RISKS AND PREVENTIVE MEASURES FOR UPPER RESPIRATORY TRACT INFECTIONS CAUSED BY STAPHYLOCOCCUS AUREUS IN HEALTHCARE PROFESSIONALS: A LITERATURE REVIEW.
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202506180818
Samara Alves Souza¹; Anne Beatriz Borba Alves Moraes²; Hellen Gabrielly Vieira de Azevedo³; Gabriel da Silva Lima⁴; Jordana Figueredo Rocha Alves Farias⁵; Flávia Fernanda da Silva Santos⁶; Yago Matheus Martins de Lima⁷.
Resumo
As infecções das vias respiratórias superiores representam um desafio constante à saúde pública, especialmente em ambientes hospitalares, onde a exposição a microrganismos patogênicos é elevada. Dentre esses agentes, destaca-se o Staphylococcus aureus, particularmente em suas variantes resistentes à meticilina (MRSA), devido à sua capacidade de colonizar profissionais da saúde e gerar infecções de difícil manejo. Este estudo teve como objetivo identificar os principais riscos associados à colonização nasal por S. aureus em profissionais da saúde e analisar as medidas preventivas disponíveis para controle dessa problemática. Para isso, foi realizada uma revisão integrativa da literatura, com base em publicações indexadas entre os anos de 2015 e 2025, nas bases de dados SciELO, PubMed e BVS. Os resultados apontam que a colonização nasal por S. aureus é relativamente frequente entre trabalhadores da saúde, sendo favorecida pela exposição contínua ao ambiente hospitalar. Além disso, os estudos analisados ressaltam a importância de medidas de prevenção, como a higiene adequada das mãos, o uso correto de equipamentos de proteção individual, a descontaminação de superfícies e objetos pessoais e o monitoramento ativo da colonização bacteriana. Conclui-se que o controle eficaz da disseminação do S. aureus entre profissionais da saúde depende da aplicação rigorosa de protocolos de biossegurança e da capacitação contínua desses trabalhadores, a fim de minimizar riscos à saúde ocupacional e à segurança dos pacientes.
Palavras-chave: Staphylococcus aureus. Profissionais da saúde. Infecção hospitalar. MRSA. Prevenção.
1 INTRODUÇÃO
As infecções das vias respiratórias são um grave problema de saúde pública, tanto por ocorrer frequentemente quanto por possíveis complicações, principalmente em ambientes hospitalares. Dentre os diversos agentes que estão envolvidos, o Staphylococcus aureus destaca-se como um patógeno oportunista de grande relevância clínica. Essa bactéria é gram-positiva. Encontrada na pele e nas mucosas incluindo as fossas nasais, pode causar desde infecções leves até quadros mais graves, como pneumonia, bacteremia e endocardite (Lowy, 1998; Tong et al., 2015).
Essas ocorrências se tornam mais preocupantes porque o S. aureus é resistente à meticilina (MRSA – Methicillin-Resistant Staphylococcus aureus), que dificulta os tratamentos antimicrobianos convencionais e está associado a maiores taxas de morbidade e mortalidade (David; Daum, 2010). Essas cepas podem persistir no ambiente hospitalar e consequentemente contaminarem profissionais da saúde tornando-se uma preocupação vital para a vigilância epidemiológica e para o controle de infecções.
É considerado um grupo de risco os profissionais da saúde, pois mantêm contato direto com pacientes, superfícies e equipamentos potencialmente contaminados. Essa exposição contínua aumenta a probabilidade de colonização nasal por S. aureus, o que pode representar uma fonte de infecção tanto para o próprio profissional quanto para os pacientes, por meio da transmissão cruzada (Klevens et al., 2007). Nosso trabalho visa mostrar que são essenciais orientações e estratégias eficazes de contenção da propagação da contaminação e garantir a qualidade da assistência prestada.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA OU REVISÃO DALITERATURA
2.1 Infecções das Vias Respiratórias Superiores
As infecções das vias respiratórias superiores é um conjunto de condições que afetam diretamente o nariz, os seios paranasais, a faringe e a laringe. Embora sejam comuns infecções causadas por vírus, as infecções bacterianas também ocorrem. Entre os principais agentes bacterianos envolvidos, destacam-se Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae e Staphylococcus aureus (Murray et al., 2021). Nos ambientes hospitalares, a etiologia bacteriana assume um papel ainda mais significativo, por seu maior risco de complicações e à circulação de cepas resistentes aos antimicrobianos.
