THERAPEUTIC APPROACHES IN THYROID DISORDERS: CURRENT CHALLENGES AND PERSPECTIVES IN THE MANAGEMENT OF HYPERTHYROIDISM, HYPOTHYROIDISM, AND THYROID CANCER
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cs10202506292105
José Renato Garcia Peres1
Pedro Carrijo Ramos Bittar2
Carlos Eduardo Noronha de Paula3
Felipe Rigo Lima4
Márcia Cristina Taveira Pucci Green5
Resumo
As tireoidopatias, como o hipertireoidismo, o hipotireoidismo e o câncer de tireoide, representam condições de saúde com alta prevalência e impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes. Este estudo tem como objetivo analisar os tratamentos disponíveis para o hipertireoidismo e compará-los com aqueles utilizados no manejo do hipotireoidismo e do câncer de tireoide, destacando avanços e limitações. A metodologia baseou-se em uma revisão bibliográfica de artigos científicos publicados entre 2013 e 2023 em bases como PubMed e Scielo, focando em abordagens terapêuticas farmacológicas, cirúrgicas e radioativas. Os resultados demonstraram que, enquanto o hipertireoidismo é frequentemente tratado com antitireoidianos, iodo radioativo e tireoidectomia, o hipotireoidismo requer reposição hormonal de longo prazo. Já o câncer de tireoide inclui estratégias como cirurgia, radioiodoterapia e, em casos avançados, terapias alvo. Conclui-se que o manejo eficaz dessas condições depende de um diagnóstico precoce e individualizado, considerando características específicas de cada patologia e paciente. A pesquisa reforça a necessidade de acompanhamento contínuo e do desenvolvimento de tratamentos mais seguros e eficazes.
Palavras-chave: Hipertireoidismo, hipotireoidismo, câncer de tireoide, tratamento, tireoidopatias.
Abstract
Thyroid disorders such as hyperthyroidism, hypothyroidism, and thyroid cancer are highly prevalent and significantly impact patients’ quality of life. This study aims to analyze the treatments available for hyperthyroidism and compare them with those for hypothyroidism and thyroid cancer, highlighting advances and limitations. The methodology involved a bibliographic review of scientific articles published between 2013 and 2023 in databases such as PubMed and Scielo, focusing on pharmacological, surgical, and radioactive therapeutic approaches. The results showed that while hyperthyroidism is commonly treated with antithyroid drugs, radioactive iodine, and thyroidectomy, hypothyroidism requires long-term hormone replacement therapy. Thyroid cancer, in turn, involves strategies like surgery, radioiodine therapy, and, in advanced cases, targeted therapies. It is concluded that effective management of these conditions depends on early and individualized diagnosis, considering specific characteristics of each pathology and patient. The research underscores the need for continuous monitoring and the development of safer and more effective treatments.
Keywords: Hyperthyroidism, hypothyroidism, thyroid cancer, treatment, thyroid disorders.
INTRODUÇÃO
A tireoide, uma glândula endócrina essencial, regula funções metabólicas através da produção dos hormônios triiodotironina (T3) e tiroxina (T4). Quando ocorre desequilíbrio nessa produção, os efeitos no organismo podem ser severos, exigindo abordagens terapêuticas individualizadas (Maia et al., 2013; Villagelin et al., 2023).
As doenças da glândula tireoide, denominadas tireoidopatias, afetam cerca de 750 milhões de pessoas em todo o mundo, no Brasil aproximadamente 15% da população acima de 45 anos apresenta algum tipo de disfunção tireoidiana, como hipotireoidismo ou hipertireoidismo (Organização Mundial da Saúde, 2020). Essas condições têm importância clínica significativa, pois impactam diretamente o metabolismo, o sistema cardiovascular, a saúde mental e a qualidade de vida dos indivíduos (BRASIL, 2022).
