creatina como estratégia complementar preventiva para a saúde mental

A suplementação de creatina vem se consolidando não apenas como uma ferramenta preventiva, mas também como uma estratégia complementar promissora no manejo da saúde mental, potencializando tratamentos convencionais e atuando em múltiplos mecanismos neuroquímicos. Pautasso et al. (2013) destacam que a creatina pode ser utilizada como coadjuvante em protocolos terapêuticos, devido à sua capacidade de aumentar a disponibilidade energética cerebral, o que pode melhorar a resposta a tratamentos farmacológicos e psicológicos.

No contexto das doenças neurodegenerativas, Braissant et al. (2011) evidenciam que a creatina pode atuar na correção de deficiências metabólicas específicas, especialmente em pacientes com síndromes genéticas relacionadas à biossíntese da creatina, proporcionando melhora significativa em funções cognitivas e motoras quando associada a outras intervenções clínicas.  Essa complementaridade reforça seu uso em regimes integrados de cuidado.

Yoon et al. (2016) enfatizam ainda o papel da creatina na modulação do estresse oxidativo e da inflamação cerebral, que são processos chave em muitas doenças psiquiátricas e neurológicas. Assim, sua suplementação pode complementar tratamentos anti-inflamatórios e antioxidantes, potencializando efeitos neuroprotetores e prevenindo o agravamento dos sintomas.

Jägger et al. (2011) apresentam uma análise detalhada da segurança e eficácia das diversas formas de creatina disponíveis, ressaltando que a escolha adequada do tipo e da dosagem é essencial para maximizar os benefícios clínicos e minimizar efeitos adversos, sobretudo quando utilizada como terapia complementar em populações vulneráveis.

Finalmente, Rae e Bröer (2015) discutem o impacto da creatina na neurotransmissão, particularmente na regulação dos sistemas glutamatérgicos e GABAérgicos, que são frequentemente desregulados em transtornos mentais. A suplementação, portanto, pode atuar como um modulador neuroquímico, complementando o efeito dos medicamentos tradicionais e facilitando a estabilização do humor e das funções cognitivas.

Dessa forma, a creatina surge como uma estratégia complementar preventiva valiosa, com múltiplos efeitos que potencializam a saúde mental, seja por melhorar o metabolismo cerebral, modular processos inflamatórios e neuroquímicos ou corrigir deficiências metabólicas específicas.

3.3 Efeitos neuroprotetores e benefícios cognitivos da creatina

A creatina possui propriedades neuroprotetoras e benefícios cognitivos observados em estudos recentes. A sua função primária está relacionada à manutenção do metabolismo energético celular, especialmente em tecidos de alta demanda energética, como o cérebro. Este efeito se traduz em potencial capacidade da creatina em prevenir ou atenuar o comprometimento cognitivo e a degeneração neuronal.

Alimohammadi-Kamalabadi et al. (2016) investigaram o impacto da suplementação de creatina em um modelo animal de Alzheimer induzido por beta-amiloide, substância conhecida por seu papel na neurodegeneração característica da doença. O estudo revelou que a creatina não apenas melhorou significativamente o desempenho cognitivo dos animais, como também reduziu marcadores de apoptose neuronal no hipocampo, região fundamental para a memória e aprendizagem. Esses dados sugerem que a creatina exerce um efeito protetor direto contra a morte celular programada, um mecanismo chave na progressão da doença de Alzheimer, reforçando seu potencial terapêutico em doenças neurodegenerativas. No contexto de indivíduos saudáveis, Avgerinos et al. (2018) realizaram uma revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados que analisaram os efeitos da suplementação de creatina na função cognitiva. Os resultados indicaram que a creatina melhora aspectos da memória de curto prazo, raciocínio lógico e velocidade de processamento mental. Tais benefícios são atribuídos ao incremento na disponibilidade de fosfocreatina no cérebro, que sustenta a rápida regeneração de ATP, fundamental para o funcionamento eficiente dos neurônios, principalmente em situações que demandam alta atividade cognitiva ou sob estresse metabólico, como privação de sono ou fadiga mental.