2.2 Staphylococcus aureus como Patógeno Oportunista
Staphylococcus aureus é uma bactéria que se caracteriza como coco bacilo grampositivo, encontrado na pele e nas mucosas, especialmente na região anterior das narinas. Embora possa existir como comensal em indivíduos saudáveis, esse microrganismo tem potencial para causar uma ampla variedade de infecções, que vão desde dermatites leves até doenças sistêmicas graves, como pneumonia, sepse e endocardite (Lowy, 1998).
Possui grande capacidade de sobreviver por longos períodos em superfícies formando biofilmes e desenvolvem uma resistência a antimicrobianos. A presença de cepas resistentes dificulta a erradicação do patógeno, contribuindo para a ocorrência de surtos em instituições de saúde (Tong et al., 2015).
2.3 Resistências à Meticilina e MRSA
A meticilina foi utilizada no tratamento de infecções causadas por Staphylococcus aureus, o que mais tarde gerou o começo de cepas resistentes. Essas cepas carregam o gene mecA, que codifica uma proteína de ligação à penicilina modificada (PBP2a), a qual apresenta baixa afinidade pelos antibióticos beta-lactâmicos, tornando os tratamentos convencionais ineficazes (Chambers; Deleo, 2009).
Desde então, o Staphylococcus aureus resistente à meticilina se tornou um dos maiores desafios de saúde pública. Essas infecções estão associadas a um aumento significativo da morbidade e mortalidade, maiores tempos de internação, maiores consumos de recursos hospitalares e risco elevado de transmissão entre pacientes e profissionais da saúde (David; Daum, 2010).
2.4 Profissionais da Saúde como Vetores e Grupos de Risco
Profissionais da saúde são os mais vulneráveis à contaminação e infecção por Staphylococcus aureus, pois se expõem de forma constante ao agente infeccioso, incluindo cepas resistentes, como o MRSA. Pesquisas mostram que a taxa de colonização nasal por MRSA entre esses trabalhadores pode variar entre 1% e 15%, dependendo do país, da instituição de saúde e das práticas de controle adotadas (Albrich; Harbarth, 2008).
O risco de propagação é ainda maior em alguns setores, como unidades de terapia intensiva, pronto-socorro e blocos cirúrgicos, onde são ambientes críticos e o contato com pacientes imunocomprometidos e a utilização de equipamentos invasivos são mais frequentes.
2.5 Prevenção e Controle
A prevenção em ambientes hospitalares exige que sejam adotadas medidas de vigilância ativa, o isolamento de pacientes contaminados, a higiene adequada das mãos, a descontaminação regular de superfícies e a capacitação contínua dos profissionais da saúde.
3 METODOLOGIA
Este trabalho caracteriza-se como uma pesquisa qualitativa, de natureza exploratória e descritiva, realizada por meio de uma revisão integrativa da literatura. O objetivo da revisão foi reunir, analisar e sintetizar os principais achados científicos sobre a colonização e infecção das vias respiratórias altas por Staphylococcus aureus (incluindo cepas resistentes como MRSA) em profissionais da saúde, bem como suas implicações para o controle de infecções hospitalares.
Para garantir a qualidade e a transparência no processo de busca e seleção dos estudos, foi utilizada a estratégia de revisão integrativa com aplicação do modelo PICO, o uso de descritores em saúde, operadores booleanos e o fluxograma PRISMA (Moher, 2009; Silva, 2013).
3.1 Pergunta Norteadora
A pergunta norteadora foi elaborada com base no modelo PICO com o objetivo de orientar a busca e seleção dos estudos de forma clara e objetiva:
‘Quais são os riscos e quais medidas preventivas podem ser adotadas para infecções das vias respiratórias altas por Sthaphylococcus aureus em profissionais da saúde?’