O hipertireoidismo, caracterizado pelo excesso de hormônios tireoidianos, frequentemente resulta de condições autoimunes como a doença de Graves. Essa disfunção é marcada por sintomas como nervosismo, intolerância ao calor, taquicardia e perda de peso, os quais podem evoluir para complicações graves, incluindo arritmias cardíacas e crises tireotóxicas (SBEM, 2025). Apesar da eficácia de tratamentos consagrados, como antitireoidianos, radioiodoterapia e tireoidectomia, desafios permanecem em relação às taxas de recidiva e efeitos adversos, destacando a necessidade de uma gestão personalizada (Sjölin et al., 2019; Das et al., 2022).
Em contrapartida, o hipotireoidismo é caracterizado pela insuficiência na produção hormonal e pode ser decorrente de fatores primários, como a tireoidite de Hashimoto, ou de disfunções centrais envolvendo o eixo hipotálamo-hipófise. Seus sintomas, como fadiga, intolerância ao frio, ganho de peso e bradicardia, afetam significativamente a qualidade de vida (Sahin et al., 2020). O manejo da doença geralmente envolve reposição hormonal com levotiroxina, mas questões relacionadas à adesão ao tratamento e ao controle preciso dos níveis hormonais representam barreiras importantes (Beck-Peccoz et al., 2017).
O câncer de tireoide, embora menos frequente, apresenta crescente prevalência devido à maior disponibilidade de exames diagnósticos, como ultrassonografias e testes moleculares. Os carcinomas papilífero e folicular, os subtipos mais comuns, geralmente possuem bom prognóstico quando diagnosticados precocemente. No entanto, casos de carcinoma medular e anaplásico são mais agressivos e exigem intervenções complexas, como cirurgias, radioiodoterapia e terapias-alvo, que podem impactar consideravelmente o bem-estar do paciente (Elaraj; Sturgeon; Nayar, 2015; Zhang et al., 2018).
Dada a diversidade de manifestações e abordagens terapêuticas, este estudo tem como objetivo geral comparar os tratamentos do hipertireoidismo, do hipotireoidismo e do câncer de tireoide. Busca-se compreender as diferenças nos mecanismos de ação, na eficácia terapêutica e nos impactos a longo prazo sobre a saúde dos pacientes. Essa análise, fundamentada em evidências científicas atuais, visa contribuir para o aprimoramento das estratégias de manejo, promovendo decisões clínicas mais eficazes e personalizadas. A relevância desse trabalho reside em ampliar o entendimento sobre essas doenças e, assim, facilitar a aplicação de abordagens integradas e inovadoras no tratamento de tireoidopatias (Suonsyrjä et al., 2023; Ylli et al., 2021).
REFERENCIAL TEÓRICO
ASPECTOS FISIOPATOLÓGICOS DO HIPERTIREOIDISMO, HIPOTIREOIDISMO E CÂNCER DE TIREOIDE
A glândula tireoide desempenha um papel crucial no metabolismo humano, regulando processos metabólicos e energéticos por meio da secreção dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina). Esses hormônios influenciam a atividade celular, o controle térmico, a frequência cardíaca e o equilíbrio dos sistemas neurológico e endócrino (Maia et al., 2013).
O hipertireoidismo, associado frequentemente à doença de Graves, é caracterizado pela produção excessiva de T3 e T4, levando a sintomas como perda de peso, taquicardia e ansiedade. Sua etiologia inclui fatores autoimunes, onde o sistema imunológico ataca a glândula, resultando em hiperatividade (Sjölin et al., 2019). Já o hipotireoidismo reflete uma redução na produção hormonal, frequentemente vinculada à tireoidite de Hashimoto, uma desordem autoimune que destroi progressivamente o tecido tireoidiano, resultando em letargia, ganho de peso e intolerância ao frio (Beck-Peccoz et al., 2017).
Por outro lado, o câncer de tireoide é uma neoplasia com variações clínicas significativas. Os carcinomas papilífero e folicular são menos agressivos, enquanto o carcinoma anaplásico representa um desafio terapêutico devido à sua alta letalidade. Essas neoplasias são frequentemente atribuídas a mutações em genes como BRAF e RAS, que alteram os mecanismos de crescimento celular (Zhang et al., 2018).
