REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202506121055
Vinícius Barbosa Lopes Lima¹
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo analisar a eficiência do sistema viário urbano de Araguaína, no estado do Tocantins, e propor melhorias que otimizem o trânsito e aumentem a segurança viária. O município enfrenta desafios relacionados ao crescimento populacional e ao aumento do número de veículos, resultando em congestionamentos e impacto negativo no desenvolvimento econômico local. A pesquisa utiliza métodos quantitativos, incluindo a observação do tráfego e a medição de tempos de viagem, além da coleta de dados de órgãos públicos sobre acidentes e infraestrutura. Espera-se identificar pontos críticos, como áreas de tráfego intenso e locais de maior risco de acidentes, e sugerir intervenções, como ajustes em semáforos, reconfiguração de rotatórias e criação de faixas exclusivas. O estudo visa melhorar a mobilidade urbana, contribuir para um trânsito mais seguro e fluido, e promover o crescimento sustentável da cidade, beneficiando a qualidade de vida da população.
Palavras-Chave: Eficiência do tráfego. Mobilidade urbana. Sistema viário
ABSTRACT
This study aims to analyze the efficiency of the urban road system in Araguaína, Tocantins, and propose improvements to optimize traffic flow and enhance road safety. The city faces challenges related to population growth and an increase in the number of vehicles, resulting in congestion and negatively impacting local economic development. The research uses quantitative methods, including traffic observation and travel time measurement, along with data collection from public agencies on accidents and infrastructure. The goal is to identify critical areas, such as high-traffic zones and accident-prone locations, and suggest interventions such as traffic signal adjustments, roundabout reconfigurations, and the creation of exclusive lanes. The study seeks to improve urban mobility, contribute to safer and smoother traffic, and promote sustainable city growth, benefiting the quality of life for the population.
Keywords: Traffic efficiency. Urban mobility. Road system.
1. INTRODUÇÃO
Pessoas se locomovendo com boa fluidez é o pilar principal da mobilidade urbana; o avanço socioeconômico de uma cidade está diretamente relacionado ao planejamento e gestão do transporte urbano. A mobilidade urbana tem relação direta com a rotina da população, e por isso afeta todas as pessoas que vivem na cidade, sem exceção. Quando existe um sistema de trânsito que permite se locomover mais facilmente, as pessoas se deslocam de forma mais eficiente e, por consequência, conseguem ter mais tempo produtivo.
Nesse cenário, é possível perceber o impacto direto no desenvolvimento econômico da cidade, na saúde, bem-estar e qualidade de vida das pessoas. O contexto descrito pode ser amplamente visualizado na cidade de Araguaína, localizada no estado do Tocantins. Alguns fatores influenciaram para que o município tivesse um crescimento exponencial nos últimos 50 anos, que por consequência causou um aumento do fluxo de pessoas e veículos na região central. Segundo o Departamento de Trânsito do Tocantins (Detran), a quantidade de automóveis nas ruas da cidade de Araguaína cresceu cerca de 30% nos últimos quatro anos.
Nesse sentido, as principais dificuldades para a eficiência e a segurança do sistema viário de Araguaína estão ligadas à falta de um planejamento estratégico adequado e à ausência de políticas públicas inteligentes. A implementação de melhorias estratégicas é, portanto, essencial para promover um trânsito mais seguro e fluido para todos os usuários, contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico do município.
O presente trabalho se propõe a estudar a implementação de melhorias que aumentem a eficiência e a segurança do sistema viário urbano de Araguaína, um tema de grande relevância e urgência, considerando o contexto atual de crescimento populacional e aumento do fluxo de veículos.
As consequências diretas de um sistema de transporte ineficiente impactam a vida dos moradores, gerando congestionamentos, aumentando o tempo de deslocamento e prejudicando as atividades comerciais. Com a movimentação de mercadorias e pessoas comprometidas, o desenvolvimento econômico da cidade fica estagnado, limitando oportunidades e afastando investimentos. Além disso, a insegurança no trânsito pode resultar em acidentes, colocando em risco a saúde e a integridade física dos cidadãos.
Os aspectos positivos deste trabalho são evidentes. Ao realizar um diagnóstico detalhado do sistema viário de Araguaína e propor melhorias estratégicas, esta pesquisa não apenas contribuirá para a construção de um ambiente urbano mais seguro e eficiente, mas também para a promoção de políticas públicas mais eficazes. O resultado será um trânsito mais fluido, que beneficiará a população, o comércio local e o desenvolvimento sustentável da cidade.
