REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cs10202506161819
Matheus Rodrigues dos Santos
Dominic Gomes de Moraes
RESUMO
A dor crônica, caracterizada por sua duração superior a três meses, representa um dos maiores desafios de saúde pública, afetando a qualidade de vida, a funcionalidade e o bem-estar emocional dos pacientes. Os tratamentos convencionais, como medicamentos analgésicos e opioides, frequentemente apresentam eficácia limitada e efeitos colaterais relevantes. Nesse contexto, a estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC) destaca-se como uma técnica de neuromodulação não invasiva, segura, de baixo custo e com potencial promissor para o alívio da dor. Aplicada por eletrodos no couro cabeludo, a ETCC modula a excitabilidade cortical e atua nos circuitos neurais relacionados à dor. Este trabalho, por meio de revisão sistemática da literatura, analisou a eficácia da ETCC como recurso fisioterapêutico no tratamento da dor crônica. Os estudos indicam que a ETCC pode reduzir a intensidade da dor, melhorar o humor e potencializar os efeitos de outras abordagens terapêuticas, especialmente em condições como fibromialgia, lombalgia e dor neuropática. Ainda que os resultados sejam encorajadores, ressalta-se a necessidade de padronização dos protocolos e de mais ensaios clínicos robustos para consolidar sua aplicação na prática clínica.
Palavras Chave: Dor crônica; Fisioterapia; Síndrome da dor miofascial; Síndrome miofascial.
Abstract
Chronic pain, characterized by its duration of more than three months, represents one of the greatest public health challenges, affecting patients’ quality of life, functionality, and emotional well-being. Conventional treatments, such as analgesic and opioid medications, often have limited efficacy and significant side effects. In this context, transcranial direct current stimulation (tDCS) stands out as a noninvasive, safe, low-cost neuromodulation technique with promising potential for pain relief. Applied via electrodes on the scalp, tDCS modulates cortical excitability and acts on neural circuits related to pain. This study, through a systematic review of the literature, analyzed the efficacy of tDCS as a physiotherapeutic resource in the treatment of chronic pain. Studies indicate that tDCS can reduce pain intensity, improve mood, and enhance the effects of other therapeutic approaches, especially in conditions such as fibromyalgia, low back pain, and neuropathic pain. Although the results are encouraging, the need for standardization of protocols and more robust clinical trials to consolidate their application in clinical practice is highlighted.
Keywords: Chronic pain; Physiotherapy; Myofascial pain syndrome; Myofascial syndrome.
1. INTRODUÇÃO
A dor é uma experiência que abrange aspectos físicos e emocionais, gerando desconforto e sofrimento. Em geral, está associada a lesões ou potenciais danos teciduais. A percepção da dor é subjetiva e pode ser influenciada por fatores biológicos, psicológicos, sociais e pelas experiências prévias do indivíduo, o que reforça a importância de uma abordagem personalizada. Dessa forma, as queixas de dor devem ser sempre valorizadas pelos profissionais de saúde, visto que a dificuldade de comunicação de certos grupos — como crianças, idosos ou pessoas com deficiências — não exclui a possibilidade de sofrimento (BRASIL, 2022; IASP, 2020).
Sob o ponto de vista fisiológico, a dor exerce um papel biológico essencial como mecanismo de proteção frente a estímulos nocivos. Contudo, quando persiste por mais de três meses, ela perde essa função protetiva e passa a ser classificada como dor crônica. Nessa fase, adquire um caráter patológico e multifatorial, com repercussões que extrapolam o domínio físico, comprometendo também a saúde mental e a vida social do indivíduo. A dor crônica afeta significativamente a qualidade de vida, limita a realização de atividades cotidianas e prejudica a produtividade e os relacionamentos interpessoais (INCA, 2023; AGUIAR et al., 2021).
No campo da saúde pública, a dor crônica representa um dos principais desafios enfrentados pelos profissionais, em virtude da sua alta prevalência e da complexidade de seu manejo. Estima-se que aproximadamente 30% da população mundial sofra com essa condição, sendo que, no Brasil, esse percentual pode ser ainda maior, especialmente entre idosos e pessoas com doenças crônicas não transmissíveis (ROCHA et al., 2021). As abordagens terapêuticas tradicionais, como o uso de analgésicos, anti-inflamatórios e opioides, frequentemente mostram-se ineficazes a longo prazo e estão associadas a efeitos adversos relevantes, além do risco de dependência, sobretudo no uso prolongado de opioides (BRASIL, 2022; WHO, 2019).