A compreensão integrada das condições autoimunes, metabólicas e genéticas que afetam a glândula tireoide é crucial para aprimorar os métodos diagnósticos e terapêuticos. O estudo da fisiopatologia dessas doenças tem permitido o desenvolvimento de abordagens mais eficazes e personalizadas no tratamento, refletindo avanços significativos na endocrinologia contemporânea. A identificação de biomarcadores genéticos e a avaliação das interações entre fatores ambientais e predisposição genética contribuem para uma melhor compreensão das disfunções tireoidianas, possibilitando intervenções mais direcionadas e eficazes (Bennett et al., 2020).
ABORDAGENS DIAGNÓSTICAS E TERAPÊUTICAS
O diagnóstico de tireoidopatias tem se beneficiado significativamente dos avanços em exames laboratoriais, técnicas de imagem e testes moleculares. No hipertireoidismo, a avaliação dos níveis de TSH suprimido, associada à dosagem de anticorpos antirreceptor de TSH, auxilia na identificação da etiologia, especialmente na doença de Graves. Exames complementares, como ultrassonografia com Doppler, são úteis para avaliar alterações estruturais e vasculares da tireoide (Peeters, 2017).
No caso do hipotireoidismo, o diagnóstico baseia-se predominantemente na detecção de níveis elevados de TSH associados à redução de T4 livre. A tireoidite de Hashimoto, frequentemente acompanhada por altos títulos de anticorpos anti-TPO e anti-tireoglobulina, é a principal causa de disfunção tireoidiana nos países desenvolvidos (Beck-Peccoz et al., 2017).
As estratégias terapêuticas para disfunções da tireoide são adaptadas conforme a condição clínica apresentada. No hipertireoidismo, as intervenções incluem medicamentos antitireoidianos, como metimazol e propiltiouracil, que inibem a síntese hormonal; radioiodoterapia, que utiliza iodo radioativo para reduzir a atividade glandular; e tireoidectomia, indicada em casos refratários ou específicos. Por outro lado, o hipotireoidismo é tratado com reposição hormonal de levotiroxina, ajustada conforme os níveis de TSH e T4 livre, visando restabelecer a função hormonal adequada (Williams et al., 2003).
No câncer de tireoide, o manejo é mais complexo, envolvendo cirurgia para ressecção do tumor, radioiodoterapia para erradicar remanescentes tireoidianos ou metástases e, em casos avançados, terapias-alvo. Estas últimas, como os inibidores de tirosina quinase, são essenciais para tumores refratários ao radioiodo, oferecendo uma alternativa para o controle da progressão da doença (Elaraj; Sturgeon; Nayar, 2015). Os avanços no diagnóstico e tratamento do câncer de tireóide têm sido significativos nos últimos anos, com a integração de genética, endocrinologia e oncologia. A genômica desempenha um papel crucial na identificação de biomarcadores que orientam terapias individualizadas, permitindo diagnósticos mais precisos e tratamentos personalizados. Além disso, estratégias de desescalada terapêutica têm reduzido o uso desnecessário de quimioterapia, melhorando a qualidade de vida das pacientes.(Rodríguez et al 2024).
IMPACTOS CLÍNICOS E DESAFIOS NO TRATAMENTO
Os impactos clínicos das tireoidopatias são amplamente reconhecidos devido às suas implicações metabólicas, cardiovasculares e psicológicas. Embora os avanços diagnósticos e terapêuticos tenham melhorado o manejo dessas condições, desafios significativos ainda persistem. Fatores como adesão ao tratamento, necessidade de ajustes terapêuticos e a importância do acompanhamento de longo prazo são cruciais para otimizar os resultados clínicos e minimizar complicações associadas. A integração de abordagens multidisciplinares no tratamento das tireoidopatias é essencial para garantir que os pacientes recebam cuidados abrangentes e eficazes (Gonzalez et al., 2021).
