REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cs10202506261956
Kayo César Vieira Godinho
Orientador(a): Erlayne Camapum Brandão
Resumo
A saúde mental tem ganhado crescente atenção nas discussões sobre qualidade do cuidado em saúde. Nesse contexto, a humanização da assistência prestada pela enfermagem psiquiátrica destaca-se como uma estratégia fundamental para promover o bem-estar, a adesão ao tratamento e a recuperação dos pacientes. O presente trabalho tem como objetivo geral analisar de que forma o cuidado humanizado da enfermagem influencia na adesão ao tratamento e na qualidade de vida dos pacientes, com ênfase nos contextos de saúde mental. Para alcançar esse propósito, foi realizada uma pesquisa de cunho qualitativo, por meio de revisão bibliográfica e utilizando artigos científicos. Neste caso, o foco da investigação centrou-se em compreender como a prática da enfermagem psiquiátrica influencia a qualidade do cuidado prestado e a adesão ao tratamento de pacientes com transtornos mentais. Foram selecionados 60 estudos que cumpriram todos os critérios estabelecidos. Essa seleção criteriosa garantiu que apenas os estudos mais relevantes e com dados empíricos fossem incluídos na análise final, proporcionando uma base sólida para a interpretação dos resultados. A análise dos dados permitiu discutir os principais elementos que compõem o cuidado humanizado, como a escuta ativa, o acolhimento, o vínculo terapêutico, o manejo de crises e a atuação interdisciplinar. Os estudos analisados evidenciam que tais práticas promovem uma relação de confiança entre profissional e paciente, o que favorece a continuidade e a adesão ao tratamento, especialmente em situações de sofrimento psíquico. Além disso, observou-se que a humanização do cuidado contribui significativamente para a melhora da qualidade de vida dos pacientes, ao considerar suas singularidades e respeitar sua autonomia. Conclui-se, portanto, que o cuidado humanizado é um componente essencial na prática da enfermagem e deve ser fortalecido por meio da formação profissional e das políticas públicas. Sugere-se que futuras pesquisas incluam a percepção dos usuários dos serviços e a atuação de equipes multiprofissionais em diferentes contextos assistenciais.
Palavras-chave: cuidado humanizado; enfermagem; saúde mental.
Abstract
Mental health has gained increasing attention in discussions about the quality of healthcare. In this context, the humanization of care provided by psychiatric nursing stands out as a fundamental strategy to promote patients’ well-being, treatment adherence, and recovery. This study aims to analyze how humanized nursing care influences treatment adherence and the quality of life of patients, with an emphasis on mental health contexts. To achieve this goal, a qualitative research was conducted through a bibliographic review using scientific articles. The investigation focused on understanding how psychiatric nursing practice impacts the quality of care provided and the treatment adherence of patients with mental disorders. Sixty studies that met all established criteria were selected. This careful selection ensured that only the most relevant studies with empirical data were included in the final analysis, providing a solid basis for interpreting the results. Data analysis allowed the discussion of key elements that constitute humanized care, such as active listening, welcoming, therapeutic bonding, crisis management, and interdisciplinary action. The analyzed studies show that such practices promote a relationship of trust between professional and patient, favoring continuity and adherence to treatment, especially in situations of psychological distress. Furthermore, it was observed that humanized care significantly contributes to improving patients’ quality of life by considering their uniqueness and respecting their autonomy. It is concluded, therefore, that humanized care is an essential component of nursing practice and should be strengthened through professional training and public policies. It is suggested that future research will include users’ perceptions of services and the performance of multidisciplinary teams in different care settings.
Keywords: humanized care; nursing; mental health.
1. INTRODUÇÃO
A enfermagem psiquiátrica desempenha um papel fundamental no cuidado de pacientes com transtornos mentais, exigindo uma compreensão abrangente tanto das necessidades clínicas quanto das dinâmicas interpessoais envolvidas. Historicamente, no Brasil, até meados do século XX, os cuidados em saúde mental eram marcados por práticas coercitivas e isolamento, refletindo uma visão limitada sobre os transtornos mentais. Entretanto, com a implementação da Reforma Psiquiátrica Brasileira, houve uma transformação significativa no paradigma de cuidado, com ênfase na humanização e na integração dos serviços de saúde mental. Essa mudança permitiu que os profissionais de enfermagem adotassem uma postura mais colaborativa e centrada no paciente, promovendo um cuidado mais digno e efetivo (Peres et al., 2022; Méllo et al., 2022).
A formação do enfermeiro especializado em psiquiatria é um elemento essencial para enfrentar os desafios inerentes à prática clínica e lidar com a complexidade das demandas apresentadas pelos pacientes. As Diretrizes Curriculares Nacionais destacam a importância de formar profissionais críticos e reflexivos, capacitados para realizar uma prática baseada no diálogo e na construção de vínculos terapêuticos. Esse perfil é fundamental, pois a relação entre enfermeiro e paciente exerce um impacto significativo no processo de recuperação, proporcionando um espaço seguro para a escuta qualificada e o compartilhamento de experiências. Estudos indicam que essa relação interpessoal é um dos pilares do cuidado humanizado, favorecendo a adesão ao tratamento e a melhoria da qualidade de vida dos pacientes (Estrela; Loyola, 2014; Silva et al., 2020).
Além do mais, a atuação dos enfermeiros em Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e serviços de emergência psicossocial evidencia a importância da comunicação como ferramenta essencial para a criação de um ambiente acolhedor e de apoio. Pesquisas apontam que a comunicação efetiva entre a equipe de enfermagem e os pacientes é determinante para o sucesso do tratamento, possibilitando intervenções terapêuticas mais integradas e personalizadas (Paes; Maftum, 2013; Silva et al., 2012). Nesse sentido, a formação contínua e a valorização das competências interpessoais nas práticas de enfermagem são fundamentais para o manejo adequado de crises psiquiátricas e para o cuidado a pacientes com risco de suicídio. Esses aspectos reforçam a necessidade de investir em capacitação e atualização profissional constante (Oliveira et al., 2017; Almeida et al., 2021).
Os desafios enfrentados pelos profissionais de enfermagem psiquiátrica são diversos, incluindo questões relacionadas à sobrecarga de trabalho, ao estigma associado à saúde mental e à falta de recursos adequados nos serviços de saúde. Essas dificuldades podem comprometer a qualidade do cuidado prestado e exigem uma atenção especial por parte dos gestores e formuladores de políticas públicas. Ao mesmo tempo, é necessário reconhecer o papel central desses profissionais na promoção da saúde mental e no enfrentamento das barreiras históricas e sociais que ainda persistem nesse campo. Um cuidado centrado na pessoa e na família, alinhado às diretrizes das políticas de saúde pública, é imprescindível para garantir um atendimento digno e eficaz (Peres et al., 2022; Méllo et al., 2022).
A escolha deste tema justifica-se pela crescente demanda por cuidados em saúde mental, bem como pela centralidade da enfermagem psiquiátrica no acompanhamento integral desses pacientes. A atuação desses profissionais vai além da administração de medicamentos e do monitoramento clínico, englobando práticas como escuta ativa, acolhimento e suporte emocional, que são fundamentais para o bem-estar dos pacientes.
Compreender a influência dessa atuação no processo de recuperação contribui não apenas para o aprimoramento das práticas em saúde mental, mas também para a valorização do papel do enfermeiro como integrante indispensável de uma equipe multiprofissional. Ademais, este estudo possui relevância social, acadêmica e profissional, pois pode subsidiar o desenvolvimento de estratégias de cuidado mais eficazes e respeitosas às necessidades dos pacientes em sofrimento psíquico (Soares; Bueno, 2012; Silva et al., 2021).
Finalmente, este estudo busca contribuir para a discussão sobre a enfermagem psiquiátrica e seu impacto no cuidado a pacientes com transtornos mentais, ressaltando a importância de práticas humanizadas.
Nesse sentido, a pergunta-problema que orienta esta pesquisa é: como o cuidado oferecido pela enfermagem psiquiátrica influencia a qualidade de vida e o processo de adesão de indivíduos com transtornos mentais?
E o objetivo geral consiste em analisar a relevância do cuidado prestado pela enfermagem psiquiátrica no acompanhamento e na adesão de pessoas com transtornos mentais. Para tanto, foram estabelecidos objetivos específicos, como investigar as principais práticas adotadas por esses profissionais, avaliar os impactos do cuidado humanizado na adesão ao tratamento e identificar os desafios enfrentados pelos enfermeiros nesse contexto.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 O Papel da Enfermagem Psiquiátrica na Assistência a Pessoas com Transtornos Mentais
A enfermagem psiquiátrica configura-se como uma área indispensável no campo da saúde mental, dedicando-se ao cuidado holístico de pacientes com transtornos mentais. Essa especialidade tem como foco não apenas o tratamento dos sintomas, mas também a promoção do bem-estar geral, considerando a individualidade e o contexto social de cada paciente. A relação interpessoal entre o enfermeiro e o paciente é um dos pilares fundamentais dessa prática, sendo a empatia e a escuta qualificada ferramentas essenciais para a construção de um ambiente seguro e acolhedor (Estrela; Loyola, 2014; Soares et al., 2010). Através dessa interação, os profissionais conseguem não apenas identificar sinais clínicos, mas também compreender as experiências subjetivas dos pacientes, auxiliando na elaboração de estratégias terapêuticas personalizadas (Dias et al., 2020).
As intervenções realizadas pela enfermagem psiquiátrica são amplas e diversificadas, abrangendo tanto práticas farmacológicas quanto não farmacológicas. A administração correta de medicamentos, como antipsicóticos e benzodiazepínicos, é uma das responsabilidades centrais desses profissionais, garantindo a eficácia e segurança do tratamento (Estrela; Loyola, 2014; Glanzmann; Toledo, 2012). Paralelamente, são implementadas práticas que favorecem a comunicação e o suporte emocional, como oficinas terapêuticas e grupos de apoio, que promovem a integração social e o desenvolvimento de habilidades de enfrentamento. Essas abordagens demonstram a importância de um cuidado centrado no paciente, que valoriza sua autonomia e participação ativa no processo terapêutico (Soares et al., 2010).
A formação contínua dos enfermeiros é outro aspecto crucial para a excelência na prática psiquiátrica. Os profissionais precisam estar constantemente atualizados sobre novas abordagens e práticas baseadas em evidências, que refletem as mudanças dinâmicas no campo da saúde mental (Ferreira, 2018). Oficinas terapêuticas e programas de capacitação são exemplos de estratégias que permitem integrar o conhecimento teórico à prática clínica, capacitando os profissionais para lidar com as demandas complexas desse campo. Outrossim, a formação interdisciplinar é enfatizada, preparando os enfermeiros para trabalhar em equipes multiprofissionais e oferecer um cuidado mais abrangente e integrado (Soares et al., 2010).
Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) desempenham um papel central no modelo de atenção à saúde mental, promovendo um cuidado humanizado e desinstitucionalizado (Jafelice et al., 2022; Metello et al., 2022). Nesses serviços, as equipes de enfermagem atuam em colaboração com outros profissionais, como psicólogos, assistentes sociais e médicos, para oferecer um atendimento integral e centrado nas necessidades dos pacientes. Essa abordagem multiprofissional visa não apenas tratar os transtornos mentais, mas também promover a reintegração social e a melhoria da qualidade de vida dos indivíduos (Oliveira et al., 2019). Os CAPS representam um avanço significativo na superação de modelos tradicionais de cuidado, que frequentemente negligenciam a dimensão humana do tratamento.
De forma complementar, a prática da enfermagem psiquiátrica exige um equilíbrio delicado entre conhecimento técnico e habilidades interpessoais. Os enfermeiros não apenas atendem às necessidades clínicas dos pacientes, mas também desempenham um papel transformador na sociedade, desafiando preconceitos e estigmas associados aos transtornos mentais (Cassiano et al., 2019; Moraes et al., 2010). Ao promover a conscientização e o diálogo sobre saúde mental, esses profissionais contribuem para a redução do estigma e para a criação de ambientes mais inclusivos e acolhedores. Essa dimensão social do cuidado reforça a relevância da enfermagem psiquiátrica no contexto da saúde pública.
De igual forma, os desafios enfrentados pelos enfermeiros em saúde mental são diversos e incluem questões como a sobrecarga de trabalho, a falta de recursos adequados e o enfrentamento de situações de crise emocional dos pacientes. Esses desafios exigem resiliência e criatividade por parte dos profissionais, que precisam desenvolver estratégias inovadoras para lidar com as adversidades do cotidiano (Glanzmann; Toledo, 2012). Apesar dessas dificuldades, a dedicação dos enfermeiros em proporcionar um cuidado humanizado e eficaz demonstra o impacto positivo que essa especialidade pode ter na vida dos pacientes. O reconhecimento desses desafios é essencial para o desenvolvimento de políticas públicas que valorizem e apoie esses profissionais.
Em suma, a enfermagem psiquiátrica representa uma contribuição significativa para a saúde pública e o bem-estar dos indivíduos que enfrentam transtornos mentais. Sua prática multifacetada combina conhecimentos técnicos, habilidades interpessoais e um compromisso ético com a dignidade e os direitos dos pacientes. Ao promover um cuidado centrado na pessoa e na família, essa especialidade reafirma sua importância no sistema de saúde mental, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva. As referências bibliográficas utilizadas neste texto destacam as relevância das práticas atuais e apontam caminhos para o aprimoramento contínuo dessa área fundamental da saúde (Jafelice et al., 2022; Cassiano et al., 2019).
As técnicas de escuta ativa, acolhimento e construção de vínculo terapêutico são pilares fundamentais para o cuidado eficaz em ambientes psiquiátricos. A escuta ativa possibilita que os profissionais de enfermagem compreendam profundamente as experiências, emoções e necessidades dos pacientes, facilitando intervenções mais humanizadas e centradas no indivíduo (Grether et al., 2019; Peters et al., 2020). Essa prática não apenas promove um ambiente de confiança e segurança, mas também permite uma identificação mais precisa das demandas emocionais e clínicas dos pacientes. Estudos demonstram que a adoção da escuta ativa pelos enfermeiros resulta em maior satisfação dos pacientes em relação aos cuidados recebidos, refletindo um atendimento mais empático e personalizado (Oliveira et al., 2019; Silva et al., 2013). Dessa forma, a escuta ativa se configura como uma ferramenta indispensável para a promoção de um cuidado integral e respeitoso.
O acolhimento no contexto psiquiátrico transcende a simples recepção do paciente, envolvendo a validação de suas emoções, experiências e subjetividades, o que é crucial para estabelecer um senso de pertencimento e segurança (Delfini et al., 2021; Clementino et al., 2019). Pesquisas indicam que serviços que priorizam uma abordagem acolhedora apresentam maior eficácia na recuperação dos pacientes, contribuindo para a redução do estigma e da sensação de desesperança frequentemente associados aos transtornos mentais (Polonio; Padula, 2020). No Brasil, a reforma psiquiátrica reforçou a importância dessa abordagem, ao propor um modelo de cuidado que prioriza a saúde mental em ambientes comunitários e menos institucionalizados (Clementino et al., 2019; Ferreira et al., 2020). Assim, o acolhimento se torna uma estratégia essencial para promover a dignidade e a inclusão social dos pacientes.
A formação dos profissionais de enfermagem deve contemplar o desenvolvimento de competências interpessoais e de comunicação, que são fundamentais para a efetividade do vínculo terapêutico (Silva et al., 2024; Tavares et al., 2016). Uma formação consistente e atualizada permite que os enfermeiros utilizem técnicas de escuta ativa e acolhimento em seu cotidiano, criando um espaço seguro onde os pacientes se sintam ouvidos, respeitados e valorizados (Barbosa et al., 2023). Vínculos terapêuticos bem estabelecidos favorecem a adesão ao tratamento e incentivam práticas de autocuidado, aspectos cruciais para a recuperação de indivíduos com transtornos mentais (Fernandes et al., 2018; Oliveira et al., 2019). Portanto, a integração entre escuta ativa, acolhimento e vínculo terapêutico constitui um pilar central na prática da enfermagem psiquiátrica, potencializando a qualidade do cuidado e promovendo um ambiente mais saudável para todos os envolvidos.
A utilização de protocolos de cuidado e intervenções terapêuticas no manejo de crises é essencial no contexto da saúde mental, especialmente em ambientes psiquiátricos. Esses protocolos são estruturados para orientar as ações dos profissionais de saúde, garantindo um atendimento padronizado e seguro, que busca estabilizar o paciente durante episódios críticos (Auad et al., 2023). A implementação de protocolos claros e baseados em evidências é fundamental para guiar as intervenções, pois oferece à equipe de enfermagem um referencial comum para a tomada de decisões rápidas e eficazes. Igualmente, esses protocolos ajudam a minimizar erros e inconsistências no manejo de situações de alta complexidade, garantindo um cuidado mais assertivo.
O manejo de crises em saúde mental deve ser abordado de forma multifacetada, combinando medidas de acolhimento inicial e intervenções terapêuticas que visem à estabilização do paciente. Unidades de emergência psiquiátrica desempenham um papel crucial nesse processo, pois são responsáveis por receber pacientes em estado crítico com transtornos mentais e por estabilizá-los para o posterior encaminhamento a serviços apropriados (SOARES et al., 2024). Protocolos de acolhimento desenvolvidos sob a perspectiva da Saúde Coletiva buscam não apenas a estabilização clínica, mas também a promoção do bem-estar emocional do paciente, reconhecendo suas necessidades e vulnerabilidades (Gama et al., 2021). Essa abordagem integrada contribui para um cuidado mais humanizado e eficiente, alinhado às diretrizes contemporâneas de saúde mental.
Da mesma forma, um aspecto essencial na elaboração desses protocolos é a formação e capacitação contínua das equipes de enfermagem. Profissionais bem treinados são mais aptos a implementar esses protocolos de forma eficiente, minimizando o risco de intervenções inadequadas que poderiam agravar a situação do paciente (Morais et al., 2024). A educação em saúde mental e a conscientização sobre as especificidades do cuidado psiquiátrico devem estar presentes tanto na formação inicial quanto na educação continuada dos enfermeiros, uma vez que a interação efetiva com os pacientes é um componente chave no manejo de crises (Silva et al., 2020). Investir em capacitação técnica e emocional dos profissionais é fundamental para garantir um atendimento de qualidade e reduzir os impactos negativos das crises psiquiátricas.
A integração entre protocolos de cuidado, formação profissional e práticas humanizadas representa um avanço significativo no campo da saúde mental. Essa abordagem multifacetada não apenas melhora a qualidade do atendimento, mas também reforça o papel da enfermagem psiquiátrica como agente transformador no sistema de saúde. Ao adotar práticas baseadas em evidências e centradas no paciente, os profissionais de enfermagem contribuem para a promoção de um cuidado mais inclusivo e eficaz, alinhado às políticas públicas de saúde mental (SOARES et al., 2024; Gama et al., 2021). Assim, o manejo de crises psiquiátricas emerge como uma área estratégica para o fortalecimento do cuidado integral e humanizado, beneficiando tanto os pacientes quanto os profissionais envolvidos.
A pesquisa evidencia que a abordagem colaborativa e multiprofissional desempenha um papel essencial na elaboração e aplicação de protocolos de cuidado em saúde mental. Profissionais de diferentes áreas da saúde, como enfermeiros, psiquiatras, psicólogos e assistentes sociais, podem contribuir com suas expertises específicas, proporcionando um cuidado holístico que vai além do tratamento farmacológico (Freitas et al., 2023). Essa abordagem integrada permite a inclusão de intervenções psicossociais, que muitas vezes são decisivas para o processo de recuperação dos pacientes. Adicionalmente, a participação da família no cuidado também é um fator significativo, pois o suporte emocional e o entendimento por parte dos familiares podem influenciar positivamente a adesão ao tratamento e a reintegração social do paciente (Figueiredo et al., 2021). Assim, a interdisciplinaridade emerge como uma estratégia crucial para promover um atendimento mais abrangente e eficaz.
Em síntese, a utilização adequada de protocolos de cuidado e intervenções terapêuticas é fundamental para o manejo de crises em saúde mental. Esses instrumentos orientam as ações das equipes de saúde, promovendo um atendimento mais organizado, padronizado e eficiente, o que resulta em desfechos clínicos mais positivos e no oferecimento de um suporte mais adequado aos pacientes em situação de crise. A implementação desses protocolos não apenas facilita a tomada de decisões em momentos críticos, mas também contribui para a redução de erros e inconsistências durante o atendimento. De maneira complementar, a adoção de práticas baseadas em evidências reforça a importância de um cuidado centrado no paciente, que respeita suas necessidades individuais e promove sua autonomia no processo de recuperação. Nesse sentido, os protocolos se configuram como ferramentas indispensáveis para a promoção de um cuidado humanizado e eficiente. A interdisciplinaridade no cuidado em saúde mental é um aspecto indispensável para a promoção de uma abordagem integrada e eficaz no atendimento a pacientes com transtornos mentais. A colaboração entre enfermeiros e outros profissionais de saúde, como psiquiatras, psicólogos, assistentes sociais e terapeutas ocupacionais, é essencial para atender às diversas dimensões das necessidades dos pacientes em um contexto complexo e multifacetado. Essa abordagem colaborativa permite que cada profissional contribua com seu conhecimento específico, criando um plano de cuidado abrangente que contempla tanto os aspectos biológicos quanto os psicossociais do paciente. Dessa forma, a interdisciplinaridade fortalece a qualidade do cuidado e amplia as possibilidades de recuperação e reintegração social dos indivíduos em sofrimento psíquico.