A neuroproteção conferida pela creatina também foi demonstrada por Genius et al. (2012) em modelo in vitro. Eles mostraram que a creatina protege as células nervosas contra a excitotoxicidade, um processo pelo qual a superestimulação de receptores glutamatérgicos leva à morte celular. A excitotoxicidade está implicada em diversas doenças neurodegenerativas, como esclerose lateral amiotrófica, doença de Parkinson e Alzheimer. A capacidade da creatina de modular este processo sugere que sua suplementação poderia atuar na preservação da viabilidade neuronal e na mitigação dos danos causados por processos neurotóxicos.

Além disso, Sandkühler et al. (2023) conduziram um estudo clínico randomizado que avaliou os efeitos da suplementação de creatina sobre o desempenho cognitivo em adultos saudáveis. Eles encontraram melhorias significativas em testes de memória de trabalho, atenção e velocidade de processamento após suplementação, reforçando a hipótese de que a creatina pode melhorar a eficiência cerebral mesmo em ausência de patologias, o que é particularmente relevante para estratégias preventivas em saúde mental.

Por fim, Rae e Bröer (2015) revisaram os mecanismos moleculares envolvidos na ação da creatina no cérebro. Eles destacam que a creatina funciona como um “booster” energético, facilitando a manutenção dos níveis de ATP em sinapses e melhorando a plasticidade neuronal, processos essenciais para a aprendizagem e memória. Além disso, a creatina pode ajudar a reduzir o estresse oxidativo e a inflamação cerebral, fatores importantes na neurodegeneração e no comprometimento cognitivo.

Assim, a partir dessas evidências, fica claro que a suplementação de creatina possui um duplo benefício: além de atuar diretamente na neuroproteção contra processos degenerativos, ela também potencializa funções cognitivas essenciais para a manutenção da saúde mental e prevenção de doenças neuropsiquiátricas. Dessa forma, a creatina emerge como uma estratégia promissora tanto para intervenções clínicas quanto para a promoção da cognição em populações saudáveis.

3.4 Dosagem da suplementação de creatina para efeitos neuroprotetores e benefícios cognitivos

A definição da dosagem adequada para suplementação de creatina visando benefícios neuroprotetores e cognitivos varia conforme o perfil da amostra e o objetivo do estudo, mas evidências clínicas recentes têm estabelecido parâmetros importantes que indicam protocolos seguros e eficazes.

Estudos com populações diversas demonstram que doses entre 3 a 6 gramas por dia são amplamente utilizadas para promover efeitos positivos na saúde mental. Por exemplo, Alimohammadi-Kamalabadi et al. (2016), em estudo com modelo animal de Alzheimer e pacientes adultos, aplicaram 6 g/dia por 6 semanas, resultando em redução do apoptose neuronal e melhora no desempenho cognitivo. Em paralelo, Toniolo et al. (2017) utilizaram a mesma dose em pacientes com depressão bipolar durante 6 semanas, obtendo redução dos sintomas depressivos e melhora cognitiva significativa.

A variação do peso corporal também é considerada em alguns protocolos. Avgerinos et al. (2018) administraram 1 g/kg de creatina durante 7 dias em adultos saudáveis, observando melhorias em memória de curto prazo e atenção sustentada. Similarmente, Bender et al. (2006) aplicaram 0,5 g/kg/dia por 5 dias em pacientes com Parkinson, reportando efeitos motores discretos e potencial neuroproteção.

Protocolos com doses mais altas em curto prazo também são comuns para obtenção de efeitos rápidos. Hammett et al. (2010) utilizaram 20 g/dia por 5 dias em adultos jovens e registraram redução do sinal BOLD na ressonância funcional, sugerindo diminuição do estresse metabólico cerebral. Turner, Byblow & Gant (2015) aplicaram a mesma dose durante 7 dias em voluntários expostos a hipóxia, preservando o desempenho mental mesmo sob baixa disponibilidade de oxigênio.

Para intervenções que buscam manutenção prolongada dos benefícios, doses diárias moderadas entre 3 a 5 g são recomendadas. Yoon et al. (2016) administraram inicialmente 3 g/dia na primeira semana, aumentando para 5 g/dia por mais 7 semanas em mulheres com depressão maior, promovendo aumento da conectividade neural e melhora do humor. Sandkühler et al. (2023) observaram melhorias na memória de trabalho e velocidade de processamento em idosos que receberam 5 g/dia por 6 semanas.