No caso do hipertireoidismo, um dos principais desafios está associado à recidiva, especialmente na doença de Graves, onde as taxas podem alcançar até 50% após o término do uso de antitireoidianos. A radioiodoterapia, amplamente utilizada como alternativa de tratamento definitivo, pode levar ao desenvolvimento de hipotireoidismo iatrogênico, que requer reposição hormonal vitalícia. Além disso, complicações cardiovasculares, como fibrilação atrial e insuficiência cardíaca, destacam a necessidade de intervenção precoce e monitoramento rigoroso (Suonsyrjä et al., 2023).
O manejo do hipotireoidismo, embora geralmente mais direto, apresenta seus próprios desafios, especialmente no ajuste da levotiroxina. A variação individual na absorção, interações medicamentosas e condições como a tireoidite de Hashimoto podem levar a flutuações nos níveis hormonais, impactando negativamente a qualidade de vida do paciente. Doenças cardiovasculares e dislipidemias são complicações comuns do hipotireoidismo mal controlado, o que reforça a importância do acompanhamento regular e personalizado (Beck-Peccoz et al., 2017).
No câncer de tireoide, os impactos clínicos e desafios estão intrinsicamente ligados ao tipo histológico e ao estágio da doença. Carcinomas papilíferos e foliculares, considerados menos agressivos, apresentam altas taxas de sobrevida quando diagnosticados precocemente. Contudo, variantes agressivas, como os carcinomas anaplásicos, possuem prognóstico reservado, com sobrevida média inferior a seis meses. Além disso, a terapia com inibidores de tirosina quinase, empregada em casos refratários ao radioiodo, está associada a efeitos adversos significativos, como hipertensão, toxicidade hepática e fadiga, complicando o manejo clínico (Zhang et al., 2018).
O acompanhamento de longo prazo é outro aspecto desafiador, especialmente em cânceres diferenciados de tireoide, onde pacientes frequentemente necessitam de monitoramento de tireoglobulina e exames de imagem periódicos para detecção precoce de recorrências. A adesão ao tratamento e a necessidade de cuidados multidisciplinares são fundamentais para mitigar complicações e melhorar os desfechos clínicos (Elaraj; Sturgeon; Nayar, 2015).
Portanto, o tratamento das tireoidopatias requer não apenas a utilização de terapias eficazes, mas também uma abordagem individualizada que leve em consideração os fatores clínicos, sociais e emocionais de cada paciente. A integração de tecnologias modernas, como análises moleculares e terapias direcionadas, juntamente com um monitoramento contínuo, é fundamental para superar as barreiras existentes e otimizar os resultados clínicos. A personalização do tratamento é uma estratégia cada vez mais reconhecida como essencial para melhorar a adesão e os desfechos em pacientes com disfunções da tireoide (Smith et al., 2022).
METODOLOGIA
A metodologia empregada neste estudo foi delineada com base em uma revisão bibliográfica sistemática e abrangente, caracterizada pela busca rigorosa e estruturada de estudos relevantes na literatura científica. Essa abordagem visa reunir, organizar e analisar informações disponíveis sobre o tratamento das principais tireoidopatias, incluindo hipertireoidismo, hipotireoidismo e câncer de tireoide. A revisão sistemática envolve a definição clara de critérios de inclusão e exclusão, a utilização de estratégias de busca em múltiplas bases de dados e a avaliação crítica da qualidade dos estudos selecionados, assegurando que as conclusões sejam fundamentadas em evidências robustas e atualizadas.
O levantamento de dados foi realizado por meio de consultas às bases de dados PubMed e SciELO. A pesquisa foi realizada utilizando descritores específicos, como “hipertireoidismo,” “hipotireoidismo,” “câncer de tireoide,” “tratamento” e “tireoidopatias,” combinados com seus correspondentes em inglês para ampliar o alcance da busca. A utilização de operadores booleanos, como “AND,” “OR” e “NOT,” permitiu refinar as pesquisas, assegurando que os resultados fossem relevantes e adequados ao escopo do estudo.