O objetivo deste trabalho é avaliar a eficiência do sistema viário urbano de Araguaína e propor melhorias que otimizem o fluxo de trânsito e aumentem a segurança.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Mobilidade Urbana
A mobilidade urbana é um conceito que se refere à capacidade das pessoas de se deslocarem dentro das cidades de forma eficiente, segura e acessível. De acordo com Pires e Figueiredo (2019), a mobilidade é um dos principais pilares para a qualidade de vida nas áreas urbanas, influenciando diretamente o desenvolvimento econômico, a saúde pública e o bem-estar social. A literatura ressalta que um sistema de transporte eficiente deve promover a integração entre diferentes modos de deslocamento (transporte coletivo, individual e não motorizado), visando atender às necessidades da população de forma sustentável.
2.2 Eficiência do Sistema Viário
A eficiência do sistema viário é definida pela capacidade de acomodar o fluxo de veículos e pedestres sem gerar congestionamentos excessivos e garantindo a fluidez do trânsito. Segundo Silva (2020), fatores como a infraestrutura disponível, a sinalização e o gerenciamento do tráfego desempenham um papel crucial na determinação da eficiência do sistema. Estudo realizado por Oliveira e Santos (2021) destaca que a falta de planejamento urbano adequado, aliado ao aumento populacional e ao crescimento da frota de veículos, são barreiras significativas para a eficiência do trânsito nas cidades.
2.3 Barreiras à Eficiência e Segurança do Trânsito
As barreiras à eficiência e segurança do sistema viário urbano de Araguaína podem ser analisadas sob diferentes perspectivas. Conforme mencionado por Ferreira et al. (2022), as principais barreiras incluem a falta de infraestrutura adequada, deficiências na sinalização, ausência de políticas de educação no trânsito e a necessidade de um planejamento urbano que considere as especificidades locais. Essas barreiras não apenas comprometem a fluidez do tráfego, mas também aumentam o risco de acidentes, impactando diretamente a qualidade de vida dos moradores.
2.4 Propostas de Melhorias Estratégicas
A literatura sugere diversas intervenções que podem ser implementadas para melhorar a eficiência e a segurança do sistema viário. Iniciativas como a reestruturação de vias, a criação de ciclovias, a implementação de sistemas de monitoramento do tráfego e campanhas educativas têm se mostrado eficazes em diversas cidades (Lima & Carvalho, 2023). A participação da comunidade na identificação de problemas e na construção de soluções também é fundamental para o sucesso das intervenções, conforme apontado por Almeida e Rocha (2021).
2.5 Métodos de Análise de Fluxo de Tráfego
A análise de fluxo de tráfego é uma disciplina essencial para o planejamento e a gestão do sistema viário urbano. Vários métodos são utilizados para avaliar e otimizar o tráfego nas cidades, destacando-se:
2.5.1 Contagem de Veículos
Este método envolve a coleta de dados sobre o volume de tráfego em pontos estratégicos da rede viária. A contagem pode ser realizada manualmente ou por meio de sensores automáticos, proporcionando dados sobre o comportamento dos veículos em diferentes horários e dias da semana.
2.5.2 Modelagem de Tráfego
Os modelos de simulação de tráfego, como o VISSIM e o AIMSUN, são utilizados para prever o comportamento do tráfego sob diferentes cenários, considerando variáveis como alterações na infraestrutura, introdução de novas rotas e implementação de políticas de gestão de tráfego.
2.5.3 Análise de Capacidade e Nível de Serviço
Este método avalia a eficiência das vias, classificando-as em níveis de serviço (A a F) com base em fatores como volume de tráfego, velocidade e densidade. Essa análise permite identificar pontos críticos e áreas que necessitam de intervenções.
2.5.4 Estudos de Origem-Destino (OD)
Esses estudos visam entender os padrões de deslocamento dos usuários, permitindo identificar as origens e os destinos das viagens. Com essas informações, é possível otimizar a distribuição das vias e os serviços de transporte público.
Esses métodos, quando combinados, oferecem uma compreensão abrangente do fluxo de tráfego, permitindo a formulação de estratégias eficazes para a gestão viária.
3. METODOLOGIA
Este trabalho utilizará métodos quantitativos para uma análise abrangente da eficiência do sistema viário urbano de Araguaína. A pesquisa busca identificar desafios e propor melhorias com base em dados primários e secundários..