Um dos principais benefícios da abordagem interdisciplinar é a melhoria significativa na qualidade do cuidado prestado aos pacientes. Estudos apontam que a prática colaborativa em contextos de saúde mental pode levar a avanços consideráveis nos sintomas psiquiátricos e na adesão ao tratamento, especialmente em pacientes que enfrentam múltiplos problemas psicossociais (Klatter et al.; Metello et al., 2022). Essa melhoria é particularmente evidente em situações que demandam um tratamento holístico, onde as intervenções de diferentes profissionais devem ser complementares e coordenadas. A integração de saberes e práticas diversificadas possibilita um atendimento mais personalizado e eficiente, contribuindo para a promoção do bem-estar geral dos pacientes e para a redução do impacto negativo dos transtornos mentais em suas vidas.
A comunicação eficaz é um dos pilares fundamentais dessa colaboração interdisciplinar. Um estudo conduzido por Machailo et al. (Peres et al., 2022) sugere que a melhoria da comunicação e do entendimento mútuo entre os membros da equipe multiprofissional é essencial para aumentar a confiança e fomentar um ambiente de trabalho que promova o empoderamento dos profissionais de enfermagem e, consequentemente, a qualidade do cuidado prestado. A clara definição de papeis e responsabilidades entre os membros da equipe é vital para o sucesso da assistência interdisciplinar, minimizando conflitos e garantindo que cada profissional possa desempenhar suas funções de maneira eficiente e harmônica. De forma similar, a comunicação aberta e transparente facilita a troca de informações relevantes sobre o estado clínico e emocional dos pacientes, otimizando o processo de tomada de decisões.
Outro aspecto relevante da interdisciplinaridade é a capacidade de adaptar o cuidado às necessidades individuais de cada paciente, considerando suas peculiaridades e contexto sociocultural. Essa abordagem flexível e personalizada é especialmente importante no campo da saúde mental, onde os transtornos frequentemente apresentam manifestações únicas e variadas. A colaboração entre profissionais de diferentes áreas permite a construção de planos de cuidado que levam em conta tanto os aspectos clínicos quanto os emocionais e sociais do paciente, promovendo uma recuperação mais integral e sustentável (Metello et al., 2022; Peres et al., 2022). Dessa forma, a interdisciplinaridade não apenas melhora os resultados clínicos, mas também contribui para a humanização do cuidado e para a valorização da dignidade do paciente.
Por fim, a interdisciplinaridade no cuidado em saúde mental representa um avanço significativo no fortalecimento das práticas assistenciais e na promoção de um sistema de saúde mais inclusivo e eficiente. Ao integrar diferentes saberes e competências, essa abordagem permite que os profissionais desenvolvam estratégias inovadoras e personalizadas para atender às necessidades complexas dos pacientes. Em adição, a colaboração multiprofissional reforça a importância do trabalho em equipe e da comunicação eficaz como elementos centrais para a excelência no cuidado. Assim, a interdisciplinaridade emerge como uma estratégia indispensável para enfrentar os desafios contemporâneos da saúde mental e para construir um modelo de atenção que priorize o bem-estar e a qualidade de vida dos indivíduos em sofrimento psíquico (Klatter et al.; Machailo et al., 2022).
A integração dos cuidados em saúde mental exige o reconhecimento da importância do suporte emocional, tanto para os profissionais quanto para os pacientes. Ali e Duru (Soares; Bueno, 2012) discutem como os enfermeiros psiquiátricos podem oferecer um cuidado compassivo, aspecto que está intrinsecamente ligado à colaboração interprofissional. A empatia no cuidado não deve se limitar ao paciente, mas também deve permear as relações entre os membros da equipe multiprofissional, criando um ambiente de trocas significativas e aprendizado mútuo. Essa dinâmica colaborativa fortalece o vínculo entre os profissionais, promovendo um espaço de respeito e confiança que beneficia diretamente a qualidade do atendimento prestado.
Entretanto, a interdisciplinaridade enfrenta barreiras significativas que podem comprometer sua efetividade no contexto da saúde mental. A falta de recursos materiais, financeiros e humanos, bem como o estigma associado às doenças mentais, frequentemente dificultam a formação de equipes colaborativas eficazes (Aekwarangkoon e Noonil; Silva et al., 2021). Essas limitações podem restringir a capacidade dos profissionais em oferecer um cuidado verdadeiramente integrado e holístico, impactando negativamente a recuperação dos pacientes. Diante desse cenário, torna-se imprescindível que políticas públicas priorizem a educação continuada e a formação conjunta de equipes multiprofissionais, garantindo que os profissionais estejam preparados para lidar com as complexidades do cuidado em saúde mental.
Nesse sentido, a implementação de práticas interdisciplinares deve ser uma prioridade estratégica nas políticas de saúde mental. A promoção de espaços de diálogo aberto, a realização de formações conjuntas entre diferentes especialidades e o desenvolvimento de protocolos integrados são iniciativas que podem fortalecer a rede de cuidados (Estrela; Loyola, 2014). Essas estratégias não apenas enriquecem o atendimento ao permitir a troca de conhecimentos e experiências, mas também resultam em intervenções mais eficazes e centradas nas necessidades individuais dos pacientes. A colaboração entre os profissionais contribui para um cuidado mais humano, abrangente e alinhado aos princípios da integralidade e da equidade no sistema de saúde.
A interdisciplinaridade no cuidado em saúde mental é, portanto, não apenas benéfica, mas essencial para enfrentar a complexidade dos transtornos mentais e promover o bem-estar integral dos pacientes. Investir em práticas colaborativas é fundamental para melhorar a qualidade do atendimento e os resultados clínicos, além de reduzir os impactos negativos causados pelo isolamento profissional e pela fragmentação do cuidado. Estudos indicam que a adoção de uma abordagem interdisciplinar pode levar a avanços significativos na adesão ao tratamento e na melhoria da qualidade de vida dos pacientes (Metello et al., 2022; Peres et al., 2022).
Assim, a interdisciplinaridade emerge como uma estratégia indispensável para a construção de um sistema de saúde mental mais eficiente e humanizado.
Conjuntamente, a valorização da interdisciplinaridade também contribui para o fortalecimento das competências interpessoais dos profissionais envolvidos no cuidado. A troca constante de saberes e experiências entre enfermeiros, psiquiatras, psicólogos e outros profissionais permite o desenvolvimento de habilidades técnicas e emocionais que são cruciais para lidar com as demandas complexas da saúde mental (Silva et al., 2021). Esse processo de aprendizado contínuo amplia a capacidade dos profissionais de oferecer um cuidado mais personalizado e empático, reforçando a importância da formação conjunta como um pilar central para a excelência no atendimento.
A interdisciplinaridade representa uma resposta estratégica aos desafios contemporâneos da saúde mental, promovendo um modelo de cuidado que valoriza a integralidade e a dignidade dos pacientes. Ao integrar diferentes saberes e práticas, essa abordagem possibilita a construção de planos de cuidado mais abrangentes e eficientes, que consideram tanto os aspectos clínicos quanto os psicossociais do indivíduo (Estrela; Loyola, 2014). Dessa forma, a colaboração multiprofissional não apenas melhora os resultados terapêuticos, mas também reafirma o compromisso ético dos profissionais de saúde em proporcionar um cuidado humanizado e centrado nas necessidades do paciente.
Em síntese, a interdisciplinaridade no cuidado em saúde mental emerge como uma prática indispensável para enfrentar as demandas complexas desse campo e promover o bem-estar geral dos pacientes. Sua implementação depende de investimentos em educação continuada, formação conjunta e políticas públicas que incentivem a colaboração entre diferentes especialidades. Ao priorizar a interdisciplinaridade, o sistema de saúde mental avança rumo a um modelo de cuidado mais inclusivo, eficiente e humanizado, beneficiando tanto os pacientes quanto os profissionais envolvidos no processo de recuperação e reintegração social (Silva et al., 2021; Metello et al., 2022).
2.2 Relação entre Cuidado Humanizado e Qualidade de Vida no Contexto da Enfermagem em Saúde Mental
Os impactos do cuidado humanizado da enfermagem na adesão ao tratamento e na qualidade de vida dos pacientes têm sido amplamente reconhecidos na literatura científica da área da saúde. O cuidado humanizado caracteriza-se por uma abordagem que valoriza não apenas os aspectos clínicos, mas também o componente emocional e social do paciente, promovendo um relacionamento de confiança entre o profissional de enfermagem e o indivíduo em tratamento (Oliveira et al., 2022; Silva et al., 2022). Essa prática contribui significativamente para a melhoria da experiência do paciente no sistema de saúde, pois oferece um suporte integral que considera suas necessidades subjetivas e contextuais. Ainda, evidências apontam que essa abordagem tem reflexos diretos na adesão ao tratamento e, consequentemente, na promoção de uma melhor qualidade de vida.
A adesão ao tratamento é uma preocupação central em diversas modalidades de atendimento, especialmente em condições crônicas como hipertensão arterial e diabetes mellitus. Estudos demonstram que estratégias educacionais e de acolhimento aplicadas pelos enfermeiros são fundamentais para aumentar a adesão dos pacientes aos regimes terapêuticos prescritos (Mota et al., 2019). Por exemplo, intervenções realizadas por enfermeiros resultaram em maior comprometimento dos pacientes com o tratamento de doenças crônicas, destacando a importância do envolvimento ativo desses profissionais nas consultas e orientações de autocuidado (Abreu et al., 2016). A gestão adequada dessas condições, aliada a um cuidado humanizado, pode facilitar mudanças comportamentais favoráveis à saúde, reforçando a relevância dessa abordagem no contexto do manejo clínico.
Paralelamente, a qualidade da assistência de enfermagem, que inclui a construção de um vínculo de confiança com o paciente, é essencial para o processo de adesão ao tratamento, particularmente em contextos de vulnerabilidade social. Pesquisas indicam que o cuidado centrado no usuário, com acompanhamento contínuo e aconselhamento personalizado, fortalece a adesão ao tratamento e contribui para melhores resultados clínicos (Silva et al., 2022). Da mesma forma, estudos conduzidos por Martins et al. (2019) demonstram que a assistência de enfermagem em pacientes submetidos a tratamentos complexos, como a hemodiálise, não apenas orienta sobre a importância da adesão, mas também influencia positivamente na qualidade de vida desses indivíduos. Esses achados ressaltam o papel crucial da enfermagem na promoção de práticas que integram cuidado técnico e apoio emocional.
A empatia e a comunicação eficaz são componentes-chave do cuidado humanizado que impactam diretamente a adesão ao tratamento. Oliveira e Nakano (2022) afirmam que a adoção de uma abordagem humanizada, utilizando ferramentas de avaliação adequadas, pode elevar a conscientização dos pacientes sobre sua condição de saúde, resultando em maior engajamento nos regimes terapêuticos recomendados. Essa relação é corroborada por Silva et al. (2019), que destacam o papel crítico da educação em saúde na promoção do autocuidado e na superação das barreiras à adesão ao tratamento. A comunicação assertiva e a escuta qualificada permitem que os enfermeiros identifiquem as necessidades específicas dos pacientes, favorecendo intervenções mais eficazes e personalizadas.