Diante desse contexto, a avaliação clínica personalizada torna-se essencial para a escolha das melhores estratégias terapêuticas. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a avaliação fisioterapêutica deve ser detalhada, estruturada e contínua, englobando a anamnese, o exame físico, o estágio da doença de base e os exames complementares. Por se tratar de uma vivência multifatorial, a dor exige uma compreensão precisa de suas particularidades, o que demanda etapas bem definidas no processo de avaliação (INCA, 2023).
Diante dessa realidade, surge a necessidade de explorar abordagens terapêuticas inovadoras, seguras e eficazes. Uma das técnicas que vem ganhando destaque na última década é a Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua (ETCC), também conhecida pela sigla em inglês tDCS (transcranial Direct Current Stimulation). Trata-se de uma modalidade de neuromodulação não invasiva que utiliza correntes elétricas de baixa intensidade aplicadas por eletrodos posicionados sobre o couro cabeludo, com o objetivo de modular a excitabilidade cortical e promover alterações nos circuitos neurais relacionados à dor (BRUNONI et al., 2019).
A Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua (ETCC) tem sido utilizada como uma alternativa promissora para o manejo da dor crônica. Essa técnica de neuromodulação não invasiva tem sido estudada em quadros como lombalgia crônica, fibromialgia, dor miofascial e cefaleia tensional, que frequentemente envolvem mecanismos centrais e periféricos de sensibilização à dor. Nesses casos, os métodos tradicionais podem não apresentar a eficácia esperada, e a ETCC surge como um recurso que modula a excitabilidade cortical e os circuitos neurais relacionados à dor, favorecendo uma abordagem mais integrada e centrada no paciente (MAURO, 2020; BRUNONI et al., 2019).
Considerando as limitações dos tratamentos convencionais, a busca por opções terapêuticas seguras, eficazes e inovadoras se intensificou. Nesse cenário, a ETCC, também conhecida como transcranial Direct Current Stimulation (tDCS), tem se consolidado como uma técnica emergente. Trata-se da aplicação de correntes elétricas de baixa intensidade — geralmente entre 1 a 2 mA — por meio de eletrodos posicionados no couro cabeludo, com o objetivo de promover alterações na atividade cortical e nos circuitos neurais envolvidos na modulação da dor (BRUNONI et al., 2019).
A modulação da atividade cortical por meio da ETCC permite influenciar áreas específicas do cérebro, como o córtex motor primário e o córtex pré-frontal dorsolateral. Essa estimulação pode ter efeitos sobre funções cognitivas, motoras e sensoriais. Além de ser uma técnica de fácil aplicação e de baixo custo, apresenta poucos efeitos adversos, o que a torna uma alternativa terapêutica promissora no tratamento de diversas condições clínicas (TEIXEIRA et al., 2023). Nas últimas décadas, a ETCC tem sido amplamente estudada em contextos clínicos, incluindo depressão, transtornos de humor, sequelas de acidente vascular cerebral (AVC) e, especialmente, no manejo da dor crônica. Evidências científicas demonstram que a técnica pode reduzir significativamente a intensidade da dor em pacientes com fibromialgia, dor neuropática, lombalgia crônica e osteoartrite. Além disso, a ETCC tem mostrado benefícios adicionais na melhoria de sintomas como distúrbios do sono e alterações do humor (ANTONIONI et al., 2024). No âmbito da prática fisioterapêutica, o tratamento da dor crônica impõe grandes desafios, exigindo abordagens baseadas em evidências e estratégias multimodais que contemplem o cuidado integral e humanizado (PEREIRA; BOSSINI; SILVA, 2020). Nesse sentido, a ETCC tem sido aplicada como recurso coadjuvante em programas de reabilitação física, sendo integrada a outras modalidades terapêuticas, como cinesioterapia, terapia manual e eletrotermofototerapia. Estudos demonstram que, quando utilizada adequadamente, a técnica é capaz de reduzir a intensidade da dor, melhorar a funcionalidade, modular o humor e potencializar os efeitos de outras intervenções, especialmente em pacientes com dor centralizada ou refratária (FERNANDES et al., 2022).
A ETCC apresenta ainda outras vantagens: é segura, de baixo custo, portátil e de fácil aplicação, podendo ser utilizada em diferentes ambientes clínicos, como ambulatórios e hospitais. Com efeitos colaterais mínimos e uma crescente base de evidências científicas, a técnica se mostra como um recurso valioso na prática fisioterapêutica, principalmente no tratamento da dor crônica de origem neuromusculoesquelética (CASTRO et al., 2020).
Apesar dos resultados encorajadores, a literatura científica enfatiza a necessidade de padronização dos protocolos de aplicação da ETCC. Elementos como número de sessões, duração, localização dos eletrodos e intensidade da corrente elétrica influenciam os desfechos clínicos. Assim, são necessários mais estudos clínicos randomizados com amostras representativas e acompanhamento em longo prazo, a fim de consolidar a eficácia da técnica e sua inserção como prática terapêutica de rotina no Sistema Único de Saúde (SUS) (WEN et al., 2022; TEIXEIRA et al., 2023).