3.1 Coleta de Dados Primários
3.1.1 Análise de Tempos de Viagem
Serão selecionadas diferentes rotas para medir os tempos de viagem. Para cada rota selecionada, também serão selecionadas rotas alternativas para realizar a medição do tempo de viagem. Utilizando um cronômetro, serão registradas as durações das viagens em condições semelhantes de tráfego.
3.2 Coleta de Dados Secundários
3.2.1 Dados de Órgãos Públicos
Serão coletadas informações disponíveis em documentos e relatórios de órgãos públicos locais. Os dados coletados servirão como base para comparação com a realidade observada.
3.3 Análise Quantitativa
Os dados coletados dos tempos de viagem serão analisados estatisticamente. Serão gerados gráficos que apresentem a média de tempos de viagem e o volume de tráfego em diferentes horários.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 VMD (Volume médio diário)
Durante a coleta de dados realizada em relatório técnico elaborado pela ASTT (Agência Municipal de Segurança, Transporte e Trânsito) de Araguaína, foram analisados os Volumes Médios Diários (VMD) de tráfego em diferentes avenidas da cidade, com foco especial nas seguintes vias:
- Avenida Filadélfia
- Avenida Marginal Neblina
- Avenida Cônego João Lima
O VMD é um importante indicador de intensidade de tráfego, representando o número médio de veículos que transitam por uma determinada via durante um dia. A análise dos dados de VMD foi realizada para identificar os trechos de maior fluxo e possíveis pontos críticos no sistema viário de Araguaína.
4.1.1 Identificação dos trechos críticos
Os resultados obtidos indicam que os trechos críticos da cidade estão localizados na Avenida Marginal Neblina, sentido Centro, e na Avenida Cônego João Lima, sentido BR 153. Esses trechos apresentaram os maiores VMDs, com valores significativamente superiores aos de outras avenidas da cidade.
- Avenida Marginal Neblina (sentido Centro): VMD de 12.150 veículos/dia.
- Avenida Cônego João Lima (sentido BR 153): VMD de 10.100 veículos/dia.
Esses números são expressivamente mais altos do que os VMDs registrados nas demais avenidas da cidade, o que sugere que esses trechos apresentam uma concentração elevada de tráfego, indicando possível saturação e congestionamento em horários de pico. A Marginal Neblina, devido à sua localização estratégica e à sua função como acesso principal ao centro da cidade, parece ser um dos pontos mais críticos do sistema viário local. De forma similar, a Avenida Cônego João Lima, que conecta a cidade à BR 153, também apresenta um alto volume de veículos, refletindo sua importância como rota de transporte regional e intermunicipal.
A análise desses dados é fundamental para compreender a dinâmica do trânsito na cidade e identificar as áreas que demandam intervenções de infraestrutura e gestão de tráfego, com o objetivo de otimizar o fluxo de veículos e reduzir os congestionamentos.
4.1.2 Implicações para a mobilidade urbana
A evidência de elevados VMDs nesses trechos críticos reforça a necessidade de estratégias que contemplem tanto a redistribuição do tráfego quanto a melhoria da infraestrutura viária. Propostas como a melhoria do layout das rotas alternativas e a implementação de sistemas de gerenciamento de tráfego inteligente são fundamentais para promover a fluidez do trânsito, especialmente nas vias que apresentam maior concentração de veículos, como as observadas neste estudo.
Além disso, os dados obtidos ressaltam a importância de investimentos em infraestrutura e gestão de tráfego, que podem aliviar a pressão sobre essas avenidas congestionadas e contribuir para uma mobilidade urbana mais eficiente em Araguaína.
4.2 Redistribuição do tráfego
Além da análise dos trechos críticos nas Avenidas Marginal Neblina e Cônego João Lima, também foi possível observar diferenças significativas nos Volumes Médios Diários (VMD) de tráfego dentro de diferentes sentidos de uma mesma via, o que fornece subsídios importantes para a proposição de alternativas de redistribuição do tráfego.
Na Avenida Marginal Neblina, por exemplo, foi observado um VMD de 6.650 veículos/dia no sentido Avenida Filadélfia, o que é consideravelmente menor do que o VMD registrado no sentido Centro, que foi de 12.150 veículos/dia. Essa diferença no fluxo de tráfego nos dois sentidos da mesma avenida é particularmente relevante, dado que o sentido Avenida Filadélfia apresenta grandes polos geradores de tráfego, como estabelecimentos comerciais e áreas residenciais de alta densidade.