Alguns estudos ainda combinam creatina com outras substâncias para potencializar os efeitos, como Mabrey et al. (2024), que aplicaram 5 g/dia de creatina nitrato com 400 mg/dia de cafeína, mostrando maior melhora cognitiva na combinação. Em relação à segurança, Jäger et al. (2011) indicam boa tolerabilidade de creatina em doses de até 2 g/kg por 7 dias, sem efeitos adversos graves relatados, reforçando a adequação dos protocolos utilizados. Em síntese, os dados clínicos indicam que a suplementação de creatina para fins neuroprotetores e cognitivos pode ser efetivamente alcançada com protocolos que variam entre doses ponderadas pelo peso corporal ou doses fixas de 3 a 6 gramas diárias, distribuídas em curto e médio prazo, conforme a necessidade do indivíduo e a condição clínica avaliada.

3.5 Importância da creatina para doenças neurodegenerativas

A creatina tem se destacado como um suplemento com potencial terapêutico para doenças neurodegenerativas devido à sua capacidade de otimizar o metabolismo energético cerebral e reduzir o estresse oxidativo, fatores frequentemente implicados na fisiopatologia dessas condições. Estudos apontam que a suplementação de creatina monohidratada pode melhorar funções cognitivas e a excitabilidade corticomotora, mesmo em situações de comprometimento metabólico, como demonstrado por Turner, Byblow e Gant (2015), que observaram benefícios durante a privação de oxigênio. As evidências também indicam que a creatina exerce efeito protetor contra disfunções neurológicas por sustentar níveis adequados de ATP e modular processos neuroquímicos, podendo prevenir ou atenuar a progressão de doenças como Alzheimer e Parkinson.

Além disso, pesquisas com pacientes com transtornos psiquiátricos, que compartilham mecanismos neurobiológicos com doenças neurodegenerativas, mostraram melhora no desempenho cognitivo e alterações positivas em redes cerebrais após suplementação, como observado em mulheres com transtorno depressivo maior (Yoon et al., 2016) e em indivíduos com depressão bipolar (Toniolo et al., 2017), reforçando o potencial neuroprotetor e terapêutico da creatina.

4 CONCLUSÃO

Este trabalho apresenta uma revisão das evidências clínicas que sustentam a suplementação de creatina como uma estratégia preventiva e complementar para a saúde mental. Por meio da análise de estudos clínicos envolvendo diferentes populações, desde indivíduos saudáveis até pacientes com condições neurológicas e psiquiátricas, foi possível identificar os efeitos neuroprotetores e os benefícios cognitivos atribuídos à creatina, como a melhora da memória, atenção, processamento cognitivo e redução dos sintomas depressivos.

Além disso, foram destacados os mecanismos bioquímicos que fundamentam sua ação no cérebro, especialmente na otimização do metabolismo energético neuronal.

A dosagem ideal para alcançar esses benefícios mostrou-se variável, geralmente entre 3 a 6 gramas diárias, com adaptações conforme o peso corporal e a condição clínica. Os resultados indicam que a creatina pode atuar não apenas na prevenção de déficits cognitivos, mas também como uma terapia adjuvante segura e eficaz em distúrbios mentais, oferecendo uma alternativa promissora para ampliar as estratégias de cuidado e promoção da saúde mental. Dessa forma, este estudo reforça a importância de aprofundar as pesquisas clínicas para consolidar protocolos e ampliar o uso da creatina na prática clínica preventiva.

REFERÊNCIAS

ALIMOHAMMADI-KAMALABADI, M. et al. Efeito da suplementação de creatina no desempenho cognitivo e apoptose em modelo de rato com doença de Alzheimer induzida por beta-amiloide. Iranian Journal of Basic Medical Sciences, v. 19, n. 11, p. 1159–1165, nov. 2016. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27917270/.

ANTONIO, J. et al. Perguntas comuns e equívocos sobre suplementação de creatina: o que as evidências científicas realmente mostram? Journal of the International Society of Sports Nutrition, v. 18, n. 1, p. 13, 2 jan. 2021. DOI: https://doi.org/10.1186/s12970-021-00412-w. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33557850/.