Diante desse panorama, é essencial que o fisioterapeuta compreenda os fundamentos da ETCC, seus mecanismos de ação, indicações clínicas, protocolos de uso e evidências científicas disponíveis. O domínio dessa técnica representa a ampliação do arsenal terapêutico é uma oportunidade de oferecer um cuidado mais eficaz e centrado no paciente.
Portanto, este trabalho tem como objetivo geral analisar a aplicação da estimulação transcraniana por corrente contínua no manejo fisioterapêutico da dor crônica, destacando suas contribuições para a prática clínica, sua integração com outras modalidades de reabilitação e suas perspectivas futuras dentro da Fisioterapia baseada em evidências.
Objetivo: Analisar os efeitos da estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC) como recurso fisioterapêutico no tratamento da dor crônica, destacando sua aplicabilidade clínica, benefícios terapêuticos e respaldo científico.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Este trabalho consiste em uma revisão sistemática, cujo objetivo foi analisar a eficácia da estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC) como recurso terapêutico complementar no tratamento da dor crônica, com ênfase em pacientes com síndrome da dor miofascial. A revisão foi conduzida por meio da seleção e análise crítica de estudos científicos que investigaram a aplicação da ETCC em diferentes contextos clínicos, considerando seus efeitos na modulação da dor persistente e os benefícios relatados por diversos perfis de pacientes.
Para a seleção dos estudos, foram consultadas bases de dados eletrônicas de ampla relevância científica, tais como: PubMed, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Google Scholar. A escolha dessas plataformas se justifica por sua abrangência e por fornecerem acesso a publicações reconhecidas na área da fisioterapia e reabilitação.
A estratégia de busca utilizou os seguintes descritores e combinações de palavras-chave: “dor crônica”, “fisioterapia”, “síndrome da dor miofascial” e “síndrome miofascial”, associados por operadores booleanos (AND, OR) com o objetivo de refinar os resultados e garantir maior precisão quanto à relevância dos artigos.
Os critérios de inclusão adotados foram: artigos publicados entre os anos de 2020 e 2025; disponíveis nos idiomas português ou inglês; que abordassem diretamente a aplicação da estimulação transcraniana por corrente contínua no tratamento da dor crônica; que apresentassem evidências clínicas sobre os efeitos terapêuticos da técnica em diferentes condições relacionadas à dor persistente; e que fossem classificados como estudos clínicos randomizados, ensaios clínicos controlados, revisões sistemáticas ou meta-análises.
Foram excluídos da análise os estudos que: fossem publicados antes de 2020, por não refletirem os avanços mais recentes da técnica; que não apresentassem dados suficientes ou abordassem o tema de forma superficial; que focassem em populações que não se enquadrarem nos objetivos do estudo, como crianças ou pacientes com condições agudas; e estudos de baixa qualidade metodológica, como relatos de caso isolados ou artigos com evidência científica limitada.
A coleta de dados foi realizada em três etapas. A primeira consistiu na triagem dos estudos a partir dos títulos e resumos, com o intuito de eliminar artigos não relacionados ao tema. A segunda etapa compreendeu a leitura na íntegra dos textos previamente selecionados, com base nos critérios de inclusão e exclusão. Por fim, os estudos incluídos foram submetidos à análise crítica, considerando aspectos como delineamento metodológico, tamanho amostral, instrumentos de avaliação utilizados, resultados obtidos e implicações clínicas.
Os achados dos estudos foram sistematizados em uma tabela comparativa, permitindo a visualização dos efeitos da ETCC no tratamento da dor crônica, sua aplicabilidade em diferentes condições clínicas, limitações observadas e recomendações para a prática baseada em evidências.
É importante destacar que a presente revisão foi limitada pela quantidade de estudos recentes que abordam, de forma específica e metodologicamente robusta, a aplicação da ETCC no tratamento da dor crônica. Embora haja um crescente interesse científico pelo tema, o número de ensaios clínicos controlados com amostras representativas ainda é reduzido, o que sugere a necessidade de novas investigações que aprofundem a eficácia e a aplicabilidade da técnica em diferentes contextos terapêuticos.
3. RESULTADOS
Realizou-se uma revisão sistemática com o objetivo de identificar evidências científicas sobre a eficácia da estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC) no tratamento da dor crônica. A busca nas bases de dados, por meio da combinação dos descritores previamente definidos, resultou na identificação de 253 artigos. Após a leitura dos títulos e resumos, e a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados 13 artigos que compuseram a amostra final desta revisão.