Os critérios de inclusão definidos garantiram a seleção de artigos com alto rigor metodológico, considerando apenas publicações em periódicos revisados por pares, disponíveis em português e inglês, que abordassem diretamente as abordagens diagnósticas e terapêuticas das tireoidopatias. Foram incluídos estudos publicados entre os anos de 2013 e 2023, de forma a considerar avanços recentes na área, com ênfase em terapias farmacológicas, cirúrgicas e radioativas. Excluíram-se artigos que apresentassem metodologia inadequada ou pouco clara, dados inconclusivos ou duplicação de conteúdo, assegurando a qualidade e relevância do material selecionado para análise.
A seleção dos artigos resultou na inclusão de 45 estudos que atenderam aos critérios de seleção estabelecidos, refletindo a relevância e a qualidade das publicações sobre as intervenções nas tireoidopatias. Durante o processo de triagem, 30 artigos foram excluídos por não cumprirem os critérios de inclusão, sendo a maioria deles relacionados à metodologia inadequada ou à falta de dados conclusivos. Essa seleção criteriosa contri para uma compreensão aprofundada das melhores práticas no tratamento dessas condições.
A análise dos textos seguiu um processo criterioso de leitura e extração de dados relevantes, priorizando informações relacionadas aos avanços no manejo clínico das tireoidopatias, limitações das abordagens terapêuticas disponíveis e os impactos dessas condições na qualidade de vida dos pacientes. Dados quantitativos, como taxas de eficácia e recorrência, e qualitativos, como relatos de impacto psicossocial e funcional, foram organizados de forma sistemática. Essa abordagem permitiu a avaliação crítica das estratégias atualmente empregadas e a identificação de lacunas e oportunidades para melhoria nas práticas clínicas.
Por fim, o método adotado foi planejado para proporcionar um entendimento integrado das diferentes condições investigadas, destacando a complexidade e a especificidade do manejo clínico de cada uma. Os resultados dessa análise visam subsidiar práticas mais seguras, eficazes e personalizadas, alinhadas aos desafios contemporâneos da endocrinologia e às demandas por avanços contínuos nas abordagens diagnósticas e terapêuticas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O manejo das tireoidopatias, que inclui hipertireoidismo, hipotireoidismo e câncer de tireoide, requer abordagens terapêuticas diferenciadas, que consideram as particularidades fisiopatológicas de cada condição e as necessidades individuais dos pacientes. Avanços recentes na medicina, como terapias direcionadas e novas estratégias farmacológicas, têm sido desenvolvidos para otimizar o tratamento e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. No entanto, ainda existem desafios significativos, como a adesão ao tratamento e as comorbidades associadas, que impactam diretamente os resultados clínicos e o bem-estar geral dos indivíduos afetados. Portanto, uma abordagem individualizada e integrativa é crucial para lidar com as complexidades dessas condições (Bahn et al., 2020).
O tratamento do hipertireoidismo inclui antitireoidianos, radioiodoterapia e tireoidectomia, sendo essas as principais opções terapêuticas. Medicamentos como metimazol e propiltiouracil são frequentemente utilizados na prática clínica, com o metimazol se destacando por sua maior eficácia e menor incidência de efeitos adversos (Sjölin et al., 2019). Estudos confirmam que a radioiodoterapia é amplamente eficaz na supressão da atividade tireoidiana, tornando-se a terapia de escolha em casos de doença refratária ou contraindicação aos antitireoidianos (De Leo et al., 2016). Entretanto, a radioiodoterapia frequentemente leva ao hipotireoidismo iatrogênico, exigindo reposição hormonal contínua (Suonsyrjä et al., 2023). Por outro lado, a tireoidectomia é indicada em casos específicos, como grandes bócios compressivos ou suspeitas de malignidade. Apesar de eficaz, a cirurgia apresenta riscos, como hipoparatireoidismo e lesão nervosa (Maia et al., 2013).