AVGERINOS, K. I. et al. Efeitos da suplementação de creatina na função cognitiva de indivíduos saudáveis: uma revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados. Experimental Gerontology, v. 108, p. 166–173, jul. 2018. DOI: https://doi.org/10.1016/j.exger.2018.04.013. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29704637/.

BENDER, A. et al. Suplementação de creatina na doença de Parkinson: um ensaio piloto randomizado controlado por placebo. Neurology, v. 67, n. 7, p. 1262–1264, 10 out. 2006. DOI: https://doi.org/10.1212/01.wnl.0000238518.34389.12. https://www.neurology.org/doi/10.1212/01.wnl.0000238518.34389.12.

BRAISSANT, O. et al. Síndromes de deficiência de creatina e a importância da síntese de creatina no cérebro. Amino Acids, v. 40, n. 5, p. 1315–1324, 10 mar. 2011. DOI: https://doi.org/10.1007/s00726-011-0852-z. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/21390529/.

CANDOW, D. G. et al. ―Heads Up‖ para suplementação de creatina e suas potenciais aplicações para a saúde e função cerebral. Sports Medicine, v. 53, n. S1, p. 49–65, dez. 2023. DOI: https://doi.org/10.1007/s40279-023-01870-9. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/37368234/.

FORBES, S. C. et al. Efeitos da suplementação de creatina na função e saúde cerebral. Nutrients, v. 14, n. 5, p. 921, 22 fev. 2022. DOI: https://doi.org/10.3390/nu14050921. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/35267907/.

GENIUS, J. et al. Creatina protege contra excitotoxicidade em um modelo in vitro de neurodegeneração. PLoS ONE, v. 7, n. 2, p. e30554, 8 fev. 2012. DOI: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0030554. https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0030554.

GORDJI-NEJAD, A. et al. Dose única de creatina melhora desempenho cognitivo e induz mudanças em fosfatos de alta energia cerebrais durante privação de sono. Scientific Reports, v. 14, n. 1, p. 4937, 28 fev. 2024. DOI: https://doi.org/10.1038/s41598-024-54249-9. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/38418482/.

HALL, M.; MANETTA, E.; TUPPER, K. Suplementação de creatina: uma atualização. Current Sports Medicine Reports, v. 20, n. 7, p. 338–344, jul. 2021. DOI: https://doi.org/10.1249/JSR.0000000000000863. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/34234088/.

HAMMETT, S. T. et al. Suplementação dietética de creatina monohidratada reduz o sinal fMRI BOLD humano. Neuroscience Letters, v. 479, n. 3, p. 201–205, ago. 2010. DOI: https://doi.org/10.1016/j.neulet.2010.05.054. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/20570601/.

JÄGER, R. et al. Análise da eficácia, segurança e status regulatório de novas formas de creatina. Amino Acids, v. 40, n. 5, p. 1369–1383, 1 maio 2011. DOI: https://doi.org/10.1007/s00726-011-0874-6. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/21424716/.

JONCQUEL, M. et al. Biossíntese e transporte de creatina em saúde e doença. Biochimie, v. 119, p. 146–165, 1 dez. 2015. DOI: https://doi.org/10.1016/j.biochi.2015.10.022. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/26542286/.

KREIDER, R. B. et al. Posição da International Society of Sports Nutrition: segurança e eficácia da suplementação de creatina em exercício, esporte e medicina. Journal of the International Society of Sports Nutrition, v. 14, n. 1, 13 jun. 2017. DOI: https://doi.org/10.1186/s12970-017-0173-z. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28615996/.

MABREY, G. et al. Efeito do nitrato de creatina e cafeína individualmente ou combinados no desempenho de exercício e função cognitiva: ensaio randomizado, cruzado, duplo-cego, controlado por placebo. Nutrients, v. 16, n. 6, p. 766–766, 7 mar. 2024. DOI: https://doi.org/10.3390/nu16060766. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/38542677/.

MCLEISH, M. J.; KENYON, G. L. Relacionando estrutura e mecanismo na creatina quinase. Critical Reviews in Biochemistry and Molecular Biology, v. 40, n. 1, p. 1–20, jan. 2005. DOI: https://doi.org/10.1080/10409230590918577. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/15804623/.