Em suma, a prática de um cuidado humanizado na enfermagem não apenas melhora a adesão dos pacientes ao tratamento, mas também resulta em uma significativa melhoria de sua qualidade de vida. Os enfermeiros desempenham um papel crucial na implementação de intervenções que garantem um suporte emocional e informativo adequado, essencial para a gestão efetiva das condições de saúde (Paulista et al., 2024). Essa abordagem reafirma a importância da enfermagem como agente transformador no sistema de saúde, promovendo um cuidado integral e centrado nas necessidades individuais dos pacientes. Assim, investir na formação e capacitação dos profissionais nessa perspectiva é fundamental para otimizar os resultados clínicos e sociais.
A influência da empatia e da comunicação no engajamento dos pacientes com transtornos mentais é um tema de considerável relevância tanto na prática clínica quanto na pesquisa em saúde mental. A empatia, entendida como a capacidade de compreender e compartilhar os sentimentos de outra pessoa, é fundamental para estabelecer uma ligação eficaz entre os profissionais de saúde e os pacientes (Kelter et al., 2022). Essa relação empática proporciona um ambiente seguro e acolhedor, incentivando os pacientes a se abrirem sobre suas experiências, desafios e necessidades, o que facilita a adesão ao tratamento e a construção de vínculos terapêuticos sólidos. Dessa forma, a empatia emerge como um elemento indispensável para o sucesso do cuidado em saúde mental.
A comunicação eficaz complementa a empatia ao permitir que os profissionais de saúde transmitam informações claras e acessíveis, além de criar um espaço de diálogo aberto e respeitoso. Estudos apontam que a comunicação assertiva e a escuta ativa são estratégias essenciais para reduzir o estigma associado aos transtornos mentais e promover a confiança entre pacientes e profissionais (Kelter et al., 2022). Sobretudo, a adoção de uma linguagem empática e não julgadora contribui para que os pacientes se sintam valorizados e compreendidos, o que aumenta sua motivação para participar ativamente do processo terapêutico. Essas práticas reforçam a importância de integrar habilidades interpessoais ao cuidado em saúde mental, visando resultados mais positivos e humanizados.
A combinação de empatia e comunicação eficaz representa um avanço significativo no campo da saúde mental, promovendo um modelo de cuidado que prioriza as necessidades emocionais e psicológicas dos pacientes. Essa abordagem não apenas facilita o engajamento no tratamento, mas também contribui para a redução do sofrimento psíquico e a melhoria da qualidade de vida dos indivíduos. Investir na formação continuada dos profissionais de saúde, com ênfase no desenvolvimento de competências interpessoais, é essencial para consolidar práticas que promovam um cuidado mais inclusivo e eficiente. Assim, a empatia e a comunicação emergem como pilares fundamentais para a excelência no atendimento a pacientes com transtornos mentais (Kelter et al., 2022).
A comunicação clara e eficaz é um componente essencial no contexto da saúde mental, pois a maneira como as informações são transmitidas aos pacientes pode influenciar significativamente sua disposição para seguir recomendações de tratamento. Estudos demonstram que intervenções digitais, quando bem estruturadas, podem desempenhar um papel importante nesse processo. Por exemplo, Saleem et al. (2021) destacam que plataformas digitais que oferecem feedback personalizado e orientação contínua aumentam o engajamento dos pacientes em programas de saúde mental. Essas intervenções são ainda mais eficazes quando a comunicação considera o contexto individual de cada paciente, permitindo uma compreensão mais profunda de suas necessidades, preocupações e barreiras ao tratamento. Dessa forma, a comunicação personalizada torna-se uma ferramenta poderosa para promover a adesão e o compromisso com o cuidado.
Um estudo conduzido por Kelter et al. (2022) revela que o envolvimento da comunidade, incluindo o uso de grupos focais para identificar as necessidades de saúde mental, é fundamental para criar espaços onde os pacientes se sintam à vontade para discutir suas condições. Esse tipo de interação não apenas amplia a compreensão das demandas comunitárias, mas também contribui para a construção de serviços de saúde mais alinhados às expectativas e realidades dos pacientes. A participação ativa da comunidade na formulação de estratégias de cuidado promove maior envolvimento e compromisso com o tratamento, reforçando a importância de práticas que valorizem a escuta e o diálogo. De modo similar, essa abordagem colaborativa fortalece a confiança entre pacientes e profissionais, elemento crucial para o sucesso do cuidado em saúde mental.
Juntamente com isso, a pesquisa em saúde mental aponta que a comunicação efetiva entre os profissionais de saúde e os pacientes está diretamente relacionada à melhoria dos resultados terapêuticos. Sayers et al. (2016) indicam que o uso de abordagens de comunicação adequadas e sensíveis ao contexto cultural dos pacientes pode facilitar seu engajamento nos tratamentos, levando a um reconhecimento mais profundo de seus vínculos com a equipe de saúde. A presença de profissionais que demonstrem empatia e assegurem um compromisso genuíno com o bem-estar dos pacientes é fundamental para o fortalecimento desse vínculo terapêutico. Quando os pacientes percebem que seus sentimentos e experiências são validados, eles tendem a se envolver mais ativamente no processo de recuperação, o que resulta em melhores desfechos clínicos e emocionais.
Consequentemente, a implementação de práticas que promovam a empatia e uma comunicação aberta não só aumenta o engajamento dos pacientes, mas também influencia positivamente a adesão ao tratamento e a qualidade de vida geral. Intervenções educacionais e programas de treinamento para a equipe de saúde sobre a importância da empatia e da comunicação podem ser estratégias eficazes para melhorar os resultados em saúde mental (Muniandy et al., 2022; Cai, 2021). Essas iniciativas ajudam os profissionais a desenvolverem habilidades interpessoais que vão além do conhecimento técnico, capacitando-os para lidar com as complexidades emocionais e sociais dos pacientes. Assim, investir na formação continuada dos profissionais é essencial para garantir um cuidado mais humanizado e centrado nas necessidades individuais.
Assim, a pesquisa e a prática em saúde mental devem continuar a enfatizar a importância da empatia e da comunicação como pilares fundamentais no tratamento de pacientes com transtornos mentais. Reconhecer o papel desses elementos não apenas na melhora do engajamento, mas também no fortalecimento das relações terapêuticas, é crucial para promover o bem-estar integral dos pacientes. A empatia e a comunicação eficaz permitem que os profissionais de saúde criem um ambiente acolhedor e seguro, onde os pacientes se sintam respeitados e compreendidos. Essa abordagem humanizada reafirma o compromisso ético da equipe de saúde em proporcionar cuidados que valorizem a dignidade e a autonomia dos indivíduos.
A integração da empatia e da comunicação eficaz no cuidado em saúde mental representa uma resposta estratégica aos desafios contemporâneos desse campo. Ao priorizar esses aspectos, os profissionais de saúde podem construir relacionamentos mais sólidos com os pacientes, promovendo maior adesão ao tratamento e melhorando a qualidade de vida desses indivíduos. No mesmo sentido, a adoção de práticas baseadas em evidências, como o uso de tecnologias digitais e a formação continuada, reforça a necessidade de inovação e adaptação no sistema de saúde mental. Dessa forma, a empatia e a comunicação emergem como elementos indispensáveis para a promoção de um cuidado mais inclusivo, eficiente e humanizado (Muniandy et al., 2022; Cai, 2021).
A abordagem humanizada na assistência de enfermagem tem demonstrado resultados clínicos e emocionais significativos, refletindo diretamente na qualidade do cuidado prestado e no bem-estar dos indivíduos atendidos. Esse modelo de cuidado vai além das necessidades físicas dos pacientes, englobando suas dimensões emocionais, sociais e psicológicas, o que contribui para uma experiência mais positiva durante o tratamento. A humanização do cuidado é essencial para promover um ambiente acolhedor e seguro, onde os pacientes se sintam respeitados e valorizados como seres únicos. Essa perspectiva reforça a importância de práticas que considerem a integralidade do paciente, alinhando-se aos princípios da saúde pública contemporânea.
Estudos indicam que a prática de um cuidado humanizado, fundamentada em empatia e comunicação eficaz, resulta em desfechos clínicos mais positivos. Por exemplo, Lima et al. (Metello et al., 2022) discutem como a aplicação de cuidados humanizados no contexto da oncologia pode aliviar o medo e a ansiedade não apenas dos pacientes, mas também de seus familiares. Essa abordagem é particularmente crucial em situações de fim de vida, onde o foco deve estar na promoção de uma morte digna e tranquila, priorizando o conforto emocional e físico do paciente. Nesse sentido, o cuidado humanizado transcende o tratamento da doença, colocando a pessoa no centro das intervenções e reafirmando o compromisso ético da equipe de saúde.
Com efeito, Sousa et al. (Peres et al., 2022) destacam que a compreensão da equipe de enfermagem sobre o cuidado humanizado é parte integrante de uma abordagem holística, na qual o paciente é visto como um ser biopsicossocial. Isso implica tratá-lo de maneira integral, levando em consideração suas necessidades emocionais, psicológicas e sociais, o que resulta em maior adesão ao tratamento e melhores resultados clínicos. A adoção dessa perspectiva exige que os profissionais de enfermagem desenvolvam habilidades interpessoais que vão além do conhecimento técnico, permitindo-lhes oferecer um cuidado mais personalizado e empático. Essa abordagem fortalece a relação terapêutica e promove um ambiente de confiança mútua.
Outro ponto relevante é a comunicação, que, segundo Cruz e Polaz (Soares; Bueno, 2012), deve ser clara, assertiva e empática, indo além da simples transmissão de informações. A escuta ativa emerge como um componente fundamental dessa prática, pois envolve ouvir as preocupações, medos e expectativas dos pacientes de maneira genuína. Essa abordagem é decisiva para a construção de um vínculo de confiança entre o profissional de saúde e o paciente, o que tem se mostrado essencial para a adesão ao tratamento e para a melhoria da qualidade de vida. A comunicação empática também contribui para reduzir o estigma associado a determinadas condições de saúde, promovendo um ambiente mais inclusivo e acolhedor.
Adicionalmente, a pesquisa de Gomes et al. (Silva et al., 2021) ressalta a importância da minimização de ruídos em unidades de terapia intensiva como parte do cuidado humanizado. Essa intervenção técnica, aparentemente simples, reflete um comprometimento maior da equipe de enfermagem em criar um ambiente favorável à recuperação física e emocional do paciente. A atenção a detalhes ambientais, como a redução de ruídos e a organização do espaço, demonstra como práticas aparentemente pequenas podem ter um impacto significativo no conforto e na experiência do paciente. Essas iniciativas reforçam a ideia de que o cuidado humanizado está presente em todos os aspectos do atendimento, desde a interação interpessoal até o ambiente físico.
A implementação de práticas humanizadas na assistência de enfermagem exige investimentos contínuos em educação e capacitação dos profissionais. O desenvolvimento de competências interpessoais, como empatia, comunicação eficaz e escuta qualificada, deve ser uma prioridade nas políticas de formação e atualização dos enfermeiros. Além disso, a criação de protocolos e diretrizes que orientem a prática humanizada é essencial para garantir sua aplicação consistente em diferentes contextos de saúde. Assim, a abordagem humanizada emerge como uma estratégia indispensável para melhorar a qualidade do cuidado e promover o bem-estar integral dos pacientes, reafirmando o papel central da enfermagem na construção de um sistema de saúde mais inclusivo e eficiente
Em síntese, a abordagem humanizada na assistência de enfermagem representa um avanço significativo no campo da saúde, promovendo um cuidado centrado na pessoa e em suas necessidades biopsicossociais. Ao integrar práticas empáticas, comunicação eficaz e atenção aos detalhes ambientais, essa abordagem contribui para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes e para a otimização dos resultados clínicos. Investir na formação continuada dos profissionais e na implementação de estratégias humanizadas é fundamental para consolidar um modelo de cuidado que valorize a dignidade e a autonomia dos indivíduos (Metello et al., 2022; Silva et al., 2021).