A seguir segue a tabela com as informações dos artigos selecionados:
Quadro 1 – Resultados
Autores | Ano | Título | Objetivos | Metodologia | Principais Resultados |
Costa, S.M.L.; Livramento, R.A. | 2023 | Dry Needling na Síndrome da Dor Miofascial | Analisar os benefícios e evidências do Dry Needling na síndrome da dor miofascial | Revisão bibliográfica narrativa baseada em artigos científicos nacionais e internacionais, consultados em bases como Scielo e PubMed, visando identificar os efeitos clínicos da técnica. | Os autores analisaram diversos estudos sobre a técnica de Dry Needling, identificando que ela promove alívio significativo da dor miofascial, melhora da amplitude de movimento e redução de pontos gatilho. O estudo reforça seu uso como abordagem eficaz e segura. |
Da Silva, D.; Mastrella de Araújo, M.M. | 2023 | Efeitos da Liberação Miofascial na Lombalgia Crônica: Revisão Sistemática | Investigar a importância da liberação miofascial no tratamento da dor lombar crônica | Revisão sistemática descritiva com critérios definidos, buscando artigos nas bases Medline, Scielo e PEDro. | A análise de estudos clínicos mostrou que a liberação miofascial melhora a funcionalidade, reduz a dor lombar crônica e promove relaxamento muscular. Os autores destacam a importância da abordagem manual no controle da dor musculoesquelética. |
Urits, I.; Charipova, K.; Gress, K.; et al. | 2020 | Chronic Pain Syndromes: Myofascial Pain Syndrome | Revisar o tratamento e manejo da síndrome da dor miofascial | Revisão de literatura narrativa com foco em publicações médicas indexadas abordando terapias farmacológicas e não farmacológicas . | Os autores abordaram diferentes estratégias de tratamento para dor miofascial, incluindo fisioterapia, acupuntura e medicamentos. Concluíram que uma abordagem multidisciplinar é mais eficaz, especialmente combinando terapias manuais e farmacológicas. |
Lv, Y.; Yin, Y. | 2024 | A Review of the Application of Myofascial Release Therapy in the Treatment of Diseases | Revisar a aplicação da terapia de liberação miofascial no tratamento de doenças | Revisão integrativa com análise crítica de artigos publicados nos últimos 10 anos. | A pesquisa apontou eficácia da liberação miofascial em diversas condições musculoesqueléticas , como fibromialgia, disfunções cervicais e lombares. Houve ênfase na melhora da mobilidade, função e qualidade de vida dos pacientes. |
Adler, S.; Vahedifard, F.; Akers, R.; et al. | 2023 | Functional Magnetic ResonanceImaging Changes and Increased Muscle Pressure in Fibromyalgia | Explorar alterações em ressonância magnética funcional e pressão muscular na fibromialgia | Revisão de literatura associada a estudos com ressonância magnética funcional (fMRI) e avaliação muscular. | O estudo relacionou alterações na ressonância magnética funcional com aumento da pressão muscular em pacientes com fibromialgia. Os resultados sugerem uma conexão entre fatores neurológicos e sintomas dolorosos persistentes. |
Grinberg, K.; Weissman Fogel, I.; Lowenstein , L.; et al. | 2021 | How Does Myofascial Physical Therapy Attenuate Pain in Chronic Pelvic Pain Syndrome? | Explorar como a fisioterapia miofascial atenua a dor na síndrome da dor pélvica crônica | Estudo clínico experimental com aplicação de protocolo de fisioterapia miofascial em pacientes, com avaliações pré e pós intervenção. | Os autores aplicaram fisioterapia miofascial em pacientes com dor pélvica crônica e observaram redução significativa da dor, melhora da função sexual e do bem estar geral. O estudo confirmou a eficácia da abordagem física na dor visceral. |
Smith, J.A.; Doe, R.L. | 2022 | Transcranial Direct Current Stimulation in Chronic Pain Management | Avaliar a eficácia da ETCC no manejo da dor crônica | Ensaio clínico randomizado com grupo controle, mensurando níveis de dor antes, durante e após a ETCC. | Pacientes com dor crônica submetidos à estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC) apresentaram redução considerável na percepção da dor. A técnica se mostrou segura, com efeitos analgésicos sustentados ao longo do tempo. |
Johnson, M.K.; Lee, H.T. | 2020 | The Role of Physical Therapy in Managing Myofascial Pain Syndrome | Investigar o papel da fisioterapia no tratamento da síndrome da dor miofascial | Revisão sistemática de estudos clínicos com busca em bases como PubMed e CINAHL, com critérios metodológicos definidos. | Revisaram evidências sobre fisioterapia na dor miofascial e identificaram melhora expressiva na função muscular, na flexibilidade e na redução de pontos gatilho, especialmente com exercícios específicos e liberação manual. |