Essa disparidade no VMD nos dois sentidos da Avenida Marginal Neblina pode ser explicada, em parte, pela presença da Avenida Flor de Lis, que serve como rota alternativa à Marginal Neblina no sentido Avenida Filadélfia. A Avenida Flor de Lis, ao apresentar um VMD de 3.800 veículos/dia, tem absorvido parte do tráfego que, de outra forma, se concentraria na Marginal Neblina, no sentido Avenida Filadélfia. Essa via alternativa, apesar de possuir um VMD consideravelmente menor, tem se mostrado uma opção viável para a redistribuição do tráfego, contribuindo para a redução da sobrecarga na Marginal Neblina e ajudando a aliviar a pressão sobre esse importante corredor de trânsito.
4.2.1 Utilização de rotas alternativas
A análise dos VMDs nos dois sentidos da Avenida Marginal Neblina e a identificação da função da Avenida Flor de Lis como uma rota alternativa fornecem evidências de que a redistribuição do tráfego pode ser uma alternativa eficiente para melhorar a fluidez do trânsito na cidade. Ao direcionar parte do tráfego para vias alternativas, como a Flor de Lis, é possível reduzir a congestão nas avenidas principais, como a Marginal Neblina, sem prejudicar a conectividade entre os principais polos urbanos.
4.2.2 Implicações para a Proposta de Redistribuição do Tráfego
Com base nos dados apresentados, pode-se concluir que a melhoria e o incentivo ao uso de rotas alternativas são estratégias válidas para a gestão do tráfego em Araguaína. A Avenida Flor de Lis, ao absorver um volume significativo de veículos (3.800 veículos/dia), demonstra que a redistribuição do tráfego é não apenas possível, mas já está sendo realizada, embora de forma limitada. A ampliação da capacidade e da atratividade de vias alternativas poderia contribuir significativamente para a redução do VMD nas vias principais, como a Avenida Marginal Neblina, e melhorar a eficiência do sistema viário da cidade.
Dessa forma, é possível sugerir que a redistribuição do tráfego para as rotas alternativas, como a Avenida Flor de Lis, acompanhada de melhorias na infraestrutura dessas vias (como pavimentação, sinalização e ampliação de capacidade), pode representar uma solução eficiente para o problema de congestionamento enfrentado nas principais avenidas de Araguaína. Além disso, essa estratégia contribui para uma mobilidade urbana mais equilibrada, diminuindo o tempo de deslocamento para os motoristas e reduzindo os impactos ambientais associados ao tráfego congestionado.
4.3 Análise do tempo de viagem
O estudo de viabilidade da utilização de rotas alternativas em Araguaína foi realizado com o objetivo de avaliar a possibilidade de melhorar a fluidez e eficiência do trânsito nas principais avenidas da cidade, especialmente nas vias mais saturadas de tráfego. Para isso, foram analisados três trechos críticos de tráfego: a Marginal Neblina no sentido Centro e a Avenida Cônego João Lima no sentido BR 153. As medições de tempo de viagem desses trechos e suas respectivas rotas alternativas foram realizadas em condições de tráfego semelhantes, de forma a proporcionar uma comparação justa entre as opções de trajeto.
As medições de tempo de viagem nos trechos críticos foram feitas em um sábado, no final da manhã, quando o fluxo de veículos e pedestres é reduzido, mas não chega a ser tão baixo quanto no domingo. Por outro lado, as medições das rotas alternativas ocorreram em uma segunda-feira, pela manhã, para garantir uma análise comparativa mais precisa, considerando que as rotas alternativas são subutilizadas em relação às rotas principais.
4.3.1 Trecho 1 ( Marginal Neblina sentido centro, entre as Avenidas Filadélfia e José de Brito)
No primeiro trecho, entre a Avenida Filadélfia e a Avenida José de Brito, o tempo de viagem registrado para percorrer a Marginal Neblina no sentido Centro foi de 02:03,10 minutos. Já para o trecho alternativo, que segue pela Rua das Carmélias, o tempo de deslocamento foi de 02:38,28 minutos.
Embora o tempo de viagem na rota alternativa seja superior em cerca de 35 segundos, é importante destacar que a alternativa não apresenta uma grande variação em relação à rota principal. No entanto, considerando o volume de tráfego reduzido nas rotas alternativas, a sua utilização em horários de pico poderia proporcionar uma melhoria na fluidez do tráfego e diminuir a sobrecarga das vias principais.