O manejo do hipotireoidismo é mais direto, sendo a reposição de levotiroxina amplamente aceita como tratamento padrão. Estudos destacam que a terapia com levotiroxina é eficaz, mas sua administração requer ajustes rigorosos, com base nos níveis de TSH e sintomas clínicos, para evitar complicações como doenças cardiovasculares e osteoporose (Beck-Peccoz et al., 2017). Além disso, o hipotireoidismo central, frequentemente subdiagnosticado, exige atenção especial devido à complexidade de seu manejo e aos riscos de complicações graves quando não tratado adequadamente (Beck-Peccoz et al., 2017). A adesão ao tratamento continua sendo um dos maiores desafios, com fatores como falta de informação dos pacientes e variações na biodisponibilidade do medicamento contribuindo para o controle hormonal inadequado (Peeters, 2017).
O tratamento do câncer de tireoide, especialmente dos carcinomas papilífero e folicular, envolve tireoidectomia total seguida de radioiodoterapia. Essas estratégias são eficazes na maioria dos casos e têm contribuído para altas taxas de sobrevida em pacientes diagnosticados precocemente (Elaraj; Sturgeon; Nayar, 2015). No entanto, variantes mais agressivas, como o carcinoma anaplásico, continuam desafiadoras devido à rápida progressão e resistência ao radioiodo (Zhang et al., 2018). A introdução de terapias-alvo, como inibidores de tirosina quinase, tem sido promissora para tumores refratários, mas seus efeitos adversos, incluindo toxicidade hepática e hipertensão, afetam a adesão e a qualidade de vida dos pacientes (Zhang et al., 2018).
A análise comparativa das diferentes tireoidopatias revela a complexidade e a variedade de desafios enfrentados no seu manejo, enfatizando a importância de uma abordagem individualizada e fundamentada em evidências científicas. Essa perspectiva permite que as intervenções sejam ajustadas de acordo com as características específicas de cada paciente, incluindo fatores genéticos, comorbidades e preferências pessoais. A aplicação de diretrizes clínicas baseadas em pesquisas robustas é essencial para otimizar os desfechos clínicos e garantir que os tratamentos sejam não apenas eficazes, mas também adequados às necessidades individuais dos pacientes (Müller et al., 2021).
No hipertireoidismo, o controle adequado é um desafio devido às altas taxas de recidiva, particularmente em pacientes com doença de Graves. Estudos mostram que até 50% dos pacientes tratados com antitireoidianos podem apresentar recidiva após a suspensão do medicamento, tornando essencial o uso de estratégias de longo prazo para minimizar esse risco (Suonsyrjä et al., 2023). A radioiodoterapia, frequentemente utilizada como uma solução definitiva é altamente eficaz na destruição do tecido tireoidiano hiperativo. No entanto, essa abordagem demanda monitoramento contínuo para prevenir complicações, como o hipotireoidismo iatrogênico, que é um efeito colateral comum (De Leo et al., 2016). Além disso, é necessário um acompanhamento próximo para evitar complicações cardiovasculares, como a fibrilação atrial, que pode surgir em decorrência do hipertireoidismo não tratado ou mal controlado (Suonsyrjä et al., 2023). Em pacientes que necessitam de tireoidectomia, a intervenção cirúrgica exige habilidades altamente especializadas, uma vez que está associada a complicações significativas, como a lesão do nervo laríngeo recorrente e o hipoparatireoidismo. Esses riscos cirúrgicos são amplamente reconhecidos na literatura e reforçam a importância de um planejamento pré-operatório cuidadoso e da execução técnica precisa para minimizar a morbidade (MAIA et al., 2013; ABDO et al., 2023).
No caso do hipotireoidismo, a simplicidade aparente do manejo com reposição hormonal esconde barreiras significativas que afetam os resultados a longo prazo. A variabilidade individual na resposta à levotiroxina, devido a fatores como alterações na absorção intestinal, interação medicamentosa ou comorbidades, frequentemente requer ajustes contínuos na dosagem para atingir níveis hormonais ideais. Essa necessidade de personalização do tratamento pode ser onerosa e complexa em cenários de atenção primária, onde recursos para testes frequentes e monitoramento podem ser limitados. (Beck-Peccoz et al., 2017). A individualização do tratamento, levando em conta fatores como idade, comorbidades e aspectos psicossociais, é essencial para ajustar a dosagem de levotiroxina de forma eficaz. Além disso, a utilização de tecnologias para monitoramento remoto e a educação continuada dos profissionais de saúde podem aprimorar o acompanhamento dos pacientes, facilitando ajustes terapêuticos oportunos e melhorando os desfechos clínicos (ARAUJO et al., 2025).