Nguyen, T.P.; Alvarez, M.J. | 2021 | Combining ETCC and Physical Therapy for Chronic Myofascial Pain | Avaliar os efeitos combinados da ETCC e fisioterapia na dor miofascial crônica | Estudo piloto com 30 participantes divididos em grupos, avaliando a eficácia isolada e combinada das intervenções. | A pesquisa combinou sessões de fisioterapia com ETCC, resultando em maior redução da dor e melhora funcional do que a fisioterapia isolada. O estudo sugere sinergia entre técnicas neuromodulatórias e manuais. |
Chen, L.Y.; Wang, S.H. | 2023 | Advances in Non-Invasive Brain Stimulation for Chronic Pain | Revisar avanços em estimulação cerebral não invasiva para dor crônica | Revisão narrativa de literatura recente com enfoque em técnicas como ETCC e TMS. | Revisaram os avanços em estimulação cerebral não invasiva, especialmente ETCC, demonstrando que a técnica reduz a sensibilização central e tem potencial como coadjuvante no tratamento da dor crônica. |
Wu YL, Luo Y, Yang JM, Wu YQ, Zhu Q, Li Y, Hu H, Zhang JH, Zhong YB, Wang MY. | 2024 | Effects of transcranial direct current stimulation on pain and physical function in patients with knee osteoarthritis: a systematic review and meta analysis | Investigar os efeitos da tDCS na dor e na função física em pacientes com OAJ. | Ensaios clínicos randomizados relacionados a tDCS e OAJ foram sistematicamente pesquisados nas bases de dados PubMed, Embase, Medline, Cochrane Library, CINHL e Web of Science | Sete estudos com um total de 503 participantes foram incluídos. Comparado à ETCC simulada, a ETCC foi eficaz na redução da intensidade da dor a curto prazo (DMP: – 0,58; IC 95%: -1,02, – 0,14; p = 0,01) e da sensibilidade à dor (DMP: -0,43; IC 95%: -0,70, -0,16; p = 0,002), mas não conseguiu melhorar significativamente a intensidade da dor a longo prazo (DMP: – 0,26; IC 95%: -0,59, 0,08; p = 0,13) em pacientes com OAJ. |
Antonioni, A., Baroni, A., Fregna, G., Ahmed, I., & Straudi, S. | 2024 | A eficácia da estimulação transcraniana por corrente contínua domiciliar na dor crônica: uma revisão sistemática e meta-análise | identificar de estratégias para o manejo domiciliar de pacientes é crucial. Como a dor é altamente prevalente e impõe ônus significativo s, o interesse em seu manejo remoto está aumentando constantemente. A Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua (ETCC) parece promissora nesse contexto. | Esta revisão sistemática e meta-análise teve como objetivo determinar a eficácia da ETCC domiciliar no manejo da dor (PROSPERO, CRD42023452 899). Os dados extraídos incluíram condições clínicas, intervenções, comparadores, medidas de desfecho, efeitos adversos e risco de viés; foi realizada a Avaliação, Desenvolvimento e Avaliação de Recomendações (GRADE). | Doze registros (9 ensaios clínicos randomizados [RCTs], 446 participantes, 266 submetidos a tDCS) foram incluídos na revisão sistemática. A meta-análise mostrou que a tDCS domiciliar pode produzir uma melhora grande e clinicamente relevante na intensidade da dor crônica no final da intervenção (diferença média padrão [DMP] −0,95, IC 95% −1,34 a −0,56; p < 0,01; 404 participantes, baixa certeza), bem como uma pequena melhora clinicamente sem importância no acompanhamento de curto prazo (DMP −0,50, IC 95% −0,82 a −0,19; p < 0,01; 160 participantes, certeza moderada). Uma análise de subgrupo mostrou que ela pode melhorar clinicamente a dor crônica relacionada à fibromialgia e à osteoartrite do joelho. |
HERVIK, Jill Angela; VIKA, Karl Solbue; STUB, Trine. | 2024 | Transcranial direct current stimulation for chronic headaches, a randomized controlled trial | examinar se a estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC), aplicada ao córtex motor primário, reduz a dor e melhora a função diária em indivíduos que sofrem de cefaleia crônica primária. | Um ensaio clínico prospectivo, randomizado e controlado, onde os participantes e avaliadores eram cegos, investigou o efeito da tDCS ativa versus tDCS simulada em pacientes com cefaleia crônica. Quarenta indivíduos entre 18 e 70 anos de idade, com diagnóstico de cefaleia crônica primária, foram randomizados para os grupos de tratamento tDCS ativa ou tDCS simulada. Todos os pacientes receberam oito tratamentos ao longo de quatro semanas consecutivas. | Melhoras significativas tanto na função diária quanto nos níveis de dor foram observadas em participantes tratados com tDCS ativa, em comparação com tDCS simulada. Os efeitos duraram até 12 semanas após o tratamento. O uso da medicação permaneceu inalterado em ambos os grupos durante todo o estudo, sem relatos de efeitos adversos graves. |
4. DISCUSSÃO
A dor crônica, especialmente nas suas formas musculoesqueléticas, representa um problema de saúde pública que afeta milhões de pessoas no mundo, exigindo abordagens terapêuticas cada vez mais integrativas e baseadas em evidências. Nesse cenário, a Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua (ETCC) tem ganhado relevância como uma alternativa promissora e não invasiva para o controle da dor, atuando diretamente sobre áreas cerebrais relacionadas ao processamento nociceptivo.