3.2 Descritores em Saúde
Para a busca de artigos foram utilizados os seguintes descritores extraídos do DeCS (Descritores em Ciências da Saúde) e MeSH:
- ‘Staphylococcus aureus’
- ‘Infecção Hospitalar’
- ‘Colonização Nasal’
- ‘Profissionais de Saúde’
- Controle de Infecções’
3.3 Operadores Booleanos
Os descritores foram combinados com operadores booleanos para refinar os resultados de acordo com Figueredo (2015):
- ‘AND’ para combinar descritores e restringir a busca.
- ‘OR’ para ampliar a busca, incluindo sinônimos ou termos semelhantes.
- ‘NOT’ para excluir termos indesejados.
3.4 Bancos de Dados Utilizados
A pesquisa foi realizada entre os meses de abril e junho de 2025, por meio de consulta a artigos cientifícos disponíveis em bases de dados reconhecidas, como:
- Scientific Electronic Library Online (SciELO)
- PubMed
- Biblioteca Virtual em Saúde (BVS)
3.5 Estratégias de Busca
A busca dos artigos foi realizada nas bases de dados mencionadas, utilizando os descritores combinados com os operadores booleanos. As combinações aplicadas foram: (‘Staphylococcus aureus’ AND ‘Profissionais da Saúde’ AND ‘Infecção Hospitalar’) OR (‘MRSA’ AND ‘Colonização Nasal’) NOT ‘Pediatria’.
3.6 Período Pesquisado
O levantamento dos artigos foi realizado considerando publicações entre os anos de 2015 e 2025, com o objetivo de reunir evidências atuais e relevantes sobre os riscos e medidas preventivas para infecções respiratórias por Staphylococcus aureus em profissionais da saúde.
3.7 Critérios de Seleção Critérios de Inclusão
- Estudos originais publicados entre 2015 e 2025;
- Estudos realizados com profissionais da saúde;
- Estudos que abordem riscos, medidas preventivas, controle de infecção ou colonização nasal por Staphylococcus aureus (incluindo MRSA);
- Estudos que relatem intervenções físicas, ambientais ou de controle hospitalar;
- Estudos publicados em português, inglês ou espanhol.
Critérios de Exclusão
- Estudos realizados com populações não pertencentes aos profissionais da saúde;
- Estudos que envolvam tratamentos exclusivamente farmacológicos, sem foco nas medidas preventivas, e controle ambiental;
- Estudos que não apresentem dados relevantes sobre infecção ou medidas de prevenção;
3.8 Fluxograma PRISMA

3.9 Método PICO
O método PICO foi aplicado para estruturar a questão norteadora e organizar a análise dos estudos incluídos (Schunemann, 2008):
- P (população): Profissionais da Saúde.
- I (Intervenção): Adoção de medidas preventivas, práticas de controle de infecção, higiene, descontaminação de superfícies e ambientes.
- C (Comparação): Profissionais sem adoção de medidas preventivas adequadas.
- O (Resultado): Redução da colonização nasal por Staphylococcus aureus, diminuição das infecções e controle efetivo em ambientes hospitalares.
3.10 Analise crítica dos estudos
A análise dos dados dos estudos incluídos foi realizada com base nos critérios de eficácia das intervenções preventivas, bem como na qualidade metodológica dos artigos selecionados.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES OU ANÁLISE DOS DADOS
Título do artigo | Autor | Ano | DOI |
---|---|---|---|
Colonização por Staphylococcus aureus resistente à meticilina entre profissionais de saúde em Omã | Loay Al Wahaibi¹ | 2021 | https://doi.org/10.3855/jidc.14047 |
Staphylococcus aureus resistente à meticilina e produtor de biofilme em transporte nasal entre profissionais de saúde e estudantes de medicina | Bhuvan Saud¹ | 2023 | https://doi.org/10.1155/2023/8424486 |
Perfil de colonização nasal e orofaríngea por Staphylococcus aureus em estudantes do curso de farmácia | Camila Medeiros Vicenti¹ | 2022 | http://dx.doi.org/10.36560/151120221626 |
Alta prevalência de transporte nasal de Staphylococcus aureus resistente à meticilina entre profissionais de saúde de instituições de longa permanência em relação ao contato com o paciente | Hsin-I Shih¹ | 2021 | https://doi.org/10.1016/j.infpip.2021.100117 |
Colonização nasal por Staphylococcus aureus entre estudantes de Enfermagem: subsídios para monitorização | Matheus Sousa Marques Carvalho¹ | 2016 | file:///C:/Users/Administrator/Downloads/022.pdf |
Observação de hospital brasileiro mostra que hábitos podem aumentar o risco de colonização por Staphylococcus aureus resistente em pacientes | Lucia Maria Almeida Braz¹ | 2024 | https://pressreleases.scielo.org/blog/2024/11/26/habitos-aumento-risco-staphylococcus-aureus-resistente/ |
O artigo de Carvalho et al. (2016) descreve os fatores epidemiológicos envolvidos na disseminação do Staphylococcus aureus resistente à meticilina associado à comunidade (CA-MRSA), destacando que seu surgimento ocorreu de forma independente das infecções hospitalares por S. aureus resistente à meticilina (HAMRSA). A linhagem do CA-MRSA apresenta características genéticas distintas, com maior capacidade de transmissão em ambientes comunitários. Além disso, o estudo evidencia que o CA-MRSA é responsável por uma ampla variedade de infecções, que tendem a ser mais agressivas e de difícil tratamento, devido à resistência a múltiplos antibióticos.