A percepção dos próprios pacientes sobre o cuidado recebido em serviços de saúde mental é um fator crítico que influencia diretamente sua motivação para o tratamento e a adesão às intervenções terapêuticas. Pacientes que se sentem ouvidos, respeitados e valorizados tendem a se envolver mais ativamente em seu processo de recuperação, resultando em melhores desfechos clínicos e emocionais (Pejtersen et al., 2020). Essa dinâmica reflete a importância de práticas humanizadas no cuidado em saúde mental, onde o foco está na construção de uma relação de confiança entre os profissionais de saúde e os pacientes. A experiência positiva durante o atendimento fortalece o vínculo terapêutico, promovendo maior engajamento e responsabilidade por parte do paciente em relação ao tratamento.
Estudos indicam que o feedback dos pacientes sobre o cuidado recebido pode impactar positivamente a relação terapêutica e a eficácia do tratamento. Por exemplo, um estudo conduzido por Denneson et al. (2017) destacou a relevância do acesso dos pacientes a notas de saúde mental, prática que aumenta a transparência do tratamento e melhora a compreensão do paciente sobre sua condição. Quando os indivíduos têm acesso a informações claras sobre seu estado de saúde e as intervenções propostas, eles tendem a se sentir mais empoderados e motivados a seguir as orientações da equipe de saúde. Essa abordagem não apenas fortalece a autonomia do paciente, mas também contribui para um cuidado mais centrado nas suas necessidades e expectativas
Ademais, Benjamins et al. (2021) demonstraram que o uso de registros de saúde acessíveis aos pacientes desempenha um papel importante na promoção de um cuidado centrado no paciente, gerando um senso de controle e participação ativa no processo terapêutico. Essa percepção de controle é decisiva para aumentar a motivação dos pacientes em relação ao tratamento. Quando os profissionais de saúde fornecem explicações claras sobre os procedimentos e intervenções, os pacientes tendem a se sentir mais seguros e confiantes, o que resulta em maior adesão ao plano terapêutico. Além disso, essa prática reforça a importância de uma comunicação aberta e transparente como ferramenta para melhorar a qualidade do cuidado prestado.
A qualidade do relacionamento entre os profissionais de saúde e os pacientes também desempenha um papel fundamental na motivação para o tratamento. Jong et al. (2018) argumentam que a utilização do feedback dos pacientes na prática clínica cria uma sensibilidade maior entre terapeutas e pacientes, ajudando a resolver etapas críticas no processo de tratamento. Essas interações não apenas fortalecem a confiança mútua, mas também podem despertar o interesse e a motivação dos pacientes em buscar e manter o tratamento. Um relacionamento baseado em empatia, respeito e colaboração é essencial para superar barreiras emocionais e promover um ambiente acolhedor e seguro.
Por outro lado, desafios como a estigmatização das doenças mentais e a falta de um suporte emocional adequado podem impactar negativamente a percepção dos pacientes sobre o cuidado recebido. Coventry et al. (2015) discutem a necessidade de uma abordagem mais integrada entre os cuidados primários e os serviços de saúde mental, enfatizando que uma gestão inadequada pode levar à frustração dos pacientes e à baixa motivação em relação ao tratamento. A ausência de uma abordagem holística e humanizada pode resultar em sentimentos de alienação e desconfiança, comprometendo o engajamento dos pacientes no processo terapêutico. Portanto, é fundamental que os profissionais de saúde estejam atentos a esses aspectos para garantir um cuidado mais inclusivo e eficiente.
Portanto, é evidente que a percepção que os pacientes têm sobre o cuidado recebido afeta diretamente sua motivação e comprometimento com o tratamento. Profissionais de saúde mental devem priorizar práticas que promovam a inclusão, o respeito e a colaboração, garantindo que os pacientes se sintam valorizados e ativos em seu próprio processo de recuperação. A implementação de técnicas de feedback, a comunicação aberta e o acesso a informações claras são estratégias eficazes para aumentar a motivação e melhorar os resultados em saúde mental. Essas práticas reforçam a importância de um cuidado centrado no paciente, que considera suas necessidades emocionais, psicológicas e sociais de maneira integral.
A implementação de protocolos de cuidado humanizados tem mostrado um impacto positivo significativo na satisfação dos pacientes e na sua percepção de cuidado recebido. A pesquisa de Radaelli et al. (Estrela; Loyola, 2014) sugere que a hospitalização humanizada contribui para fortalecer a autonomia e a cidadania dos pacientes, melhorando também a relação deles com a equipe de enfermagem. Essa abordagem não apenas melhora a experiência do paciente, mas também resulta em importantes benefícios clínicos, promovendo um tratamento mais eficaz e uma qualidade de vida superior para aqueles que enfrentam desafios de saúde. Assim, a adoção de práticas humanizadas emerge como uma estratégia indispensável para a excelência no cuidado em saúde mental.
2.3 Enfermagem Psiquiátrica: Dificuldades e Desafios no Cuidado em Saúde Mental
Os profissionais de enfermagem que atuam na saúde mental enfrentam uma série de desafios que impactam diretamente a qualidade do cuidado prestado aos pacientes com transtornos mentais. Embora a Reforma Psiquiátrica tenha promovido avanços significativos no campo da atenção à saúde mental, ainda persistem barreiras que dificultam a implementação de uma assistência efetiva e humanizada (Silveira et al., 2010; Lima et al., 2019). Essas barreiras incluem questões relacionadas à formação dos profissionais, à infraestrutura das unidades de saúde e à integração entre os diferentes serviços de saúde. A superação desses obstáculos é essencial para garantir um cuidado mais abrangente e centrado nas necessidades dos pacientes.
Um dos principais desafios observados é a falta de capacitação e qualificação dos profissionais que atuam nesse campo. Estudos indicam que um número considerável de enfermeiros não recebe treinamento adequado para lidar com as especificidades do cuidado psiquiátrico, o que resulta em insegurança e dificuldades em estabelecer vínculos terapêuticos eficazes (Lima et al., 2023; Torres et al., 2021). Por exemplo, o trabalho de Moll et al. (2017) destaca que muitos profissionais ainda não reconhecem plenamente seu papel dentro da saúde mental, o que agrava o despreparo para lidar com os complexos cenários que se apresentam durante a assistência. Essa lacuna formativa compromete a qualidade do cuidado e reflete a necessidade de investir em educação continuada e capacitação específica para os profissionais de enfermagem.
Além disso, a falta de recursos materiais e humanos nas unidades de saúde compromete significativamente a capacidade da equipe de enfermagem de oferecer cuidados de qualidade. Lima et al. (2023) ressaltam que a insuficiência de infraestrutura, como equipamentos e espaços adequados, bem como a escassez de pessoal bem treinado, são fatores que impactam diretamente a assistência, dificultando a aplicação de práticas humanizadas que favoreçam o bem-estar do paciente. Essa carência de recursos pode levar ao aumento do estresse e da sobrecarga de trabalho dos profissionais, comprometendo ainda mais a qualidade do atendimento prestado e a satisfação tanto dos pacientes quanto da equipe de saúde.
Outro desafio crítico é a resistência e o despreparo dos profissionais de saúde em incluir a saúde mental como uma prioridade na atenção básica. Silveira et al. (2010) comentam sobre a hesitação de muitos profissionais em acolher pacientes com sofrimento psíquico, o que muitas vezes se traduz em experiências negativas para os pacientes que buscam atendimento. Essa falta de aceitação pode resultar em uma continuidade precária do cuidado, refletindo no aumento das internações desnecessárias e na exclusão social dos indivíduos com transtornos mentais. A ausência de uma abordagem integrada e empática contribui para o agravamento do estigma associado às doenças mentais, perpetuando ciclos de marginalização e sofrimento.
A integração entre os serviços de saúde mental, como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), e as unidades de saúde da família (USF), é fundamental para superar esses desafios. Guimarães et al. (2023) enfatizam que a articulação entre esses serviços é essencial para promover uma assistência contínua que mitigue as lacunas existentes entre atenção básica e cuidados especializados. A colaboração intersetorial permite que os pacientes recebam um acompanhamento mais abrangente e personalizado, considerando suas necessidades biopsicossociais.
Essa estratégia não apenas fortalece a rede de cuidados, mas também contribui para a redução das desigualdades no acesso aos serviços de saúde mental.
A superação desses desafios exige um esforço conjunto de gestores, profissionais de saúde e formuladores de políticas públicas. É necessário investir em programas de formação continuada que preparem os profissionais de enfermagem para lidar com as complexidades do cuidado psiquiátrico, além de garantir infraestrutura adequada e suporte institucional. A promoção de uma cultura de cuidado humanizado e inclusiva, aliada à integração entre os diferentes níveis de atenção à saúde, é crucial para melhorar a qualidade do cuidado e promover a reintegração social dos pacientes. Assim, a enfermagem psiquiátrica emerge como um pilar central na construção de um sistema de saúde mental mais eficiente e equitativo (Guimarães et al., 2023; Lima et al., 2023).
Em síntese, os desafios enfrentados pelos profissionais de enfermagem na área da saúde mental evidenciam a necessidade de reformular as práticas e políticas voltadas para esse campo. A falta de capacitação, a escassez de recursos e a resistência em priorizar a saúde mental na atenção básica são barreiras que devem ser superadas para garantir um cuidado mais humanizado e eficaz. Investir na formação dos profissionais, na melhoria das condições de trabalho e na integração dos serviços de saúde é fundamental para promover um modelo de atenção que valorize a integralidade e a dignidade dos pacientes (Silveira et al., 2010; Guimarães et al., 2023).
Os serviços de saúde mental enfrentam desafios significativos relacionados a dificuldades estruturais e à falta de recursos, fatores que comprometem diretamente a qualidade do atendimento e a eficácia das intervenções oferecidas. Um aspecto preponderante é a insuficiência da estrutura física e organizacional dessas unidades de saúde, que impacta negativamente na capacidade de atender às demandas crescentes da população. Cubas et al. (Peres et al., 2022) destacam que há uma fragmentação dos recursos destinados à saúde mental, refletindo a ausência de prioridade nas políticas públicas que deveriam garantir um atendimento adequado e integral. Essa fragmentação não é apenas um problema local, mas também global, evidenciando que muitos países enfrentam dificuldades semelhantes ao tentar integrar serviços de saúde mental efetivos em suas redes de saúde. Assim, a necessidade de maior investimento e planejamento estratégico torna-se essencial para superar essas barreiras.