A análise dos estudos selecionados evidencia um panorama atual das intervenções terapêuticas aplicadas à dor crônica, com ênfase na síndrome da dor miofascial, lombalgia crônica, fibromialgia e condições relacionadas. Foram identificadas três abordagens principais com evidências promissoras: o Dry Needling, a liberação miofascial e a estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC).
Segundo Costa e Livramento (2023), o Dry Needling tem se destacado como uma técnica eficaz na redução da dor associada à síndrome da dor miofascial. A partir de uma revisão narrativa, os autores apontaram que a introdução de agulhas finas nos pontos gatilho musculares resultou em melhora da amplitude de movimento, relaxamento muscular e alívio da dor. Esta técnica, quando aplicada corretamente, demonstrou ser segura e com baixo risco de efeitos adversos, reforçando sua aplicabilidade clínica. O estudo enfatiza ainda que os efeitos são potencializados quando combinados com outras abordagens fisioterapêuticas.
Da Silva e Mastrella de Araújo (2023), por meio de uma revisão sistemática, confirmam a eficácia da liberação miofascial como estratégia não invasiva para o tratamento da lombalgia crônica. A técnica, baseada em manipulações manuais sobre os tecidos miofasciais, mostrou-se eficiente na redução da dor e na melhora da funcionalidade. Os estudos incluídos na revisão evidenciaram que a aplicação regular da técnica resulta em relaxamento muscular, melhoria da postura e diminuição da sensibilidade dolorosa. Destaca-se a importância de protocolos bem definidos para assegurar a eficácia dos resultados.
Corroborando esses achados, Lv e Yin (2024), ao analisarem a aplicação da liberação miofascial em diferentes doenças musculoesqueléticas, identificaram benefícios clínicos consistentes. A terapia mostrou resultados positivos em condições como fibromialgia, disfunções cervicais e lombares, contribuindo para a melhora da mobilidade, da função física e da qualidade de vida. Os autores argumentam que a liberação miofascial atua diretamente na matriz extracelular e na modulação da resposta inflamatória, o que justifica sua eficácia.
A importância da abordagem multidisciplinar no tratamento da dor miofascial é destacada por Urits et al. (2020). Em sua revisão narrativa, os autores defenderam que a combinação entre terapias manuais (como fisioterapia, acupuntura e liberação miofascial) e farmacológicas é a mais indicada para o controle efetivo da dor. Essa perspectiva reforça a necessidade de protocolos integrados, adaptados às particularidades de cada paciente, principalmente em casos de dor crônica refratária. Na mesma linha, Johnson e Lee (2020) reforçam o papel central da fisioterapia na síndrome da dor miofascial. Por meio de revisão sistemática, identificaram que técnicas como liberação miofascial, exercícios de alongamento e fortalecimento muscular são eficazes na redução dos sintomas dolorosos. Os dados apontam para a melhora da flexibilidade, da função muscular e da diminuição dos pontos gatilho.
Com foco em áreas específicas, Grinberg et al. (2021) investigaram a eficácia da fisioterapia miofascial na dor pélvica crônica, relatando uma redução significativa da dor, melhora na função sexual e no bem-estar geral das pacientes. Este estudo clínico experimental demonstrou, de forma prática, que a aplicação da técnica miofascial promove resultados positivos mesmo em condições de dor visceral, sugerindo ampliação das indicações clínicas da terapia.
No tocante às abordagens neuromodulatórias, destaca-se a aplicação da estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC). Smith e Doe (2022), em um ensaio clínico randomizado, observaram efeitos analgésicos relevantes em pacientes com dor crônica submetidos à ETCC. A técnica, ao modular a excitabilidade cortical, demonstrou ser segura e promover alívio sustentado da dor.