4.3.2 Trecho 2 (Marginal Neblina sentido centro, entre as Avenidas José de Brito e Cônego João Lima)
No segundo trecho, entre a Avenida José de Brito e a Avenida Cônego João Lima, o tempo de viagem para percorrer a Marginal Neblina foi de 05:38,31 minutos. Para a rota alternativa, que envolve o trajeto pela Rua C até a Avenida Santos Dumont e segue até a Avenida Cônego João Lima, o tempo registrado foi de 02:18,47 minutos.
Neste caso, a rota alternativa apresentou uma economia significativa de 03:19,84 minutos em comparação com a via principal. A análise indica que, com a utilização dessa rota alternativa, seria possível melhorar substancialmente a eficiência do trânsito, especialmente durante horários de pico, quando a Marginal Neblina apresenta grandes volumes de tráfego e congestionamentos.
4.3.3 Trecho 3 ( Avenida Cônego João Lima sentido BR-153, entre as Avenidas Via Norte e BR-153)
No terceiro trecho, que vai da Avenida Via Norte até a BR 153, o tempo de viagem na Avenida Cônego João Lima foi de 04:23,93 minutos. Para a rota alternativa, que segue pela Rua Aquiles de Pina, Rua 13 de Maio, Rua Vitorino Freire, Rua 5, Rua K, Rua 12 até a BR 153, o tempo de viagem registrado foi de 03:28,70 minutos.
Embora a economia de tempo na rota alternativa seja de 00:55,23 minutos, este trecho apresenta uma redução mais modesta quando comparado ao segundo trecho. Mesmo assim, essa alternativa pode contribuir para uma melhor distribuição do tráfego, principalmente considerando que a Avenida Cônego João Lima frequentemente sofre com congestionamentos, especialmente nos horários de pico.
4.3.4 Discussão
A partir dos resultados obtidos, pode-se concluir que as rotas alternativas, embora com tempos de deslocamento variáveis, oferecem uma solução viável para melhorar a fluidez e eficiência do trânsito em Araguaína. Em particular, o segundo trecho, entre a Avenida José de Brito e a Avenida Cônego João Lima, apresentou um ganho significativo em termos de tempo, o que indica que a adoção de rotas alternativas poderia aliviar a pressão sobre a Marginal Neblina e permitir um tráfego mais rápido e seguro para os motoristas.
Além disso, as rotas alternativas são atualmente subutilizadas, o que sugere que uma campanha de conscientização e a promoção do uso dessas vias em horários de pico poderiam contribuir para uma distribuição mais equilibrada do tráfego na cidade. A análise das medições de tempo de viagem também demonstra que, em condições semelhantes de volume de tráfego, as rotas alternativas oferecem uma opção viável e eficaz, com pequenas variações no tempo de viagem, o que reforça a importância de integrar essas rotas no planejamento urbano de Araguaína.
4.4 Otimização de Layout
A Avenida Marginal Neblina, classificada como uma via arterial de acordo com o Artigo 60 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), desempenha um papel fundamental no tráfego urbano de Araguaína. Entretanto, ao analisar as características dessa via e sua atual condição, observa-se que ela apresenta desafios significativos para a fluidez e eficiência do trânsito, especialmente considerando o seu Volume Médio Diário (VMD) de 12.150 veículos.
De acordo com a Resolução CONTRAN nº 168/2004 e a ABNT NBR 7188/2011, que fornecem diretrizes para o projeto geométrico de vias arteriais, recomenda-se que essas vias possuam uma largura mínima de 12 metros de pista para garantir uma operação eficiente e segura, adequando-se à alta demanda de tráfego típico das vias arteriais.
Entretanto, a Avenida Marginal Neblina, conforme relatado pela ASTT , possui uma largura de pista de apenas 6,4 metros. Essa largura é significativamente inferior à recomendada para vias de sua classificação e volume de tráfego, o que limita a capacidade de absorver o fluxo de veículos, especialmente em horários de pico. Essa defasagem na infraestrutura contribui diretamente para os congestionamentos frequentes e a redução da fluidez do trânsito, impactando a mobilidade urbana de forma negativa.
A análise do VMD de 12.150 veículos revela que a via já opera acima da sua capacidade ideal para o seu atual layout, evidenciando a necessidade urgente de otimização do seu layout e do uso do espaço útil da via. A falta de largura adequada compromete o fluxo contínuo dos veículos, dificultando a circulação eficiente e provocando engarrafamentos, especialmente em trechos mais críticos da via.