Além da escassez de recursos físicos, a falta de profissionais devidamente treinados e capacitados para atuar na saúde mental agrava ainda mais a situação dos serviços oferecidos. A formação inadequada ou insuficiente dos profissionais de saúde mental contribui para a deterioração da qualidade do cuidado prestado, especialmente em contextos em que as demandas são complexas e multifacetadas. Embora estudos como o de Silva-Ferreira et al. (Metello et al., 2022) abordam iniquidades no acesso aos serviços de saúde para populações específicas, como idosos, é necessário buscar referências mais precisas para discutir as condições socioeconômicas que afetam a formação e retenção de profissionais nessa área. Essa lacuna evidencia a urgência de investimentos em educação continuada e capacitação especializada, visando fortalecer a equipe multiprofissional e garantir um atendimento mais qualificado e humanizado.
A ausência de uma rede integrada de saúde mental também é apontada como um fator que complica significativamente o acesso aos serviços. Lima et al. (Soares; Bueno, 2012) relatam que a Organização do Sistema Único de Saúde (SUS) frequentemente apresenta falhas na comunicação interprofissional e na gestão dos fluxos de atendimento, resultando em barreiras que colocam em risco a continuidade do cuidado. A má articulação entre os serviços de atenção primária e especializada prejudica a efetividade das intervenções, gerando lacunas no acompanhamento dos pacientes e aumentando o risco de descontinuidade terapêutica. Para mitigar essas dificuldades, é fundamental promover uma melhor integração entre os diferentes níveis de atenção à saúde, garantindo que os usuários tenham acesso a um cuidado contínuo e coordenado.
Por último, embora a implementação de práticas baseadas em evidências e o fortalecimento da relação terapêutica sejam componentes essenciais de um atendimento humanizado, isso só será possível por meio do reconhecimento e valorização do papel do enfermeiro na equipe de saúde mental. Silva et al. (2021) sugerem que o envolvimento dos profissionais em capacitações contínuas pode resultar em melhorias significativas tanto na percepção dos colaboradores sobre seus papeis quanto nos resultados clínicos dos pacientes. O desenvolvimento de competências técnicas e interpessoais, aliado a um ambiente de trabalho que valorize a colaboração e o respeito mútuo, é crucial para promover um cuidado mais eficaz e centrado nas necessidades dos pacientes. Dessa forma, a valorização dos profissionais de enfermagem emergem como um elemento-chave para a transformação positiva dos serviços de saúde mental.
Em suma, os desafios enfrentados pelos profissionais de enfermagem psiquiátrica são complexos e multifacetados, englobando desde a necessidade de capacitação até a infraestrutura inadequada dos serviços. A superação desses obstáculos é vital para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes com transtornos mentais e para a efetividade do sistema de saúde mental como um todo. Investir em infraestrutura, formação continuada e integração entre os diferentes níveis de atenção à saúde é essencial para garantir um cuidado mais abrangente e humanizado. Além disso, a promoção de políticas públicas que priorizem a saúde mental e valorizem o papel dos profissionais de enfermagem é fundamental para construir um sistema de saúde mais inclusivo e eficiente (Silva et al., 2021; Peres et al., 2022).
Outro aspecto crítico refere-se às barreiras geográficas que dificultam o acesso aos serviços de saúde mental, impactando diretamente a qualidade do atendimento prestado. Rodriguez et al. (Silva et al., 2021) destacam que as famílias enfrentam obstáculos significativos para acessar cuidados especializados, incluindo questões logísticas relacionadas à distância até os centros de atendimento. Essa situação é particularmente preocupante em áreas rurais e regiões de baixa cobertura digital, onde hospitais e centros de saúde mental frequentemente encontram-se distantes ou inacessíveis. A falta de infraestrutura adequada para o transporte e a ausência de tecnologias que facilitem o atendimento remoto amplificam essas dificuldades, reforçando as desigualdades no acesso aos serviços de saúde mental.
A luta por melhorias nas condições de trabalho e na alocação de recursos destinados à saúde mental é fundamental para garantir que esses serviços reflitam o direito constitucional de acesso universal à saúde. É necessário que haja um engajamento ativo por parte dos gestores públicos e da sociedade civil para pressionar por políticas públicas que priorizem a integralidade do cuidado. Isso inclui investimentos em infraestrutura, capacitação profissional e tecnologia, bem como a implementação de estratégias que promovam a integração entre os diferentes níveis de atenção à saúde. Somente com um compromisso conjunto será possível assegurar que os serviços de saúde mental sejam acessíveis, eficazes e centrados nas necessidades dos pacientes, independentemente de sua localização geográfica.
Em síntese, os desafios estruturais e a falta de recursos nos serviços de saúde mental são problemas interligados que exigem intervenções urgentes e eficazes. Investir na formação e capacitação contínua dos profissionais, na melhoria da infraestrutura dos serviços e na integração da rede de saúde são passos cruciais para aprimorar o atendimento aos pacientes com transtornos mentais. Além disso, é essencial reconhecer a importância de superar as barreiras geográficas e socioeconômicas que perpetuam as desigualdades no acesso aos cuidados. A implementação de políticas públicas voltadas para essas questões contribuirá para a construção de um sistema de saúde mental mais inclusivo, equitativo e humanizado (Silva et al., 2021; Soares; Bueno, 2012).
Os profissionais de enfermagem que atuam no cuidado de pacientes psiquiátricos enfrentam uma variedade de desafios emocionais e psicológicos que podem impactar tanto seu desempenho profissional quanto sua saúde mental. A complexidade dos casos clínicos, o estigma social associado aos transtornos mentais e as condições de trabalho frequentemente adversas contribuem para o desgaste emocional desses profissionais. Esse cenário exige atenção redobrada, pois o bem- estar dos enfermeiros está diretamente ligado à qualidade do cuidado oferecido aos pacientes. Assim, é fundamental compreender e abordar os fatores que afetam sua saúde psicológica para garantir um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo. Um dos principais aspectos que impactam a saúde psicológica dos enfermeiros é a carga de trabalho excessiva e o estresse associado às suas funções. Segundo Schmoeller et al. (Soares; Bueno, 2012), condições como remuneração inadequada, jornadas de trabalho extensas e a intensa pressão emocional enfrentada ao lidar com pacientes em crises são fatores que exacerbam o risco de burnout. Esse esgotamento emocional não apenas compromete a qualidade do cuidado prestado, mas também pode levar à insatisfação profissional, absenteísmo e elevada rotatividade entre os enfermeiros (Silva et al., 2021). Dessa forma, é imprescindível implementar estratégias de suporte emocional e medidas que promovam um ambiente de trabalho mais equilibrado e acolhedor.
Além disso, o estigma associado aos transtornos mentais também afeta negativamente os profissionais de enfermagem, que muitas vezes enfrentam preconceitos e desvalorização de suas funções. Essa realidade pode gerar sentimentos de isolamento e desmotivação, impactando diretamente seu engajamento e satisfação no trabalho. Para mitigar esses efeitos, é necessário promover campanhas de conscientização e valorização do papel desses profissionais, além de oferecer programas de apoio psicológico e capacitação contínua. A implementação dessas medidas não apenas beneficia os enfermeiros, mas também reflete positivamente na qualidade do cuidado prestado aos pacientes, fortalecendo o sistema de saúde mental como um todo.
Outro fator significativo que impacta os profissionais de enfermagem psiquiátrica é a falta de suporte emocional e estrutural adequado nas instituições de saúde. Os enfermeiros frequentemente relatam a sensação de isolamento e abandono no ambiente de trabalho, o que dificulta a troca de experiências e a solidariedade entre colegas (Paes; Maftum, 2013). Em contextos de alta tensão, como unidades de terapia intensiva ou serviços de urgência psiquiátrica, o acompanhamento emocional pela equipe pode ser vital para mitigar o estresse e promover um ambiente colaborativo. No entanto, essa forma de apoio muitas vezes não é oferecida, resultando em sentimentos de impotência, frustração e desmotivação, que podem comprometer tanto o bem-estar dos profissionais quanto a qualidade do cuidado prestado (Silva et al., 2020).
Além disso, a abordagem humanizada no cuidado, embora amplamente reconhecida como desejável, encontra barreiras significativas na prática diária. A pressão para atingir indicadores de desempenho e a rotina estressante frequentemente comprometem o enfoque no cuidado individualizado (Peres et al., 2022; Estrela; Loyola, 2014). Nesse cenário, os enfermeiros podem sentir-se obrigados a priorizar tarefas técnicas em detrimento do contato mais humano com os pacientes, o que afeta negativamente seu relacionamento interpessoal e sua realização profissional. Essa dicotomia entre o ideal humanizado e as demandas práticas do trabalho contribui para o esgotamento emocional e a desvalorização da dimensão subjetiva do cuidado (Metello et al., 2022; Silva et al., 2012).
Os aspectos emocionais dos profissionais de enfermagem também estão intimamente ligados ao enfrentamento constante do sofrimento alheio. Estudos mostram que a exposição contínua ao sofrimento psicológico dos pacientes pode levar a uma fadiga emocional significativa, caracterizada por exaustão emocional e diminuição da empatia (Silva et al., 2012; Oliveira et al., 2017). Conforme observado por Gonçalves et al. (Peres et al., 2022), os profissionais de saúde que atendem pacientes com condições críticas frequentemente experimentam uma luta interna entre o dever profissional e o medo de serem afetados emocionalmente por suas experiências de trabalho. Esse conflito interno pode culminar em burnout, comprometendo ainda mais a qualidade do atendimento e a saúde mental dos profissionais.
Para mitigar esses efeitos adversos, é fundamental que as instituições de saúde mental implementem programas de apoio psicológico e ações de valorização do trabalhador (Almeida et al., 2021; Méllo et al., 2022). Investir em treinamentos que incluam não apenas a capacitação técnica, mas também estratégias de suporte emocional e autocuidado, pode ser uma abordagem eficaz para melhorar a resiliência dos profissionais e, consequentemente, a qualidade do atendimento prestado. Além disso, a promoção de um ambiente de trabalho acolhedor, onde o diálogo e o suporte mútuo sejam incentivados, é essencial para fortalecer o vínculo entre os membros da equipe e garantir um cuidado mais humanizado aos pacientes (Estrela; Loyola, 2014; Soares et al., 2010).
Portanto, enquanto o cuidado humanizado é um objetivo desejado na enfermagem psiquiátrica, é imprescindível que as condições que afetam os profissionais de saúde sejam cuidadosamente abordadas. O bem-estar emocional dos enfermeiros é um fator determinante para a qualidade do cuidado prestado aos pacientes psiquiátricos. Instituições que priorizam o suporte emocional e a valorização de seus profissionais estão mais propensas a alcançar melhores resultados no atendimento, reforçando a importância de políticas públicas e práticas organizacionais que promovam a saúde mental da equipe (Silva et al., 2020; Peres et al., 2022).