Chen e Wang (2023) complementam esse achado ao revisar os avanços da estimulação cerebral não invasiva. Destacam a ETCC como técnica promissora na redução da sensibilização central, comum em condições como a fibromialgia. Os autores indicam que os efeitos da ETCC são potencializados quando combinados com outras intervenções, como fisioterapia ou terapia cognitivo-comportamental.
Nguyen e Alvarez (2021) investigaram essa associação diretamente. Em estudo piloto com 30 pacientes, combinaram sessões de fisioterapia com ETCC, constatando que o grupo combinado obteve maior redução da dor e melhora da funcionalidade do que os grupos com intervenções isoladas. Isso reforça a hipótese de sinergia entre abordagens manuais e neuromodulatórias, propondo novos caminhos para protocolos terapêuticos mais eficazes.
No estudo de Wu et al. (2024), uma revisão sistemática e meta-análise com pacientes portadores de osteoartrite do joelho, observou-se que a ETCC foi eficaz na redução da dor em curto prazo, mas não apresentou melhora significativa em longo prazo. Foram analisados sete ensaios clínicos randomizados, totalizando 503 participantes. Os dados indicaram que a técnica reduz a intensidade da dor e a sensibilidade, com efeitos limitados à duração da intervenção.
Adler et al. (2023) exploraram a relação entre alterações neurológicas e dor crônica por meio de estudos de neuroimagem funcional (fMRI). Em pacientes com fibromialgia, observaram aumento da pressão muscular e alterações cerebrais em áreas relacionadas à percepção da dor. Os achados reforçam a necessidade de intervenções que atuem tanto na periferia quanto no sistema nervoso central, como é o caso da ETCC.
O estudo conduzido por Antonioni et al. (2024) aborda uma vertente inovadora da estimulação transcraniana por corrente contínua (tDCS): a aplicação domiciliar, autoadministrada, como estratégia para o controle da dor crônica. A relevância dessa abordagem tornou-se ainda mais evidente diante dos desafios impostos pela pandemia da COVID-19, que exigiu a ampliação de terapias acessíveis e seguras fora do ambiente hospitalar.
Segundo os autores, a tDCS domiciliar demonstrou eficácia na redução da intensidade da dor crônica ao final da intervenção, com diferença média padronizada (DMP) de −0,95 (IC 95%: −1,34 a −0,56), sugerindo um efeito clinicamente significativo, embora sustentado por evidência de baixa certeza. Além disso, a intervenção promoveu modulações fisiológicas como o aumento do limiar de dor à pressão e ao calor, indicando efeitos na sensibilidade à dor. A tDCS também se mostrou promissora em subgrupos com fibromialgia e osteoartrite do joelho — condições com histórico de resposta limitada a tratamentos farmacológicos convencionais.
Comparando-se aos achados de Wu et al. (2024), que demonstraram a eficácia da tDCS em ambiente clínico na redução da dor a curto prazo em pacientes com osteoartrite de joelho, o estudo de Antonioni et al. (2024) amplia a perspectiva ao propor que essa mesma tecnologia pode ser aplicada com segurança e autonomia no domicílio, sem comprometer sua efetividade inicial. No entanto, é importante salientar que, conforme apontado por ambos os estudos, os benefícios da tDCS sobre a dor tendem a ser transitórios, com eficácia limitada no acompanhamento de longo prazo.
Além disso, Antonioni et al. (2024) reforçam que, embora os dispositivos de tDCS sejam geralmente bem tolerados, a robustez das evidências ainda é moderada ou baixa, sobretudo devido à heterogeneidade dos estudos, ao pequeno tamanho amostral e à variabilidade nos protocolos. Assim, os autores defendem a necessidade de ensaios clínicos randomizados mais robustos e padronizados, com amostras amplas e acompanhamento longitudinal, para confirmar a eficácia e segurança da tDCS domiciliar.
O ensaio clínico randomizado conduzido por Hervik, Vika e Stub (2024) investigou a eficácia da estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC) no manejo da cefaleia crônica primária, apresentando dados robustos que contribuem significativamente para a literatura sobre intervenções não invasivas no tratamento da dor crônica. A aplicação da ETCC foi direcionada ao córtex motor primário, região cerebral envolvida na modulação da dor, com o objetivo de explorar seus efeitos analgésicos. Os quarenta participantes incluídos no estudo foram alocados de maneira randomizada para receber ETCC ativa ou simulada (placebo), sendo ambos os grupos acompanhados de forma cega durante o protocolo de intervenção, o que garante maior validade metodológica aos achados. A intervenção consistiu em oito sessões de ETCC ao longo de quatro semanas, com avaliação dos desfechos clínicos antes, durante e até doze semanas após o tratamento.