Segundo Vicenti et al (2022) em sua pesquisa realizada com cinquenta estudantes do curso de Farmácia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Campus Sinop, teve como objetivo investigar a colonização por Staphylococcus aureus nas cavidades nasal e orofaríngea, bem como a possível contaminação dos aparelhos celulares utilizados por esses estudantes. Os resultados mostraram que 58% dos participantes apresentaram colonização por S. aureus em pelo menos um dos locais analisados. Especificamente, 28% dos estudantes apresentaram a bactéria apenas na cavidade nasal, 10% apenas na orofaringe e 20% em ambas as regiões.
Entre os estudantes colonizados, apenas um (3,4%) apresentou cepa resistente à meticilina, caracterizando a presença de Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA), o que indica uma baixa frequência de resistência entre os isolados obtidos. Esses achados reforçam a importância do monitoramento da colonização por S. aureus em estudantes da área da saúde, que estão em constante contato com ambientes clínicos e hospitalares, além da necessidade de cuidados com a higienização de objetos pessoais, como smartphones, que podem atuar como potenciais veículos de disseminação de microrganismos.
Al Maashari et al. (2021) investigaram a presença de Staphylococcus aureus na cavidade nasal de profissionais de saúde em um hospital terciário de Omã, evidenciando uma taxa relevante de colonização, especialmente por cepas resistentes à meticilina (MRSA). No total, foram analisadas 200 amostras de swab nasal, coletadas entre outubro de 2018 e janeiro de 2019 no Sultan Qaboos University Hospital. Os resultados indicaram que 20,5% dos participantes estavam colonizados por S. aureus, dos quais 36,6% apresentavam a variante resistente (MRSA) e os demais, a forma sensível à meticilina (MSSA). Com isso, a prevalência de MRSA no grupo total de profissionais analisados foi de 7,5%.
O estudo investigou a presença do Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) nas narinas de profissionais de saúde que atuam em diferentes ambientes, incluindo unidades de emergência, UTIs e instituições de longa permanência (ILPIs). Eles descobriram que cerca de 25% desses profissionais carregam S. aureus, e aproximadamente 6% têm MRSA. A prevalência de MRSA foi maior entre profissionais que trabalham de 5 a 10 anos na área, especialmente entre mulheres e em ILPIs, que apresentaram a maior taxa de colonização.
Além disso, enfermeiros hospitalares tiveram uma maior taxa de colonização por MSSA (a versão sensível à meticilina). Os isolados de MRSA geralmente apresentaram características específicas, como resistência a alguns antibióticos. O estudo reforça a importância de monitorar a colonização nasal de S. aureus, especialmente o MRSA, entre profissionais de saúde, para evitar a transmissão e proteger os pacientes.
O referente estudo investigou a presença da bactéria Staphylococcus aureus, especialmente as cepas resistentes à meticilina (MRSA) e aquelas que produzem biofilme, em profissionais de saúde e estudantes de medicina em Katmandu, Nepal. O S. aureus é comum no corpo humano, especialmente no nariz, e pode causar desde infecções leves até doenças graves. A resistência à meticilina tornou-se um grande desafio, pois essas bactérias não respondem aos antibióticos tradicionais. No estudo, 65,3% dos participantes carregavam S. aureus nas narinas, sendo que aproximadamente metade dessas bactérias eram resistentes à meticilina (MRSA).