Diante desse contexto, é imperativo que a Avenida Marginal Neblina seja objeto de um projeto de requalificação viária, visando a ampliação da largura da pista, a adequação das faixas de rolamento e a criação de acostamentos e faixas exclusivas para transporte coletivo, caso necessário. Essas modificações permitirão a melhora significativa da capacidade de tráfego da via, alinhando-a aos padrões recomendados pela legislação vigente e proporcionando uma circulação mais fluida e segura para todos os usuários da via..
Em suma, os dados demonstram que a Avenida Marginal Neblina necessita de ajustes substanciais em sua infraestrutura para se adequar ao crescente volume de tráfego e atender de forma mais eficiente às demandas de mobilidade da cidade.
4.5 Polos geradores de tráfego
Os congestionamentos frequentes nos trechos críticos das Avenidas Marginal Neblina e Cônego João Lima podem ser atribuídos, em grande parte, à elevada densidade de polos geradores de tráfego localizados ao longo dessas vias. A concentração de comércios, serviços e estabelecimentos públicos nessas regiões aumenta significativamente o fluxo de veículos e pedestres, o que, consequentemente, prejudica a fluidez e eficiência do trânsito.
A análise dos pontos de maior congestionamento nessas avenidas revela que a distribuição desigual de polos geradores de tráfego nas áreas centrais é um fator crucial que agrava o cenário de sobrecarga. O grande número de veículos que circula em função desses polos resulta em engarrafamentos, redução da velocidade média de tráfego e conflitos entre os diferentes tipos de usuários da via, como motoristas, ciclistas e pedestres.
Uma das possíveis soluções para melhorar a fluidez e a eficiência do tráfego nessas avenidas é a pulverização dos polos geradores de tráfego, ou seja, a redistribuição de atividades comerciais e de serviços, de forma a descentralizar a concentração de tráfego no centro da cidade.
4.5.1 Alternativas viáveis para implementar a pulverização de polos geradores de tráfego.
Realocação e estabelecimento de novos prédios públicos em áreas mais afastadas do centro: A transferência de instituições públicas, como órgãos administrativos e serviços de atendimento ao público, para áreas periféricas ou em zonas de fácil acesso pelas vias coletoras e arteriais poderia reduzir o fluxo de veículos no centro da cidade. Isso permitiria a distribuição mais equilibrada do tráfego e ajudaria a aliviar a pressão sobre as Avenidas Marginal Neblina e Cônego João Lima, contribuindo para uma maior fluidez nas áreas centrais e nas vias de acesso.
Incentivo fiscal para empresas estabelecerem suas instalações em regiões mais descentralizadas: O estímulo à instalação de empresas e ao comércio em zonas mais afastadas do centro por meio de incentivos fiscais e benefícios tributários pode ser uma estratégia eficaz para reduzir a densidade de tráfego nas áreas mais congestionadas. A promoção de zonas econômicas periféricas ou a criação de polos comerciais em regiões específicas poderia fomentar o desenvolvimento econômico em áreas descentralizadas e aliviar a sobrecarga do centro da cidade. Com isso, seria possível diversificar a distribuição do tráfego e melhorar a qualidade de vida nas áreas urbanas, diminuindo os congestionamentos e promovendo um uso mais equilibrado das vias.
Essas alternativas podem ser consideradas como parte de uma estratégia integrada de mobilidade urbana, visando a melhoria do fluxo de tráfego, a redução de congestionamentos e a promoção de uma cidade mais bem distribuída em termos de atividades comerciais e de serviços. Ao implementar essas medidas, espera-se não só otimizar o tráfego nas Avenidas Marginal Neblina e Cônego João Lima, mas também promover um desenvolvimento urbano mais equilibrado e sustentável, com um impacto positivo tanto para os motoristas quanto para os pedestres e outros usuários das vias.
Em conclusão, a pulverização dos polos geradores de tráfego nas Avenidas Marginal Neblina e Cônego João Lima surge como uma solução estratégica para otimizar o uso das vias e melhorar a eficiência do transporte urbano, oferecendo uma alternativa viável para a gestão do crescente fluxo de veículos e pedestres na cidade.
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¹Acadêmico de Engenharia Civil; Centro Universitário Tocantinense Presidente Antônio Carlos – UNITPAC; Av. Filadélfia, 568; Setor Oeste; CEP: 77.816-540; Araguaína – TO. E-mail: barbosa2009vinicius@gmail.com.