Os resultados demonstraram uma redução estatisticamente significativa na intensidade da dor e melhora da funcionalidade diária nos indivíduos submetidos à ETCC ativa, em comparação com o grupo controle. Tais benefícios se mantiveram mesmo após o término da intervenção, evidenciando um efeito prolongado da estimulação cerebral. Além disso, não foram relatados efeitos adversos graves, e o uso de medicamentos permaneceu constante em ambos os grupos, o que sugere que os efeitos benéficos observados podem ser atribuídos diretamente à aplicação da ETCC, sem influência de outras variáveis terapêuticas. O estudo também destaca a boa tolerabilidade e adesão à terapia, aspectos fundamentais quando se trata de intervenções para condições crônicas, como a cefaleia recorrente.
No contexto da fisiopatologia da dor crônica, particularmente nas cefaleias primárias, há envolvimento de mecanismos de sensibilização central, nos quais estruturas como o córtex somatossensorial, o tálamo e o córtex motor primário desempenham papel essencial. A ETCC, ao modular a excitabilidade cortical e promover plasticidade sináptica, atua diretamente sobre esses circuitos neuronais disfuncionais, restaurando o limiar de dor e reduzindo a hiperexcitabilidade que caracteriza a condição. Assim, os achados de Hervik, Vika e Stub (2024) não apenas reforçam a efetividade da técnica como modalidade terapêutica, mas também oferecem suporte neurofisiológico ao seu uso clínico, especialmente como uma alternativa ou complemento a intervenções farmacológicas.
Dessa forma, este estudo apresenta uma contribuição relevante ao ampliar as opções terapêuticas disponíveis para o manejo da dor crônica, com ênfase na neuromodulação não invasiva como componente de estratégias multimodais. A evidência de efeitos sustentados ao longo do tempo reforça a necessidade de futuras investigações que explorem protocolos de manutenção e a aplicação da estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC) em outras condições dolorosas, como lombalgia, fibromialgia e dor miofascial, a fim de delimitar com maior precisão seu escopo e eficácia em diferentes contextos clínicos. As evidências disponíveis apontam para a efetividade de abordagens integradas no tratamento da dor crônica, destacando-se a combinação entre fisioterapia, terapias manuais e técnicas de neuromodulação. A escolha do recurso terapêutico deve ser baseada em avaliação individualizada, considerando as necessidades e limitações de cada paciente, e sempre fundamentada em evidências científicas robustas.
Nesse sentido, a proposta de autoadministração da tDCS representa um avanço significativo para a democratização do tratamento da dor crônica, especialmente em contextos marcados por barreiras de acesso aos serviços de saúde. No entanto, essa modalidade ainda carece de evidências científicas consolidadas que justifiquem sua adoção como prática clínica padronizada.
Portanto, torna-se imprescindível a realização de ensaios clínicos com amostras representativas, protocolos uniformizados e seguimento em longo prazo, com o objetivo de fortalecer a base de evidências e subsidiar a incorporação definitiva da ETCC nos protocolos clínicos voltados ao manejo da dor crônica.
5. CONCLUSÃO
A dor crônica representa um dos maiores desafios para a saúde pública e para a qualidade de vida dos indivíduos, exigindo abordagens terapêuticas eficazes, seguras e de fácil aplicabilidade. Neste contexto, a presente revisão sistemática permitiu concluir que a estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC) configura-se como uma estratégia promissora no tratamento da dor miofascial crônica, principalmente quando utilizada de forma integrada à fisioterapia convencional.
Os estudos analisados evidenciaram que a ETCC contribui para a modulação da excitabilidade cortical e, consequentemente, para a redução da percepção da dor, além de potencializar os efeitos de terapias físicas como a liberação miofascial, o Dry Needling e os exercícios terapêuticos. Essa combinação mostrou resultados positivos na melhora funcional, no alívio sintomático e na qualidade de vida dos pacientes.
Ainda que os achados sejam favoráveis, observou-se uma limitação no número de ensaios clínicos randomizados com amostras amplas e protocolos padronizados, o que reforça a necessidade de novos estudos que possam aprofundar a compreensão dos mecanismos de ação da ETCC e estabelecer diretrizes clínicas mais consistentes para sua aplicação em conjunto com a fisioterapia.
Portanto, a ETCC deve ser considerada uma ferramenta complementar relevante no manejo da dor crônica de origem miofascial, contribuindo para uma abordagem terapêutica mais abrangente e centrada no paciente. A integração entre técnicas de estimulação cerebral não invasiva e métodos fisioterapêuticos representa uma tendência inovadora, com grande potencial de impacto na prática clínica e na reabilitação da dor persistente.
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