Além disso, muitos desses microrganismos tinham a capacidade de formar biofilme, uma estrutura que aumenta sua virulência e resistência aos antibióticos. A prevalência foi maior entre as mulheres e os profissionais de saúde do que entre os estudantes de medicina. Os resultados mostraram que tanto MRSA quanto MSSA (não resistente à meticilina) apresentaram resistência a vários antibióticos, especialmente eritromicina, e que a formação de biofilme não estava significativamente relacionada ao nível de resistência. O estudo destaca a importância de monitorar a colonização dessas bactérias em profissionais de saúde para evitar possíveis surtos, especialmente em ambientes hospitalares.
O estudo de Pereira et al. (2024) identificou colonização nasal por Staphylococcus aureus em 25,6% dos pacientes avaliados, sendo 2,9% por cepas resistentes à meticilina (MRSA). Entre os fatores associados, destacaram-se a frequência a academias, o histórico de internação recente, o abandono do tabagismo e o compartilhamento de itens de higiene, sugerindo que hábitos comunitários influenciam significativamente na colonização por MRSA antes da hospitalização.
A presença predominante de cepas de origem comunitária já na admissão hospitalar reforça a importância de estratégias de triagem precoce e medidas preventivas integradas entre os âmbitos hospitalar e comunitário. Os achados evidenciam a necessidade de ampliar a vigilância microbiológica e fortalecer ações educativas sobre higiene pessoal e uso de espaços compartilhados, contribuindo para a redução do risco de transmissão e infecção por MRSA.
5 CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presente revisão integrativa evidenciou a relevância do Staphylococcus aureus, em especial as cepas resistentes à meticilina (MRSA), como agentes etiológicos de infecções das vias respiratórias superiores em profissionais da saúde. Tais profissionais, em virtude da constante exposição a ambientes hospitalares e do contato direto com pacientes e superfícies potencialmente contaminadas, configuram-se como grupo de risco para a colonização e posterior disseminação desse patógeno.
Os achados analisados demonstram que a ocorrência de colonização nasal por S.aureus, inclusive por cepas multirresistentes, representa uma preocupação significativa no contexto da segurança do paciente e do controle de infecções hospitalares. Diante disso, torna-se imprescindível a implementação de medidas preventivas eficazes, que incluam a vigilância ativa, a higienização rigorosa das mãos, a utilização correta de equipamentos de proteção individual, a descontaminação de superfícies e objetos pessoais, bem como a capacitação contínua dos profissionais envolvidos na assistência à saúde.
Conclui-se que a adoção de estratégias sistemáticas de prevenção e controle, aliada à educação permanente e à monitorização periódica, constitui um pilar fundamental para a mitigação dos riscos associados à colonização e infecção por Staphylococcus aureus no ambiente hospitalar. Tais ações são indispensáveis para a promoção de uma prática assistencial segura, eficaz e alinhada aos princípios da qualidade no cuidado em saúde.
REFERÊNCIAS
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¹Discente do Curso Superior de Farmácia do Instituto Faculdade Integrada Cete Garanhuns. E-mail: samaralvesouza99@gmail.com;
²Discente do Curso Superior de Farmácia do Instituto Faculdade Integrada Cete Garanhuns. E-mail: biaborba10@hotmail.com;
³Discente do Curso Superior de Farmácia do Instituto Faculdade Integrada Cete Garanhuns. E-mail: hgabrielly184@gmail.com;
⁴Discente do Curso Superior de Farmácia do Instituto Faculdade Integrada Cete Garanhuns. E-mail: gabrielr6nopc@gmail.com;
⁵Discente do Curso Superior de Farmácia do Instituto Faculdade Integrada Cete Garanhuns. E-mail: jordana6541@hotmail.com;
⁶Discente do Curso Superior de Farmácia do Instituto Faculdade Integrada Cete Garanhuns. E-mail: fllaviiafernanda0505@gmail.com;
⁷Docente do Curso Superior de Farmácia do Instituto Faculdade Integrada Cete Garanhuns. E-mail: yago.martins.ml@outlook.com.