O estigma social e a desvalorização do profissional de enfermagem no campo da psiquiatria são questões críticas que afetam tanto a própria prática da enfermagem quanto a qualidade do atendimento prestado aos pacientes com transtornos mentais. O estigma pode ser entendido como um conjunto de atitudes negativas em relação a indivíduos com doenças mentais, o que leva a preconceitos que não apenas impactam os pacientes, mas também os profissionais que cuidam deles (Melo et al., 2018; Gil et al., 2016). Esse cenário de desvalorização contribui para a invisibilização do papel crucial dos enfermeiros no sistema de saúde mental, perpetuando um ciclo de marginalização e insatisfação profissional.
A desvalorização dos profissionais de enfermagem psiquiátrica reflete-se em condições de trabalho precárias, salários inadequados e falta de reconhecimento institucional. Esses fatores exacerbar o estresse ocupacional e contribuem para o aumento da rotatividade entre os profissionais, comprometendo a continuidade e a qualidade do cuidado prestado (Gil et al., 2016). Além disso, o estigma associado à psiquiatria pode gerar sentimentos de isolamento e desmotivação entre os enfermeiros, afetando sua autoestima e desempenho profissional. Para superar essas barreiras, é necessário promover campanhas de conscientização que destaquem a importância do trabalho desses profissionais e combatam os preconceitos associados à saúde mental.
Profissionais de enfermagem muitas vezes enfrentam uma desvalorização de sua atuação, especialmente em contextos psiquiátricos, onde o trabalho não é tão reconhecido quanto o de outras especialidades. Segundo Vargas et al. (2017), a falta de valorização da profissão contribui para que muitos enfermeiros evitem buscar especializações em psiquiatria, mesmo quando estão inseridos nessa área de atuação. Esse fenômeno está diretamente relacionado ao estigma e ao preconceito que cercam o tratamento de saúde mental, levando os profissionais a desenvolverem uma percepção negativa sobre sua própria prática e desmotivação para continuar no campo (Araújo et al., 2019). Essa desvalorização não apenas afeta o bem-estar dos profissionais, mas também compromete a qualidade do cuidado prestado aos pacientes com transtornos mentais.
Além disso, a interação na prática clínica pode influenciar positivamente ou negativamente a percepção estigmatizante. O estudo de Gil et al. (2016) evidenciou que o contato direto com pacientes que possuem transtornos mentais pode reduzir o estigma entre estudantes de enfermagem, promovendo maior empatia e compreensão. Entretanto, é importante ressaltar que o tempo de interação com os pacientes muitas vezes é insuficiente para reconhecer o processo de recuperação e as melhorias potenciais, o que pode levar ao reforço de percepções estigmatizantes (Araújo et al., 2019). Essa falta de entendimento profundo sobre as condições psiquiátricas aprofunda, em muitos casos, a desvalorização do cuidado psiquiátrico, perpetuando prejuízos tanto para os pacientes quanto para os profissionais de saúde (Loureiro et al., 2020; Bertoldo et al., 2023).
Ainda, o estigma nas instituições de saúde pode afetar significativamente o ambiente laboral, criando barreiras que dificultam a colaboração entre os membros da equipe multidisciplinar. A falta de familiaridade e conhecimento sobre saúde mental por parte de outros profissionais pode levar à marginalização dos enfermeiros psiquiátricos, reduzindo sua voz e influência nas decisões relacionadas ao cuidado (Querido et al., 2020; Kantorski et al., 2001). Esse cenário cria um ciclo negativo, onde a desvalorização dos profissionais impacta diretamente a qualidade do cuidado oferecido e diminui a disposição dos enfermeiros em se engajar plenamente no tratamento de pacientes com problemas psiquiátricos. Assim, o combate ao estigma dentro das instituições é essencial para promover um ambiente de trabalho mais inclusivo e colaborativo.
O aumento da literacia em saúde mental, conforme sugerido por Loureiro et al. (2020), poderia ser uma estratégia eficaz para mitigar o estigma associado aos cuidados psiquiátricos. A promoção de programas de educação continuada que abordem tanto a saúde mental quanto a formação dos profissionais pode ser uma forma eficiente de enfrentar o estigma e melhorar a percepção tanto dos enfermeiros sobre sua própria capacidade quanto da comunidade sobre o valor do cuidado psiquiátrico. Esses programas podem incluir treinamentos práticos, workshops e atividades de sensibilização que promovam uma visão mais humanizada e empática do trabalho em saúde mental (Bertoldo et al., 2023). Além disso, a implementação de políticas institucionais que valorizem o papel dos enfermeiros psiquiátricos é fundamental para criar um ambiente de trabalho mais acolhedor e respeitoso.
A desvalorização do profissional de enfermagem e o estigma social associado aos cuidados psiquiátricos são questões complexas que necessitam de um enfoque mais profundo e sistemático. Para superar esses desafios, é imperativo adotar medidas que aumentem a visibilidade e o respeito pela enfermagem em saúde mental, promovendo um ambiente mais positivo e significativo tanto para os profissionais quanto para os pacientes. Estratégias como a valorização institucional, a educação continuada e o combate ao estigma são passos cruciais para melhorar a qualidade do cuidado e garantir que os profissionais de enfermagem se sintam motivados e capacitados para atuar nesse campo (Vargas et al., 2017; Loureiro et al., 2020). A construção de uma cultura de respeito e reconhecimento é essencial para transformar a percepção sobre a enfermagem psiquiátrica e fortalecer sua importância no sistema de saúde.
Em suma, a desvalorização dos profissionais de enfermagem psiquiátrica e o estigma social relacionado aos cuidados em saúde mental refletem desafios estruturais e culturais que precisam ser enfrentados de maneira abrangente. A promoção de políticas públicas e práticas institucionais que valorizem o trabalho desses profissionais é fundamental para garantir um cuidado mais humanizado e eficaz. Além disso, investir em programas de educação e capacitação que combatam o estigma e promovam a literacia em saúde mental pode contribuir significativamente para a melhoria das condições de trabalho e a qualidade do atendimento prestado aos pacientes (Gil et al., 2016; Bertoldo et al., 2023). Assim, a valorização da enfermagem psiquiátrica emerge como um componente indispensável para a transformação positiva do sistema de saúde mental.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
O presente estudo foi conduzido como uma revisão sistemática de literatura, um método amplamente utilizado para reunir, sintetizar e analisar criticamente conhecimentos já publicados sobre um tema específico, permitindo a identificação de lacunas, tendências e avanços no campo investigado (Metello et al., 2022; Silva et al., 2012).
Nesse contexto, a revisão foi CONSTRUÍDA CONSIDERANDO OS SEGUINTES PASSOS: definição clara do tema, a formulação da questão de pesquisa, a seleção criteriosa das fontes e a análise detalhada dos dados coletados, visando garantir a validade e a confiabilidade dos resultados.
A formulação da questão norteadora foi essencial para orientar a seleção dos estudos e direcionar a análise dos dados.
Os critérios de inclusão e exclusão foram definidos para garantir a qualidade e a relevância das fontes selecionadas. Foram considerados artigos publicados entre 2013 e 2025, em português, inglês e espanhol, que tratassem diretamente da atuação dos enfermeiros psiquiátricos, práticas humanizadas e desafios enfrentados no atendimento a pacientes com transtornos mentais. A qualidade de vida de indivíduos em sofrimento psíquico envolve múltiplas dimensões que ultrapassam o simples controle dos sintomas clínicos, sendo fortemente influenciada por fatores emocionais, sociais e funcionais. Trata-se de um conceito que abrange a estabilidade emocional do paciente, permitindo que ele enfrente sentimentos como angústia, ansiedade e tristeza de forma mais equilibrada. Além disso, a autonomia aparece como elemento central, refletindo a capacidade do indivíduo em tomar decisões sobre sua vida e participar ativamente das escolhas relacionadas ao seu tratamento e cotidiano. Relações interpessoais saudáveis também desempenham papel fundamental, uma vez que o apoio afetivo de familiares, amigos e profissionais de saúde contribui significativamente para o fortalecimento do vínculo terapêutico e do sentimento de pertencimento. Incluíram-se pesquisas originais, revisões integrativas, estudos qualitativos e quantitativos, bem como relatos de experiência e estudos de caso que abordassem aspectos como vínculo terapêutico, formação profissional, comunicação e sobrecarga de trabalho.
Foram excluídos artigos que tratassem exclusivamente de outros profissionais de saúde, fora dos prazos estabelecidos, em outras línguas. A busca por literatura foi realizada em bases de dados amplamente reconhecidas, incluindo PubMed, Scielo, Lilacs, Web of Science, Scopus e Google Scholar.
Para refinar os resultados e garantir a abrangência dos estudos selecionados, foram utilizadas combinações de palavras-chave como “enfermagem psiquiátrica”, “cuidado humanizado”, “transtornos mentais”, “vínculo terapêutico”, “qualidade de vida dos pacientes“, “sobrecarga de trabalho” e “comunicação em saúde mental”. Esses termos foram combinados com o operador booleano AND para melhorar a precisão da busca e ampliar a abrangência da revisão.
O processo de seleção dos estudos seguiu três etapas principais: leitura dos títulos, análise dos resumos e avaliação dos textos completos. Inicialmente, foram identificados aproximadamente 450 artigos, dos quais 320 foram excluídos após a leitura dos títulos e resumos, por não atenderem aos critérios de inclusão ou por tratarem de temas fora do escopo definido para esta revisão.
Na fase seguinte, os textos completos dos 130 artigos restantes foram analisados, resultando em uma amostra final de 60 estudos.
A análise dos dados coletados foi conduzida com enfoque qualitativo, priorizando a identificação de padrões, contrastes e lacunas na literatura disponível. Os estudos foram agrupados em categorias temáticas.
Essa abordagem permitiu explorar as múltiplas dimensões do cuidado em saúde mental, considerando tanto as experiências dos profissionais quanto as perspectivas dos pacientes. Além disso, foram avaliadas as implicações desses achados para a prática clínica e para o desenvolvimento de políticas públicas voltadas à melhoria da qualidade do atendimento em serviços de saúde mental.
Para garantir a integridade e a transparência dos resultados, este estudo seguiu as diretrizes éticas recomendadas para revisões bibliográficas, incluindo a citação adequada das fontes utilizadas e o respeito aos direitos autorais. Embora não tenha envolvido diretamente a coleta de dados de pacientes, o processo de análise foi conduzido com rigor metodológico, visando assegurar a validade das conclusões apresentadas e a aplicabilidade dos achados na prática profissional.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 A relevância do cuidado prestado pela enfermagem psiquiátrica no acompanhamento e na adesão de pessoas com transtornos mentais
A enfermagem psiquiátrica desempenha um papel fundamental no cuidado de pessoas com transtornos mentais, contribuindo significativamente para o acompanhamento contínuo e para a adesão ao tratamento. O profissional de enfermagem atua de forma integrada na equipe multiprofissional, proporcionando um cuidado humanizado que envolve acolhimento, escuta ativa e suporte emocional, aspectos essenciais para o estabelecimento de uma relação de confiança entre paciente e equipe de saúde. Esse vínculo é imprescindível para que o paciente se sinta seguro e motivado a seguir as orientações terapêuticas, principalmente em tratamentos prolongados e complexos, comuns em saúde mental (Metello et al., 2022).