Adicionalmente, estudos destacam a necessidade de maior conscientização sobre a importância da adesão terapêutica, já que a falta de compreensão dos pacientes quanto à gravidade da condição pode levar a interrupções no tratamento (Peeters, 2017). Para pacientes com hipotireoidismo central, que é frequentemente negligenciado, as demandas de diagnóstico e tratamento são ainda mais rigorosas, exigindo uma abordagem mais atenta e recursos diagnósticos adequados para evitar atrasos no manejo (Beck-Peccoz et al., 2017).
O câncer de tireoide, especialmente em suas formas mais agressivas, como o carcinoma anaplásico, apresenta um conjunto único de desafios que muitas vezes requerem abordagens inovadoras. As formas diferenciadas, como os carcinomas papilífero e folicular, geralmente apresentam bom prognóstico quando diagnosticadas precocemente e tratadas com tireoidectomia seguida de radioiodoterapia, permitindo altas taxas de sobrevida (Elaraj; Sturgeon; Nayar, 2015). No entanto, o carcinoma anaplásico continua a ser uma neoplasia de difícil manejo, com baixa taxa de resposta às terapias convencionais. Para esses casos, as terapias-alvo, como os inibidores de tirosina quinase, têm emergido como uma alternativa promissora, mas apresentam limitações significativas, incluindo efeitos colaterais graves, como toxicidade hepática, hipertensão e fadiga, que podem impactar negativamente a adesão ao tratamento e a qualidade de vida do paciente (Zhang et al., 2018).
A integração de tecnologias avançadas, como testes moleculares e genéticos, no diagnóstico e no manejo das tireoidopatias tem proporcionado avanços significativos, especialmente no câncer de tireoide. A identificação de mutações específicas, como BRAF e RAS, tem permitido um planejamento terapêutico mais direcionado e eficaz. Apesar disso, ainda há uma lacuna no acesso a essas tecnologias em países com recursos limitados, o que destaca a necessidade de iniciativas para ampliar a disponibilidade e acessibilidade desses avanços diagnósticos e terapêuticos (Elaraj; Sturgeon; Nayar, 2015).
A gestão eficaz das tireoidopatias requer uma abordagem abrangente e multidisciplinar que leve em consideração não apenas os aspectos clínicos, mas também os fatores sociais e emocionais que podem influenciar a saúde do paciente. A implementação de estratégias personalizadas, associada ao monitoramento contínuo e à incorporação de novas tecnologias, é fundamental para superar as limitações das abordagens tradicionais e proporcionar melhores resultados terapêuticos. Além disso, iniciativas focadas em educação e conscientização são cruciais para melhorar a adesão ao tratamento, facilitando o manejo dessas condições complexas e heterogêneas, e promovendo uma maior qualidade de vida para os pacientes (Bahn et al., 2021).
Nesse sentido, este estudo reforça que o manejo eficaz dessas condições depende de um diagnóstico precoce e individualizado, considerando não apenas os aspectos fisiopatológicos, mas também as demandas específicas de cada paciente. A implementação de novas tecnologias, como os testes moleculares, e o desenvolvimento de terapias personalizadas são passos fundamentais para otimizar os desfechos clínicos e melhorar a qualidade de vida. Além disso, o acompanhamento contínuo e o engajamento multidisciplinar são cruciais para garantir o sucesso terapêutico e minimizar os impactos psicossociais dessas patologias (Das et al., 2022).
CONCLUSÃO
O tratamento do hipertireoidismo, do hipotireoidismo e do câncer de tireoide envolve abordagens distintas, orientadas pela complexidade fisiopatológica de cada condição e pelas necessidades individuais dos pacientes. Ao longo do estudo, foram discutidos os avanços recentes no manejo dessas doenças, bem como os principais desafios ainda enfrentados na prática clínica. Esses aspectos reforçam a importância de estratégias terapêuticas integradas, sustentadas por evidências científicas atualizadas e adaptadas às particularidades de cada caso.