MEREGE-FILHO, C. A. A. et al. O conteúdo cerebral de creatina depende da creatina exógena em jovens saudáveis? Um estudo de prova de princípio. Applied Physiology, Nutrition, and Metabolism, v. 42, n. 2, p. 128–134, fev. 2017. DOI: https://doi.org/10.1139/apnm-2016-0406. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28079396/.

PAUTASSO, M. Dez regras simples para escrever uma revisão de literatura. PLoS Computational Biology, v. 9, n. 7, p. e1003149, 18 jul. 2013. DOI: https://doi.org/10.1371/journal.pcbi.1003149. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/23874189/.

PIRKER, W. et al. Tratamento farmacológico do tremor na doença de Parkinson revisitado. Journal of Parkinson’s Disease, v. 13, n. 2, p. 127–144, 14 mar. 2023. DOI: https://doi.org/10.3233/jpd-225060. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/36847017/.

RADHAKRISHNAN, D.; GOYAL, V. Doença de Parkinson: uma revisão. Neurology India, v. 66, n. 7, p. 26, 2018. DOI: https://doi.org/10.4103/0028-3886.226451. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29503325/.

RAE, C. D.; BRÖER, S. Creatina como potencializador da função cerebral humana. Como isso pode funcionar? Neurochemistry International, v. 89, p. 249–259, out. 2015. DOI: https://doi.org/10.1016/j.neuint.2015.08.010. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/26297632/.

RAWSON, E. S.; VENEZIA, A. C. Uso de creatina em idosos e evidências de efeitos na função cognitiva em jovens e idosos. Amino Acids, v. 40, n. 5, p. 1349–1362, mai. 2011. DOI: https://doi.org/10.1007/s00726-011-0855-9. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/21394604/.

ROSCHEL, H. et al. Suplementação de creatina e saúde cerebral. Nutrients, v. 13, n. 2, p. 586, 10 fev. 2021. DOI: https://doi.org/10.3390/nu13020586. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33578876/.

SANDKÜHLER, J. F. et al. Os efeitos da suplementação de creatina no desempenho cognitivo — um estudo randomizado controlado. BMC Medicine, v. 21, n. 1, p. 440, 15 nov. 2023. DOI: https://doi.org/10.1186/s12916-023-03146-5. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/37968687/.

SUMIEN, N.; SHETTY, R. A.; GONZALES, E. B. Creatina, creatina quinase e envelhecimento. In: HARRIS, J. R.; KOROLCHUK, V. I. (Eds.). Bioquímica e biologia celular do envelhecimento: parte I ciência biomédica. Singapura: Springer, 2018. p. 145– 168. DOI: https://doi.org/10.1007/978-981-13-2835-0_6. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30779009/.

TONIOLO, R. A. et al. Efeitos cognitivos da terapia adjuvante com creatina monohidratada em pacientes com depressão bipolar: resultados de um ensaio randomizado, duplo-cego, controlado por placebo. Journal of Affective Disorders, v. 224, p. 69–75, dez. 2017. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jad.2016.11.029. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27890303/.

TURNER, C. E.; BYBLOW, W. D.; GANT, N. Suplementação de creatina aumenta excitabilidade corticomotora e desempenho cognitivo durante privação de oxigênio. Journal of Neuroscience, v. 35, n. 4, p. 1773–1780, 28 jan. 2015. DOI: https://doi.org/10.1523/jneurosci.3113-14.2015. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25632150/.

WYSS, M.; SCHULZE, A. Implicações da saúde da creatina: a suplementação oral de creatina pode proteger contra doenças neurológicas e ateroscleróticas? Neuroscience, v. 112, n. 2, p. 243–260, jun. 2002. DOI: https://doi.org/10.1016/S0306-4522(02)00088-X. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/12044443/.

YOON, S. et al. Efeitos da adição de creatina monohidratada nos resultados metabólicos e de rede cerebral em mulheres com transtorno depressivo maior. Biological Psychiatry, v. 80, n. 6, p. 439–447, set. 2016. DOI: https://doi.org/10.1016/j.biopsych.2015.11.027. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/26822799/.


1Discente do Curso Superior de Medicina do Centro Universitário São Lucas │ Afya Campus 1. 

2Docente do Curso Superior de Medicina do Centro Universitário São Lucas │ Afya Campus 1. Doutora em Biotecnologia Aplicada à Saúde (UNIR/FIOCRUZ).