Além disso, o enfermeiro psiquiátrico está diretamente envolvido no monitoramento dos sintomas, na administração correta de medicamentos e na identificação precoce de possíveis recaídas ou efeitos adversos. Essas ações são determinantes para a manutenção da estabilidade clínica do paciente, prevenindo hospitalizações desnecessárias e promovendo a reinserção social. A educação em saúde, oferecida pelo profissional de enfermagem, também é uma estratégia importante para esclarecer dúvidas, reduzir o estigma associado às doenças mentais e incentivar a autonomia do paciente no manejo de sua condição (Silva et al., 2012).
A adesão ao tratamento, que muitas vezes enfrenta barreiras como o preconceito, a falta de apoio familiar e as dificuldades socioeconômicas, é fortalecida por meio da atuação cuidadosa da enfermagem psiquiátrica. O acompanhamento contínuo, a oferta de suporte psicossocial e o incentivo à participação em grupos terapêuticos contribuem para a construção de uma rede de apoio eficaz, favorecendo a qualidade de vida e o bem-estar dos indivíduos acometidos por transtornos mentais (Metello et al., 2022; Silva et al., 2012).
4.2 Principais práticas adotadas por esses profissionais e o impacto do cuidado humanizado na adesão ao tratamento
Os profissionais de enfermagem psiquiátrica desempenham um papel fundamental na promoção da saúde mental, adotando práticas que visam não apenas o cuidado técnico, mas também a humanização do atendimento. Essas práticas incluem a escuta ativa, o acolhimento, a educação em saúde, o monitoramento contínuo dos sinais e sintomas, e o suporte na administração e orientação sobre o uso correto da medicação. Essas ações são realizadas com o objetivo de estabelecer uma relação de confiança e empatia, essencial para o sucesso terapêutico (Lima et al., 2021).
A escuta ativa permite ao profissional compreender as necessidades individuais do paciente, possibilitando intervenções mais assertivas e personalizadas. O acolhimento humanizado, por sua vez, vai além do simples atendimento clínico, promovendo um ambiente seguro onde o paciente se sente respeitado e valorizado, o que contribui para a redução do estigma e da ansiedade relacionados ao tratamento. A educação em saúde é outra prática fundamental, pois ajuda o paciente e seus familiares a entenderem a importância da adesão ao tratamento, bem como os possíveis efeitos dos medicamentos e os cuidados necessários no dia a dia (Silva et al., 2018).
O impacto do cuidado humanizado na adesão ao tratamento é significativo. Estudos indicam que pacientes que recebem um atendimento pautado no respeito, na empatia e na compreensão tendem a apresentar maior comprometimento com o tratamento e melhores resultados clínicos. Esse tipo de cuidado contribui para a construção de um vínculo terapêutico sólido, essencial para a continuidade do tratamento, especialmente em casos de transtornos mentais crônicos, nos quais a relação entre paciente e profissional é um dos principais fatores para o sucesso da terapia (Marinho et al., 2019).
4.3 Desafios enfrentados pelos enfermeiros nesse contexto.
Os enfermeiros que atuam na área de saúde mental enfrentam diversos desafios que dificultam a efetividade do cuidado e a adesão ao tratamento por parte dos pacientes. Um dos principais obstáculos é o estigma social relacionado aos transtornos mentais, que muitas vezes reflete-se na própria estrutura dos serviços de saúde, gerando barreiras para o acesso e para o acompanhamento contínuo (Santos et al., 2020).
Além disso, a complexidade dos quadros clínicos exige do profissional um alto grau de conhecimento técnico aliado à sensibilidade para lidar com situações de crise, comportamentos agressivos e variações emocionais intensas. Essa realidade pode ocasionar desgaste emocional e risco de burnout entre os enfermeiros, impactando negativamente na qualidade do cuidado oferecido (Oliveira; Pereira, 2019).
A falta de recursos humanos e materiais adequados, a sobrecarga de trabalho e a precariedade das condições estruturais também são desafios recorrentes que limitam a atuação plena da enfermagem psiquiátrica. Esses fatores dificultam o desenvolvimento de ações humanizadas e individualizadas, fundamentais para o fortalecimento do vínculo terapêutico e a promoção da adesão ao tratamento (Medeiros et al., 2021).
Por fim, o desafio de promover a integração interdisciplinar e a continuidade do cuidado em um contexto marcado por fragmentação dos serviços e desigualdades regionais exige dos enfermeiros habilidades comunicativas e organizacionais avançadas, além de resiliência e criatividade para superar os obstáculos institucionais e sociais (Costa; Martins, 2018).
Os estudos sobre a enfermagem psiquiátrica no cuidado a pacientes com transtornos mentais indicam avanços na construção de modelos centrados no paciente, apesar dos desafios ainda presentes. A formação continuada e o uso de estratégias como empatia, escuta ativa e comunicação eficaz são essenciais para fortalecer o vínculo terapêutico e melhorar a qualidade de vida desses indivíduos (Silva et al., 2021). Nesse contexto, o cuidado humanizado se destaca como um componente fundamental, promovendo adesão ao tratamento e recuperação integral, além de fortalecer a confiança e o engajamento dos pacientes no processo terapêutico.
Entre os principais obstáculos enfrentados pelos profissionais da enfermagem psiquiátrica está a sobrecarga de trabalho, que se agrava em ambientes com alta demanda e recursos limitados. Conforme observado por Lima et al. (2023), a escassez de recursos humanos e materiais nas unidades de saúde mental afeta diretamente a qualidade da assistência, dificultando a implementação de práticas centradas no paciente.
Ademais, a falta de profissionais especializados contribui para níveis elevados de estresse e esgotamento emocional, comprometendo tanto a satisfação dos pacientes quanto o bem-estar dos próprios enfermeiros, que frequentemente precisam lidar com demandas emocionais intensas (Silva et al., 2021).
A criação e manutenção de vínculos terapêuticos também se mostram fundamentais para a adesão ao tratamento em saúde mental. A relação de confiança entre profissionais e pacientes é um dos pilares para promover a continuidade do cuidado, sendo amplamente reconhecida como essencial para o sucesso das intervenções (Pereira et al., 2022).
Estudos indicam que a prática da escuta ativa e o uso da empatia no atendimento são elementos indispensáveis para a construção desse vínculo, pois permitem que os pacientes se sintam acolhidos e compreendidos. Ao adotar uma postura não julgadora, os profissionais podem reduzir significativamente o estigma associado aos transtornos mentais, criando um ambiente mais seguro e acolhedor para os pacientes (Soares; Bueno, 2012).
A comunicação também se destaca como um componente crucial para a eficácia do cuidado em saúde mental. Pesquisas apontam que a clareza nas orientações e a assertividade na comunicação entre enfermeiros e pacientes facilitam a compreensão do tratamento, promovendo maior engajamento e adesão (Oliveira et al., 2019). Técnicas de escuta qualificada, que incluem a percepção das necessidades emocionais e clínicas dos pacientes, são fundamentais para oferecer um cuidado personalizado, centrado na pessoa (Silva et al., 2020). Além disso, a comunicação eficaz é especialmente importante em situações críticas, como crises suicidas e episódios de agressão, que requerem respostas rápidas e precisas para garantir a segurança de todos os envolvidos (Paes; Maftum, 2013).
A interdisciplinaridade também emerge como um aspecto determinante para a qualidade do cuidado em saúde mental. A colaboração entre enfermeiros e outros profissionais, como psicólogos, psiquiatras e assistentes sociais, permite a criação de planos terapêuticos mais abrangentes e integrados, que consideram as múltiplas dimensões do sofrimento psíquico (Metello et al., 2022). Essa abordagem multiprofissional, que valoriza a troca de conhecimentos e a integração de diferentes perspectivas, tem se mostrado eficaz na promoção da recuperação e na reintegração social dos pacientes, fortalecendo os resultados clínicos e a satisfação dos usuários (Ferreira, 2018).
Entretanto, persistem desafios significativos para a implementação de práticas humanizadas na enfermagem psiquiátrica. A estigmatização dos transtornos mentais e a desvalorização dos profissionais que atuam neste campo continuam a ser barreiras para a consolidação de um modelo de cuidado inclusivo e eficaz (Gil et al., 2016).
Muitos enfermeiros relatam dificuldades para estabelecer vínculos terapêuticos devido ao preconceito que ainda persiste em relação às doenças mentais, o que pode comprometer a qualidade do atendimento e a satisfação dos pacientes (Loureiro et al., 2020). Nesse sentido, é fundamental que a formação contínua desses profissionais seja priorizada, promovendo não apenas o desenvolvimento de habilidades técnicas, mas também a valorização do papel da enfermagem psiquiátrica no sistema de saúde.
Além dos aspectos culturais e sociais, os desafios estruturais também impactam diretamente a prática da enfermagem psiquiátrica. A falta de infraestrutura adequada e a carência de recursos para capacitação profissional limitam a aplicação de práticas humanizadas em muitos contextos de saúde mental (Peres et al., 2022). A ausência de espaços adequados para o atendimento e a sobrecarga de trabalho contribuem para o desgaste emocional dos enfermeiros, afetando diretamente a qualidade do cuidado prestado (Moll et al., 2017). Para superar esses obstáculos, é necessário investir em melhorias estruturais, formação continuada e valorização profissional, criando um ambiente que favoreça a prática centrada no paciente (Guimarães et al., 2023).
Em síntese, os resultados desta revisão indicam que fortalecer as práticas humanizadas na enfermagem psiquiátrica é fundamental para garantir que os pacientes recebam um atendimento digno e eficaz, que considere suas necessidades emocionais, sociais e clínicas. Investir na capacitação profissional, promover a valorização dos enfermeiros e fomentar a interdisciplinaridade são estratégias cruciais para a construção de um sistema de saúde mental mais inclusivo e eficiente, capaz de responder adequadamente às complexas demandas desse campo (Silva et al., 2021; Peres et al., 2022).
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante da análise realizada, pode-se concluir que o cuidado humanizado da enfermagem exerce impacto significativo tanto na adesão ao tratamento quanto na qualidade de vida dos pacientes, especialmente em contextos de vulnerabilidade e no campo da saúde mental. A pergunta-problema que norteou este estudo foi devidamente respondida ao longo da discussão, evidenciando que práticas baseadas na empatia, escuta ativa, comunicação eficaz e vínculo terapêutico são determinantes para o engajamento dos usuários nos processos terapêuticos.
A análise das referências bibliográficas utilizadas demonstra que a literatura científica aponta para a necessidade de fortalecer o papel desses profissionais no sistema de saúde, valorizando sua contribuição para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes.
Como sugestão para trabalhos futuros, propõe-se a realização de estudos de campo que avaliem a percepção dos próprios pacientes sobre o cuidado recebido, bem como investigações que explorem o impacto da formação acadêmica e contínua dos profissionais de enfermagem na implementação efetiva de práticas humanizadas. Além disso, seria relevante investigar o uso de tecnologias digitais no fortalecimento da relação terapêutica e sua influência sobre a adesão ao tratamento, sobretudo em contextos de saúde mental e atenção básica.
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