No manejo do hipertireoidismo, evidenciou-se a eficácia dos tratamentos disponíveis, como antitireoidianos, radioiodoterapia e tireoidectomia. No entanto, a elevada taxa de recidiva, particularmente em pacientes com doença de Graves, e os riscos associados às intervenções mais invasivas, como a cirurgia, ressaltam a importância de um acompanhamento de longo prazo e de intervenções que minimizem complicações. A radioiodoterapia, apesar de ser uma opção definitiva em muitos casos, frequentemente resulta em hipotireoidismo iatrogênico, um efeito colateral que exige reposição hormonal vitalícia e monitoramento contínuo. Assim, o manejo eficaz do hipertireoidismo depende não apenas da escolha inicial da terapia, mas também de uma estratégia que combine eficácia a longo prazo com a redução de impactos na qualidade de vida.
Em relação ao hipotireoidismo, o uso da levotiroxina como tratamento padrão é amplamente aceito e eficaz. Contudo, o estudo revelou que aspectos como a variabilidade na resposta ao medicamento, as dificuldades de adesão ao tratamento e a necessidade de ajustes regulares na dosagem representam barreiras significativas ao controle ideal da condição. Em particular, o hipotireoidismo central, frequentemente negligenciado, requer atenção especial devido à sua maior complexidade diagnóstica e terapêutica. Além disso, os desafios na conscientização dos pacientes quanto à importância do tratamento contínuo reforçam a necessidade de estratégias educativas e de suporte que promovam maior adesão e engajamento com o manejo da doença.
No câncer de tireoide, o panorama é ainda mais diversificado e desafiador. Enquanto os carcinomas papilífero e folicular apresentam altas taxas de cura quando diagnosticados precocemente, casos mais agressivos, como os carcinomas anaplásico e medular, requerem abordagens inovadoras e multidisciplinares. O avanço das terapias-alvo, como os inibidores de tirosina quinase, trouxeram novas possibilidades para o manejo de tumores refratários, mas os efeitos colaterais associados e os custos elevados continuam sendo desafios importantes. A aplicação de testes moleculares, que permitem a identificação de mutações específicas e auxiliam no planejamento terapêutico, representa um marco no manejo do câncer de tireoide, embora sua disponibilidade ainda seja limitada em muitos contextos clínicos.
A comparação entre essas três condições demonstrou que o manejo das tireoidopatias vai muito além da simples escolha de uma terapia. Ele exige uma abordagem integrada que considere os aspectos clínicos, sociais e emocionais de cada paciente. A personalização do tratamento é essencial para maximizar os benefícios terapêuticos, reduzir complicações e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Além disso, a interdisciplinaridade entre endocrinologia, cirurgia, oncologia e outras especialidades é fundamental para garantir um cuidado abrangente e eficiente.
Por fim, este estudo reforça a necessidade de avanços contínuos em pesquisa, desenvolvimento de novas terapias e tecnologias diagnósticas, além de políticas de saúde que assegurem o acesso equitativo aos tratamentos. A educação dos pacientes e a capacitação dos profissionais de saúde também são pilares indispensáveis para melhorar os desfechos clínicos e promover um cuidado de excelência. Assim, o manejo das tireoidopatias deve ser pautado em uma combinação de ciência, tecnologia e humanização, garantindo que cada intervenção contribua para o bem-estar geral dos pacientes e para o avanço da prática clínica na área da endocrinologia.
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1Graduando em medicina, Universidade de Franca, ze.renato97@gmail.com
2Graduando em medicina, Universidade de Franca, pedrocarrijoramosb@icloud.com
3Graduando em medicina, Universidade de Franca, cadu_np@icloud.com
4Graduando em medicina, Universidade de Franca, felipe_rigo_lima@hotmail.com
5Mestra Universidade de Franca, puccicolpo105@gmail.com